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July 2013

Day-to-Day

Tipografando – Parte 1

July 28, 2013

ESSE POST VEIO DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO
Escrito em 20 de Novembro de 2009.

Achei vários outros perdidos pelo mundo e vou colocá-los aqui semanalmente. Acho que vai render uns dois meses de brincadeira. Sempre colocarei as datas originais do texto.


Como prometido, estou agora começando uma série de tutoriais sobre a criação de uma animação tipográfica, do rascunho à finalização. Acredito que o método que explicarei não é o ideal, nem perfeito em todas as situações, mas, funciona relativamente bem.

Você vai precisar de paciência, um tanto de criatividade, papéis, uma faixa de som, Illustrator, After Effects e uma meia dúzia de fontes. “Papéis?” – alguns devem se perguntar. Isso mesmo, papéis. O jeito mais fácil de estruturar uma visão geral do vídeo é numa folha de papel, rabiscando setas, instruções, esquemas de cores (tanto para os tipos como para o background), zooms e mais movimentos. Lógico, na hora de passar pro computador, nem tudo que você pensou será exatamente igual, e muita coisa pode melhorar. Pra ilustrar a explicação, apresento o exemplo do rascunho da tipografia de Kill Bill, do post anterior.

Vale ressaltar que o som é mais da metade do impacto da animação. Com uma fala fraca, seu resultado será, indiscutivelmente, fraco. O mais comum é usar linhas de filmes, ou mesmo músicas. Fique atento, pois a qualquer momento, uma dessas pode pular no seu ouvido! Não tenha medo de fazer uma animação com uma fala que alguém já utilizou. Muitas das linhas mais famosas já foram utilizadas. O interessante é tentar superar todos os anteriores! Hahaha! Eu, particularmente, gosto de diálogos ou falas de Tarantino e Guy Ritchie, pois puxam um ritmo mais acelerado e agressivo, que quando animado em texto, prega os olhos do público na tela para não perder uma palavra sequer. Antes de QUALQUER coisa da animação, encontre seu áudio e ouça tantas vezes até saber repeti-lo de memória! Depois disso, comece a esquematizar as bases.

No próximo post, dicas e exemplos para montar sua estrutura no Illustrator além de informações sobre fontes.

Day-to-Day Tudo AV

Retrato.

July 25, 2013

Tem uns meses já, a Mabel me chamou pra substituir o Fattori num curtinha que eles estavam pra fazer, que é uma proposta de VideoBook para atores. É um roteiro simples, onde dá pra prestar atenção na.. atuação! (grande surpresa, hein?). Foi coisa rápida, uma diária só, na USP, equipe pequena – se não me engano, éramos sete pessoas ao total – pouco equipamento, e por aí vai.

Aproveitei pra testar novos temas de estudo, como estabelecer um contraste interessante entre os dois lados do rosto dos personagens, e o processo deu certo, filmando do lado de uma janela e barrando a luz rebatida pra eles com um pano preto estendido à lá varal. Um objetivo que acabou não dando certo foi colocar pontinhos de luz nos olhos deles. Ocasionalmente a janela cumpre essa função, mas não é sempre, e virou uma das minhas metas principais para os próximos trabalhos.

Muita coisa acabou caindo na montagem, e um roteiro de nove páginas ficou resumido em menos de cinco minutinhos. Viva o poder de síntese!

Day-to-Day Tudo AV

Tipografia – No Mundo Há Muitas Armadilhas

July 21, 2013

ESSE POST VEIO DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO
Escrito em 14 de Dezembro de 2009.


Achei vários outros perdidos pelo mundo e vou colocá-los aqui semanalmente. Acho que vai render uns dois meses de brincadeira. Sempre colocarei as datas originais do texto.


Desenvolvido num prazo curto (cerca de 25 dias entre o surgimento da idéia e a data de apresentação), mas ainda assim com calma e cuidado – estimo que umas 60 a 80 horas para todo o trabalho gráfico -, essa animação foi uma das experiências mais recompensadoras nas quais já me envolvi. Entre os destaques estão o áudio original, bastante trabalho em equipe, algumas noções avançadas de vetorização e vários surtos criativos. O resultado é esse que vocês assistem logo abaixo.

Poema de Ferreira Gullar: No Mundo Há Muitas Armadilhas. Animação produzida para o recital Armadilhas e Refúgios, apresentado em 13/12/2009, na Saraiva Megastore – Salvador Shopping, em Salvador/BA

Vetores e Animação por Tito Ferradans (TFerradans FX)
Gravação e Tratamento de Áudio por Diego Orge (Sétima Filmes e Produções)
Vozes por Cia Subversiva de Dizedores de Versos

Day-to-Day Tudo AV

Dragão!

