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April 2011

Day-to-Day

Guarda-Chuva.

April 7, 2011

Quero escrever sobre guarda-chuvas desde sempre. Nunca o fiz, e agora entro no assunto, porque Segunda tava chovendo, e como sempre, fui contra os ditos cujos. Eu odeio guarda-chuvas. Uso de vez em quando, mas só quando a carga é mais importante (câmeras e outros equipamentos que têm aversão a água). De resto, acho que tenho motivos de sobra para desgostá-los.

O que é o guarda-chuva? “Um treco de metal e lona que você põe sobre a cabeça pra não se molhar.” Isso é bem relativo. Se a chuva estiver forte, pelo menos dos pés ao joelho você vai molhar, com ou sem guarda-chuva. Se a chuva estiver fraca, não há motivo para carregar peso extra, certo? Ok, então o guarda-chuva só protege sua cabeça e ombros com eficiência mesmo. Nessa mesma Segunda, aproveitei para um pouco de estatística e contei o tanto de homens com guarda-chuvas e o tanto de mulheres com guarda-chuvas. Elas ganharam, em disparada na frente. Tá, a conta pode ser equivocada em alguma instância porque eu não contei o número total de homens (com e sem guarda-chuva) e o número total de mulheres, pra fazer uma porcentagem. Mas… especialmente nos tempos atuais, que motivos mulheres têm para não molhar cabeça e ombros? Eu apostaria em algo relacionado a cabelo, que é desfeito na água… Mas, não vou seguir por essa trilha, era só pra ter algo em que pensar.

Mais uma coisa sobre a proteção: ela é bem eficiente, desvia para os lados a água que cairia sobre você. Gentileza, né? “Água em mim não, mas no meu vizinho tudo bem!” Ainda mais como é meu caso, que sou um pouquiiiinho acima da média de altura nacional: eu ganho toda essa água que as pessoas desviam de suas cabeças, direto no sapato, blusa, calça. Acredite, é uma maravilha. Além do fato de guarda-chuvas atrasarem imensamente o trânsito pedestre. Você tem que sair desviando de obstáculos bem maiores, que andam numa velocidade bem menor. Qualquer esbarrão, e pimba, toma mais uma dose de água na roupa!

Se você tem uma saúde legal, não vai ser uma chuvinha (ou uma tempestade) que vai te derrubar, se for por uma questão de higiene/poluição, devíamos então todos andar com botas plásticas por aí! Eu pelo menos tenho mais preocupação com a qualidade da água que corre molhando meus pés do que com aquela que vem de sei-lá-quantos-mil metros de altura. Por acontecimentos recentes, tenho que abrir uma exceção muito específica, para chuva com água radioativa, contaminada nas nuvens. Aí sim, vale se proteger. Mas, se você tá no meio de uma chuva radioativa… Bem, deve ter assuntos mais importantes a tratar.

Falando em “assuntos mais importantes a tratar”, voltamos à situação inicial, do ponto de ônibus chuvoso. Vocês sabem bem como é ficar no ponto de ônibus, não? As pessoas se amontoam na frente, pra ver se os ônibus estão vindo, e pouco se importam umas com as outras, “e o que eu tenho a ver com a moça com o bebê, que não consegue chegar aqui na pontinha pra ver se o ônibus dela tá chegando?”. Pois é. Já é assim em dias normais. Com guarda-chuvas então… É como se paredes coloridas fossem criadas na beira da pista, com ainda menos gente vendo os ônibus que vêm pela rua, e com seus queridos guarda-chuvas bem na altura da visão de quem normalmente fica olhando por cima do ombro de quem tá na frente. Mais uma vez, meu caso! Pra conseguir avistar meu ônibus a tempo, em dias de chuva, literalmente tenho que passar a barreira multicolorida guarda-chuvosa e pisar no meio da rua, pra ver o que vem.

Acho que um dos posts mais divertidos desse blog, que me lembra uma grande aventura, é fortemente relacionado a chuva, e não-uso de guarda-chuva. Minha Nossa Senhora da Penha!. Outro dia também, fui ao mercado, e em vinte minutos o mundo desabou em forma de água. Voltei pra casa rindo tanto e cantando alto na chuva. A corrente de água que descia na pista era tão forte que em mais de uma ocasião, me agarrei numa placa ao pular, pra não ser arrastado, nem perder meus chinelos. Gosto bastante, e em 90% do casos, me divirto com chuva.

