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June 2014

Day-to-Day

Hungry Man

June 15, 2014

Então comecei a explorar o mercado de comida congelada canadense, afinal, minhas skills culinárias são baixas demais até pra fritar ovo. Enfim, com indicações da Carol, arrisquei essa tal de Hungry Man. Comi um rolê de frango ontem, e tava até bem bom (nada comparado com as coisas da May, though). Hoje, era uma carne, frango e molho barbecue. O cheiro e o gosto são até bons no começo, mas já to começando a ficar com raiva desse treco, porque tá na casa inteira, e eu já abri todas as janelas pra ver se sai.

Acho que vou voltar pra de frango, da foto abaixo. Um negócio desse custa $5.50, que tal?

Day-to-Day

Overworking.

June 15, 2014

Deixei uma garrafinha de água na geladeira ontem de noite e hoje de manhã mais da metade da água tava congelada. Acho que essa geladeira tá se esforçando pra mostrar serviço.

Day-to-Day

Be Prepared.

June 15, 2014

Relendo esse post, achei que ele tá um pouquinho arrogante, acho que não sei falar de mim mesmo. Enfim, se o tom estiver assim, não era esse o objetivo, e o aviso tá aqui no começo!

Hoodwinked! é uma animação bem pobrinha, de 2005 (que teve uma continuação em 2011, acabei de descobrir), um dos primeiros filmes a subverter contos de fadas no cinema – tendência cada vez mais forte nos tempos recentes – mas não muito marcante nem relevante. Tem seus pontos altos, e entre eles, a coisa mais divertida do filme, o bode Japeth, interpretado por um desconhecido, Benjy Gaither, que por conta de uma maldição, só pode falar cantando.

O videozinho tem a cena do filme, mas tá com a imagem espremida. Não consegui achar nenhum normal, e como pirataria é crime por aqui, resolvi não baixar e refazer o upload correto na minha conta. Sei lá, não quero ser deportado!

Mas, e o que diabos esse vídeo, filme, personagem e música tem a ver com esse post? Qual a relevância disso?

Bom, pra começar, ela se alinha muito com muitas coisas que penso, especialmente vivendo 18+ anos junto com meus pais. Uma breve explicação em duas partes. Primeira parte: meu pai vai ao shopping procurar uma armção para um óculos novo. Antes disso, ele já pesquisou preços e marcas na internet, e já definiu mais ou menos o que ele tá procurando, por quanto e pra quando. Visita TODAS as óticas do shopping, algumas mais de uma vez, em mais de um dia. Pergunta preços de tudo, todas as informações possíveis e imagináveis. Depois de tudo isso, não compra nenhuma. Passa alguns dias pensando, e avaliando com base em todos os dados coletados, compara com o que achou na internet, depois volta para a loja escolhida. Se ela já atendeu todos os pré-requisitos, ótimo. Senão, ele ainda vai negociar. E se não for do jeito que ele tá procurando, ele não compra, mas só porque ele tem o embasamento de saber o que procura, e que não é uma emergência.

Segunda parte: sempre que algo incerto está para acontecere, minha mãe costuma dizer “torça para acontecer o melhor, mas esteja preparado para o pior”. E isso foi algo que ela martelou muito pra mim. “Meu filho, na sua cabeça você vive num mundo perfeito, onde tudo vai dar certo como você tá pensando!”. E a gente discutia às vezes, ou eu ignorava o que ela tava falando, e eventualmente ela acertava. Eu tava preparado pra dar tudo certo, e chovia merda em todos os planos. Fazer audiovisual e trabalhar em muitos sets me fez valorizar cada vez mais essa linha de raciocínio de minha mãe. Ela envolve alguns preparativos que podem acabar não sendo usados (principalmente no sentido de carregar peso a mais), e um tanto de auto-conhecimento (como “quanto tempo eu consigo ficar sem beber água e continuar bem humorado” e coisas do tipo), mas no fim das contas, o esforço, comparado com os resultados, definitivamente vale a pena.

