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January 2015

Day-to-Day

MidTerm 4 Presentation.

January 31, 2015

I started to write this post while waiting in the movie theater and noticed I was writing in english only three paragraphs in, so, it’s gonna be like that. Fuck worrying about it being written perfectly, I think we’re past that stage.

Before we get to the point of what I’m writing about, I want to blabber about what GOT me writing, so here we go:

We had to present our progress this Friday and I heard the thing I feared the most: “you should reshoot”. Yay.

At first I was devastated. It was crazy hard to get all of that together. When I say “all of that” I mean the timing within the shots, performance, camera movements, Vancouver’s crazy weather, natural lighting and artificial lighting combined (practical and non-diegetic), the schedule of both May and myself, help from friends at very inconvenient hours (after 11pm and before 8am), and so forth (I could go on this list for hours). During my brief depressed hours I sent a message to May about it, saying I had absolutely no idea of how to pull it off again.

There’s this thing about May that it’s very important to point here: whenever I’m in doubt regarding any kind of work or my own skills, she’s able to bring me back to my playful-arrogant “I know how to do it” character in just a couple sentences. She inspires me in the best possible ways.

So, there was I, lost during lunch break, sending a message to May. I really don’t know how she does it, but before the break was over, I was already coming up with strategies and new ideas about what I had to do. Since the weekend was totally off, I decided to get into research and lots of weird subjects started to come together, so here I am.

Just to be clear: I will reshoot. Hell, I’ll even make it harder, and this time it’s gonna work. It’s almost there already. In the meantime, planning, rehearsing and testing.

Day-to-Day

Chega de Filmar. Por Enquanto.

January 26, 2015

Nesse fim de semana rodamos os dois últimos reels da turma, Petar e Clem. Sábado começou bem promissor, com chuva que só a desgraça, locação longe pra carai, frio (não tanto), Blackmagic 4k alugada, carro, equipamento na lama – lama pra todo lado, na verdade – e por aí vai. Parecia que tava dando tudo errado, mas na verdade, foi bem sucesso. O material ficou incrivelmente bonito, e depois de toda a desgraceira e lamaçal, o Sol apareceu na hora mágica (leia-se: se pondo), pra alguns dos planos mais bonitos entre todos os reels. Claro, eu tava lá carregando equipamento, ajudando a fazer funcionar e tirando fotos entre takes. Algumas delas já estão na lista de minhas fotos favoritas de todos os tempos.

O Clem é a única pessoa no grupo – além de mim – que tem diálogo e som direto no filme, então tem uma pegada boa de narrativa – o menino é gênio, em resumo. O set foi exaustivo, pegamos muita neblina, chuva fina e depois Sol. Meu sapato tem lama pra um ano inteiro, mas vou esperar a chuva natural de Vancouver lavar tudo embora. Acho que foi o set com mais equipamento também, então, mais preocupação de não perder nada e manter tudo acessível pra emergências. Chega de lenga lenga, tomem aí as fotos.



Domingo eu acordei cedo e fui pra VFS, pra discutir o reel do Petar com ele antes de rodarmos, algumas horas à frente. Aproveitamos a ocasião pra recortar trackers e colar um monte de fio no braço do menino – numa geringonça construída pelo Nicko, quando a gente tava fazendo setas para a bike. O Petar usou as paradas como um indicador de segurança, na história, amarrado no pulso, bem divertido. A filmagem foi bem rápida, também com a Blackmagic. Comprovamos que os deuses de Vancouver gostam dos alunos da VFS, porque desde que a gente começou a filmar, parece que o inverno quebrou, e tivemos bastante Sol, e até calor. Só tivemos chuva de verdade em um dia, e no começo da filmagem do Clem. Hoje o Sol ainda tava rolando, e não vou reclamar!





