Anamorphic Day-to-Day

[Título Provisório]

October 14, 2013

Ontem teve set. Set daqueles que não tinha há muito tempo. Ficção. Nada de empresários, depoimentos, vinhetas, etc. Ficção pura, com atores e equipe pequena. Foi tanta coisa nova em teste no filme, que não sei nem por onde começar. A parada começou pra uma das optativas livres que tô fazendo nesse semestre, e que tem a turma mais aleatória de todas – cada um veio de um canto da USP, procurando coisas bem diferentes. A maioria sem nenhuma experiência em set.

Peguei toda minha vontade recente de fazer qualquer coisa e concentrei nesse projeto. É pós-apocalíptico, inspirado por acontecimentos recentes em São Paulo, anamórfico, raw, e com um bocado de pós-produção. Ah, é uma série, e não um curta. Se vai ficar bom, já são outros quinhentos, mas até agora foi bem bacana de fazer. O roteiro é de minha autoria – depois de duzentos anos só escrevendo nesse blog e na OLD – assim como a direção de fotografia e a direção geral – essa contava com opiniões de todos os envolvidos.

Enfim, ontem chegamos cedo ao Paço, nossa locação favorita, e começamos a rodar de fato perto das 9h. A câmera deu pau trocentas vezes ao longo do dia, mas nada definitivo. Era só reiniciar, tirar bateria e cartão, e continuar a brincadeira. Na sexta-feira eu saí correndo atrás de cartões e baterias extras – os meus não eram nem perto de suficientes – e pude contar com a ajuda do Nicko e do Plínio nesses itens.

Usamos a LOMO Foton-A, num rig de ombro que passava fácil de 8kg, que carreguei o dia inteiro, subindo e descendo escada, entrando e saindo da água, fazendo tudo que uma câmera tem direito. Foi um ambiente hostil, nesse aspecto. Com medo de lotar os cartões antes da hora, acabei que só tirei três (!) fotos durante o dia todo, e elas já estão logo aqui embaixo.



Na equipe, a Victoria Segovia comandava nossos horários, continuidade, todas as anotações possíveis e imagináveis, e dava uma mão com os atores e a arte. Paulo Chou foi o camarada do som, e que vai montar a parada – e sofrer horrores pra sincronizar o que é útil. André Rosa, expert em fogueiras e montador da abertura do primeiro episódio. André Akel, que tava controlando as baterias e cartões, e passando um olho no processo de logar o material, Alexandre Amêndola, que deu uma grande força com a parte de foto, passando foco em vários planos e ajudando em tudo que aparecia. Luciana Parelho, comandando a Arte, com figurinos e maquiagem sensacionais. A Lucia Marques foi nossa produtora, trazendo a comida, resgatando figurinos e vigiando a base – a gente quase se mudou pro Paço, de tanta tralha que tinha lá! Sr. Antônio tava com sua câmera por lá também, fazendo making of das nossas maluquices, e até a Ana Catarina apareceu de manhã pra passar o olho no que tava rolando.

Domingo que vem a gente roda a segunda parte – o trecho noturno do segundo episódio – e tô animado pro que vem. Já tá fazendo o semestre valer a pena, além das outras aulas divertidas, que me obrigam a sair de casa e pensar no que fotografar.

Em termos técnicos, sem a parte de luz, tô pondo em prática tudo aquilo que tá escrito no meu TCC, e que pretendo levar a cabo nos outros projetos, em Dezembro, mas que dependem bastante da duração dessa greve. Já passamos o workflow todo, testemunhei os pepinos de set, entendi como contorná-los, e por aí vai.