Morando sozinho, e beeeem distante de quem eu sei que pode me ajudar em QUALQUER emergência, é fundamental eu estar preparado. Planejando para um cenário onde a chegada no Canadá fosse a pior possível, sem ter onde ficar, sem ter como sacar dinheiro, num frio desgraçado, sem sinal de celular, sem pessoas conhecidas – o que, felizmente, não aconteceu -, fiz uma mala de mudança que pra muitos seria uma mala de fim de semana (60 x 25 x 45 cm, com menos de 15kg). Soquei lá dentro todas as segundas-peles que tinha em casa, que são fininhas, confortáveis e esquentam razoavelmente, meias e cuecas pra pelo menos duas semanas sem acesso a máquina de lavar, uma toalhinha de super-absorção (sério, isso é uma das coisas mais incríveis que já vi, em termos de portabilidade e praticidade), e algumas (três) opções de roupa para calor. Na parte de me conhecer, já sei que prefiro suar até desidratar do que passar frio, então, se tivesse calor e as roupas frescas acabassem, eu ia começar a usar as de segunda pele mesmo! E preferi socar tudo numa mala só do que duas para ter sempre uma mão livre. Em NY, ano passado, já foi difícil sobreviver no metrô com uma mala grande. Imagina se fossem duas…

Na bagagem de mão, todo o – mais reduzido possível – equipamento de câmera, dinheiros, passaportes e documentos variados, uma muda de roupa – pro caso de a mala extraviar -, o endereço da casa do Wyll (assim como anotações de caminhos para chegar lá), um mapinha da cidade e endereços e telefones de albergues e hotéis menos caros. Para o possível tédio da viagem, ou longos períodos de espera, gastei um pouco mais e comprei um Kindle (e-reader da Amazon), cuja bateria dura infinitamente, ao invés de carregar livros físicos, que são muito pesados e volumosos. Vim vestido no meu ÚNICO casaco, que é à prova d’água e esquenta como um forno, mas ocuparia muito espaço na mala, e não cabia na mochila. No vôo, usei como cobertor, e depois aguentei o calor um pouquinho. Pro sapato, costumo ter UM único tênis pra tudo, e o que eu tava usando em São Paulo já tava precisando trocar.

Comecei então uma caça a um sapato à prova d’água, seguindo a lógica de meu pai. Primeiro internet, pra encontrar marcas, ler reviews de pessoas, e fugir de coisas que só são pop, mas não funcionam de verdade. Na mesma lógica de estar preparado, queria um sapato à prova d’água, quente, confortável, que pudesse usar em longas caminhadas, se fosse preciso. Essa busca durou quase uma semana, e não achei o dito cujo em nenhuma loja de sapatos convencional, e sim numa loja de artigos para trilhas, aventuras no mato e tudo mais. Bom, se a parada aguenta a selva, uma cidade deve ser moleza, certo? Agora já dá pra afundar o pé quase todo na água e continuar sequinho por dentro (eu testei)! É uma bota/tênis Salomon que, felizmente, tava em promoção e saiu pela metade do preço, mas ainda assim foi carinho. Pelo lado positivo, ontem andei 10km com ela (literalmente), e não tava com o pé destruído ao chegar em casa.

Felizmente a viagem foi tranquila, e chegando aqui o Wyll tava esperando no aeroporto – ele fez uma cara de choque quando viu que aquela malinha era TODA a minha bagagem.

Nos primeiros dias, enquanto ainda não sabia – ao amanhecer – se ia fazer frio ou calor, saía com duas calças e duas camisas. Passei um bocado de calor, mas nunca frio (e isso é o que importa, porque passar calor não te faz pegar uma gripe)!

Uma das primeiras coisas que comprei por aqui foi uma mochila, um bocado mais discreta que a da Canon, para poder carregar o notebook, câmera, água e comida se necessário. Sempre saio com ela abastecida para pelo menos um dia inteiro fora de casa, duas garrafinhas de água e coisinhas comestíveis. É muito mais barato (e saudável!) carregar umas frutinhas e barras de cereais na saída de casa do que ficar comprando comidas loucas pela rua, não é mesmo? Os eletrônicos geralmente ficam em casa porque as aulas não começaram e não tô turistando muito. Tô mais explorando a cidade pra aprender as manhas da vida por aqui, afinal, tenho pelo menos mais um ano pela frente, e considero mais importante saber qual mercado é mais barato do que as obras em exposição na galeria de arte de Vancouver! Falando em mercado, uma das vantagens de carregar a mochila quase sempre vazia, é que dá pra entupí-la com as compras e continuar explorando a cidade sem um monte de sacolas e sem precisar voltar pra casa imediatamente.

Anyway, eu não sei porque queria escrever esse post, mas tá aí, e é isso aí. Dei uma reduzida no ritmo de escrita nesses dias, tava pesquisando coisas do apê definitivo – e logo mais temos novidades sobre esse assunto, em um post mais aventuresco e cheio de trapalhadas – espero que não muitas, na verdade!

