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August 2010

Day-to-Day

500.

August 31, 2010

Esse é o post de número 501! Levei DOIS ANOS pra atingir essa marca, e se você fizer a conta, vai notar que esse blog tem uma média de 0,68 posts por dia. Bem baixa… Vamos melhorar isso aí?

Ontem, foi recorde de visitas! 310 views, batendo o recorde anterior, que era meio “sem sorte”, tinha sido dia 13 de Agosto, que coincidentemente era uma Sexta-feira. Explicações sobre a falta de sorte da data são dispensáveis, certo?

Como hoje a aula acaba mais cedo, acredito que terei tempo de escrever o post do Zero. Fiquem atentos! E meus móveis voltam pra casa hoje também! Felicidade total.

Day-to-Day

I Want Candy!

August 30, 2010

Prometi essas fotos mil anos atrás, com a [PRÉ] I Want Candy!, elas já ficaram prontas há muito tempo, e esqueci de postar. Acho que gosto mais do resultado hoje em dia do que na época que fizemos. Foram (literalmente) as primeiras fotos com a 7D. Para os apaixonados por Lila (sei que estão por aí), olha a garota em mais um post!

Bem, como acabei de falar, as fotos foram feitas com a Canon 7D, e a lente mais vagabunda da história, a 18-55mm, f/3.5-5.6. De iluminação usamos apenas um spot de 1000W, rebatido no teto do quarto. O conceito geral fica a crédito de Lila, que fez a proposta, diagramou os doces, sugeriu figurino e tudo mais. Trabalhamos juntos na pós produção – combinação cruel da mágica do Lightroom e do Photoshop.

A caracterização das imagens também foi pensada com cuidado, os tons de laranja e rosa pra adocicar mais a vista, e a saturação pra chamar atenção. Quem é que consegue olhar para as fotos sem ficar com água na boca e querer comer pelo menos UM docinho?

Acabou não ficando exatamente como queríamos, mas chegou bem perto. Faltou equipamento adequado de luz. Estamos preparados para a próxima vez que, tudo indica, está se aproximando! Cliquem nas fotos para verem versões ampliadas!





Day-to-Day

Zerando!

August 30, 2010

Finalmente passei na casa da Mari e resgatei um tripé e a máquina de fumaça , que estavam lá desde antes de rodarmos nosso Argumento Único! Sobre o Zero, enquanto não sai o post principal, por que eu negaria umas imagenzinhas de preview pra vocês? Tem muita foto legal nesse filme, e boa parte delas roubadas de dentro dos próprios takes de vídeo.









Specials

Pós Set.

August 29, 2010

Esse é mais um daqueles posts que tava querendo escrever faz tempo. Tive que esperar um set acabar, observando as coisas certas, pra poder ter iluminação suficiente pra transformar a experiência em palavras.

Participar de um set é como fazer uma longa viagem, daquelas de aventura, com os amigos, sem o conforto de hotéis, e com milhares de trilhas, ruas e caminhos a percorrer todos os dias. Muitos lugares a se ver. Viagem daquelas que, no fim do dia, tá todo mundo acabado. Que quando você encosta na cama, não dá nem tempo de dizer “boa noite” antes de apagar. Ah, e o tempo todo você sabe que no dia seguinte tem mais coisas a ver e estradas a percorrer, com mochilas pesadas nas costas.

Como numa viagem, você quer registrar tudo que acontece, o tempo todo. São milhares de fotos, vídeos e até registros de som!

O portal secreto e sombrio do Prazer Extremo.

Quanto ao destino da viagem, você pode esquecer do mundo real. A jornada é para dentro da cabeça de alguém. Ou, melhor dizendo, “alguéns”. É como passear nas memórias e idéias de alguém. Uma série de pensamentos desconexos, fora de ordem e aparentemente sem lógica, mas com um estilo mais ou menos parecido. Pensamentos que, quando você consegue colocar em ordem, se apresentam como um sonho, sonhado em conjunto pelos diretores, roteiristas, fotógrafos, atores, som, arte…

A película telecinada do Raposa.

Cada cena é um ponto turístico. Um lugar que você têm consciência que não vai voltar mais, e tenta ao máximo registrar todos os detalhes. As expressões dos atores, todos os raios de luz que entram pela cortina, o ruído seco dos passos no carpete, a textura das paredes, cada anotação malfeita na lousa encostada ao canto.

