Day-to-Day

New York – Day Seven.

March 25, 2013

Antes tarde do que nunca. Hoje o dia foi leve. Acordei cedinho e pra não ficar ocioso em casa enquanto os donos dormiam, fui passear na High Line de novo, só que dessa vez vindo da 14th Street para cima, pra ver se encontrava a entrada perdida que me confundiu ontem. Descobri que tá interditado mesmo, e saí pelo mesmo lugar, na 30th Street. Dei uma enrolada porque ainda não tinha dado o horário de abertura da B&H, e voltei logo em seguida. Percebi que é difícil (impossível) andar duas quadras sem passar por um Starbucks!

Uma outra coisa curiosa que percebi nos primeiros dias e esqueci de comentar por aqui é: as portas em Nova York só abrem para fora. São raros os casos que abrem pra dentro. A conclusão lógica que encontrei foi que, como todos os ambientes são aquecidos, é preferível que um pouco de calor saia para a rua, do que o ar gelado entre no lugar! Ou então, pensando em casos de emergência, é muito mais eficiente sair de um lugar que abre para fora do que um que abre para dentro. Na verdade, acho que as duas coisas podem estar agindo em conjunto!

Hoje (quase) fez calor por aqui. Acredito que ultrapassou a marca imbatível dos cinco graus positivos. Fiquei muito curioso para saber qual a temperatura interna dos ambientes, porém! Todos são agradáveis, não quentes o suficiente pra suar, mas o bastante pra tirar todo o incômodo da rua! Falando em ambientes aquecidos, hoje criei vergonha na cara e fui – afinal – no MoMA, o Museum of Modern Arts.

Se eu tinha desistido ontem porque tinha fila, hoje então era pra nem ter passado da porta, porque a fila tava do lado de fora. Foda-se, se não fosse hoje, não ia mais, então era questão de honra! Fiquei duas horas lá dentro. Meu pé tava doendo infernalmente. O museu é um lugar interessante, as galerias são muito bem divididas, mas até chegar no quinto andar – amantes da arte, me perdoem – não tava vendo muito propósito em quase nada. Passei por umas fotos legais, umas coisas de Andy Warhol, mas nada que me justificasse os 25 dólares da entrada.

No quinto, estava em exposição “O Grito”, de Edvard Munch, assim como outras obras do rapaz. Essa aí embaixo é a que mais me impressionou, que é a irmã dele, ainda criança, que morreu, vítima da tuberculose. Fiquei muito tempo encarando esse quadro. Muito. Depois, terminei de passear pelo andar, vendo coisas de Cézanne, Salvador Dalí, Frida Kahlo, Matisse, Picasso, van Gogh, Monet e sua turminha. Conhecia algumas das obras expostas, não conhecia a maioria. Sou muito fraco de história da arte. Na verdade verdadeira, só esse quadro de Munch que me fez valer a ida (“O Grito” também, ok).


Det syke barn I (The Sick Child I), Edvard Munch

No caminho pra casa, passei em uma loja pra comprar uma lembrancinha pra May e, quando tava saindo, percebi que não me cobraram a taxa de venda. O estado de Nova York tem uma lei própria, que impõe 14.87% de impostos sobre praticamente qualquer venda. Não digo que são todas porque teve essa, e umas outras coisinhas, online, onde não fui taxado. Queria muito descobrir o motivo das exceções! Como percebi já fora da loja, resolvi não voltar e perguntar, mas se tivesse notado no caixa, teria perguntado na lata!

Comi um croissant recheado, deixei a mochila em casa – pela primeira vez em sete dias – e fiz um test-run até o aeroporto, pra achar o melhor caminho e o tempo de viagem, já me programando pro retorno, amanhã cedo. O vôo é às 11h45am, e preciso sair daqui às 8h00am porque a jornada leva mais ou menos 1h10, e vai ser um pouco mais atribulada porque é hora do rush no metrô, e eu tenho uma mala grande. Depois disso, voltei pra casa, tomei um banho e fiquei aqui, me entupindo de água e comida, pra ver se minha boca melhora alguma coisa – tá toda partida, coitada.

Amanhã temos as aventuras do retorno, e um vôo gigante. No mínimo, alguns agradecimentos a fazer e um comentário sobre aqueles quadrinhos! Inté!