July 20, 2013

E então, em meados de Março, o Manfrim chegou por aqui com uma proposta de efeitos especiais pra um clipe de uma banda que tava começando. Era o clipe de estréia dos Primos Distantes, com a música Dragão.

Os efeitos eram numa pegada meio Power Rangers, de um dragão que cresce quando irritado, fica maior do que os prédios e começa a destruir uma ruazinha no centro de São Paulo depois que seu violão é destruído por um par de malfeitores.

Tivemos uma reunião com o Lucas – que fotografou o clipe – para decidir como seria a captação desses planos que teriam efeitos especiais, e a captação do dragão em chroma, depois me encontrei com o Manfrim e a Bia – montadora da obra – para escolher as melhores opções de takes em cada plano, para trabalhar em cima.

Daí pra frente, fui trabalhando aqui minhas habilidades até chegarmos num dragão que tava verossímil demais, e resolvemos jogar um efeito de vídeo, como se ele fosse de outra realidade, apesar da destruição toda. Destruir a cidade foi bem divertido, usando trocentos samples de fogo, explosões e fumaça, além de inventar coisas mil pra o dragão cuspir fogo e soltar raios pelas mãos.

Se liguem aí no que deu! Foi parar na (finada) MTV e tudo.

Day-to-Day Tudo AV

Fatalmente Sua.

July 20, 2013

O texto abaixo foi escrito em 07 de Março de 2013. Acrescentei mais um pedacinho no final, mas tá identificado com data e negrito, então não dá pra misturar.

Um dos trabalhos mais inusitados, recompensadores e corridos que já tive, fazer o clipe da música de quase cinco minutos, totalmente em animação no After Effects foi um desafio e tanto. Esperar o lançamento – e ser pago – foi um desafio a parte.

Tudo começou há exatamente um ano, quando no dia 07 de Março eu recebi um email de uma moçoila chamada S. (o nome foi omitido por conta de um acordo de não-divulgação), com o título de “UK/Dublin Kinetic typography project”. Levei alguns dias até conseguir responder decentemente, mas respondi. A partir daí, marcamos uma série de conversas pelo skype, assinei um contrato de sigilo, e recebi a música – inédita – Yours Always (que depois mudaria de nome), na voz incrível de Cali. A letra é da própria S., que foi me passando as referências. Tarantino, Kill Bill, James Bond, lots of blood and lots of strong images – resumidamente. Ela queria o clipe pro meio de Abril (de 2012), e eram muitos minutos de música. Consideramos cortar fora um pedaço, mas concluímos – ainda bem – que isso prejudicaria a obra.

E lá fui eu, para uma maratona insana e irresponsável, de animação. Tive quatro semanas pros benditos quatro minutos e cinquenta e um segundos de música. E deu certo. Literalmente foi meu emprego fixo. Eram pelo menos 12h por dia mergulhado no After. Como tinha sido logo depois daquela tipografia de Portal 2, já tava inspirado pra brincar com câmeras e luzes, mas acabei passando dos limites e fui complicando mais e mais e mais, até acabar com tudo, usando o Newton – um plugin que simula física, e é um vício. Durante esse processo, mantive as reuniões com S., onde ela ia assistindo trechos renderizados e mandando sugestões. Nesse ponto, tenho que agradecer muito a ela, porque tudo que eu quis fazer, ela apoiou. E até as referências mais sutis ou os detalhes que eu jurava que passariam despercebidos foram notados e comentados. Se isso não for trabalhar com total liberdade criativa, céus, o que será! O pagamento pode não ter sido lá essas coisas – o combinado original foi bem barato, fato, mas, em função dessa liberdade, senti que foi justo.

Aí começou a parte problemática do processo: o encerramento. E ainda era Abril de 2012. Cali ia se apresentar em Los Angeles, e a equipe aproveitou pra levar o clipe e mostrar para equipes de cinema em Hollywood. S. me passou os mais diversos feedbacks da galera – segundo ela, “os responsáveis por Sin City adoraram o resultado”. Eu gosto de Sin City – na verdade, deu vontade de assistir agora!

Depois disso, tivemos mais alguns ajustes, mas, em Junho (de 2012) o clipe estava finalizado, completamente fechado, e eles iam providenciar o pagamento. Essa parte demorou, e se arrastou. Muito. Até agora (Março de 2013)! Com o lançamento pelo VEVO – S. me mandou um email desesperada, falando que uma oportunidade única tinha aparecido e que precisávamos fazer um ajuste no vídeo. Ela deu sorte, porque eu tinha chegado de volta a SP há dois dias! Enfim, aí fiz os ajustes – era só trocar o nome da música e o selo da gravadora, que tinha mudado nesse intervalo, e mandar o vídeo pra eles. Qual foi meu pensamento? “Ah, vai pro VEVO esse negócio! Se, na pior das hipóteses, eu não for pago, pelo menos já é uma puta história!”

