Day-to-Day

[CINE] Comando.

August 15, 2010

Para todos aqueles que esperavam uma coisa de ação, ou até mesmo militar (não minto, eu me encaixava na descrição anterior), esqueçam. Interpretando a história temos Flávia, uma mulher solteira, amaldiçoada por sua mãe (personificada por Sônia) – em coma -, que determinou que ela morreria solitária. Mas… “Antes de entrar em coma, minha mãe me ensinou a fazer hipnose.” (Flávia – interpretada por Rita). E esse é seu truque para conquistar seu príncipe encantado, Carlos (interpretado por Kako), num encontro de solteiros em que ele não presta a menor atenção nela.


Filha Hipnótica

“Sétimo encontro de solteiros… Eu sei exatamente o que você tá pensando… ‘Tadinha da Flávia, será que ela nunca vai achar alguém?’ Hoje eu vou mãe! Hoje eu vou!”

Essa é a premissa básica de Comando, dirigido por Camila e Caio. Não participei da montagem do set, nem do pré-light, quando Mosca (ou Pedro Moscalcoff para os não-íntimos) pendurou muitas e muitas luzes no grid – aquelas barras de metal que ficam no teto do estúdio, e criando uma luz bem eficiente e simples de lidar. Ah, sim, tínhamos uma grande janela no quarto, filtrada por uma cortina, que cortava uma parte dos 7000 watts de luz que vinham do lado de fora. Os ajustes finos de cada enquadramento (luzes de recorte, ou principais) eram feitos com uma lanterna chinesa pendurada numa barra de madeira, presa a um tripé, algo que poderia ser chamado de “boom de luz”, mas não acho que o nome de fato exista!

Diferente do Prazer Extremo – que foi o único outro Cine de estúdio que tinha participado – o Comando foi feito no estúdio A da Antiga Reitoria, mesmo lugar de onde transmitimos o CanECA. O set do primeiro e terceiro dias era o quarto/casa de Flávia, onde sua mãe em coma estava adormecida sobre uma cama de hospital (que as meninas da Direção de Arte disseram: foi muito difícil de conseguir essa cama! mostrem ela sempre!)

Camila, sempre fugindo das lentes

Na equipe de Foto, Mosca, Bruno, Guto e eu (na primeira diária tivemos a participação especial da May). Devido à luz no grid, todos os setups de foto eram bem rápidos, adiantando um bocado das filmagens. Consegui dormir um pouquinho no set em todos os dias, tamanha era a tranquilidade do serviço. Tivemos alguns trilhos, nada complicado, tudo já retinho com o chão do estúdio, movimentos com barulhos, rangidos e estalos – posteriormente lubrificados, o carrinho, que já tinha arruinado vários takes de som em outros cines, finalmente está silencioso. Ah, e até a última diária, só tínhamos câmeras Canon nas redondezas, acho até que rolou um suborno da grande fabricante. Eu levava XTi e a 7D, Mosca estava com a 7D do Ricardo, e Guto com sua 1000D, sem falar nas lentes do Serpa (ambas f/2.8, mas uma olho de peixe, 15mm, e a outra Macro, 100mm).

Fernanda – de Arte -, Mosca, Bruno e Guto, os três de Foto.

Aproveitando a foto do Pato – Som -, logo abaixo, explico a foto do outro post, em que ele veste uma camisa igual ao papel de parede. Durante o filme, tínhamos uma transição do quarto para o encontro de solteiros (a segunda diária). Como fazer isso, num único movimento? Leve um pedaço do quarto para o encontro de solteiros. Que pedaço foi escolhido? O papel de parede! Gabi passou boa parte da tarde do primeiro dia costurando essa camisa, na mão. Depois, era só fazer um movimento brusco com a câmera no final de um take, e colar com o começo do plano do encontro. Simplesmente genial!

Só pra não dizer que sou egoísta e ajudo apenas minha equipe, colaborei com a Arte, arrumando um relógio/pêndulo, fundamental a uma das últimas cenas no primeiro dia. Viemos (eu, Fernanda e Amanda) resgatar o apetrecho aqui em casa, depois voltamos, no engarrafamento, eu e Amanda, enquanto Fernanda ia rumo à 25 de Março, comprar coisas pro Encontro de Solteiros.

A segunda diária foi a mais tensa. Muitos figurantes no Encontro de Solteiros, atrasos de mais de duas horas por conta de carregar/descarregar o caminhão, montar as luzes (ligamos mais de 12 kilowatts de iluminação) no restaurante do Clube dos Professores – isso mesmo! relativamente perto de onde rodamos o Arco Íris – e rodar os momentos em que Flávia conhece Carlos. Puxamos tanta corrente elétrica que o quadro de força “caía” com frequência, se a gente deixasse tudo ligado por muitos minutos.

Contamos com a participação de Léo, um anão dono de uma agência de casting para anões. Aposto que vocês nem diriam que tal coisa existe. Sujeito gente boa e muito profissional, tava usando a camisa mais estranha que já vi na vida. No fim do dia, rodamos um plano de “endeusamento” de Carlos que fez toda a equipe rolar de rir. Era algo tão genial que ninguém segurava a gargalhada. Vou ver se consigo postar um quadro dele por aqui, mais adiante – quando terminar de pegar as fotos que estão espalhadas com as pessoas.

Com o fim da diária, alguns membros da equipe foram embora sem se despedir e ajudar a carregar todas aquelas toneladas de volta para o estúdio, o que acabou intensificando o atrito dentro do grupo. Pra acalmar os ânimos, debatemos a produção de filmes pornográficos – sério – e Guto também contou uma teoria fantástica de um documentário que insiste que a BIC (sim, a da caneta) é uma marca alienígena, que nos observa.

A Chinesa é essa bola de luz aí!

No último dia, rodamos as poucas coisas que faltavam no estúdio A e foi tudo tão tranquilo que acabamos duas horas antes do previsto. De todos os roteiros que li até agora, e dos cines que foram rodados, o Comando foi o mais simples, em termos de produção, mas a história e seu desenvolvimento não deixam nada a desejar! É uma comédia romântica com um twist onde você menos espera.

Tá sentindo alguma coisa?

  • Tito Ferradans August 15, 2010 at 12:59 pm

    Só pra dar uma noção de números, nosso argumento único foi iluminado com 2500 watts. O set do Prazer deve ter usado uns 6, talvez 8 kilowatts. Então, 12 kW é MUITO MESMO. Mas era divertido e emocionante. Há!

  • Ferradans. · [CINE] Zero. September 1, 2010 at 12:20 pm

    […] que grande parte da equipe já tinha ido embora, ficamos eu, Victor, André, Caio (Diretor do Comando, aqui tava como Assistente de Foto), Murilo e Lucas (Diretor do Arco Íris, e que aqui era Diretor […]

  • Ferradans. · [CINE] A Vingativa Dra. Vanessa. September 8, 2010 at 12:44 pm

    […] comandava a Direção do Cine, com assistência do Caio (diretor do Comando) e do Victor (do Zero), já que Vanessa era rodado em película. O Victor cronometrava cada take e […]

  • Ferradans. · [CINE] Rito. September 20, 2010 at 10:37 pm

    […] fotógrafos). Falando em foto, era responsáveis Camila Luppi e Anna Júllia Santos, (diretora do Comando e diretora de arte do Vingativa Dra. Vanessa respectivamente, entre outras funções), uma luz bem […]