Quando acabamos era perto de uma da tarde e voltei pra casa porque tinha uma quantidade ridícula de trabalho pra matar pra pre-presentation de hoje. Era tanta coisa que passei um tempão só pra conseguir me organizar e focar numa tarefa de cada vez. Um monte de coisa deu errado, tive que improvisar, acabei indo dormir duas da manhã. Hoje tava bem nervoso com a apresentação, porque não tinha a menor idéia do que esperar e tava bem inseguro com o que eu tava entregando porque o Domingo tinha rendido pouco. No fim das contas, foi sussa, o Brent gostou do que tinha, fez várias sugestões legais, que me deixaram mais tranquilo. É foda a sensação de não querer aprofundar muito o trabalho em um plano porque ele pode acabar caindo no meio do caminho. Acho que tô superando, só tenho que refilmar uma ceninha, e teve um comentário que eu tava antecipando, que foi uma vantagem do formato instagramico: tem duas cenas que contam a história. As outras só deixam melhor, mas se não der certo, dá pra derrubar completamente e focar nessas essenciais.

Bom, os planos já estão filmados e vou converter tudo pra poder liberar espaço no computador, que a coisa tá tensa! Da noite pro dia, tô ficando sem espaço!

Day-to-Day

Filmagens Continuam.

January 23, 2015

Nessa semana, filmamos mais, e ainda tem mais dois sets no fim de semana. Quarta saímos mais cedo da aula e pegamos o rumo de North Vancouver, Lynn Park como destino final. Éramos quatro – Clem, Petar, eu e Dani – para filmar os planos do reel da Dani. Fomos esperando chuva e frio. Chegamos lá, tava um Sol ridículo, água cristalina – na verdade, mais pra esmeraldina, de tão verde que era – e poucos turistas passeando.

Claro, antes de chegarmos na locação, perdemos o ponto de descer do ônibus, pedimos indicação pra uma mulher na rua e ela apontou o caminho mais escroto possível, passando por uma trilha completamente deserta, no meio do nada. No fim das contas, chegamos à locação e enquanto o Clem e a Dani rodavam os planos, aproveitando a beleza do Sol, eu e o Petar ficamos fazendo HDRIs e rodando planos subaquáticos com uma GoPro. Apesar do cansaço de carregar um monte de peso pra cima e pra baixo, foi um set bem tranquilo, sem correria e um ambiente muito refrescante em relação à nossa rotina de ficar sentado no computador.


Depois de um tempo o Sol se escondeu e a gente começou a sentir o frio de estar perto da água no meio de um parque, mas nada muito terrível. Meus milhares de casacos e luvas, além da diversão do set, foram suficientes pra evitar novos desastres. Voltamos bem a tempo para a aula da noite, onde recebemos comentários na versão atual do demo reel, e agora tenho uma quantidade ridícula de trabalho pra fazer no fim de semana, pra nossa Pre-Presentation de segunda feira.

Além de todas as coisas pra colocar no corte do reel, tínhamos dois “grandes” assignments pra finalizar e apresentar também. Aquele do greenscreen que apareceu no outro post, dos Petars no trem, e esse aqui embaixo, que é uma camera projection. O que isso significa é que eu tirei uma foto, normal, encontrei a posição exata da câmera dentro do Maya, pra encaixar perfeitametne com a realidade e construí um monte de cubos e cilindros que representassem os objetos da cena. Depois, usando essa câmera como um projetor, a gente lança a foto original por cima dos objetos e dá umas ajustadas (leia-se: alinhar a câmera e construir os objetos levou um dia, fazer as “ajustadas” levou dois) pra poder mexer a câmera mais livremente, como se não fosse uma imagem bidimensional, mas sim um ambiente completo 3d filmado.

Pirando completamente, aproveitei as imagens do greenscreen que tinha feito com o Fernão, pro Reel, e coloquei na tela dessa TV, assim como usei expressões matemáticas pra fazer as luzes de internet no modem piscarem com um ritmo plausível, ao invés de ficarem lá, acesas pra sempre. Tá aí o resultado:

Ah, uma última, nossa versão de como se coloca a logo dos canais pra aparecer na TV no lugar certo.

Anamorphic

Anamorphic on a Budget – Epilogue.

January 23, 2015

WHAT LIES AHEAD

So I decided to add a little something after the Conclusion and Bibliography for a couple reasons. First, it’s been a year since the article was originally written. During this year, a lot happened. SLR Magic’s Anamorphot came out, we got the Focus Module, 4K is becoming very popular, the GH4 allows people to shoot 4:3, the Rectilux are just around the corner, and so forth.