Qualquer dia desses falo sobre guarda-sóis (que foram os inspiradores do guarda-chuva, e que fazem bem mais sentido).

Day-to-Day

Non-stop Action.

April 7, 2011

Ando filosofando um bocado sozinho nos últimos tempos, e ontem a questão que me pegou, enquanto estava no cinema foi: “como será a sensação de fazer um filme para a telona?”. Tá, eu trabalhei no Final Feliz/Cinemark, mas dei o vacilo de não ver o resultado no cinema. Tem o Paraguayo também, mas é outra história. I mean: tem uma magia extra no fato de ir até o cinema, um lugar com uma tela enorme onde as imagens são projetadas. Fazia tempo que não ia no cinema (desde Rango), e tenho visto muito filme em casa mesmo. A experiência não chega nem perto, e isso é bem óbvio.

Agora entra a parte crítica da coisa. Fui num cinema que considero bem ruim, mas é o mais perto de casa, então… Quando um filme passa no filtro de “esse sim deve ser uma experiência sensacional”, vejo de novo em uma sala melhor. O Bristol é ruim demais! Vi dois filmes em salas diferentes ontem, e só posso dizer que estava uma pior que a outra, especialmente na parte sonora. Na primeira, achei que ia ficar surdo, de tão alto que ia o som. E sem graves, só agudos. Nos trailers, tive a nítida impressão de que só tinham caixas na parte frontal da sala, mas, durante o filme, a coisa ficou mais dividida (o que não significa “boa”, vale ressaltar). Na segunda, havia um atraso sensível entre as caixas da frente e de trás, também com o problema dos graves faltando. Ou seja, rolava um eco muito feio no filme todo. Ah, e o ar-condicionado é glacial.

Agora, saindo do ambiente, e entrando na tela… Devia ter ido ver um filme só. Economizava tempo e dinheiro. Vou na ordem que assisti, pra vocês entenderem a crise. O primeiro foi Sucker Punch. Sabia que era ação acima de tudo, graças a Zack Snyder, que dirige a obra. Me diverti muito com o filme. O dito cujo cria um clima angustiante em menos de cinco minutos sem dizer uma única palavra, com uma versão de Sweet Dreams. O filme todo parece uma série de videoclipes, com pouquíssimas falas, e ainda menos seqüências sem ação, embalado o tempo todo por uma trilha musical pop/rock. O visual é sempre impressionante, e tirando o fato das caixas de som quase estourando, o som pareceu bem divertido também (não posso avaliar, né?). Ficou resolvido que vou ver de novo, no IMAX, quem sabe ainda hoje.

Saí do filme repassando na cabeça as cenas impressionantes. Esperei dar a hora do próximo filme. A desgraça se anuncia no título. Fúria Sobre Rodas. Ainda não entendo porque vi isso. O filme abre mal, apelando para violência gratuita. Já falei no passado que gosto de violência no cinema, mas, pelo amor de Deus, ou você justifica no estilo, ou na história. Não aconteceu nenhum dos dois. A coisa mais divertida é o personagem do Contador, que é interpretado por William Fitchner, mas só porque eu já gostava muito dele em Prison Break, e ele aqui faz um papel muito parecido. As seqüências de ação não são emocionantes, são tediosas. Os efeitos visuais são BIZARROS (na conclusão da história, quando Milton consegue o que quer), vemos uma série de efeitos tão mal feitos, tão mal feitos que me fizeram sentir saudade de Segurança Nacional.

É aí que volta o tema do início do post… É tão raro achar um filme decente hoje em dia no cinema (fazendo um gráfico de quantidade/qualidade), que chega entristece. É impossível que tenham acabado as boas histórias, então porque se produzem tantas ruins?

Day-to-Day

[Roteiro I] Improviso.

April 7, 2011

Sempre, na segunda metade das aulas de roteiro, a gente faz um exercício prático. Aquela coisa da Notícia derivou de um desses, e na aula dessa semana, era um improviso a partir da idéia de PLOSAT. Personagem, Locação, Objeto, Situação, Ação, Tema. Cada um de nós escreveu cada um desses itens em pedacinhos de papel, nos dividimos em grupos de quatro ou cinco pessoas, e sorteamos três personagens, duas locações, dois objetos, uma situação, duas ações e um tema.

