Day-to-Day

Assignments, Brasil e Buda.

November 23, 2014

Esse post tá na pasta de rascunhos há tempo demais e já passou da hora de mandar ele pro ar. Não achei direito o que era que tinha pra contar, mas vamos assim mesmo.

Semanas bem atribuladas, trabalhando em muitos assignments (graças aos céus, bem menos, em termos de volume, que no term passado), mais focados nas nossas ênfases e com um boost em liberdade criativa para grande parte deles. As aulas de VFX estão beeem divertidas, e passei a semana surtando com umas experiências de rigging e texturas, por pura curiosidade e pra gastar o tempo teoricamente livre.

Tivemos também uma introdução ao Maya Fur, que é um negócio totalmente aleatório, relativamente útil pra simular pelos ou cabelos bem curtos. Aí a experiência era colocar umas pelagens nesse camarada aí embaixo. Fur é tão doido que eu acho que simula a vida: o queixo do meu personagem tinha um buraco, onde não nascia barba nem por intervenção divina, como uma falha na barba, igual ao mundo real.

Saindo das experiências aleaórias e passando pra aulas INCRIVELMENTE INCRÍVEIS, aprendemos a lidar com RGB Lighting. Em RGB lighting você ilumina a cena usando luzes das três cores primárias, e depois controla como a luz deve ficar de fato usando o Nuke, na pós-produção, depois de renderizar tudo que o Maya tem que renderizar (geralmente essa é a parte mais demorada). Nesse assignment a gente tinha que criar duas imagens completamente diferentes usando o mesmo enquadramento e o mesmo set de luz RGB. Na primeira imagem eu só tô deixando influenciar a cena as minhas luzes que eram pintadas de vermelho, na segunda cena, tava usando só as azuis e resolvi brincar de bicho papão colocando a luz verde muito doida que sai de debaixo da cama.

Se isso ainda é muito confuso de entender, tá aqui o que era meu RGB pass, pra piorar de vez a maluquice.

Na aula seguinte, o Craig falou um bocado de integração, que pra atingir um resultado perfeito, você tem que ser capaz de recriar o mesmo cenário de luz e materiais que tinha na vida real, senão seus elementos digitais vão ficar “descolados” do resto da imagem. Esse foi moleza, fiz na aula mesmo, ajustando luzes e ambiente, fazer a bola da esquerda e a cartelinha de cores ficar praticamente idênticas às reais, que fazem parte da imagem de fundo.

Voltando pra parte mais interessante da coisa, nas aulas de Compositing e VFX a gente tá lidando bastante com matchmove e integração de elementos simples (a princípio). No primeiro vídeo, a gente tinha essa placa em branco, e cada aluno projetou sua própria placa e colocou no lugar. Enfrentamos uns processos muito loucos de tracking e coisas do Nuke que não tínhamos visto ainda. Foi uma das melhores aulas da semana passada.

Tava com uma placa totalmente sem graça, aí tirei uns minutos no fim de semana passado, inspirado pelo demo reel, e comecei a introduzir o assunto em outros assignments, com essa placa maravilhosa abaixo:

Agora sim, o vídeo com a placa no lugar:

A outra das melhores aulas da semana passada, integramos esse toldinho aí em cima da porta. Entre as mais incríveis do curso, essa também foi uma das aulas mais puxadas de todas, com MUITA coisa pra anotar, lembrar e usar em atividades futuras, ou para consulta em caso de pepino. Foi aqui que recuperei minha fé que tracking é uma coisa lógica e não mística.

Ahhh! Já tava esquecendo de registrar isso aqui também! Semana passada (ou retrasada, já não lembro), comecei um novo blog, pra documentar o processo do demo reel. É impossível escrever tudo que eu tô fazendo, senão só escrevo e não faço nada, mas tô colocando coisas lá aos poucos. Se eu tiver coragem, hoje mais tarde ou amanhã cedo coloco um post sobre a mid-term presentation. O link é Hovering Lights, mas o endereço é o antigo tferradans.com/portfolio, depois dá uma passada lá, que tá ficando bonitinho (e bem técnico, como eu gosto).

Bom, agora que eu acabei (cortei no meio) a parte dos assignments, vamos para o Brasil. LITERALMENTE!

A gente tinha pensado em ir pra Los Angeles, Las Vegas, San Francisco, mas a saudade tá mais forte que a sede de explorar novos lugares, e vamos fazer uma retirada estratégica, partindo de Vancouver no dia 19 e chegando em São Paulo dia 20! Aí a May vai pra São Bernardo e eu vou pra Salvador, para passarmos Natais (Natal tem plural?) em família, e depois nos reencontramos em São Paulo para ver amigos e atividades diversas!

A gente já tinha as passagens, “só” tivemos que alterar as datas. Foi um dia tenso. Todo o tempo que economizei ao telefone ao longo desses últimos… dez anos, eu diria, gastei numa manhã só, em duas ligações de quarenta e cinco minutos cada uma, sendo que trinta desses foram ouvindo musiquinha de espera. Sério, o atendimento telefônico da Air Canada é tão congestionado que eu telefonei, fiquei com o telefone no ouvido, saí de casa, fui até a Future Shop (quinze quadras de distância daqui de casa), procurar e comprar jogos novos (foi no dia do lançamento de Far Cry 4 e GTA V para o PS4, então não podia perder a ocasião), voltar, passar no mercado, e sentar na mesa em casa de novo, pra poder terminar de falar com a atendente. Pelo lado positivo, as moças foram muuuito gente boa, proativas e conseguiram até colocar a gente em poltronas lado a lado num vôo lotado!

Agora, pra fechar o post, chegamos no Buda, que é uma referência ao disco novo do Criolo, Convoque seu Buda, que a May me mostrou na semana retrasada e ouvi direto, sem parar e sem pular músicas por quase dez dias seguidos. É sen-sa-ci-o-nal, tem muita cara de São Paulo, e traz nas letras temas mais do que relevantes pro momento atual, ecoando muita coisa que a gente vê, ouve e sabe. Vou parar de falar do disco senão vou falar besteira, porque não é minha área de expertise, mas recomendo ir no link e baixar, que é de graça, ou pelo menos ouvir uma vez pelo streaming, se não puder/quiser baixar.