Day-to-Day

Como Treinar Seu Dragão 2(x).

June 20, 2014

Hoje foi um dia mais produtivo do que eu esperava. Além das economias com Catan, fui ao mercado reabastecer meu armário e geladeira, porque tava correndo risco de ficar sem comida amanhã de manhã. Peguei mais uns Hungry Mans também, que parecem ficar cada vez melhores. Alguma chance de eu estar fazendo melhor uma comida de microondas? Acho que não, né? Anyway, resolvi dar uma última chance ao tênis, antes de ir lá trocar, e hoje saí com uma meia mais fina. Aí o sapato virou outra coisa. Corri, pulei, dancei e galopei pelas ruas de Vancouver de tanta alegria.

Depois de ir ao mercado, recebi a resposta de um camarada para quem tinha proposto uma troca de jogos. Aceito. Sucesso. Fui encontrá-lo para concluirmos o negócio. Mais uma vez o tênis provou seu valor. O dia não tava a coisa mais bonita do mundo – nublado, meio ventando demais, mas não tava chovendo, então, ótimo.

Cheguei em casa já eram quase 15h30. Recebi então a resposta de um camarada dono de uma loja de aluguel de equipamentos fotográficos, para quem eu tinha proposto acrescentar os Iscoramas à sua gama de ofertas (afinal, se der pra alugar a lente, é melhor que ela ficar pegando poeira aqui no armário). Também queria alugar uma outra lente (14mm), para experimentar, e tentar filmar algo pra colocar aqui no blog, então combinei de passar na loja logo mais. O lugar fechava às 17h.

Saí de casa logo depois de almoçar, entupido de frango, purê e milho, com vinte minutos pra percorrer 2km, senão o Dylan ia ficar puto com a minha cara – a tolerância pra atrasos aqui é radical. Dei umas corridinhas, apertei o passo e peguei todos os atalhos que consegui imaginar pra evitar semáforos de pedestre. Cheguei com UM minuto de antecedência. Subi, peguei a lente, paguei ($20 pra três dias!), mostrei o Iscorama, ele achou bonito e lamentou que são poucas as pessoas que filmam em anamórfico no mercado Indie (que é o público principal dele). Saí de lá em direção ao cinema, pra ver o filme que intitula o post.

Aí descobri que a sessão era 17h05, e não 17h25. Descobri também que o cinema ficava 1km mais longe do que eu calculara. Putamerda. 17h05 É AGORA! E aí, voltar pra casa, ou arriscar tentar comprar atrasado e perder os trailers? Segunda opção, claro! Saí correndo loucamente, com o equipamento na mochila, em direção ao Odeon Cineplex. Cheguei lá 17h15, e subi CORRENDO as escadas. Na bilheteria, ainda fiz cara de pena. “Alguma chance de eu conseguir ingresso pra sessão das 17h05?” “Claro! Os trailers devem estar acabando agora!”. AE! Comprei o ingresso, comemorei, e corri para a sala. O sujeito que tava recebendo os ingressos também comentou que os trailers estavam acabando, e que eu nem teria perdido nada do filme. Maravilha.

Aí eu fui, alucinado, procurando a sala 10. Cheguei no fim de um corredor, e vi um cartaz do filme. Sons de dragão, e aventura. PUTAMERDA, JÁ COMEÇOU!! Entrei rápido, no escuro, e sentei numa cadeira da ponta. Botei meu óculos 3D e fiquei vendo o filme. Parecia o comecinho, uma revelação interessante, depois de coisas apresentadas no primeiro (se você já viu o filme, é o flashback da mulher, lá!). Depois de 45 minutos, trilha sonora épica, várias coisas emocionantes acontecendo, eu me empolgando, pensando “caralho, se esse filme tá assim em 45 minutos, O QUE É QUE PODE ACONTECER?”. Achando maravilhoso. Eu realmente não conseguia pensar em pra onde a trama ia seguir no fim daquela cena.

Aí a criança do meu lado espirrou no colo da mãe. E eu olhei. PRA QUÊ? Reparei que nem a menina nem a mãe estavam com óculos. Estranho. Tirei o óculos, tudo parecia em foco. Olhei pra trás, todo mundo sem óculos. Olhei o ingresso, sala 10. Olhei o número na parede, SALA OITO! NÃÃÃÃO!

Saí correndo, antes de ver o fim absoluto, e furtivamente me enfiei na sala 10. Agora sim, tudo escuro de novo, a galera já tava vendo o filme, todo mundo de óculos, 3D bombando, a única parte ruim era: tava NO MESMO PEDAÇO que eu tinha começado a ver na outra sala. Então, perdi o começo DUAS VEZES. Dessa vez, vi até o fim. Acabou o filme, e confirmei que ia começar uma nova sessão 2D dali a cinco minutos, na sala que eu tinha entrado errado. Aí já tinha até ensaiado o discurso que ia fazer pro funcionário do cinema, explicando que eu tinha feito a proeza de perder o começo do filme duas vezes, e tal. Antes de explicar tudo, resolvi tentar ser furtivo.

Saí da sala, devolvi meu óculos 3D nas caixas que ficam nas saídas, e ao invés de sair do complexo de salas, caminhei inocentemente para a bendita Sala 08 de novo. Ninguém me impediu, ninguém me olhou feio, na verdade, acho que ninguém nem me viu. Entrei, e fiquei lá, de boa, esperando alguém vir reclamar. Ninguém veio, fui me concentrar no filme que, ENFIM, começava. Aí consegui ver direitinho, até a parte que já tinha visto (duas vezes). Alegre e contente – porque o filme é bem divertidinho e muito bem feito, e tem um respeito cronológico ótimo, porque esse se passa 5 anos depois do primeiro, assim como o intervalo entre os dois filmes no mundo real – saí do cinema aliviado porque não tinha ficado sem ver o diabo do começo. Tinha até considerado procurar um release bem porco na internet, mas tô evitando pirataria a todo custo, então, ia preferir a abordagem diplomática de implorar para um funcionário do cinema, se preciso fosse.

Saindo do shopping, descobri que tava caindo um pé d’água absurdo. Maravilha hein? No SEGUNDO DIA usando o tênis novo, me aparece uma chuva sem precedentes, derrotando todo o propósito de eu ter trazido uma puta bota à prova d’água. Foda-se, ou melhor, foda-me. Saí na chuva mesmo, a passos rápidos, dando corridinhas de quadra em quadra. Cheguei em casa são e salvo, em 20 minutos. Nem um pouco seco, porém. Tinha água até os ossos.

Peguei um VARAL emprestado com o Wyll, e estendi as roupas por aqui, e mochila, e meias, luvas, tênis, cabelo… Essas coisas que ficam pesadas com banho de chuva. Só não tive que pendurar mesmo a alma, porque essa sempre fica mais leve. Tomei um banho quente pra ser saudável, e vim testar a lente – e me apaixonar ainda mais por ela. Pronto, foi isso o meu dia, e eu ainda queria escrever mais três posts sobre outros assuntos, que não sei se vou conseguir.

Concluo: sempre escrevo perto da meia noite, o que equivale a 4h da manhã no Brasil, então o número de leitores é pífio. Vou começar a programar os posts para aparecerem entre 10 da manhã e meio dia. Vamos ver o que acontece.

Ah, e pra melhorar o espírito da coisa, uma musiquinha do filme, que é linda. E quem tiver paciência, tem um cover muito bonitinho também.