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June 2015

Day-to-Day

Super Heróis?

June 28, 2015

Ao longo desse último ano, além de me foder na VFS, fui chegando a uma conclusão inconsciente sobre minha opinião em relação a filmes com super poderes. Não vejo diversão em personagens que “são mais” que a realidade nos permite. Acho que a vida fica muito fácil, mesmo tendo vilões absurdos e destruição extraordinária. O primeiro super herói que eu achei incrivelmente chato foi o Superman. O sujeito pode fazer qualquer coisa, qual o desafio de viver, quando você pode voar, tem força sobrehumana, olhos de laser, visão de raio-x e só faz o bem. O que quer que ele decida fazer de vida, não há desafio, usando seus superpoderes, ele passa a ser o melhor do mundo com facilidade. A frase “ele tentou fazer TAL COISA e não conseguiu” não tem sentido para ele!

Com um pouco de criatividade – não muito – essa afirmação se aplica a todo e qualquer personagem que excede a capacidade humana natural. Thor, semi-deus, Homem de Ferro e Batman, dinheiro e tecnologia infinitos. Hulk, destruição sem precedentes. Wolverine, indestrutível, Mística, vira qualquer um, Magneto, não vou nem discutir. Todos eles sofrem desse mesmo mal.

Talvez o problema não esteja neles, e sim em mim! Eu que ando desinteressado por vidas sem desafios plausíveis e interessado até demais em vidas com desafios maiores que os personagens. Uso como exemplo qualquer cenário pós-apocalíptico, onde além de todos os desafios propostos pela narrativa em si, os personagens tem um mundo onde sua simples sobrevivência é mais complicada do que a nossa. Ou do que a minha, sei lá. É difícil achar comida ou água, o clima é hostil, o terreno é hostil, sociedades são instáveis e, mais importante que tudo isso, os personagens são meros humanos como eu e você. A única coisa “super” que eles podem vir a ter é uma super-força de vontade; é tipo viver a vida no modo ultra-hardcore, onde cada dia representa uma chance considerável de game over.

O mais engraçado é que só fui percebendo essa escolha/preferência por conta de conversas com meus colegas de escola, que amam super heróis. Primeiro percebi que todas as séries que assisto tem personagens mundanos. Pior, toda vez que tentei ver uma com super poderes, achei terrivelmente chata, porque o super-personagem parece super burro, fracassando onde o sucesso é certo. Isso e uma grande tendência pro maniqueísmo destroem a experiência pra mim. Acho tudo aquilo sem propósito. Depois, passei pros filmes. Acho que vi todos os filmes de super-heróis que saíram até agora, mas não tenho nenhum amor por qualquer um deles em particular. Por fim, nem meus livros tem super poderes! São pessoas comuns resolvendo problemas para os quais elas não estão preparadas para lidar, problemas que nenhum de nós está preparado para lidar, em nenhuma instância, e isso é incrível porque cada escolha traz grandes consequências, e muitas vezes, todas as opções são terríveis, restando apenas escolher a menos-pior. Acho que isso é muito real, onde determinadas situações não tem uma saída perfeita, e sim uma opção menos-ruim em comparação com as outras.

– Perdi a linha de raciocínio. Comecei a tomar um remédio ontem e por consequência disso, dormi dezesseis horas hoje. Pensar e escrever é um exercício extremo! Tem horas que não tem solução boa, nem garantia de caminho certo. Vamos ver no que vai dar, sem super-poderes mesmo!

Day-to-Day

Limbo.

June 28, 2015

or “An ‘Annihilation’ inspired short story”.

He blinked and saw himself in his old life. He blinked again so it would go away and he could return to whatever he was doing at the time. Let’s just say it didn’t work. He was still there, in that same old green-blueish lit supermarket he went twice or three times a week, walking pointlessly across the aisles looking for bread. Then another thought hit him: if he had just arrived, how could he possibly know he was looking for bread? While this mental conversation developed, he strolled to one of the store’s corners where, he knew, the bread would be. I guess his old memories were taking over.

It was a Saturday evening, slightly after sundown. The supermarket was almost empty, with some other customers walking up and down and grabbing their groceries. None of them bothered with him. The blue-green soft and contrastless tone of the lighting striked him as timeless, as if the world had stopped but that place kept on living a loop. He felt trapped, and not in a bad way. That was comfortable. It was familiar. He’d been there so many times – countless, really – over the years that it had a prickle of home. He stared at the several shelves filled with many types and brands of bread. Which one was the most suitable to the occasion? But then again, what occasion? I couldn’t decide between 7-Grain or Raisins and Cinnamon. He took both. His shopping cart was at the other side of the store. No, it wasn’t that big actually, but the space felt endless in that first blink, like he’d walked for hours to cover the first half of the way.