Uma coisa que me deixou muito feliz nesse vídeo são os comentários. Tem uma galera curtindo e elogiando e, bem, 110 mil visualizações já é mais do que muito filme nacional faz no cinema, então tá valendo.

Agora, ainda temos algumas reuniões, e estamos discutindo seriamente o futuro do projeto. Quem sabe não tenho um emprego garantido em Londres quando sair do CTR? Sonhar nunca me fez nenhum mal!

Trecho adicional, escrito em 16 de Julho de 2013.
Desde que escrevi o texto acima, tenho sido enrolado com frequência variável e não sei nada exato sobre o pagamento. O valor foi ajustado em relação ao que fora combinado lá no começo do processo, mas o vídeo já está no ar – então cumpri minha parte do acordo -, e meus emails ficam sem respostas claras, ou respostas que pedem paciência e mais tempo.

Valeu a pena o trabalho, mesmo sem o pagamento? Valeu, porque tenho orgulho do resultado, e aprendi infinitamente no processo. Vou continuar enchendo a paciência do povo irlandês, pra ver se chegam alguns dinheiros por aqui, afinal, desistir é complicado. Uma pena que o sonho não durou nem dois parágrafos!

Ah, a arte no começo do post também é minha. Teoricamente, feita para o lançamento da faixa no iTunes, que ainda não aconteceu. A anterior, feita por um sujeito X, irlandês, era muito sem graça, e S. perguntou se eu não tinha vontade de tentar capturar o espírito do clipe numa única imagem, usando uma foto de Cali. Esse foi o resultado, e gosto bastante também.

Day-to-Day

Ultrapassagem IX

July 16, 2013

A 23ª edição da OLD tá sensacional. Fui folhear rapidinho, porque o Felipe comentou hoje no trabalho, e acabei lendo quase toda. Tudo muito bom mesmo! Pelo nono mês, continuo escrevendo, e dessa vez sobre Slow shutter, a fotografia de baixas velocidades, ou longa duração! Ao invés de eternizar um momento em um clique, colocar uma noite inteira numa única imagem. Dá uma sacada aí!

Day-to-Day Tudo AV

Júlio César e a Noite Passada

July 14, 2013

ESSE POST VEIO DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO
Escrito em 03 de Janeiro de 2010.


Achei vários outros perdidos pelo mundo e vou colocá-los aqui semanalmente. Acho que vai render uns dois meses de brincadeira. Sempre colocarei as datas originais do texto.


“Confuso e sem memória, Júlio César acorda na manhã seguinte. Agora em uma corrida desenfreada contra o tempo, tem que confiar em sua mente para guiá-lo pelos acontecimentos da noite passada e descobrir como seu amigo André e uma garota sem rosto se encaixam nessa trama.”
Roteiro: Felipe André
Direção: Tito Ferradans

Éramos apenas jovens inocentes, sem muito conhecimento dessa incrível arte que é o cinema, quando resolvemos brincar de fazer filmes. Uma das primeiras obras (de qualidade menos duvidosa) que resultou dessa determinação foi o próprio Júlio César e a Noite Passada – mas não foi o único bom produto da safra, como vocês verão em posts futuros.

Encabeçando essas produções estávamos eu (Tito Ferradans), Diego Orge, Fábio Galvão e João Guilherme “Donk” Fiuza. Éramos a Paperball Productions, e mais informações sobre essas histórias podem ser encontradas no bannerzinho ao lado, que leva ao – abandonado – blog da Paperball.

Pois então, Júlio César nasceu da colaboração da Paperball com um site colaborativo – também abandonado – de interessados em criação de vídeos, chamado Você Filmes, lá encontramos o roteiro da primeira parte do filme. Depois de lançar a versão em 5 episódios, resolvi dar um pouco mais de gás e fiz essa outra, dividida em apenas duas partes, melhor sequenciada. Foram aprimorados a imagem e o áudio. A trama é de autoria de Felipe André, que tinha apenas quinze anos quando o filme foi escrito e filmado (2007).

Como, no site, o segundo capítulo da trama só poderia ser lido quando o primeiro fosse filmado e aprovado, acabamos criando no começo um clima bem diferente – mais cômico – do que se desenvolve no resto da obra. Porém, a partir da segunda parte, estabelecemos uma conexão mais estável com Felipe, que nos adiantava os acontecimentos futuros para que tivéssemos maior embasamento nas gravações de cada capítulo.

