Paperball Productions

Retrospectiva Paperball – Parte 01

August 13, 2007

A idéia dessa retrospectiva é uma idéia infeliz, mas, mesmo assim tentarei fazê-la. O objetivo é contar toda a história de nossa empresa até o momento atual de sua existência. Não vou contar tudo de uma vez para não ficar longo, e mesmo porquê eu não lembro de tudo, e vou lembrando por partes! :D

Agosto de 2004
Aulas de Literatura com uma professorinha legal. Ô professora dos infernos… Ninguém tinha mais paciência com ela. Parte de nosso grupo (Donk, Bernardo, Fábio e Lukete) filavam a primeira aula da mulher para jogar um baba, e quando voltavam, ela fazia questão de perguntar: “E aí, fizeram muitos gols?”. Até que chegou a hora da desforra. O trabalho era simples. Fazer uma poesia, ou música, sobre um determinado tema, e depois apresentar para o resto da turma. Sorteamos o tema, e, olha que sorte, pegamos logo “O Papel da Mulher Na Sociedade Brasileira”. Levamos três aulas pra conseguirmos criar alguma coisa. Lukete, o gênio do grupo, sugere: “Que tal se o refrão for algo como Mulher, essa é sua missão, esfriar no tanque a barriga que esquentou no fogão ?”. Isso foi mais que o suficiente para nós. Eu e Donk continuamos a desenvolver a letra enquanto Fábio, Heron e Lukete se ocupavam com a melodia. Bernardo era o louco do grupo, que nunca fazia nada. O trabalho foi surgindo, e foi evoluindo, e, por fim, terminamos. Ensaiamos diversas vezes. Adorávamos nossa música.

É chegado o dia da apresentação. Menos de um terço da sala está presente. Vamos para a frente da turma. Violões em mãos, letras distibuídas para todos poderem nos acompanhar. Começa o show. A cara da professora vai se desfazendo em uma careta medonha. Mais medonha do que o normal. Seguimos nossa apresentação animadíssimos. Nunca havíamos feito algo tão bom. A platéia cantava conosco e acompanhava nossos agudos, Heron mandava brasa em seus solos de violão, Lukete tocava nas cordas invertidas, Fábio fazia um batuque na mesa, eu e Donk cantávamos sorridentes. Ali vinha um 10. Com certeza era 10.

Não era. Nem mesmo um 7. Um mísero SETE! Nem isso a gente conseguiu…

Mas a música seguiu nosso destino. Ela nos uniu em primeira instância. Esse pequeno grupo que viria a ser as bases do que temos hoje.

Logo abaixo segue o link para download da música. Peço a compreensão de todos para o fato de que essa música é só uma brincadeira, que a gente não tem esse idealismo machista, e que o único objetivo era sacanear com a professora, ok?

UPDATED – 2014 – Na verdade, o objetivo da música é forçar tanto uma ideologia machista a ponto de ser contundente, algo na linha de “cara, se você concorda com isso, você tá errado. A gente fez desse jeito justamente porque sabia que era errado e absurdo. É uma ironia crítica.”

Até hoje nos prometemos que iremos regravar isso, mas falta a organização de todas as partes envolvidas… Para quem quiser dar um saque na letra, vê logo aí abaixo. Em breve postarei a cifra também!

Mulher Missão

Mulher, essa é sua missão
Esfriar no tanque
A barriga que esquentou no fogão

Mulher, essa é sua missão
Esfriar no tanque
A barriga que esquentou no fogão

Em seu peito jaz
A dor do preconceito
E se não tiver dinheiro
Vai direto pro bueiro

Quando entra no trânsito
Todos prestam atenção
Se não tem carrão
Sofre discriminação

Tudo isso num instante
Mulher no volante
Cuidado meu povo
Perigo constante

Na cor da pele a sua desgraça
E se não tem dinheiro,
Muita fome passa
E não há outra solução
Senão a prostituição

Mulher, essa é sua missão
Esfriar no tanque
A barriga que esquentou no fogão

Mulher, essa é sua missão
Esfriar no tanque
A barriga que esquentou no fogão

Mulher, essa é sua missão
Esfriar no tanque
A barriga que esquentou no fogão

Mulher, essa é sua missão
Esfriar no tanque
A barriga que esquentou no fogão

De onde vem toda essa crítica
E todo esse preconceito
Essa história é verídica
E o povo não tem jeito

Mas não há só homens
No país em que vivemos
Se mudarmos de lado,
O quê será que nós veremos?

Muitos dizem que elas vivem mais
Mas mesmo assim, não vivem em paz
Cuidar de homem, cuidar de criança
Vivem assim, desde a infância!

Todo mundo tem direitos
Todos têm opinião
Mas muitos não dão respeito
Às mulheres da nação

Dezembro de 2004
Eu tenho a idéia de começar a maior empreitada dos VagalRangers até o momento: a criação de nosso website, cheio de fotos, músicas, espaço para vídeos, e tudo mais. A construção do site leva uns 6 meses, pois na época eu não tinha nenhum conhecimento de HTML e coisas do tipo… Até hoje eu acho ele bem interessante e relativamente bem feito. Elaboramos tudo no papel primeiro, para depois ir jogando dentro do Dreamweaver (em pensar que hoje em dia eu edito HTML na mão). Foram madrugadas e madrugadas escrevendo código, arrastando imagens, corrigindo formatação, pescando scripts legais, customizando menus (esse foi o mais difícil), fazendo as aberturas no SwishMax (uma espécie de “Flash para quem não sabe nada”). O resultado vocês conferem no link! Vale ressaltar que o site vai tentar abrir um pop-up, e, se vocês não o permitirem, simplesmente não vão ver o conteúdo, pois o site em si, está nesse pop-up.

