Day-to-Day

[JOB] FDP.

March 6, 2011

Eu nem sei se poderia de fato escrever esse post, mas… Vamos em frente, se qualquer coisa acontecer, eu tiro ele do ar.

Meu contato secreto (melhor não revelar nomes nesse post polêmico, sei lá, não quero arriscar ninguém além de mim mesmo!) me chamou para uma função mais ou menos parecida com a que ele tava desempenhando: levar cartões cheios para os loggers esvaziarem, sem atrasar as filmagens.

Mas que diabos de filmagens são essas, que precisam de dois caras pra correrem com cartões? Então… é uma parada da HBO. Uma série chamada FDP, que tá sendo produzida pela Pródigo Films. A trama gira em torno de um juiz de futebol (agora o título faz perfeito sentido, né?), mas não sei quase nada além disso. Só o que consegui caçar pela internet, como esses dois links.

Saímos de São Paulo no fim da tarde de Sexta, em direção a Campinas. A informação máxima é que íamos pra um estádio de futebol. Agora veja bem, a última vez que estive em Campinas foi em 1995, quando morávamos lá. A última vez que estive num estádio, só na minha vida passada, porque nessa, foi a primeira vez. Chegamos, perto das 20h no estádio da Ponte Preta, já entupido de gente, luzes acesas, refletores e carros. Paramos do lado do gramado. Jogadores iam fazendo um aquecimento/ensaio enquanto o povo montava as câmeras (fiquei só assistindo, intimidado por tudo aquilo).

As câmeras eram um show a parte. No gramado, eram três. Uma 1D e duas 5D, a 1D tinha uma lente bem modesta, 24-290mm. Literalmente um canhão, quase do tamanho do meu antebraço, e com uma boca maior que um pires. Nas 5D, cada uma tinha uma 800mm, uma mais fraquinha, com f/8 – com um esquema muito louco de espelhos, que torna a lente absurdamente pequena. Investiguei assim que cheguei em casa -, e a outra 800mm f/4 era legítima da Canon, grandona, pesada, quase do tamanho da 24-290mm, só que branca. Nas arquibancadas, onde eu ia ficar, eram duas HPX-500, câmeras respeitáveis. Eu era responsável pelas baterias dessas, e cartões de memória (cada câmera tinha quatro, cada cartão com 17 min de duração). E carregar tripés. Putaquepariu, quase morri carregando tripés pesados escada acima e escada abaixo…

A brincadeira começou lá pelas 21h, e pra mim só foi até 1h, depois do “jantar” da equipe, quando encerrava-se o expediente das HPX. Os dois operadores eram cariocas. Um deles trabalhou na Globo por vinte anos, só filmando futebol. Depois que saiu, decretou “Nunca mais filmo futebol!”, e lá estava ele, filmando futebol… encenado. Depois que minha parte acabou, brinquei de lego com todas as caixas – nunca vi tanto equipamento alugado em lugares diferentes – até fechar os kits das duas câmeras.

O pagamento não é lá essas coisas, mas só de ficar vendo esses brinquedos de perto, e as imagens que eles fazem, já valeu a experiência. Tinham dois loggers lá, escondidos da confusão, num quarto grande. Cada um com dois macbooks e trocentos HDs externos ao redor, para copiar todo o material que chegava das câmeras. Enlouquecedor só de assistir, mas também me deu uma vontade absurda de ver o resultado da empreitada!

Óbvio que não tenho fotos, era cara de pau demais, né? O post acabou ficando curto, mas é que a experiência visual foi maior do que a narrativa.

  • Vinicius March 6, 2011 at 11:05 pm

    qnd vi o titulo da postagem, imaginei que viria algum “elogio” para a SET (hj transalvador)… hahahahaha