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Júlio César e a Noite Passada

July 14, 2013

ESSE POST VEIO DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO
Escrito em 03 de Janeiro de 2010.


Achei vários outros perdidos pelo mundo e vou colocá-los aqui semanalmente. Acho que vai render uns dois meses de brincadeira. Sempre colocarei as datas originais do texto.


“Confuso e sem memória, Júlio César acorda na manhã seguinte. Agora em uma corrida desenfreada contra o tempo, tem que confiar em sua mente para guiá-lo pelos acontecimentos da noite passada e descobrir como seu amigo André e uma garota sem rosto se encaixam nessa trama.”
Roteiro: Felipe André
Direção: Tito Ferradans

Éramos apenas jovens inocentes, sem muito conhecimento dessa incrível arte que é o cinema, quando resolvemos brincar de fazer filmes. Uma das primeiras obras (de qualidade menos duvidosa) que resultou dessa determinação foi o próprio Júlio César e a Noite Passada – mas não foi o único bom produto da safra, como vocês verão em posts futuros.

Encabeçando essas produções estávamos eu (Tito Ferradans), Diego Orge, Fábio Galvão e João Guilherme “Donk” Fiuza. Éramos a Paperball Productions, e mais informações sobre essas histórias podem ser encontradas no bannerzinho ao lado, que leva ao – abandonado – blog da Paperball.

Pois então, Júlio César nasceu da colaboração da Paperball com um site colaborativo – também abandonado – de interessados em criação de vídeos, chamado Você Filmes, lá encontramos o roteiro da primeira parte do filme. Depois de lançar a versão em 5 episódios, resolvi dar um pouco mais de gás e fiz essa outra, dividida em apenas duas partes, melhor sequenciada. Foram aprimorados a imagem e o áudio. A trama é de autoria de Felipe André, que tinha apenas quinze anos quando o filme foi escrito e filmado (2007).

Como, no site, o segundo capítulo da trama só poderia ser lido quando o primeiro fosse filmado e aprovado, acabamos criando no começo um clima bem diferente – mais cômico – do que se desenvolve no resto da obra. Porém, a partir da segunda parte, estabelecemos uma conexão mais estável com Felipe, que nos adiantava os acontecimentos futuros para que tivéssemos maior embasamento nas gravações de cada capítulo.

Com gravações espalhadas ao longo de quase um mês, utilizamos algumas locações externas, bares, e contamos até com o apoio de um legítimo taxista (“Seu Walter”), que interpretou seu próprio personagem na trama, induzindo Júlio a um flashback. Tentamos inovar com ângulos e posições de câmera não-convencionais, chegando a um resultado até bastante satisfatório, nesse aspecto. O áudio é bem defasado, porque contamos apenas com o microfone da própria câmera.

Em termo de efeitos, foi a primeira experiência séria, aplicada, com sangue falso e o início de de meu interesse por efeitos visuais e toda a mágica que acontece quando o filme entra no computador. Edição mais ágil, disparos simples, correção de cor (hoje considero o amarelo utilizado um tanto excessivo, mas, não faz diferença nem atrapalha a história), cuidados com o som – essa parte ficou principalmente com Diego. Primeiro contato também com o After Effects, para a cena do flashback, enquanto Júlio anda de táxi.

O sangue foi empregado da forma mais simplista que se pode imaginar: ficava na mão dos atores, que reagiam ao disparo, se sujando da forma mais disfarçada que conseguiam – o que nem sempre era tão discreto assim, ou sincronizado. Nada de bexigas, balões, seringas, mangueiras, pressão, esponjas, pólvora, eletricidade, enfim, NADA refinado.

A título de informação: um bocado de gente pergunta sobre as músicas e bandas tocadas ao longo do filme – para as quais não temos nenhum tipo de direito autoral, e usamos na cara dura mesmo. Então, pra facilitar a vida dos interessados, segue abaixo a tracklist, na ordem em que as músicas são tocadas, da trilha sonora não-autorizada de Júlio César e a Noite Passada.

  • Black Eyed Peas – My Humps
  • Charlie Feathers – That Certain Female (Kill Bill Vol 1)
  • Rammstein – Engel (The Big Nothing)
  • Akira Yamaoka – The Darkness That Lurks (Silent Hill 2)
  • Akira Yamaoka – Ordinary Vanity (Silent Hill 2)
  • Karl Jenkins – Sanctus (The Big Nothing)
  • Malcolm McLaren – About Her (Kill Bill Vol 2)
  • Mark Isham – Saint Christopher (Crash)
  • Akira Yamaoka – The Last Mariachi (Silent Hill 4: The Room)
  • Akira Yamaoka – Never Forgive Me, Never Forget Me (Silent Hill 3)
  • Local H Band – Bound To The Floor (The Big Nothing)

Um ano depois de o filme ter sido concluído e publicado, resolvi, por conta própria, trabalhar na editoração de um DVD com o material produzido. Acabou sendo minha primeira experiência com autoração mesmo, e até que me entendi bem com o DVD Architect. É bom que dá pra importar muitas coisas do Photoshop, customizar botões, menus – todas as animações de introdução foram feitas no After Effects -, música de fundo, legendas e uma porção de outras coisas. Até colocaria o projeto à disposição de quem quisesse estudá-lo, mas isso envolve fazer upload de um vídeo de 2,6Gb, processo no qual não estou nada interessado.

Clique no rascunho para ver o menu finalizado.

Como sempre, comecei os rascunhos no papel, antes de passar pro computador, seguindo fielmente as idéias originais, fato observável nos dois exemplos acima. Tive que descobrir um bocado de coisas também, tanto de After como de DVD Architect, em fóruns e tutoriais espalhados pela web. Ainda bem que tem bastante material de pesquisa.

Por fim, para arrematar o trabalho, fiz uma capa, numa linha bem simplista, e um label para o disco. Esse material, incluindo o DVD autorado, pode ser encontrado para download logo abaixo. A qualidade está bem reduzida em relação ao original, mas tive que fazer isso para conseguir disponibilizar tudo aqui. De brinde, um arquivo PSD de alta resolução com várias logomarcas e símbolos presentes em DVDs, para vocês poderem usá-los nas suas próprias criações e projetos.

Aviso Extra/Encarte
Capa do DVD
Label do DVD
DVD Autorado
Logomarcas e Símbolos para DVDs

Durante o desenvolvimento do projeto, refinamos um pouco e contamos com a ajuda de um grande amigo e fotógrafo, Vinícius Tupinambá, que nos emprestou suas habilidades e estúdio durante uma tarde de cliques com temática e personagens do filme. Essas imagens, todas em RAW, foram trabalhadas por mim e transformadas em pôsteres, banners, cartazes e arte do próprio disco.