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April 2009

Day-to-Day

Madrugadas.

April 12, 2009

Vontade de sair andando sem rumo pelas ruas. Sonhos estranhos, daqueles que você não sabe se são sonhos mesmo ou se são reais.

PS. Quero meu ovo de páscoa.

Day-to-Day

Dangerous Types.

April 11, 2009

– Essas conversas da madrugada são esquisitas e perigosas.
– Conversas de madrugada são SEMPRE esquisitas… Acho que as pessoas ficam estranhas depois da 1h da manhã, quando sozinhas.
– E isso é muito muito perigoso!
– Pessoas estranhas, depois da 1h da manhã, sozinhas, são perigosas?
– Sim, sim, são perigosas…
– Eu, com cabelo bagunçado, olhos fechando, casaco verde e bermuda bege nao me sinto muito perigoso… Você se sente?

Day-to-Day

Tempos e espelhos.

April 10, 2009

Sabe…

Existe esse ‘um’ cara que eu conheço… Fazia bastante tempo que não o via e, agora que nos encontramos, já não sei quando o verei pela próxima vez.

Da última vez que nos encontramos, minha carteira era igual à dele. Minhas roupas cabiam nele e as dele cabiam em mim. Líamos os mesmos jornais e estávamos acompanhados pelas mesmas pessoas.

O vejo quando me olho pelo espelho do tempo, e sou feliz com essa reflexão.

Day-to-Day

Match Point!

April 9, 2009

Sabe quando você vê tantos filmes num mesmo nível, sem altos e baixos, e começa a achar que o cinema é uma constante? Digamos que eu estava nesse estado já há algumas semanas. Até poucos minutos atrás.

Woody Allen é famoso por seus filmes irônicos e cheios de complicações. Match Point não segue diferente da fórmula, mas tem um quê de especial. O palco é a alta sociedade inglesa (alguma diferença até aqui?), temos a deslumbrante Scarlett Johansson (alguma diferença até aqui?) e uma mistura de crime e comédia (diferenças, onde estão?). É uma fórmula própria, sim, mas muito bem sucedida.

O começo da trama se desenvolve de forma realista, com situações que vemos todos os dias. Problemas em relacionamentos, conversas complicadas e dificuldades de admitir certas coisas para pessoas especiais. Temos no primeiro plano o instrutor de tênis (irlandês) Chris Wilton, recém chegado a Londres. Contracenando com ele numa trama urbana e rural (mansões? hein?), há a família Hewett e Nola Rice (Johansson), com quem ele se envolve em todos os sentidos. Pessoais, profissionais, éticos, morais e sexuais (claro!).

O ponto básico do roteiro é como a presença (ou ausência) de sorte afeta a vida de um indivíduo. Chris, logo no começo, diz que fora previsto para ele um futuro de sorte. Não de sucesso, não de riqueza. De sorte. Com o desenvolver das longas duas horas de projeção, em pequenos detalhes percebemos a sorte do rapaz entremeando todos os acontecimentos improváveis (e ao mesmo tempo possíveis) que ecoam de suas ações.

Na última meia hora, a história dá uma guinada quando Chris se vê contra a parede para decidir que rumo dará à sua vida. Desse ponto em diante, a notada presença dos trevos de quatro folhas e leprechauns irlandeses se faz ainda mais forte no destino de nosso desesperado e criativo Chris. A seqüência final é pura ironia, sem arriscar o mérito anterior de todo o filme e dando uma pitada especial, aquele riso geral que se espalha pelos créditos enquanto as pessoas saem do cinema.

Em termos técnicos, não há nada a se destacar, exceto uma certa relutância de Allen no uso de close-ups. São raros, bem raros, e comuns em momentos introspectivos de cada personagem. Ao mesmo tempo, são comuns os planos abertos e grande visibilidade da arquitetura antiga dos casarões e estilo conservador de Londres.

Recomendo. Match Point.

23:31 – PS. Acabei de voltar do cinema, vendo Vicky Cristina Barcelona, e pude observar algumas coisas marcantes demais para serem chamadas de coincidências. Tanto em “Match Point” como em “Vicky Cristina Barcelona”, homens se dirigem à personagem de Scarlett dizendo que ela tem lábios muito sensuais. E também nos dois filmes, ela usa uma frase que diz mais ou menos assim: “you’ve got a big chance on your hands, unless you blow it…” e os homens respondem, em ambas as ocasiões “how could I blow it?”.

