Day-to-Day

Decisão. Cadê a Coragem?

April 21, 2013

De uns tempos pra cá, andei percebendo que meu estilo de fotografia, e o equipamento que uso são muito particulares. Mais do que isso, percebendo que – lá vem bomba – eu não quero trabalhar com outro tipo de equipamento! Sério, eu odeio alugar, não dá pra ficar pedindo emprestado, e qualquer outra coisa que não seja uma DSLR exige uma equipe ridiculamente grande. Outro dos meus problemas. Se a equipe de foto tem cinco pessoas, já acho que tem gente demais.

E que solução? Também não é lá uma solução, só uma constatação: o que tem me dado uma renda decente não é fotografia. O mercado tá muito cheio, e eu realmente não tô com paciência pra ficar trabalhando pros outros, pra quem sabe, daqui a vinte anos, fazer alguma coisa que seja minha mesmo. Se eu vou fotografar um projeto, primeiro, tem que ser com amigos, e segundo, pode até não rolar grana, mas se tiver liberdade criativa, já tô interessado. O look padrão, cristalino, quase científico me cansou os olhos – por isso as anamórficas, por isso as lentes antigas e adaptações infinitas que, nem de longe, são uma definição de mercado.

Numa breve constatação, desde que comecei a usar essas lentes sofridas, só usei as Canon quando precisava de auto-foco, ou para alugar, ou pra fazer um job mais “padronizado”. Desde Julho, acho que isso soma quatro ou cinco vezes, e olha que é um set bem bacana (16-35/2.8, 24-70/2.8, 70-200/2.8 IS, 50/1.2, 100/2.8 IS e 135/2). Isso sem falar nas falhas que elas têm para trabalhar com vídeo, como anel de foco que nunca pára e abertura controlada pela câmera. Juntando essa reflexão com a do parágrafo acima, fui investigar outras opções, mais baratas e compatíveis com minha linha de pensamento.

Achei vários artigos sobre uma modificação feita por um sujeito chamado Matthew Duclos, aplicada a lentes Contax Zeiss, para Yashica. Dá pra montar um set inteiro de fixas modificadas com o preço de uma única Canon.

Falei que o rolê não tá dando grana, e não tá mesmo. O trabalho é muito pesado – fisicamente – quando se é assistente, enquanto tenho tido resultados bem mais interessantes na área de animação, motion e efeitos visuais. Já falei disso: uma das coisas super importantes que a gente não tem nem menção nas aulas do CTR. Comecei então a caçar alternativas de pra onde ir. Vou pular um pouco dessa parte, mas adianto que existem planos sérios de partir, e estamos trabalhando em cima deles. Aí sim, estudar insanamente essa área que me interessa e não voltar mais.

Não vou vender a câmera, nem pretendo me desfazer das anamórficas. Não pretendo esquecer tudo que sei de fotografia, nem parar de estudar. Só tô criando coragem mesmo para ser um sujeito coeso e vender as Canons, comprar as Contax e uma Blackmagic Pocket, porque não dá pra recusar uma câmera que faz o que ela faz, pelo preço que tá anunciado. E aí, só trabalho com foto em projetos próprios, já puxando pro lado dos efeitos e animação!

Esse post ficou vago pra caralho, mas é isso aí. Tito-mercador vai atacar com tudo, muito em breve. Estejam preparados!