Cada diária é o mesmo que uma cidade, numa viagem mais extensa, com seus diversos pontos turísticos, distantes entre si, que exigem preparação e timing. Pegar os ônibus certos e virar nas esquinas determinadas. Montar a luz no tempo, colocar lapelas nos atores e encontrar a posição do boom. Conseguir fazer um acordo entre foto e arte, pras duas equipes ficarem felizes com o desdobramento da cena. Passar o texto com os atores. Fechar o quadro é o momento que precede descer do ônibus, ou sair do metrô, e chegar onde você quer. O mundo maravilhoso está à beira de acontecer.

Equipe fazendo figuração no Arco Íris.

No último dia, a vontade de voltar pra casa é tão grande que, quando acaba de rodar o último plano, todos aplaudem e comemoram. Desmontar tudo é um pouco mais doloroso, como fazer as malas. A volta de carona/ônibus pra casa faz com que seu corpo inteiro processe a sobrecarga à qual você o submeteu nos últimos dias.

Preparando o Encontro de Solteiros do Comando.

Todos os músculos reclamam, os olhos pedem para fechar e a cabeça pende para o lado a cada balanço do transporte. Você vai lembrando de tudo que aconteceu. Detalhes engraçados, coisas que deram muito certo, coisas que deram muito errado, momentos tensos, o gosto do sanduíche do primeiro café da manhã, a primeira impressão que o cenário deixou em você… Tudo isso vai sendo lentamente processado até chegar em casa.

A casa-mais-real-que-a-minha do Pedro e a Cigana.

A chave gira na maçaneta, você se arrasta até o banheiro, toma um banho daqueles de lavar a alma (o que, nesse caso, nem é lá grande coisa, devido à exaustão), caminha até a cama e se joga. Aí você morre até a manhã seguinte.

Depois de acordar, é exatamente igual a uma viagem. Você percebe que tá em casa, e que não tem obrigação nenhuma de acordar cedo pra passear pelas idéias de alguém (ou percorrer pontos turísticos). Todas as lembranças são cristalinas, mas não passam de lembranças. O set já foi todo desmontado, inclusive as paredes do lugar que você quase chamava de “segunda casa” a essa altura já foram despregadas do chão e estão a caminho de algum quarto empoeirado ou (numa perspectiva melhor) outro set.

Eu poderia ser o personagem do Zero.

É repetitivo, estressante, desgastante e cansativo ao extremo, mas absurdamente prazeroso. E quando acaba, dá aquela sensação suprema de missão cumprida.

Esse foi meu depoimento de “dependente químico de sets”. É “só” por causa dessas coisas todas que eu abro mão de qualquer programa pra participar de filmagens.

Day-to-Day

Friends.

August 29, 2010

Joey – So, you just left? Her place was really that bad?
Ross – You know how you throw your jacket on a chair at the end of the day? Well, like that, except instead of a chair, it’s a pile of garbage. And instead of a jacket, its a pile of garbage. And instead of the end of the day, it’s the end of TIME, and garbage is all that has survived!

Joey – All right, so… next time, you take her to your place.
Ross – I tried that. She says it has a weird smell.
Joey – What kind of smell?
Ross – I don’t know. Soap?

Day-to-Day

‘Cause You’re Free!

August 26, 2010

O destino confluiu e a tarde de hoje acabou ficando livre. Íamos produzir umas coisinhas no estúdio de som, mas ficaram para Terça feira. Ia ser mais um post, agora vocês vão ter que esperar.

Essa tarde livre foi providencial. Li vários textos atrasados, escrevi esses posts imensos aí embaixo, organizei meu cronograma de trabalhinhos, fui ao mercado, recarreguei cartuchos de impressora, arrumei a casa (limpei o fogão, porque Lila já tava quase me batendo) e até lavei roupas.

A única coisa que não deu tempo mesmo foi pra estudar um pouco mais o funcionamento do flash da câmera. Agora entrei nessa onda de aprender a tirar fotos com flash, comentei, né? Anyway, ainda tô lendo o manual do trambolho e aprendendo como operá-lo. Fazer o quê?

Um último comentário sobre a aleatoriedade das coisas, hoje entrou uma dupla mexicana no ônibus que eu peguei da USP pra cá. Os caras vieram tocando violão e cavaquinho, e cantando, um bom pedaço do caminho. Sensacional. Depois pediram colaborações, venderam CD e o escambau. Todo mundo que deu uma grana pros caras ficou com um sorriso no rosto por vários minutos depois da descida dos dois. Vida de artista é uma coisa perigosa, mas tem um glamour que nada é capaz de vencer!