Day-to-Day

– Triiiim

April 8, 2009

Toca a campainha.

São 22:05. A casa está vazia, estou sozinho, sem perspectiva de receber visitas

Triiiiiiiiiim – A campainha toca de novo, prolongada.

“Porra”. Me levanto. Será que é alguém para reclamar da música? Ah, espero que não. Nem tá alta, e eu já tava quase dormindo! Abotoo a bermuda, calço os chinelos perto da porta do quarto e, silenciosamente, vou até a porta da frente. Vejo através do olho mágico. Um rapaz, meio alto, meio baixo, meio careca, meio barrigudo, segurando o elevador e distraidamente olhando para minha porta. “Quem será esse?”

Giro a chave. Click. Abro a porta, apertando os olhos por causa da luz. O sujeito olha pra mim.

– Boa noite? – pergunto, esperando uma explicação.
– Boa. Rodrigo?
– Rodrigo?
– É, a casa do Rodrigo é essa, não?
– Não… – respondo balançando a cabeça negativamente
– Deve ser no quinto, então, né?
– Olha, não sei…
– Tá bom, desculpa pelo incômodo.
– Sem problemas.
– Boa noite.
– Boa – respondo quando a porta do elevador já está quase fechada.

Fecho minha porta, giro a chave novamente. “Rodrigo…” Hai ai. É cada louco que me aparece…

Day-to-Day

Requiem For A Dream.

April 6, 2009

Há bastante tempo que tento assistir esse filme, com minhas tentativas frustradas por motivos diversos. Finalmente, hoje consegui assistir.

Algumas coisas podem ser observadas, além do fato de o roteiro ser brilhante e pesado, a abordagem ser pesada, mais pesada do que a maioria está acostumada, e o desenvolvimento é condicionado por uma série de repetições que nos fazem entrar completamente em cada personagem, em cada situação, desespero e crise. O roteiro é totalmente aceitável no dia a dia, ou seja, pode estar acontecendo algo parecido com o seu vizinho, ou com qualquer um e não seria nenhum absurdo, impossível.

A câmera está sempre muito perto dos rostos, nos aproximando mais do que gostaríamos, mais do que fazemos no dia a dia com quem está ao nosso redor. Isso força e facilita a ligação com os personagens. Câmeras improváveis, situações em que o mundo parece flutuar ao redor do protagonista, pelo menos pra mim, lembraram muitas situações reais. Coisas pelas quais você passa e fica ‘aéreo’, deslocado do resto, preso em seu mundo particular.

Sequências rápidas de imagens de objetos (como a das pílulas, ou da cocaína, entre muitas outras), não mostram exatamente o que faz cada personagem, mas, ao mesmo tempo, nossa cabeça processa e entende melhor do que entenderia caso fossem mostradas de forma direta e objetiva. O mesmo vale para os efeitos das drogas, das crises. Principalmente para nossa querida Sara Goldfarb, que tem alucinações.

O sujeito que planejou aquelas tomadas, dos dois um: ou já passou por aquilo e soube transformar bem para a linguagem cinematográfica, ou fez muitas pesquisas sobre os efeitos de cada situação mostrada.

O filme é tão “fechado”, bem elaborado, que não deixa uma brecha sequer para críticas negativas (da minha parte). A trilha monta as seqüências de forma magistral (prestando atenção, dá pra saber, só pela trilha, quando a cena vai cortar), expandindo a integração do público na história.

Tá deveras confuso, isso aí, mas acho que consegui falar tudo que queria. Se me vier uma luz, eu melhoro o texto. Sintam-se à vontade para fazerem suas análises nos comentários!

Day-to-Day

Furadeira, Zeca Baleiro e Vegetarianismo.

April 5, 2009

Grandes preocupações com o post abaixo, hein? Não se preocupem que não foi nada! Era só frase de efeito!