I’ve tried to follow how things are going, but there’s nothing like testing, and my budget is currently VERY low. I’ve moved from Brazil to Canada, running after a career in VFX, but cinematography and anamorphics are not forgotten. Over the following months I have some lenses to test and review (placed an order on a Rectilux and just a Kowa B&H from a friend), got an Isco 16:9 Video Attachment, that essentially is an Isco 54 with 1.33x stretch, FINALLY got an Iscorama 42 and most definitely will try something for the FM lens contest, so these might have their posts here anytime soon.

There are also some other more specific products that I’d like to try, out of curiosity, like Moondog Labs’ anamorphic adapter for iPhone, the tiny VM lens paired with something small on the BlackMagic Pocket Cinema Camera, the new Cinemorph filter, that goes on the back of the Sigma ART 18-35mm f/1.8 lens, as any oval adapter should, and, of course, the – not so new anymore – SLR Magic’s Anamorphot and Letus AnamorphX. I’ve seen test videos and read reviews, but they aren’t as deep as I wanted them to be. I know what to expect from each lens, but the exact details and feeling from them are not there. I mean, test videos are nice, but you can’t figure out how that would work in a real production workflow, what kinds of quirks and bonuses they have and how to benefit or get around them, this is not the kind of thing you get from a test video. Anyway, I’m getting off-topic.

I was able to find the SLR Anamorphot on a rental house nearby and might try going there during school’s break to test it out, but most of the other lenses are completely out of my reach and I’m not willing to spend any money to find the good and bad about them, write it down and then have the trouble of passing them along – as I did with over ten of my anamorphics before coming to Vancouver.

I’m also posting random small hints, tips and things I did during research that didn’t quite make into the final version of the essay on my Instagram, along with pretty pictures of the lenses we all love so much. I just went over how to convert a bayo mount Century into regular threads and adapt regular filters in front of it for less than $10, so it might interest some people.

Day-to-Day

Writogether – Apóie Essa Idéia.

January 23, 2015

Post propaganda? Bom, não exatamente.

O Writogether é um projeto iniciado pelo Ricardo Cestari, primo da May, que mora em São Bernardo. Depois faço um post falando da figura, mas é um camarada que respeito muito porque é o tipo de pessoa que falta no mundo, uma pessoa com opinião, mas não fechado em seu universo, e muito disposto a discutir sobre qualquer tema, e reconhecer quando/se estava errado no começo, e ver as coisas por outro ponto de vista. Isso por si só já seria suficiente pra eu apoiar o projeto, mas, vamos à idéia.

Júnior, me corrija se eu estiver errado aqui, ok? Hahaha! O Writogether é uma plataforma de criação colaborativa para ficção. Temos três tipos de contas, escritores, ilustradores e leitores. Seus papéis são óbvios, certo? Mas a parte mais legal é como tudo se relaciona. Sei lá, digamos que eu gosto de criar personagens, e só, não quero fazer histórias, só inventar um monte de personagens extremamente elaborados. Ok, eu posso fazer isso e ir registrando eles lá. Aí vem um sujeito que gosta de um (ou mais) desses personagens e resolve escrever uma história com eles, que tal? Ou então um que vai na linha de “uma imagem vale mais que mil palavras”, e gosta mesmo de retratar esses personagens, ou situações descritas nas histórias, beleza, fechado, pode fazer isso também!

Por que eu acho tudo isso foda? Porque antes de começar a me mudar direto, eu gostava muito de escrever histórias. No começo, ainda em São Paulo, escrevi algumas coisinhas, sempre curtas ou seriadas (essas fotozinhas aí do lado esquerdo do blog), porque não gosto da idéia de ficar guardando as coisas pra não terminar nunca. Se é pra ficar pela metade, pelo menos vai ter metade pra quem quiser ler. E ter feedback nesse processo, saber que tem gente lendo, e receber comentários, críticas e sugestões também afeta o andamento da história. Como não curtir uma idéia que é basicamente uma rede social pra pessoas que gostam disso?

Não vou dizer que parei de escrever histórias, só que ultimamente tenho estado bastante ocupado escrevendo a minha própria, e resumindo os capítulos aqui, na forma de posts nesse blog. Sinto falta de escrever – não que eu seja um puta escritor, mas eu gosto do processo! – e toda vez que tenho que elaborar um filminho, criar o roteiro é sempre o passo que mais me faz pensar, e amarrar as pontas, porque uma história ruim ou uma história mal contada não valem todo o esforço que vem a seguir.