I stared down at the cart and an inner voice said to take just the 7-Grain because he already had plenty of sweet-tasting food there. Apple and Cinnamon, I mean, Raisins and Cinnamon looked so good he could almost taste it. “Well, whatever. I’m only staying for two days, it’s not like I’ll eat two packs of bread”. With a grunt, he pushed the cart about halfway to the bread shelves and left it there while he returned those supposedly delicious and soft loaves to their original place. Upon returning he noticed his cart had filled up with stuff I didn’t remember getting. Even more oddly, all of the new products fit my restrictive diet and came from several different aisles, as if there was someone else there with him.

The idea of having some company made him remember he didn’t use to come here alone. Actually, he almost never came here by himself. This filled me with a sort-of-new-sort-of-old warm and joyful feeling of not-being-alone in a distant past, almost like another life. I saw blurry shapes moving around the aisles, coming from my memory. But there was no one there with him like there used to be. It was just him and his half-filled, diet-specific, short-lived shopping cart.

Even as he walked to the checkout I felt like that experience would start over as soon as I crossed the double glass doors to the street outside. As soon as he blinked, I’d be there again, in that corridor, looking for bread and knowing the supermarket as the palm of my hands – which is a bizarre metaphor, for I don’t know the palm of my hands so well. Fortunately (?) that didn’t happen when he walked out the door. It was like tapping into a mix of memories and current time, nostalgia and reality clashing in an epic battle across a familiar supermarket’s aisles, which was over as soon as he crossed the double glass doors. I was still with my parents, walking home and preparing for another journey.

Day-to-Day

Palavras, Me Levem Para Bem Longe.

June 28, 2015

Eu sempre gostei de ler. Diz minha mãe que eu aprendi a ler antes do normal, mas o que isso implica? Saber ler não significa gostar de ler. Na verdade, tem muita coisa que eu não consigo avançar – os textos de audiovisual que o digam. Acho que acabei exagerando na minhha afirmação inicial. Eu gosto mesmo é de ficção. Quando era criança, li todos os Harry Potter no dia em que saíram – exceto o primeiro, que minha mãe comprou na livraria quase aleatoriamente, sem saber da febre que isso viraria – era a primeira edição em português, ainda com a fonte diferente da franquia. Quando eu falo que li no DIA em que saíram, isso tem sentido literal, inclusive pros gigantescos quinto, sexto e sétimo volumes, que virei a noite sem desgrudar dos livros.

Tinha algumas regras, porém, que era esperar pelo lançamento em português e não ler na internet – nunca me dei bem lendo no computador, mas chegaremos a isso mais adiante. Boa parte do prazer da leitura estava em passar as páginas e ver a razão entre páginas futuras e passadas ir diminuindo até acabar o livro.

Minha mãe é psicóloga, e sempre teve consultório dividindo um espaço – comumente chamado de “clínica”, constituído por uma casa ou, atualmente, um andar – com outras colegas. Uma dessas é Tânia, e lembro de muitas festas e comemorações (São João, principalmente) da clínica que aconteceram na casa de Tânia. Como vocês devem saber de outros posts, eu não sou lá a pessoa mais social e festeira que há e gostava de me isolar, nessas comemorações. Agora vou entrar em memórias muito distantes, que podem não corresponder à realidade. Lembro de um quarto da casa com uma grande estante de livros, um tapete e almofadas, que servia tipo um escritório, que não era considerado parte do “ambiente festivo” da casa. Era pra lá que eu ia e passava boa parte do tempo. Esse parênteses todo se amarra com a leitura porque, pra não ficar lá ocioso, os donos da casa – Tânia e Marco Paulo – me indicavam livros que eu começava a ler por lá, e levava pra casa pra terminar.