SiteSemNome

O nome do site surgiu a partir do fato de que nome nenhum parecia bom o suficiente para intitular nosso trabalho, e então Lukete, num rompante imaginativo, sugeriu esse nome lindo, e que foi imediatamente aceito.

Março de 2005
Logo no começo do ano de 2005, tínhamos um trabalho interdisciplinar no colégio. Nossa equipe era composta pelos maiores vagabundos da sala, e nosso destino era, inevitavelmente, a desgraça. Um pequeno detalhe que vale a pena ressaltar: os melhores trabalhos ganhariam 2,0 pontos extras, EM TODAS AS MATÉRIAS. Nesses tempos remotos a câmera fotográfica lá de casa ainda era novíssima, e eu a levei para a excursão que teríamos como base pra estruturar toda a nossa pesquisa do trabalho. Se não muito me engano, o tema era o aspecto físico da cidade. Constituição do solo, bairros, massas de ar, história, e por aí vai.

Fomos eu e Donk para a excursão. Tiramos fotos a rodo. “Vái man! Bate a foto! Bate! Bate!”. Documentamos todos os monumentos de Salvador, ouvimos muitas coisas sobre seus bairros e sua história. Foi uma excursão e tanto, e, todos que participaram ganharam muito, em termos de aprendizado. Depois disso, era remar pra o trabalho não sair “tão ruim assim”. Decidimos que teríamos um slideshow rodando o tempo todo, durante a apresentação, e que as fotos não se repetiriam, sempre acompanhando o tema que estava sendo abordado naquele momento. Foram duas tardes inteiras só pra montar essa parada, que deu um arquivo de mais de 100Mb. Depois de criar o slideshow, começamos intensas pesquisas sobre nossos temas, buscando atingir o máximo de qualidade, que, nos nossos padrões antigos, não era nem tanta qualidade assim…

O grupo não fazia nada, e só eu e Donk que estávamos fazendo tudo. Lucas (não o Lukete) se comprometeu a fazer um roteiro breve para encenar algo sobre a história da cidade, e depois começava o show. Fizemos as falas, cortamos as falas, entregamos com semanas de antecedência e mandamos todos decorarem, enquanto fazíamos o mesmo.

É chegado o dia da apresentação. Todos nervosos. Nossa equipe era logo a primeira. Primeirona de todas. Todas as turmas. E lá fomos nós, felizes e sorridentes, esperando apenas ficar acima da média. Pode-se dizer, com toda a certeza, que foi aqui que nasceu a parceria “Tito-Donk para trabalhos mais desenvolvidos”. A apresentação foi sensacional, e nem mesmo nosso professor avaliador (que era um escroto) nos penalizou. Não fechamos o trabalho por causa de um décimo. Apresentamos mais umas duas vezes no mesmo dia, para pessoas diferentes, e sempre botando pra quebrar.

Definitivamente esse foi o melhor trabalho que a gente já fez em termos de colégio. Ao final de dois meses, fomos informados que estávamos entre os melhores trabalhos, ganhando os 2,0 pontos extras muito suados e mais do que merecidos! :D

Abril de 2005
Em 2005 ainda éramos os 5. Donk, eu, Fábio, Heron e Lukete. Sobrevivíamos ao segundo ano do ensino médio, fazendo sempre trabalhos em grupo espetaculares (é sério, galera). Não estávamos todos na mesma turma. Eu, Donk, Fábio e Lukete ficamos no 2ºB, e Heronzinho ficou no 2ºD. Num belo final de semana, resolvemos nos reunir aqui em casa, para fazer um churrasco e nos divertirmos ouvindo, cantando e tocando músicas célebres (Que País É Esse, Morango do Nordeste, Admirável Gado Novo, etc…). Nosso artista em primeiro plano, Heron, tinha ganho uma guitarra há pouco tempo e já estava botando pra quebrar com a bichinha. Parecia o próprio Chimbinha (da banda Calypso). Passamos o dia todo no quintal daqui, com duas câmeras nas mãos, e foi ai que começamos a filmar. Uma câmera analógica que TINHA que estar ligada na tomada pra funcionar, e uma Sony Cybershot P93 (novíssima) era todo o nosso arsenal. Descemos meu computador do quarto para o quintal também e colocamos músicas pra tocar. Gravamos várias coisas com a câmera, crentes de que conseguíriamos passar para o computador (que na época nem era tão bom assim). Ao conectarmos os dois aparelhos, sem ler muita coisa sobre a placa de captura, acabamos por fritá-la! Aí foi um caos, e até hoje as coisas ainda estão na câmera, mas a caminho de serem retiradas!

Depois desse churrasco, houveram outros, com as mais diversas companhias. Começou com Mariana, Bianca e Camila.

Camila, Mariana e Bianca
Camila, Mariana e Bianca, da esquerda para a direita.

Elas vinham quase sempre, mas a gente nunca filmava nada. Nessa época esse não era o foco. O principal era ficar tocando e cantando as tais das músicas célebres e algumas de nossa própria autoria (Mulher Missão, por exemplo), que foi feita para aquele trabalho de Literatura (de Agosto de 2004) que selou o grupo inicial.

Bem, acho que chega de história por hoje. Como vocês devem ter notado, eu vou postando fotos, músicas e vídeo ao longo da história, para as coisas ficarem mais claras pra vocês que lêem isso aqui, então, se preparem!