Não vou nem entrar no mérito da leitura de ficção, porque quem lê sabe como é não conseguir desgrudar do livro até acabar, faltem 4 ou 400 páginas, tem hora que o bicho pega e aí já era. Adeus realidade, vamos descobrir como esses outros eventos se desenrolam nas páginas, redesenhados pela nossa criatividade pra imaginar as palavras em ações e imagens.

Enfim, acabei divagando um monte e não sei se vendi a idéia. Gosto da interatividade e colaboração – porra, meu TCC é “open source google docs” – e se tá sendo tocado por um cara firmeza como o Ricardo, tô entrando no barco pra ver quão longe ele vai me levar – trocadilho proposital aqui!

Ah, e fui eu que criei a id visual (esse banner aí no topo do post, e a foto de perfil no facebook), logo antes de começar o term, pra já dar uma ajuda no que estava ao meu alcance, e incentivar a idéia a ir pra frente. Atualmente o projeto tá no Catarse, dêem uma passada lá e colaborem, vai ser foda! O vídeo e as descrições também clarificam bastante desse monte de maluquice que eu falei aqui.

Catarse.me – Writogether

Day-to-Day

Fim de Semana de Filmagens.

January 20, 2015

Entre Sexta e Domingo, filmei quatro projetos de demo reel de pessoas diferentes – incluindo o meu – em locações totalmente diferentes, com estilos totalmente diferentes e diretores igualmente diferentes (“igualmente diferentes”? existe isso?). A sexta começou com aula, e depois cerimônia de graduação de uma turma (3D108). Depois, voltei pra retirar as toneladas de equipamento que eu tinha reservado pro meu set, e que ia usar partes nas filmagens dos outros também.

Eu e o Sean carregamos sacos de areia e prolongas pra casa dele, pra eu pegar no dia seguinte, e junto com o Petar, Pan, Clem e Bianca, carregamos dois kits de luz até o Seabus e fizemos a travessia para North Vancouver. De lá, pegamos uma carona com o primo do Pan, pra casa da tia dele, onde íamos rodar uns dez planinhos. A idéia é que fosse amanhecer, e já tava tudo escuro. Ah, o quarto era no porão, com uma janela que dava pra uma parede, com uma grade em cima, saindo pro quintal. Lá fomos nós, pendurar um refletor pela grade, pra luz rebatida entrar suave e funcionar como começo de dia. O Clem mandou muito bem na câmera, e os planos ficaram bem bonitos. Depois jantamos por lá, conversamos um bocado, desproduzimos e voltamos. Peguei um táxi de Waterfront pra casa, carregando todo o equipamento. Cheguei em casa umas 9h30 pm e tava acabado de cansaço.

De noite, dormi muito mal, preocupado com os meus planos, que ia rodar no Sábado de noite. Tenho a sensação de ter ficado metade da noite acordado, pensando nisso, em coisas que poderiam dar errado, e como resolvê-las pra nem dar chance de acontecer. No finzinho da manhã de Sábado, fui pra VFS, filmar com o Sean. Lá estavam a Rityka, Petar, Clem e Kaileene, que era a atriz do filme do Sean. No caminho pra escola, tive a idéia de adiantar uma etapa do meu projeto, aproveitando que a May já estaria com a gente pra fazer o photoscan dela na locação, então peguei o nosso greenscreen portátil pra carregar comigo. Enquanto o Sean imprimia autorizações de filmagem e as pessoas chegavam, o Petar dedicou vários minutos (e muitos metros de fita crepe verde) cobrindo a arma que seria usada nas filmagens, pra polícia não levar a gente em cana.