Algumas dessas indicações moldaram – apresentaram? revelaram? – meu gosto pela ficção. Não eram livros desconhecidos. Eram clássicos, sobre os quais um grande hype seria levantado nos anos seguintes. Pra citar alguns, temos “O Hobbit”, temos “O Senhor dos Anéis”, na primeira edição em português, onde a divisão da história se dava em SEIS livros, ao invés dos três originais – tudo isso muito antes de se começar a pensar nos filmes de Peter Jackson. Foi mais ou menos na mesma época que comecei a jogar RPG, e é difícil abaixar um livro que conta uma história tão épica quanto nossas aventuras imaginárias. Depois teve “O Jogo do Exterminador” (“Ender’s Game”, no original), também parte de uma série, por Orson Scott Card, combinando crianças como protagonistas, guerras, ficção científica da melhor qualidade, e questões filosóficas incríveis. Aqui começava uma nova tendência, que só ia se aprofundar anos à frente. O primeiro e o segundo livro estavam em português, mas o terceiro volume não tinha sido traduzido até então, e minha curiosidade era tanta que peguei emprestado em inglês mesmo – esse aqui eu demorei de ler, MUITO, mas consegui.

Lembro de longas tardes e noites mergulhado nessas jornadas e seus desafios, sem sentir meu tempo passando, lembro de ficar estupefato toda vez que chegava ao fim de um dos livros, mal esperando pela oportunidade de devolvê-lo e pegar o próximo. Lembro de deitar ao lado da janela para que o Sol me esquentasse e iluminasse as páginas, já velhas e amarelas, de um papel poroso e áspero que produzia atrito com as mãos.

Depois, no meio/fim de minha adolescência, fiquei viciado em crônicas. Luis Fernando Veríssimo, para ser mais exato. Li os livros repetidas vezes, e acho que ainda lembro de muitas das minhas favoritas. Aí chegou o vestibular e boa parte de minha leitura passou pra estudar assuntos aleatórios e matar a lista de literatura obrigatória para as provas. Das listas todas (Fuvest, UFBA e UFF), só gostei de alguns livros. Nenhum deles era muito meu gênero, nenhum deles era deliberadamente fantasia, com mundos totalmente originais, mas sim muito mais pautados em cidades ou estados brasileiros, em épocas passadas.

Passado o vestibular, me afastei de livros, de maneira geral, sem perceber direito. Perto da viagem para o Canadá, porém, comecei a ficar preocupado avaliando entre levar ou não-levar os livros que temos aqui em São Paulo, ou ter entretenimento para todas as horas de vôo. Foi aí que resolvi comprar um Kindle. A praticidade do aparato, somada à textura e visibilidade do e-paper me encantaram, e ao abastecer a memória do bicho fui reencontrando essas histórias há muito esquecidas e explorando seus universos com novos olhos, preparados para ver mais fundo do que a história em si, e encontrando significados nas entrelinhas, ou capaz de apreciar melhor as decisões difíceis tomadas pelos personagens. Nenhum deles me decepcionou. Digo isso porque é muito comum com filmes. Tem aqueles que a gente viu no passado, e tem lembrança de como é um puta filme. Reassistindo, anos depois, acabamos por descobrir que não era tão incrível assim, que não era nem um bom filme, na verdade! Então, se nenhum dos livros me decepcionou na segunda leitura, é porque eram bons mesmo!

Alguns livros depois essa fase passou e o Kindle ficou abandonado numa prateleira em Vancouver. Perto desse retorno para o Brasil, desenterrei o menino, recarreguei, e coloquei umas coisas novas nele. O resultado desse revival é que nesse último mês eu li dez livros. Fui atrás de novas histórias, sem indicações dessa vez, e achei tanto coisas que eram divertidas mas rasas, e outros que apesar de não baterem com meu gosto natural acabaram impressionando e não foram totalmente processados – ainda não entendi porque gostei tanto. Curiosamente, nessa mesma época, reencontrei com Tânia algumas vezes para sessões de bioenergética e a base desse post começou a se formar em minha cabeça.

Só não consegui escrever antes porque tava viciado nos livros e terminando mais um!
Ler muito me dá uma puta vontade de escrever. Se preparem.

Acabei fugindo – sem querer – do cliché – mas nem por isso menos real – de ser transportado para outros mundos e viver aventuras impossíveis, porque todo e qualquer texto que fala de leitura acaba enveredando por esse caminho. Falei muito mais de mim, e da minha relação com os livros. Curioso. Ok, chega de auto-análise.

Anamorphic

Anamorphic Lens-yclopedia – Change In Rules.

June 26, 2015

Today I woke up to find someone had moved ALL the files for the anamorphic lenses away from the original folder they were supposed to be in. I had to manually get them back, one by one, in a slow and boring process that shouldn’t be necessary at all. I don’t mind users altering the files as long as they can be easily found. This last change (by uk s user) did the exact opposite of that, turning the files accessible only to those who had direct links to each one of them. It might’ve been an accident, or not his intention, but there were consequences and this is the best I could do about it.

