Day-to-Day

Estranhezas.

March 5, 2011

Ontem, cheguei em casa e tentei entrar no prédio. Minha chave aparentemente não funcionava. Depois de quase quinze minutos tentando incessantemente girar a chave na fechadura, e apertando o botão do interfone – alguém tinha que estar em casa! -, já estava prestes a desistir quando, tirando a chave, girei uma última vez. A fechadura deu um giro estranho, engasgado, mas abriu. Achei muito estranho. Entrei, fechei a porta e resolvi testar a chave pelo lado de dentro. Não rolou, não abria de jeito nenhum. “Depois eu entendo. Vou subir logo”. Subi, e me deparei com um bilhete na porta da vizinha (protagonista da segunda história estranha do post), avisando que a fechadura do portão do prédio tinha sido trocada, e que a dela estava no nosso apartamento.

Pausa dramática. Reli umas três vezes até decifrar toda a mensagem, e mais umas duas pra conseguir me convencer de que a chave tinha sido trocada de fato, e eu tinha entrado com a chave velha. Entrei em casa e lá estava a chave da vizinha! “Não creio”. Peguei a chave dela, a minha e desci de novo pro portão. Testei a dela, abriu de primeira. Testei a minha (velha), e não rolou. Fui tentando por partes até que encontrei a posição exata, em que a chave velha abre a nova fechadura. Acho que isso torna o chaveiro responsável meio questionável, não? Não tardei a ensinar o truque pra Lila, que estava de saída, desesperada pra descobrir como entraria de volta em casa.

Voltei ao aconchego do lar e retomei a leitura do dia anterior. Estava bem frio, então apelei pra minhas roupas térmicas, totalmente pretas. O livro era deveras emocionante então logo meu cabelo já estava uma bagunça (dá pra traçar um gráfico pessoal bem claro relacionando o nível de interesse num livro e o caos no couro cabeludo). Lá pras tantas, a campainha toca, e é a vizinha, procurando a chave. O detalhe: ela estava completamente de branco. Sapatos, calça, camisa de manga comprida, cachecol e até uma boina, tudo branco ou, no máximo, bege. Eu e Lila sempre soubemos que ela tinha um gato (felino mesmo), mas ontem descobri que são dois. E os dois estavam no hall. Um totalmente branco, que chega brilha, e um outro totalmente preto, que também chega brilha. E lá estava eu, abrindo a porta, todo vestido de preto – meias, calça, camisa de manga comprida e cabelo. Só saquei a coincidência das roupas e dos gatos quando já estava entregando a chave pra ela, e fui dormir intrigado com o fato. Fez minha noite de ontem ser mais curiosa.

Só uma última nota, terminei o livro ontem mesmo, tinha começado anteontem, e derrubei quatrocentas páginas no processo. Livro bom é uma coisa que alegra a gente, né?

Ocupação atual: planejando organização de cartas pras animações do Descarte. A nova seqüência faz a trapaça parecer ainda mais engenhosa.