O dia foi bem nublado e escureceu cedo, mas conseguimos filmar tudo sem stress. Fui encontrar a May pra pegar o equipamento de som (estávamos filmando a duas quadras do campus dela), e depois reencontrar a equipe num café. Na saída, carregando uma porrada de equipamento, vejo meu ônibus passar. Saio correndo pra pegar o desgraçado e começo a contagem regressiva pra conseguir transportar tudo da escola pra casa usando um ticket só. Cheguei em casa, larguei tudo na sala e saí correndo pra pegar outro ônibus de volta pra escola. Pensei em avisar o vizinho, um papel falando que eram filmagens, pra ele não ficar alarmado com gritos. Por coincidência EXTREMA, encontrei o bróder DENTRO DO ÔNIBUS. Ele ficou super feliz que eu avisei. Da VFS, fomos para a casa do Sean buscar as coisas que tínhamos deixado por lá, e corri pra pegar o último ônibus de volta pra casa, carregando mais peso. Consegui não gastar mais bilhetes, mas foi por pouco: quando peguei o último ônibus tinha seis minutos pra usar o ticket!

Combinei com o Nicko pra vir aqui fazer som direto pra gente, o Petar veio dar uma mão em tudo que precisasse (ligar luzes, operar câmera, o que o plano pedisse). Começamos um pouco atrasados, mas acabamos antes do previsto, às 10h30 pm. Filmei em RAW, então foram toneladas de material. Lá pras tantas, ao invés de frio, a gente tava com calor. As luzes ligadas dentro do apartamento certamente colaboraram um bocado no processo. Tenho umas coisas de making of, e planos que deram errado que são ótimos pra compartilhar, mas preciso tratá-los primeiro, e tô com assignments mais urgentes pra fazer.

Acabamos de filmar de noite, e agora dependia do clima para ver se ia rodar no Domingo de manhã cedo ou não. Se estivesse chovendo ou com neblina, não ia rodar. Tinha deixado só alguns planos pendentes, que dependiam mesmo de luz natural, e de um horário muito específico de luz, entre 8 e 9 da manhã. Se eu tinha dormido mal de Sexta pra Sábado, acho que de Sábado pra Domingo eu só pisquei, preocupado com o que já tinha passado e com o que ainda tinha que fazer. Combinei com o Petar e o Nicko de chegarem por aqui às 7h20, e começamos a rodar pouco depois das 8h am. Aproveitando que o tempo tava BEM nublado, e a luz suave, levamos adiante o plano de fazer o photoscan da May em locação. Tinha uma caminhonete estacionada BEM NO MEIO de onde meu plano devia acontecer, mas deu pra contornar. Na verdade, se o plano der certo, esse carro vai ser um mega bônus em termos de coisas voadoras no final. Escaneamos ele também, por via das dúvidas.

Acabamos uns quarenta minutos atrasados em relação aos planos originais. A May tava liberada, mas pedi a ajuda do Petar pra fazer um photoscan do carro e HDRI da locação. Como eu tinha esquecido a 8-15mm em casa, voltamos acompanhando a May, e deixamos os equipamentos essenciais com o Nicko. Voltamos, torcemos pro carro ainda estar lá, e o estacionamento ainda estar vazio. Tudo certo. Chamamos o Nicko, ele desce sem os equipamentos, esqueceu em casa. Subimos com ele. Descemos, e tem um carro gigante, branco, estacionado na vaga mais importante pra gente tirar nossas fotos. PUTA QUE PARIU, SÉRIO?! VAI ME SACANEAR AGORA?!

Ficamos um pouco desesperados, consideramos escanear os dois carros e tentar separar depois, limpar o HDRI no Photoshop, escanear metade do carro e espelhar, várias loucuras. Depois de cinco minutos de crise, o dono do carro branco aparece, entra em sua SUV e vai embora. I-NA-CRE-DI-TÁ-VEL. Literalmente dou pulos de alegria. Enquanto o Petar se prepara pro photoscan, vou pro meio da rua fazer o HDRI (uma série de fotos no tripé, girando ao redor de um mesmo ponto). Ligo a câmera, tiro a primeira sequência (de seis), e começa a passar um monte de gente e um monte de carro. Fico indignado, desisto. O Petar tá no telefone. Espero ele terminar, e a rua fica deserta assim que tiro o tripé de lá. Volto pra tentar de novo, CARROS PACARAI! Tá me sacaneando, cidade dos infernos?! Dessa vez eu não arredo pé e todo mundo some em poucos segundos. Faço as fotos em tempo recorde. Depois disso, ainda vimos vários carros desistindo de entrar na rua porque a gente tava filmando/fotografando. Fiquei feliz com esse respeito (ou medo?) do trabalho alheio. Escaneamos o carro, são dez pras 11 da manhã.

