Day-to-Day

Neve: Quase Congelado.

November 30, 2014

Ontem a gente foi pra Surrey, filmar a segunda versão do animatic da Rityka, com o cachorro, na floresta, e tudo mais. Importante citar que anteontem nevou. Um bocado. Saí de casa às 6h20 am, tudo branco na rua, calçada escorregando, essas coisas todas. Encontrei com Sean e Daniela na Expo Line e pegamos o trem pra encontrar com a Rityka no meio do caminho. De lá, seguimos até a King George, onde pegamos um táxi até a locação. Até aí, tudo sucesso, tranquilo.

Chegamos lá, conhecemos o bróder dono do cachorro (uma criatura chamada Karma), e entramos no parque. Tava tudo branco, gelado. Temperatura ambiente: -8 graus. Preparamos as coisas pra começar, Karma ficou passeando pelos arredores enquanto a gente se posicionava, rodei o primeiro plano, um geral das árvores com a Rityka bem pequenininha, de vermelho, perdida no meio do lugar. Meus dedos começaram a doer de frio. Doer como se estivessem numa prensa. No segundo plano, comecei a passar mal e tive que me afastar pra base, e entreguei a câmera pra Dani, meio murmurando “opera aí, você sabe fazer isso”, e sentei no chão, encolhido.

Acho que nunca senti tanto frio na vida. Em um dado momento, eu só queria deitar e dormir. Aí eu fiquei preocupado. Voltamos pro carro, e ficamos lá uns minutos no aquecedor. Eu ainda tava morrendo, então o povo voltou pra filmar e eu fiquei no carro, caindo de sono e esquentando minhas mãos de todo jeito que podia. Dormi 45 minutos, que pareceram um piscar de olhos, e quando a Dani voltou com a câmera, congelando e xingando pelo frio, eu não tava vivo direito e comecei a falar com ela em português. Levou uns segundinhos até o cérebro ativar e o inglês também. Foi engraçado.

Passei esse aperto vestindo três calças, três blusas e dois casacos. Me falta gordura corporal pra sobreviver temperaturas! Depois de chegar em casa, fiquei o resto do dia encolhido na cama, produzindo e armazenando calor pra contrabalancear o frio matinal. A May voltou mais cedo da VFS, e ficamos conversando, jogando Donkey Kong e ouvindo discos. Mais uma vez, novamente, a May salvou meu dia. Não sei o que seria de mim se não tivesse ela por aqui. A saudade de casa, das pessoas, de meu pai e minha mãe tá foda, e o frio não ajuda nesse aspecto.

  • TFerradans. · The Hardest Fucking Year of My Life. May 27, 2015 at 7:44 pm

    […] also had the near-freezing experience to add some more layers of damage and the winter itself made me miserable. The temperature NEVER […]