Day-to-Day Specials

Angels – It’s All Over Now, Baby Blue.

September 12, 2009

Ela em pé, perto da mesa. Ele, sentado numa poltrona do lado oposto da sala. A discussão no ar.

— Não acredito que você pensou isso.
— O que mais eu podia pensar?
— Sinceramente, não acredito.
— Então eu sinto muito.
— Isso só provou que você não me conhece. Todo esse tempo, e você não me conhece.
— Se você quer ir por esse caminho fatalista…
— Acabou. É isso. Acabou.
— Você diz, “Tudo”?
— É. Tudo. Acabou. Não consigo acreditar.
— Você não quer pensar sobre isso, nem um pouco?
— Não consigo ver nada de bom vindo. Só mais tristeza, saudade e lágrimas.
— É esse, todo o seu pensamento.
— É.
— Sua decisão é a mesma?
— Sim.
— Então, acho que é isso.
— Eu te odeio!

Ela sai, batendo a porta. Ele fica ali, em silêncio. Passam-se os dias, e ele lá. Sua cabeça gira, as palavras dela ecoam na memória. “Acabou”. “Você não me conhece!”. É… Talvez eu conheça, talvez eu não conheça mesmo. Que jeito me resta senão respeitar a decisão? Encaremos os fatos. Se nessa situação, tudo que eu posso fazer é magoá-la, apesar do que sinto, acredito que é melhor para ela se eu desaparecer no ar.

E assim acontece. Num instante ele estava lá, no instante seguinte, nada mais havia na cadeira além do reflexo do poente entrando pela janela.

Sabe, talvez eu não ligue mesmo pra essas coisas. Talvez eu simplesmente me engane o tempo todo, insistindo nesse sentimento estranhamente unilateral. Desde o começo, algo não estava certo. Provavelmente o certo teria sido desistir, muito tempo atrás. Antes mesmo de começar. Agora acho que teria sido melhor para todo mundo.

Neste exato momento, quebro uma promessa que fiz nas primeiras horas do ano de 2009, e mesmo sabendo que poderia insistir, me parece mais saudável não seguir essa trilha. As coisas são complicadas, mas talvez esteja na hora de parar de brincar por aí, insistindo em realidades fora do meu alcance e deixar o tempo rolar. Não é a coisa mais fácil do mundo. Vai ser doloroso e triste, mas, há de passar.

Provavelmente só vale para mim, mas: foi infinito enquanto durou.

PS – Peço encarecidamente que, se alguém quiser comentar esse post, pense, pelo menos, umas dez vezes antes de escrever. Apesar de não dispensar opiniões, raramente elas influenciam o caminho que é só meu.
PS2 – Se não entendeu NADA, uma pena. Procure outra alguém pra te explicar.

  • Tito Ferradans September 25, 2009 at 8:20 pm

    Você quis terminar. Pediu que fosse assim. Trancou a porta e fechou as janelas pra não pensar mais em mim.
    E eu te pergunto: Pra quê?

    Não vou te procurar. Vou deixar você me esquecer, para encontrar a pessoa mais certa que possa lhe amar longe de mim.
    E eu te pergunto: Por quê?