O Nicko tá emprestando uns leds e circuitos pro Petar usar no reel dele, então subimos pra dar uma olhada nisso. Saímos, tô quase atrasado pra encontrar com a Rityka, pro reel dela. Passo em casa, pego o shoulder, câmera, baterias e lentes, descarrego o cartão e volto pra entregar as fotos dos scans pro Petar tentar processar qualquer coisa – a gente tava sem muita fé, achando que tava subexposto, e a May tava com roupas escuras, que também pioram os resultados. Enfim, entre ter chance de dar meio certo, e não ter nada, por não ter feito, escolhi ter chance. O Petar tá indo pro mesmo lado que eu, e vamos conversando até Waterfront.

Lá encontro com a Rityka e o Sean, pra ir pro Stanley Park filmar. Também tinha combinado com o Lucas Campos (AV12), que tá por aqui, de ir com a gente, pra conversar, e ver um set muito tranquilo. Pegamos o ônibus e a locação era DO LADO do ponto final, então nada de carregar peso até o meio do mato, ou congelar em Surrey. Fiquei muito feliz com isso! Armamos nossa bagunça e começamos a rodar. Acabamos relativamente rápido e os planos ficaram bem bonitos. O Lucas fez um monte de making of com a T3i da escola e me deu uma puta ajuda num plano de foco impossível, então tô devendo uma pro rapaz. Depois que terminamos, o Sean e a Rityka foram pegar o ônibus de volta pra escola e eu e o Lucas voltamos andando, carregando equipamento.


Conseguimos a proeza de andar vinte minutos na direção errada, e quase não achamos a saída do Stanley Park. No fim, saímos do lado oposto ao planejado, e tivemos que andar mais uma porrada até chegar na Davie de novo. Já tô sabendo de todas as últimas histórias do AV, rolês, tretas, greves, exercícios e professores. Sentamos pra conversar num restaurante japonês e é aí que o Lucas me conta que o Scavone (aka o orientador do meu TCC) usou meu TCC como base pro trabalho final de Imagem 4. EU NÃO SABIA DISSO! Fiquei muito curioso pra ler as análises da galera, e vou mandar um email pro Scavone, pedindo, de curiosidade mesmo. Isso é uma experiência nova, de ler o que alguém escreveu sobre algo que eu escrevi – e que não é só um comentário breve, e sim uma análise de algum ponto em particular do trabalho.

O apê onde ele tá ficando é no caminho pra minha casa, então nos separamos por lá e voltei pra cá com o resto das tralhas. Aí começou aquela parte do set que todo mundo adora, que é a desprodução. Como fui fazendo tudo correndo, a casa tava uma zona total. Aquela sensação imbatível de usar sua casa como base de produção, sabe? Refletores e tripé pra todo lado, cabos fazendo armadilhas pros distraídos, malas e mais malas escondidas atrás de todas as portas, greenscreen do lado da pia do banheiro, uma beleza. Quando acabei de fechar e conferir tudo já eram umas 7h30 pm e sentei no computador pra terminar de converter meus arquivos.

A May chegou mais ou menos nesse horário, e eu tava aqui na dúvida se tava morto de cansaço ou ficando doente, sendo que as duas coisas tinham probabilidades bem parecidas, com base no que eu tava sentindo. Às 8h30 eu era um zumbi na frente da tela, esperando a conversão terminar pra poder colocar tudo no HD externo pra levar pra escola na Segunda. Ainda fiquei mais umas horas acordado pra dar coragem pra May fazer os projetos dela, e morri assim que meu corpo atingiu a posição horizontal. Segunda feira eu acordei bem, melhor que o normal, então descartei a chance de estar doente. Era só cansaço mesmo. Meus músculos estavam todos doendo, tipo depois de malhar. Sensação terrível. Fazia muito tempo que não carregava tanto peso, andava, e me preocupava tanto, especialmente num intervalo de tempo tão curto.

