FILMES ESCOLHIDOS: No Tempo das Diligências (1939) e Era Uma Vez no Oeste (1968).
“Existe, é claro, um número de enredos que sempre aparecem, filme após filme. Temos aquele em que um oficial da cavalaria, preconceituosos e geralmente disciplinado, é advertido para não começar uma ‘guerra final conta os índios’. Ou, então, aquele em que um pistoleiro aposentado (ou um ex-xerife) é persuadido relutantemente, a aceitar a responsabilidade de ‘limpar’ a cidade. Mas usar tais estruturas como base para a definição de gênero acabaria levando não a um único gênero chamado western, mas a um número quase infinito de subgêneros” (BUSCOMBE, 2004, p. 306)
Buscombe também diz “acreditamos que o gênero deva ser concebido como um grupo de obras literárias baseado, teoricamente, tanto nas formas externas (métrica ou estrutura específicas) como internas (atitude, tom objetivo – de modo mais direto, conteúdo e público).” O western é um gênero que tem suas convenções muitíssimo bem definidas, e seu universo de elementos é incrivelmente amplo. Como Buscombe afirma no extrato acima, existem algumas tramas bastante recorrentes, mas além delas uma série de traços é sempre presente, ainda que com variações sutis. No Tempo das Diligências e Era Uma Vez no Oeste se encaixam no gênero, e dá pra perceber isso só lendo os títulos.
A presença da natureza é marcante em todo western. Em No Tempo das Diligências, as cidades do Oeste são tão isoladas – sem ferrovias ou estradas que as conectem -, que são necessárias longas jornadas pelo deserto para ir de um lugar a outro, essa questão apresenta também o tema da Viagem, que será tratado mais adiante.