Fazendo analogias de sociedades, relacionamentos e personalidades através da química.
Tudo começa com um átomo. Tudo SEMPRE começa no átomo. Suponhamos então que cada um de nós seja um átomo de um elemento químico. Dessa forma, podemos manter as particularidades de cada um, nos adaptando à tabela periódica. Pode parecer confuso a princípio, mas, deixem-me convencê-los.
Se cada um é um átomo, o mais “perceptível”, como todos sabem, é a última camada da eletrosfera, sua personalidade mais externa. Ela indica para os outros como você se comporta, entretanto, só seus companheiros de ligação conhecem suas camadas mais internas, e apenas você conhece de verdade seu núcleo, que o identifica de forma individual e única. Ele é seu segredo mais precioso, é a base que te determina.
Tomando por base logo o mais perigoso de todos os sentimentos, o amor. Quando você ama, e é correspondido, você e sua cara-metade se unem, formando assim uma substância composta (dependendo dos casos, a substância pode ter mais de dois elementos…), um complementa a carga do outro. Geralmente um é mais positivo e o outro, mais negativo.
Puxando o dito popular, ‘os opostos se atraem’. E isso é verdade. Geralmente os casais conseguem surpreender a todos por serem tão diferentes ao mesmo tempo que continuam unidos. A ligação pode ser iônica, que é a tal ligação dos opostos e que desequilibra ambos os envolvidos numa louca transferência de elétrons em que as rupturas são dolorosas e violentas, com altas temperaturas. A ligação pode também ser covalente, algo mais… sutil, um compartilhamento de elétrons, entre átomos que não se atraem mas, quando juntos, se tornam estáveis.
Continuando a linha dos clichês, não é à toa que dizem que ‘depois do primeiro amor, a gente nunca é o mesmo’. Depois que acaba (se algum dia acabar), cada átomo na ligação se ioniza, desconectando-se do outro e, o que antes do relacionamento eram substâncias simples e estáveis, agora são íons instáveis, positivos ou negativos. E isso influencia diretamente a forma de cada um ver a vida.
Não querendo puxar sardinha pro meu lado, mas acho que o melhor exemplo “citável” sou eu mesmo, afinal, não vou chutar o elemento dos outros! Cada um que ache o seu! Após longas horas de pesquisa na tabela, concluo que sou um Hidrogênio. Eu sou positivo, o tempo todo, e tenho uma certa facilidade para me conectar a pessoas.
Em adição a isso, tenho também as famosas pontes (ou pontes de hidrogênio), ligações simples, porém extremamente poderosas, que requerem grande quantidade de energia para serem quebradas. Então, se eu já sou ligado a você, se livrar de mim não vai ser tão fácil assim. Não, isso nao significa que eu sou grudento! Só digo que é necessário um grande esforço pra se afastar, aumentando o estado de agitação dos envolvidos através de uma elevação de temperatura intensa.
Acho que nunca fiz parte ativa de cadeias carbônicas com centenas de milhares de átomos, ou polímeros e suas intermináveis ligações, entretanto, não muito tempo atrás, era pedra fundamental de um anel benzênico. E aqui eu era um Carbono, desempenhando a função de éster, conectando o anel a outros radicais livres ao longo do caminho, tirando o melhor possível para cada um dos envolvidos. Saí da substância, e ela foi aos poucos se degradando, alguns íons desgarrados se distanciavam, outros se combinavam ainda, formando outros novos compostos.
Retomando aqui o contexto geral, a teoria também explica a existência de gêmeos idênticos por fora e ao mesmo tempo tão diferentes em suas personalidades. Isomerias. Substâncias iguais na fórmula, e talvez até mesmo na estrutura, mas que se diferenciam através de sua disposição espacial. Um carinha que é aparentemente igual a outro, mas enquanto um é MUITO legal e simpático, o outro é deveras chato e irritante.
Com a velocidade de uma partícula gama, a radioatividade e o conceito de meia vida também fazem sentido. Por isso que quando somos jovens, somos tão instáveis, mudando em curtos intervalos, e conforme a idade vai avançando, nossas mudanças se tornam mais lentas até que atinjamos a estabilidade. Nossas ‘meias-vidas’ (tempo decorrido entre uma transformação e outra) continuam iguais, só as mudanças é que vão se atenuando, pois já não dispomos mais de tanta energia como no princípio. Para alguns, essas fases transformativas são extremamente rápidas e a estabilidade chega cedo, enquanto que para outros, mesmo que em idades mais avançadas, há o estado de instabilidade.
Nessas tantas linhas, expliquei um pouco da idéia alucinada que intitula o post. Ficaram muitos conceitos sem explicação, mas, sejam criativos, e vejam que tudo se encaixa. Ácidos e bases, condução de corrente, etc…Espero tê-los convencido, pelo menos um pouco, como me propus no começo. Agora, torço pra vocês irem até a tabela periódica e gastarem um tempinho, nem que seja um segundo, tentando descobrir que tipo de átomo vocês são!
Enfim, após tão longa reflexão, gostaria de agradecer a Mari Aguiar, que me fez começar esse texto.
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