Day-to-Day

“Happy Birthday”

April 21, 2011

May veio pra cá na segunda, e ficou até ontem à tarde. Eu ainda tava meio mal de gripe por conta do Ibirapuera, resolvemos fazer aquele bolo master de Salvador – pesquisando nos arquivos, descobri que nunca o comentei por aqui. É um bolo gigante, com cobertura e recheio de brigadeiro, morangos no meio e por cima, e raspas de chocolate. Envolve técnicas complexas como “cortar usando uma linha”, e “advanced timing para forno”. Consome uma tonelada de ingredientes, é relativamente rápido de fazer, mas só presta mesmo gelado. Em homenagem a Leo Campos Barreto, demos seu nome ao bolo. É uma apoteose chocolática que as pessoas não são acostumadas a ver no dia-a-dia, e num primeiro olhar, você diria que ele dura uma semana, alimentando quatro pessoas. Mas, essa é uma das regras fundamentais do Bolo Leo: ele não pode durar mais do que 48h. Enquanto houver bolo, coma-o. Não coma nada diferente disso. Seguimos essa condição à risca, e ontem à noite, comi o último pedaço. Para dar um pouco de dimensão pra vocês, ele ocupa um andar inteiro de geladeira, não importa o tamanho da geladeira.

Retomando… Resolvemos fazer esse bolo, e listamos os ingredientes. Chegamos no Pão de Açúcar, e a única opção de morango era um importado, que a caixa custava R$16,84. Proibi May de escolher esse. Ficou acertado que iríamos ao Santa Luzia para procurar o que faltou. Morangos, bandeja e chocolate em barra. Encontramos tudo, nesse mercado absurdamente caro, onde 90% dos clientes é do sexo feminino, acima dos 65 anos, e tem cabelos dourados. É fato. Voltamos pra casa pra começar a preparação.

Lembra quando eu falei que fomos ao Pão de Açúcar? Eu garanti pra May que tinha vários ovos na geladeira. Pois bem, tinham dois. Insuficiente. Saímos DE NOVO, para comprar ovos. Pegamos a primeira caixa que apareceu pela frente, e fomos para o caixa. Lá, May reclamou que estava sentindo um cheiro muito ruim. Eu, como bom gripado, não sentia cheiro nenhum. Antes de chegar nossa vez, a jovem descobriu que a caixinha tinha vários ovos quebrados, porque eles estavam pingando na mão dela. E era dali o fedor. Correndo, foi trocar, enquanto eu guardava nosso lugar na fila.

Por fim, chegamos de volta a essa casa de paredes roxas e laranjas, e começamos a preparar. Nada deu muito errado dessa parte, exceto que quase queimamos o bolo, mas isso na verdade deu um toque especial de consistência para ele, que não se espatifava só com olhares. Atenção especial para a etapa de cortar morangos. No mercado, nem olhamos para as caixinhas, só pegamos duas e saímos. Quando é que você pode fazer isso? NUNCA! Bem, mudemos essa regra, ok? “NUNCA, exceto no Santa Luzia”. Eram os morangos mais lindos, suculentos e deliciosos que já vi na vida. Nas duas caixas não encontramos sequer um podre, e nenhum branco também. Dava pena de ficar cortando, de tão maravilhosos. “Morangos de quando você procura no Google!”, como May especificou.

Por fim, o bolo ficou pronto, colocamos para gelar, e perto das 23h30, fomos cantar parabéns correndo em volta da mesa e usando um fósforo como vela. Sucesso total! Por um motivo muito claro, não há fotos ou quaisquer registros sobre esse bolo. É importante que ele seja inquestionável e absoluto, vivendo apenas em nossas memórias. Hahahahaah!

Ah, como ainda não me entendo com o Facebook, agradeço a todos que mandaram parabéns, e espero que vocês tenham lido isso aqui! (sério, nunca vi minha caixa de emails tão cheia)

  • May April 21, 2011 at 10:08 am

    “Tell me about it! That cake. Best cake I ever had. Seriously, my stomach was like ‘Hey bro, I don’t know what you’re eating cause I don’t have any eyes, but it’s basically awesome, so keep sending it down.'”

    ‘Cê nem sabe de onde tirei isso, né? Huhuhuhu!

    ps – coloca os links de seus posts no facebook! :D