The reason I had all the files open to editing by any user who wanted to do so was to encourage a sense of society, that everyone could put in their information regarding the lenses and add lenses to the collection. Unfortunately, due to this last episode (which isn’t the first one, by the way), I felt a need to change the permissions for all the files so only selected users can edit them. If you already requested permission to edit in the past, you’re fine, that hasn’t changed. New users will have to request permission though, so I can keep track of who’s changing what. This time I couldn’t even find the email of the person who moved the files, nor to WHERE they were moved. Fortunately I was still the owner and could bring them back.

As everything I did so far regarding anamorphics, the Lens-yclopedia is a free resource with a key goal of simplifying the access to information about individual lenses. As a shot at an encyclopedia, it has clear standards of what kind of information it stores, but that’s a pretty wide scope (pun intended), with fields that can be filled with personal experiences.

Anyway, the Anamorphic Lens-yclopedia is back, and if you feel like adding information to it, do not hesitate and request editing permission through Google Drive.

Day-to-Day

Whiplash, Tove Lo, Distância e um receio dos infernos.

June 23, 2015

Esse post era pra ser sobre só um desses temas, já tá nos rascunhos há mil anos, mas tive que mudar. Hoje foi um dia estranho, e fiquei com vontade de escrever, então vamos como diz a canção: “foda-se, foda-se foda-se”.

Não sei se era meu estado de espírito, mas hoje me pareceu o primeiro dia verdadeiramente cinzento desde que cheguei em Salvador, exatamente um mês atrás. O dia meio que passou por mim, e não o contrário, como é normalmente. Ficamos em casa, eu, meu pai e minha mãe, aproveitando um São João em isolamento social, vendo filmes. Começamos por Guardians of the Galaxy, que achei beeeem mais fraco do que quando vi no cinema, e depois fomos pra Whiplash.

A primeira vez que vi Whiplash, alguns meses atrás, eu tinha achado foda. Pelo lado positivo (?), não tinha me identificado com o protagonista, na loucura dele de ser um dos melhores, de dormir do lado da bateria, terminar com a menina porque na cabeça dele ela ia mais atrapalhar do que ajudar no caminho dele, praticar o tempo todo. Dessa vez, fui vendo analogias mil entre o pobre Andrew e atitudes minhas que tanto comentei logo que cheguei de volta por aqui. De não conseguir desligar, de não tirar o trabalho da cabeça, de dedicar todo o meu tempo a desenvolver meus projetos e idéias, de ligar um “foda-se” pra todo e qualquer outro campo da minha vida, sem sequer perceber – eu sei que tenho falado isso pra caralho por aqui, mas é uma coisa que eu ainda não sinto que resolveu. Alguma hora eu vou parar de falar sobre o assunto, mas até lá vocês vão ter que me aguentar. A grande diferença é que pra mim o Terence Fletcher não é uma pessoa externa, um professor, um colega, um ídolo, e sim uma parte de mim mesmo, que insiste que o que tá na tela ainda não é bom o suficiente, e que eu posso fazer melhor, e melhor. Não que eu esteja pensando ou sentindo isso AGORA, mas só perceber essa conexão já é meio assustador.

Moving on… segundo assunto, Tove Lo. Esse era o tema original do post. Descobri essa menina na minha fase de Songza, quando eu já tinha enchido o saco de todas as músicas que moram no meu computador, e queria ouvir coisas novas e aleatórias. Ela apareceu numa playlist de blogged-out pop, com essa música aqui embaixo. Nunca vi o clipe, mas pela letra, imagino que seja pelo menos um pouco gráfico.

Bom, logo depois que eu descobri essa música, eu fiquei viciado nela. Quando eu começo a ouvir uma música em loop, acho que as primeiras cem vezes eu só tô na melodia, na batida, na parte que gruda. Depois é que eu começo a prestar atenção na letra mesmo, eu geralmente pego só uns trechinhos e é isso aí. No meu vício, fui atrás do disco completo (Queen of the Clouds) e ouvi loucamente durante aqueles cinco dias onde trabalhei feito um condenado no pOrtal, porque me dava um pique pra trabalhar surreal, que eu não conseguia entender. Quase no fim do processo, enquanto fazia a rotoscopia da porta – um serviço mecânico e repetitivo, que não exige nenhum raciocínio, só ir passando os frames e ajustando alguns pontos – resolvi começar a prestar atenção nas letras. A produtividade continuava alta, mas as letras falam de relacionamentos muito desajustados/feridos, e pra variar fui me identificando com coisas ali presentes – vamos ressaltar aqui que dependendo do momento, eu me identifico com coisas que muitas vezes não fazem sentido nenhum – de forma que meu pique pra trabalhar continuava alto, mas meu estado de espírito e humor iam afundando vertiginosamente.