Um almoço entre Ferradans hoje. Quatro numa mesma mesa. Consegui a furadeira tão desejada. Uma Black & Decker arrasadora! Com ela, transformei meu quarto em algo um pouco mais ecologicamente correto (essa parte do post tange o que diz respeito a vegetarianismo. Daqui pra frente, só coisas mais estranhas). Estou bastante satisfeito com os resultados. Agora, vou providenciar um pouco de gesso para remendos delicados da minha obra prima.

Na saída do almoço Ferradansístico, passamos pela Livraria da Vila, aquela citada mais de seis meses atrás, a do buraco no meio. Descobri então do disco novo (não sei se tão novo) do Zeca, o Volume 2 do Coração do Homem-Bomba. Passei a tarde toda ouvindo. Finalmente estou curado do surto Beatles.Love (será?). Também vi por lá os tais “Harry Potter gravados por Stephen Fry”, que eu tinha falado anteriormente. Coincidência, não?

Não consigo entender “excesso de oficialidade”. Levar a sério demais uma situação que não é tão séria em si. Passei por uma situação assim ontem e até agora ainda não consegui absorver tudo, ou sequer chegar à conclusão de que eu fazia isso OU não fazia, com a Paperball.

Dia ocioso, descobri que meu pai sabe escolher frutas infinitamente melhor do que eu. O sujeito pegou um cacho de bananas numa feirinha que, pra minha surpresa, é melhor do que todos os outros que eu já comprei desde que cheguei aqui. Para a minha sorte, ele também comprou uvas e caquis, que estão aqui na cozinha, só para mim! Hehehe.

AAAAhh!! O melhor da semana, eu acho, é a possibilidade de fazer uma rave intensa de sete dias aqui em casa. Meus caros comparsas que dividem essa pequena área urbana comigo emigraram de volta para sua cidade natal em virtude dos feriados desse fim de semana, deixando-me de posse total e irrestrita do apartamento. E aí, alguém se anima para a tal festa? Hahahaha! Sério, o apê tá abandonado, mas não tenho planos de fazer nenhuma festa. Triste, né? Quem sabe se vocês tivessem me ajudado a comprar aquele globo de luz, no ano passado… Agora já tem até máquina de fumaça!

Passei boa parte da minha tarde dedicado à uma atividade nova no meu cotidiano: ler jornais. Concluí que nunca gostei de ler jornais porque nunca os tinha lido de fato! Tô com pilhas e pilhas de páginas pra ler ao longo da semana. A assinatura é só de sábados e domingos, senão eu ia morrer soterrado em folhas de papel fino e pó de tinta preta. Alguém tem sugestões interessantes de “o que fazer com jornais velhos?”, de preferência de cunho artístico, em última instância, de cunho arquitetônico ou bioquímico.

Fazer papel reciclado com jornal é algo que funciona? Meu caderninho tá chegando ao fim e tento pensar em coisas legais pra fazer no próximo…

Menos de duas semanas para chegar a Salvador. Fantástico. Há um intenso planejamento de filmagens ensandecidas. Se tudo der certo (acreditem, isso é MUITO RARO), teremos por aqui uma seqüência “derruba-rede-globo”. Eu sei que o trema (ü) caiu, mas ainda tenho três anos pra me adequar a isso, e sinceramente, no momento, não pretendo entrar nessa regra, a menos que seja obrigado mediante conseqüências (consegui usar DUAS VEZES!).

Neste exato momento chove, uma chuva não-tão-pesada-como-uma-tempestade-nem-tão-leve-como-uma-garoa. Chuva normal, sabe? Daquelas que molham um bocado, que as pessoas com guarda-chuva conseguem escapar e que faz os desguardachuvados apertarem o passo, refletindo toscamente se molham-se mais andando rápido ou devagar.

POOOOOXA (hé! nada de palavrões!), que post grande. Talvez tenha alguma relação com… Aliás, deixa essa história pra depois. Espero que tenham gostado da leitura, e que voltem SEMPRE (possessivo, não?).

Sinto saudade de meus tempos inspirados para escrever.

trilha: Skank – Ainda Gosto Dela.
Nota do autor: Cantando alto, bem alto. Deveras alto – quase a plenos pulmões. Opa! O que esse “quase” tá fazendo aí? Com o som alto, bem alto, não excessivamente alto.