Com gravações espalhadas ao longo de quase um mês, utilizamos algumas locações externas, bares, e contamos até com o apoio de um legítimo taxista (“Seu Walter”), que interpretou seu próprio personagem na trama, induzindo Júlio a um flashback. Tentamos inovar com ângulos e posições de câmera não-convencionais, chegando a um resultado até bastante satisfatório, nesse aspecto. O áudio é bem defasado, porque contamos apenas com o microfone da própria câmera.

Em termo de efeitos, foi a primeira experiência séria, aplicada, com sangue falso e o início de de meu interesse por efeitos visuais e toda a mágica que acontece quando o filme entra no computador. Edição mais ágil, disparos simples, correção de cor (hoje considero o amarelo utilizado um tanto excessivo, mas, não faz diferença nem atrapalha a história), cuidados com o som – essa parte ficou principalmente com Diego. Primeiro contato também com o After Effects, para a cena do flashback, enquanto Júlio anda de táxi.

O sangue foi empregado da forma mais simplista que se pode imaginar: ficava na mão dos atores, que reagiam ao disparo, se sujando da forma mais disfarçada que conseguiam – o que nem sempre era tão discreto assim, ou sincronizado. Nada de bexigas, balões, seringas, mangueiras, pressão, esponjas, pólvora, eletricidade, enfim, NADA refinado.

A título de informação: um bocado de gente pergunta sobre as músicas e bandas tocadas ao longo do filme – para as quais não temos nenhum tipo de direito autoral, e usamos na cara dura mesmo. Então, pra facilitar a vida dos interessados, segue abaixo a tracklist, na ordem em que as músicas são tocadas, da trilha sonora não-autorizada de Júlio César e a Noite Passada.

  • Black Eyed Peas – My Humps
  • Charlie Feathers – That Certain Female (Kill Bill Vol 1)
  • Rammstein – Engel (The Big Nothing)
  • Akira Yamaoka – The Darkness That Lurks (Silent Hill 2)
  • Akira Yamaoka – Ordinary Vanity (Silent Hill 2)
  • Karl Jenkins – Sanctus (The Big Nothing)
  • Malcolm McLaren – About Her (Kill Bill Vol 2)
  • Mark Isham – Saint Christopher (Crash)
  • Akira Yamaoka – The Last Mariachi (Silent Hill 4: The Room)
  • Akira Yamaoka – Never Forgive Me, Never Forget Me (Silent Hill 3)
  • Local H Band – Bound To The Floor (The Big Nothing)

Um ano depois de o filme ter sido concluído e publicado, resolvi, por conta própria, trabalhar na editoração de um DVD com o material produzido. Acabou sendo minha primeira experiência com autoração mesmo, e até que me entendi bem com o DVD Architect. É bom que dá pra importar muitas coisas do Photoshop, customizar botões, menus – todas as animações de introdução foram feitas no After Effects -, música de fundo, legendas e uma porção de outras coisas. Até colocaria o projeto à disposição de quem quisesse estudá-lo, mas isso envolve fazer upload de um vídeo de 2,6Gb, processo no qual não estou nada interessado.

Clique no rascunho para ver o menu finalizado.

Como sempre, comecei os rascunhos no papel, antes de passar pro computador, seguindo fielmente as idéias originais, fato observável nos dois exemplos acima. Tive que descobrir um bocado de coisas também, tanto de After como de DVD Architect, em fóruns e tutoriais espalhados pela web. Ainda bem que tem bastante material de pesquisa.

Por fim, para arrematar o trabalho, fiz uma capa, numa linha bem simplista, e um label para o disco. Esse material, incluindo o DVD autorado, pode ser encontrado para download logo abaixo. A qualidade está bem reduzida em relação ao original, mas tive que fazer isso para conseguir disponibilizar tudo aqui. De brinde, um arquivo PSD de alta resolução com várias logomarcas e símbolos presentes em DVDs, para vocês poderem usá-los nas suas próprias criações e projetos.

Aviso Extra/Encarte
Capa do DVD
Label do DVD
DVD Autorado
Logomarcas e Símbolos para DVDs

Durante o desenvolvimento do projeto, refinamos um pouco e contamos com a ajuda de um grande amigo e fotógrafo, Vinícius Tupinambá, que nos emprestou suas habilidades e estúdio durante uma tarde de cliques com temática e personagens do filme. Essas imagens, todas em RAW, foram trabalhadas por mim e transformadas em pôsteres, banners, cartazes e arte do próprio disco.