Day-to-Day

Ah, Mas Como Senti Falta Desse Calor.

December 29, 2014

Hoje faz dez dias que saímos de Vancouver rumo ao Brasil para passar o break de fim de ano. Não foi muito planejado, a gente tinha pensado em ir pra Los Angeles primeiro, e acabamos mudando de idéia em cima da hora. Uma das decisões mais acertadas de todas, porém!

Comecei a escrever esse post no dia 20, antes de ir pra Salvador, e acabei não indo além do título. A primeira coisa diferente, no momento em que chegamos, foi o ar quente invadindo o avião quando a porta foi aberta. “Ah, agora sim eu tô em casa!”. Ao longo da viagem, vim traduzindo loucamente o TCC, como dá pra ver pelos posts anteriores. Tinha vários planos pra essa pausa, pesquisar coisas, ler coisas, fazer coisas, adiantar idéias do demo reel, e a lista segue. Trouxe até um livro old-school sobre efeitos visuais e cinematografia, pra estudar nas horas vagas. O ponto é que aqui todas as horas são vagas. Posso dizer que fiz esforços no sentido de ter menos obrigações e compromissos durante minha passagem, do que teria normalmente, se estivesse visitando Salvador ou São Paulo.

Chegamos no aeroporto e logo encontramos a família da May que tinha ido nos buscar, com o Dobby e tudo, de lá, viemos pra São Bernardo, e fiquei até o finzinho do dia. Depois, pro apê em São Paulo, já que ia viajar no dia seguinte pra Salvador. No apartamento, sensações muito loucas. Ao mesmo tempo que era o mesmíssimo lugar, muita coisa tava diferente, me senti completamente em casa, mas ao mesmo tempo com um fiapo de consciência de que não era minha casa de fato. Seis meses parecem infinitos no ritmo que a gente tá andando em Vancouver. Deitei perto de meia noite pra dormir e fui assistir um filme qualquer pra distrair as idéias. Vi três filmes e reassisti uma série inteira, só consegui dormir às 6 da manhã (meia noite em Vancouver), porque fechei os olhos e acreditei que precisava dormir.

O apartamento tava vazio, porque Lila tá em Salvador até o fim de Fevereiro, então toda a comida que tinha ao meu alcance era o que tinha vindo na mala (chocolate! nozes, amêndoas e uvas passas) e o que desse pra achar em casa – uma granola natural muito boa, e uns biscoitos de côco. Foi o suficiente, considerando que acordei já quase na hora de sair pro vôo. Pensei que ia de tênis, calça e camisa de manga comprida, mas de noite já tinha sentido tanto calor – calor que não sentia há meses – que acabei decidindo ir de chinelo (de Lila, amarelinho e muitos números menor que meu pé), bermuda e camiseta. Se eu comparasse o peso entre as roupas que vim de Vancouver e as roupas que fui de São Paulo, não ia chegar nem a um quinto.

De cinco dias em Salvador, fiz só o que dava na telha. Quero ir na praia, vou à praia, quero ler, leio (e durmo depois de cinco páginas). Acho que nunca dormi tanto, tão espontaneamente como nesses dias aqui, e dormir nunca me incomodou menos – geralmente quando durmo de tarde fico pensando que podia fazer algo mais produtivo, etc etc. Encontrei o povo da Paperball, no reg mais tranquilo de todos os tempos, conversamos um bocado, depois voltei pra casa, com carona de Fabute. Desde o primeiro dia, tava com uma sensação estranha, de que as pessoas não tinham lá muita curiosidade sobre o que a gente tava fazendo, ou sobre a vida em Vancouver, sei lá. Foi só conversando com minha mãe que deu o estalo que a vida continua e é isso mesmo, nada ia estar do mesmo jeito que tava a seis meses.

Dia 23 chegaram o Geja, Heneile e minha vó, de Itapetinga. Juntaram-se com Tio Fê, Tia Ká e Mel que já estavam lá em casa, e agora tínhamos um fuzuê constante de pessoas pra um lado e pro outro, fazendo um monte de coisas diferentes e a liberdade pra escolher que programação parecia mais interessante no momento, ou também nenhuma programação. Minha vó levou uns doces MARAVILHOSOS, e não há dúvida de que comi muito mais doces que salgados nesses dias! Essas comidinhas únicas fazem falta e a gente nem percebe. Nossa cerimônia de Natal foi muito bonitinha, super simples e com comida de sobra – cortesia do par Fátima e Netinha.

Me senti um dos gatos da casa, ia pra um lugar, deitava e dormia, levantava pra comer qualquer coisa, e depois deitava de novo com preguiça. O livro era muito bom, com coisas muito interessantes, mas o calor dá um sono que ninguém encara. Li uns pedaços e me inspirei pra tentar umas coisas novas quando voltarmos pro Canadá. Tiramos uma tarde com Cogo e Lila pra fazer fotos pro Geja, que a qualquer momento devem começar a aparecer no site e nos canais de vídeo. Todo mundo se divertiu no processo, além do resultado ter ficado sensacional. Além disso, peguei mais umas horas com Cogo pra apresentar (e testar) o Nodal Ninja com a olho de peixe, que resolvi comprar pra fazer panoramas e HDRIs, itens úteis no processo de demoreel, e mais coisinhas técnicas confusas o suficiente pra me despertar interesse. Já tem um tempo que tô pensando num esquema pra colocá-los aqui no blog. Quando rolar, eu aviso.

Madalena derrubou o computador de Lila no chão e passamos umas horinhas também arrumando o bicho. Foi um sofrimento pra conseguir backupear tudo pra um hd externo e reinstalar o Windows. Nesse tempo, aproveitei as promoções do Steam e comprei Worms Armageddon, o jogo mais clássico dos clássicos de infância, pra me divertir quando tiver poucos minutos disponíveis de jogo!

Indo pro aeroporto, tava trazendo a grua de Cogo comigo, pra ajustes em São Paulo, mas o lugar tava tão caótico que quase perdi o vôo só tentando despachar a sacola. Tivemos que abortar o processo, e saí correndo pro embarque com minhas malinhas de mão mesmo. Durante o vôo, sem sono, pra variar, fiquei jogando Worms! Coisas que levaram semanas, ou meses quando éramos pequenos eu consegui fazer em minutos, e meu objetivo de completar todas as missões do single player parece menos distante do que eu imaginava. De volta a São Paulo, fiquei mais um dia à toa em casa até a May chegar e sairmos pra comprar cafés pra professores em Vancouver. Eles não sabem o que é café de verdade – eu também não, mas acredito em quem sabe!

Resgatei uma lente que tava por aqui – em breve faço a introdução adequada da menina, mas já adianto que ela vai numa maleta de ferro com inscrições em cirílico – e acertei com o Padu pra levar o Kowa dele também. Quero tirar mais fotos e filmar mais ao longo dos próximos meses. O schedule aparenta estar bem mais leve do que os terms anteriores, e acho que pode ser uma boa experiência com meus coleguinhas de turma!

Fiz uma série de observações também, que devo desenvolver em outro post. Esse era só um review geral dos últimos dias, e UMA foto, pra ter algo pra mostrar! O break está sendo ótimo, e ainda tem dois dias passando em câmera lenta aqui na casa da May!