By the way, me bati ontem com esse Cine, feito em 2008, pelos alunos do AV2006, e finalizado no ano passado. Finalmente foi colocado no youtube, depois de participar de diversos festivais. Achei bem divertido, e a qualidade é impecável. Ah, sei lá, não consigo não gostar de coisas envolvendo russos!

Popókas

Day-to-Day

[PITCHING] Meu Rei.

August 26, 2010

Inspirados na tragédia grega de Sófocles, Édipo Rei, para a matéria de Dramaturgia Audiovisual, tínhamos que desenvolver uma proposta de adaptação contemporânea para a peça. Depois de desenvolvida a proposta, a idéia era vendê-la, num pitching, apresentando as informações mais importantes e convenientes para convencer os possíveis compradores.

O que é um pitching? É a situação onde você – roteirista, diretor, criador – vai tentar convencer os ali presentes que é uma boa coisa eles comprarem sua idéia/proposta/filme/série. São longas sessões, onde se reúnem importantes produtores, distribuidores, patrocinadores, figurões de maneira geral, e diversos projetos são apresentados, em intervalos curtos (dez minutos), de forma resumida, pra tentarem se vender e entrar em processo de produção. Na sala de aula a gente só não tem os grandes figurões (ainda), mas o resto todo tá valendo.

O projeto foi desenvolvido em grupo, do qual faziam parte Ana Carolina Ornelas, Marcela Návia, Mari Brecht e eu. Como vocês bem sabem, em resumo, a lenda de Édipo é que, quando bebê, um oráculo prevê que aquele filho está predestinado a matar seu pai e deitar-se com sua mãe. Então o casal se livra da criança, e muitas voltas acontecem, até que a profecia se concretiza. Édipo se torna rei da cidade e, com a chegada de uma praga que assola a população, ele recorre aos deuses para encontrar o culpado, desencadeando uma série de investigações que revelarão ele como culpado, justamente por ter cumprido a profecia. Um monte de desgraça acontece no meio do caminho, mas é bem isso aí.

Inicialmente estávamos meio desligados da obrigatoriedade de ser uma adaptação CONTEMPORÂNEA, então criamos todo um universo mágico no sertão nordestino do fim do século XIX. Tava uma coisa fenomenal. Aí descobrimos esse fato antes esquecido. CONTEMPORÂNEA! Fizemos uma série de adaptações na proposta original (conseguimos manter a maior parte dos elementos) e chegamos a essa outra.

A PROPOSTA

Meu Rei é uma adaptação de Édipo Rei, tragédia grega, para um ambiente moderno, um tanto desconectado de compromisso com a realidade, onde temos Orixás (divindades da Umbanda) que manipulam o destino de seus protegidos e desafetos.

Em termos de formato, Meu Rei é uma minissérie de TV, com cinco episódios bem estruturados, em termos de conteúdo, cada um com meia hora de duração e paradas estratégicas que prendem o público à trama, seguindo a tradição das novelas brasileiras, mas com uma influência forte de séries internacionais, onde temos finais de capítulo ainda mais intensos e reviravoltas inesperadas, temperando o conjunto.

Meu Rei se passa na Bahia atual, onde ainda detêm o poder coronéis que mandam e desmandam nessas terras. É uma trama marcada pela miscigenação e pelo conflito. Dinho é a mistura de raças, de religiões, de escolhas, de sentimentos, de éticas. A trama se desenvolve no sertão, em meio às lavouras de cana, onde homens e mulheres são explorados cruelmente pelos políticos e coronéis donos dos latifúndios. Acompanhamos a história de três/quatro gerações de uma família explorada por essas circunstâncias, e vemos como a desgraça se abate sobre eles, ainda que pensem que as coisas estão correndo bem.

A figura da esfinge é mesclada com a do verdadeiro pai (Laio) e ambos são substituídos pelo cruel coronel Arlindo. A mãe do Rei é Joana, estuprada quando ainda menina, em seus treze anos de idade, tem o bebê às escondidas e o mesmo é abandonado para a morte na aridez do sertão.

Na representação artística (cenários, figurino, maquiagem), temos influência direta das obras de Cândido Portinari, formas tortuosas, pontiagudas, mas ainda assim, cores muito vivas e uma fotografia mais fluida, maleável, como os destinos daqueles que ali se apresentam.

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