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Day-to-Day

[Roteiro I] Soterrado.

April 2, 2011

Missão da semana, escrever um argumento (ou sinopse?) de longa-metragem, e uma cena, a partir da seguinte notícia: Desmoronamento de mina mata 24 no Paquistão, escolhida em aula, entre muitas outras do Estadão daquele dia.

Na aula, Stefan apresentou uma proposta de filme-desastre, onde vários personagens estereótipos – pai e filho brigados, um religioso, um machista, um homossexual, etc… – ficam presos lá dentro e “vão morrendo aos poucos, muito dramático” (palavras dele), bem apelativo. A apresentação dele foi tão contrastante com o tipo do filme, que todos ficamos admirados, e votamos como melhor pitching. Isso levou às conseqüências do começo do post.

O Rubens (popularmente conhecido como “professor”) disse que podíamos mudar o argumento, e tudo, e a cena tinha que ter no máximo duas páginas. Bem, eu preferi mudar tudo. Não sei/gosto escrever drama. Preparados?

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Day-to-Day

Swing Poi.

April 1, 2011

Ultimamente (leia-se: nas três últimas vezes) que saí com os malabares (esses aí do título), coisas curiosas aconteceram, em níveis diferentes de curiosidade. Na primeira delas, antes do Carnaval, pra vocês verem como ando enfático na prática, eu tava saindo do Trianon quando um carinha da Band veio falar comigo, pra eu cantar uns pedaços de música que ele tinha lá, pra, quem sabe, aparecer no VT do Carnaval. Ele disse para eu me empolgar como se estivesse no meio da folia soteropolitana, e ficou bastante surpreso quando eu falei que era de Salvador mesmo. Como ninguém me gritou durante a folia pra dizer que eu estava na TV, acho que não rolou. Mas foi engraçado de qualquer jeito.

Na segunda vez, terça-feira dessa semana, estava eu novamente perto do Trianon, me empolgando num movimento complicado, e felizão porque estava acertando, quando apareceu um brodinho perguntando se podia fotografar. Até aí tudo bem, mas o fato é que eu vou naquele lugar há quase três anos, já vi muita coisa estranha, e muita gente assistindo, mas NINGUÉM NUNCA fotografou. Acho que é aquela coisa, fotógrafos estão fadados a serem pouco registrados, mesmo quando não estão sendo fotógrafos.

Por fim, chegamos ao dia de hoje, onde, inexplicavelmente nossa aula da tarde foi cancelada. Cheguei cedo em casa e comecei meu ócio. Decidi que era mais produtivo/saudável dar uma volta com os ditos malabares, ao invés de ficar parado no computador comendo biscoitos. Lá fui eu para o Trianon, né? É o outro ponto comum dessas coisas todas… Dei umas duas voltas, errando todos os arremessos, quando, pela primeira vez (mais uma dessas) um guardinha se aproximou para me mandar parar, dizendo que eu podia machucar alguém se acertasse NO OLHO da pessoa.

Ok, se ele acha que eu vou ter essa mira toda… Não fiquei por lá, imediatamente saí do parque, e continuei meus arremessos pela Paulista. Cheguei num outro parque/praça, menorzinho, Mário Covas, se não me engano, também na Paulista, e continuei meus treinamentos. Agora eu tava acertando. Fiquei de olho nos guardinhas, pra ver se eles também estavam me perseguindo. Fiquei no fundo do parque, longe do maior trânsito de pedestres, pra não correr riscos.

Depois de uns vinte minutos, o guarda que estava na entrada do parque começou a vir em minha direção. Fiz-me de cego, e continuei na minha. O sujeito chegou bem perto e falou alguma coisa. Tirei os fones. “Oi, posso ver um?”, parei os giros e entreguei um dos Pois pra ele. Ele pegou, pesou, girou um bocadinho, desajeitado. “Muito legal! Tava vendo você fazendo, lá de longe. Você é bom!”, e depois voltou pra entrada do parque. Garantiu minha tarde. Fiquei mais um tempinho por lá, e quando comecei a errar tudo de novo, resolvi que era hora de voltar pra casa. Tô ficando bom de novo nisso.