De manhã, dei uma geral nos arquivos e comecei a montar o curtinha. Não consegui terminar a tempo da aula, mas já recebi meus objetivos para a apresentação da semana que vem. Nesse processo também descobri que tinha dois mega assignments pra fazer e entregar no mesmo dia, e que eu não tinha nem começado! Um de greenscreen, que a gente filmou no estúdio – e conseguiu derrubar o quadro de luz do porão da VFS – e foi meio gambiarra, porque eu tava de diretor – e vocês bem sabem como eu adoro dirigir qualquer coisa que não seja um carro. Cheguei em casa às 5h30 pm e comecei esse diabo de assignment. Quando a May chegou, 10h30 pm, eu tava acabando de acabar. Hoje de manhã gastei mais umas duas horinhas pra fazer os breakdowns exigidos e estou livre desse.

O segundo assignment é um rolê de camera projection. Não sei nem se tenho exemplos pra mostrar, mas comecei logo depois do greenscreen, usando uma foto daqui do apartamento mesmo, e acho que tá indo bem. Se eu conseguir fazer mais da metade hoje, já é lucro. Ainda tenho que terminar de editar o reel!

Bom, chega de escrever, que há muito pra fazer

Day-to-Day

Sobre Permissões de Filmagem.

January 15, 2015

Filmei na rua muitas vezes no Brasil. A maioria delas era guerrilha total, sem autorização, se ninguém reclamar, tá valendo, escondendo a câmera, com medo de ladrão, de polícia, de segurança, de gente olhando torto, muitas vezes abrindo mão de planos importantes ou com planos caindo porque a gente tinha sido expulso dos lugares. Esse era meu maior medo durante a produção do Zona SSP.

Às vezes – muito raramente – a gente conseguia autorização pra filmar, e mesmo assim era uma zona, não podia atrapalhar o trânsito, tinha que lidar com gente escrota na rua, gente que passa gritando no carro, dando tchau pra câmera, ter que explicar pra polícia que a gente tem autorização pra filmar – isso aconteceu mais de uma vez -, se proteger de caminhão pegando fogo, essas coisas. Quando não era isso, a autorização era negada e aí já era até os métodos de guerrilha, a saída era arrumar outra locação mesmo, o que quase sempre era prejuízo.

Aí cheguei aqui em Vancouver com o mesmo pensamento sobre filmagens pro demo reel. Ser discreto, entrar e sair rápido, equipe pequena, se ninguém reclamar tá valendo, e por aí vai. A escola recomenda que a gente peça autorização pra filmar em qualquer lugar. Se a gente não fornecer as autorizações e contratos, eles não podem divulgar nosso projeto final e ajudar a conseguir trabalho. Fui me preparando pra ter que mudar de locação, pra ter que abrir mão da divulgação da escola, pra passar stress com burocracia, ligar pra fulano, encontrar sicrano, explicar dez vezes o filme, garantir que não ia importunar ninguém enquanto filmava, essas coisas que a gente sempre promete quando tá pedindo autorização pra qualquer coisa.

Pra filmar aqui no apartamento, precisava da autorização da administração do prédio. Menos mal, a garagem ia precisar também, então pelo menos é um papel só. Esperava que fossem me encher o saco, pedi ajuda pro Wyll, que tem os contatos com a mulher da administração. Deixei o papel preenchido com ele na Quinta passada, à noite. Explicava o que eram as cenas que eu ia rodar, a data, e o tempo que eu ia levar. Sexta de manhã o Wyll me fala que o papel já tá com ele, assinado, e a manager ainda ofereceu ajuda, se algo der errado. Uau, impressionante, por essa eu não esperava.

Passo 2, tenho uma sequência que se passa num beco entre duas ruas movimentadas. Precisava da autorização do film office – órgão da prefeitura. O formulário tem quatro páginas pra você detalhar uma pá de coisas que – claro – podem estar erradas também e alguém vai implicar no processo. Mandei o pedido na Sexta feira, 9 da manhã. Não era uma da tarde quando chega a autorização, uma mensagem super meiga e um sonoro “boa sorte!” com smilezinho no final e tudo.

Tem certas coisas que a diferença entre Vancouver e Brasil é grande (porque tive esses problemas filmando em várias cidades e estados), mas essa foi DE LONGE a que mais me surpreendeu até agora. Só me resta torcer pra não ter neblina no Domingo, e aí vai ser tudo lindo e maravilhoso. Torçam aí também!