Pra você que chegou ao fim do post e não achou nada legal, fica essa tipografia muitíssimo velha, mas muitíssimo divertida – tanto pelo clipe em si quanto pela música.

PS – CÉUS, A CADEIRA QUE EU TÔ USANDO AQUI É MUITO DURA! E tem uns parafusos que ficam apertando o pé quando tento cruzar as pernas! Preciso de algo mais confortável na minha casa!

Day-to-Day

Acordando Cedo.

June 11, 2014

Cometi o erro de tirar um cochilo às 20h. Acordei agora, 1h da manhã, absolutamente sem sono. Vou ver se escrevo um pouco, e depois tento voltar a dormir, porque deitar de novo agora tá impossível!

Day-to-Day

Dedos do Pé.

June 10, 2014

Acabei de perceber que tenho pouquíssima sensibilidade no mindinho do pé direito, e absolutamente não sinto nada na parte de cima do dedo do lado! Não sei o que isso significa, mas nunca tinha reparado antes. Será que é novidade?

Day-to-Day

Isco Shopping Spree.

June 10, 2014

E aí, depois de passar MESES vendendo lentes e mais lentes, com duas semanas em Vancouver eu já comprei mais dois Iscoramas, mas só porque o preço tava muito bom, para revender depois. Um deles é o Isco 54, tá em New York, e Lila vai pegar direto na mão do vendedor, pra mandar pra cá. O outro tá vindo da Polônia, e é um Isco Video Attachment, variação com as mesmas medidas do Iscorama 54, mas com stretch de 1.33x, ou seja, ele numa câmera 16:9 produz imagens 2.35:1, Cinemascope, nativas.

Acho que preciso começar a investigar aluguel dessas lentes enquanto tô por aqui. São raras, e estão em ótimo estado!


Isco 16:9 Video-Attachment I

Day-to-Day

Far Cry 3: Blood Dragon.

June 9, 2014

Esse post foi escrito em 11 de Maio de 2013, e modificado agora, para servir como review do jogo!

Não é segredo que quando você quer brincar com alguma coisa, é fundamental chutar o pau da barraca. Se você faz meio brincadeira, meio sério, vai ter gente achando que era pra ser sério e ficou uma bosta porque vai achar que as brincadeiras eram erros, e também vai ter gente achando que era pra ser engraçado, mas ficou chato porque era sério. Blood Dragon chuta o pau da barraca.

Lançado em Abril de 2013, praticamente seis meses depois de Far Cry 3, pela Ubisoft, o jogo compartilha a mesma engine (a física do mundo virtual) de Far Cry 3, mas muda radicalmente no visual, na trama, nas interpretações e na trilha. A descrição mais simples é “um jogo da década de 80, como deveriam ser os jogos da década de 80”. Afinal, trinta anos atrás a capacidade de processamento e de gráficos dos jogos é incomparável com o que temos hoje. Blood Dragon traz o pacote completo. Cenários escuros, muito neon brilhante, defeitos de VHS e animações em 8-bits. A mecânica é perfeita, coisas explodem, você tem armas ridiculamente poderosas (como um lançador-de-granadas-sniper-semi-automático), inimigos à lá Daft Punk e um super vilão.

A capa do jogo mistura cartazes de filmes da época, um grid à lá Tron, uma escolha de fonte quase idêntica à de Transformers. Ah, claro, e tons brilhantes como esse rosa!

Você entra na pele de Rex Colt, um Cybercommando Mark IV, soldado parte humano, parte robô, totalmente americano (parodiando Robocop), um verdadeiro herói, e o único capaz de salvar o mundo como o conhecemos – escombros pós guerra nuclear. O vilão é um Cybercommando desertor, Sloan, que deseja dominar o mundo, tendo sob seu comando a Omega Force, um exército de robôs humanóides. Sem resumo, você está em uma ilha, e vai fazer de tudo para derrotar o supervilão. Não existem twists, revelações bombásticas ou drama, e isso é maravilhoso. O roteiro, as falas, os nomes dos personagens, tudo é absurdamente absurdo (se é que essa frase existe). É um mash-up de filmes de ação sem cérebro, patriotismo e violência tão exagerado que ironiza o gênero. Praticamente tudo é uma referência a algo fora do jogo (especialmente filmes, atores, personagens e jogos da década de 80, como você pode conferir nessa lista incrível).