Depois fui percebendo que as letras não falavam necessariamente de coisas que eu me sentia parte AGORA, e sim de coisas que eu carrego comigo desde cedo na minha vida amorosa (?), de histórias que ouvi, experiências e situações vividas, crises, términos, começos e complicações diversas, por isso que ecoava tanto dentro de mim, cada uma delas um espinho na estrada de 2005 até hoje. Algumas letras confirmando situações passadas, outras indicando possibilidades por vir, ou apontando em direções que eu definitivamente não quero seguir, mas muitas vezes não vejo saída. Tá confuso pra caralho porque tá vago o suficiente pra ser incompreensível, né? Bom, foda-se! hehe! Abrir meus relacionamentos nesse blog ainda não é algo que eu pretendo fazer, então pulem uns pedaços do texto ou leiam as letras da menina e fiquem teorizando em cima de quê eu tô falando.

Enfim, pra fechar o assunto, agora eu tenho um drama toda vez que cogito ouvir o disco: a euforia da batida e melodia vai superar o deslizamento de estado de espírito? O segundo efeito tende a durar mais, mas se eu começar a desistir de músicas que me dão sensações estranhas, minhas playlists vão ficar muito restritas!

Passando pro terceiro e quarto assuntos, que são um duo.

Estar um mês longe de Vancouver certamente trouxe muita coisa boa. Eu pude ir em médicos, fazer não-sei-quantos tipos de terapia e tratamentos pontuais, comer comida de casa, começar a ganhar peso, pensar PRA CARALHO na vida, esfriar a cabeça, ver os problemas com alguma distância, entender muita coisa sobre mim, trabalhar muito em aspectos da minha personalidade que eu sempre negligenciei – fundamentalmente a minha distância mesmo de quem é próximo, não demonstrar o valor que as pessoas ao meu redor tem, investir nas amizades, essas coisas – e pensar que “amanhã eu também não vou ter que encarar os problemas de frente”.

Aí entramos na última semana de Bahia e a sensação de ter que encarar as coisas de volta em Vancouver é boa e ruim. Na verdade, é animadora e assustadora. Depende puramente de como eu imagino os resultados. Animadora porque agora parece que dá pra começar a mudar, pra melhor, e conseguir tudo – ou pelo menos boa parte – do que eu sonhava quando fomos pro Canadá, ano passado. Assustadora porque as mudanças podem não ser no caminho que eu realmente desejo que elas sejam. Sempre tem uma solução que funciona, mas é foda. O lado pessimista anda ganhando. É difícil se acostumar com a idéia de voltar pra um cenário onde a vida tava complicada ao ponto de eu ter que fugir, literalmente, por um mês. Mesmo sentindo as mudanças desse tempo no meu dia-a-dia aqui, não é fácil me convencer que toda a melhora vai se manter, ao invés de descer pelo ralo de volta ao cenário anterior – uma merda – e acreditar que a gente vai conseguir resolver tudo. Eu tô disposto a lutar, meu receio é estar lutando uma guerra sozinho.

Sei lá, acho que esse post nem seria escrito se eu não tivesse visto Whiplash, ou não tivesse voltado pra casa cantando/gritando a plenos pulmões até arranhar a garganta porque não achei outro jeito de botar pra fora a sensação cretina que tava me arrastando. Funcionou, um pouco. Agora vou ver se escrevo um post menos deprimente.

Anamorphic

Anamorphic on a Budget – Iscorama 42

June 17, 2015

Now it’s the Iscorama 42’s turn. I’m trying a new format, please let the out-of-focus me slide, I was shooting on my own and couldn’t check focus properly until it was too late. One more thing I need to improve on the next video.

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Day-to-Day

É Uma Selva Lá Fora!

June 14, 2015

Hoje foi dia de fotografias animais. De manhã saí pra filmar o World Test do Iscorama 42 (pra não enrolar tanto com esse vídeo) com minha mãe alimentando uma legião de micos, e tínhamos acabado de almoçar quando meu pai chamou a gente pra ver uma cobrinha que tava aqui na porta. Pequenininha. Capturamos e soltamos no mato de novo, longe de casa. Alguém aí sabe o nome/espécie/qualquer coisa desse bicho?