Em Blood Dragon, você não se estressa com nada. Na verdade, acho que ele veio para preencher uma lacuna de Far Cry 3: ação sem propósito. Muitas vezes você começa a jogar e não quer cumprir missões ou ajudar aldeões, quer só trocar uns tiros com uma galera, e que isso não seja a coisa mais fácil do seu dia. Blood Dragon faz isso de forma magnânima. By the way, o nome do jogo deriva dessas criaturas amigáveis da foto acima, que dominam a ilha onde os eventos acontecem. Eles perambulam sem rumo, e sentem a presença de estranhos pelo cheiro. Dessa forma, podem ser utilizados como aliados ou inimigos. Enquanto é fácil exterminar dezenas de soldados num combate mal planejado, enfrentar um Blood Dragon quase sempre é um desafio desesperador. Não é preciso estratégia na destruição (mas com um pouco de estratégia, as explosões podem ficar mais divertidas), e mesmo assim ela atinge níveis estratosféricos – perto do fim, você pilota um Blood Dragon com armadura cibernética que lança raios laser pelos olhos e atira com uma minigun laser nas costas, enquanto conversa com você e lança infinitas frases de efeito.

As frases de efeito são uma das melhores sacadas do jogo. Sério, o sujeito que escreveu o roteiro conseguiu realizar todos os seus sonhos. Todas, literalmente TODAS as falas do protagonista têm alguma pegadinha ou trocadilho infame, ou referências a filmes da década de 1980. As próprias descrições das missões são HILÁRIAS, e todas as deixas de patriotismo exagerado fazem você gargalhar em meio aos tiroteios. Tem até uma sequência de diálogos entre Rex Colt e a Dra. Darling (sim, esse é o sobrenome dela, com direito a “It’s ELIZABETH to you”, quando o vilão chama ela de Darling), em que eles se dedicam exclusivamente a criticar quem fala mal de jogos.

O jogo em si é bem curto – mesmo completando todas as side quests, destruindo a porra toda e caçando todos os itens colecionáveis eu terminei em menos de seis horas – mas depois que acaba continua na cabeça por um bom tempo, fazendo você rir só de lembrar de várias coisas. Originalidade como não via há muito tempo, no que diz respeito a paródias e sátiras!

A jogabilidade é a mesma de Far Cry 3, com os mesmos comandos e pré-requisitos técnicos, e isso é um ponto positivo, porque não há truques para ficar aprendendo, começando a jogar você já tem noção de tudo que pode fazer. Outra vantagem é que o jogo é standalone, ou seja, não precisa de Far Cry 3 instalado para rodar. Não é exatamente uma expansão, tá mais pra um ripoff mesmo. Os inimigos não são os mais inteligentes do mundo, mas quando começam a aparecer em quantidade a coisa pode ficar um pouco mais espinhosa, por isso exige alguma agilidade nos controles e raciocínio rápido nos tiroteios. Uma dica para maior entretenimento com trechos de ação é cumprir a missão principal quase até o fim, sem conquistar as bases Omega Force, porque aí qualquer passeio pela ilha pode virar um enorme tiroteio permeado de explosões. Convenhamos, se você começou a jogar Blood Dragon depois de ver o trailer abaixo, certamente não foi pela trama.

Sobre as armas, não são muitas, na verdade, são bem poucas e o jogador carrega quase todas elas ao mesmo tempo, diferente de Far Cry 3, que tem trocentas opções de arsenal. A graça é que cada arma tem uma animação própria para sacar, de um jeito que ninguém faria na realidade, só num filme de ação. Além disso, quase todas são referências – a pistola chama A.J.M 9, em referência a Alex J. Murphy, o Robocop, e tem seu design copiado do herói de ação. A escopeta, Galleria 19991, é um clone daquela usada pelo Exterminador do Futuro, filme lançado em 1991, e a lista segue. Diferente de Killzone: Shadow Fall, que se apega muito ao realismo de seu próprio universo, Blood Dragon tem muitos picos de diversão, e o simples ato de trocar de arma já te faz rir um pouquinho de tão “cool e absurdo” que aquilo parece.

Em termos de replay, a missão principal é bem fraca, mas quase não afeta o resto do jogo. E a destruição nunca vai ser igual – acho que já zerei umas três vezes, cada uma favorecendo um estilo de ataque -, e é isso que abre margem para jogar tudo de novo.

Nota: 9/10

Se você conseguiu sobreviver a toda essa minha rasgação de Seda e ainda tá curioso sobre o jogo, se liga nesse artigo do The Sun.