Day-to-Day

Releitura Fotográfica.

November 15, 2010

Trabalho final de Imagem II, devido à falta de tempo acabei fazendo algo meio picareta, mas a proposta é muito boa. A idéia é pegar uma foto que você acha muito interessante, que gera algum sentimento, analisá-la, tanto no quesito “por que ela gera esse sentimento?” como no quesito técnico, de enquadramento, cores, luzes.

Depois de analisada a imagem, o objetivo é criar uma outra imagem, inspirada na primeira, com o objetivo de passar o mesmo sentimento, e tomando bastante cuidado com a parte técnica, para que ela seja impecável. É quase uma “refilmagem de foto”, mas sem a obrigação de ter elementos em comum (isso foi uma escolha minha). Para criar essa segunda imagem, valia tudo. Desenho, montagem, toneladas de Photoshop, ou uma foto pura mesmo.

Como já mencionei antes, esse fim de semestre tá tenso, e uma enxurrada de trabalhos desaba sobre nós, então fiz esse caminhando no sentido contrário. De certa forma, tira o mérito da nossa foto de Sweet Dreams, mas me poupa o enorme tempo de ter que criar uma foto nova. Então, escolhi a foto que mais me agrada no ensaio, e fui procurar outra que passasse a mesma sensação, para dizer que me inspirei nela… Acabei descobrindo que mãos são elementos comum em pesadelos.

Prometo que, nas férias, vou re-fazer esse trabalho, sem a obrigação de prazos e notas, só pra vocês se divertirem também. E já tenho a foto-inspiração e sei exatamente como quero que saia meu resultado. Será que conseguirei?

Nightmare por MacChesney – Imagem Base

A imagem base me passa a sensação de terror declarado, porque o protagonista – gritando, na parte de baixo da foto – já está aterrorizado. Não sabemos se as mãos vão alcançá-lo, ou o que pretendem fazer com ele, mas a atmosfera de sombras e o tom azulado passam o sentimento de que não é nada bom. Essa foto pode facilmente ser a representação gráfica de um pesadelo.

As linhas diagonais geradas pelos braços e dedos gigantes aumentam a tensão em direção ao ponto de conflito, o garoto de perfil no canto inferior, que está na diagonal contrária, e é cheio de formas mais arredondadas. Provavelmente a foto foi feita através da projeção de sombras num anteparo mais claro, tornando-a completamente bidimensional.

Para as mãos ficarem maiores elas têm que ficar mais próximas da fonte de luz, e portanto suas sombras são mais suavizadas, reforçando a teoria da projeção.

Meus pontos de maior interesse na hora de criar a releitura eram manter o conceito de “pesadelo”, o terror, os elementos de mãos e a tonalidade mais puxada pro azul. Na recriação, tentei jogar com as sombras da mesma forma que a imagem original, mas nenhum dos resultados ficou sequer perto de interessante.

Dessa vez, a protagonista não está acordada, portanto o terror é maior para quem olha a foto do que para a garota – que dorme – diferente da imagem original.

Releitura da Imagem

Como meus testes de teatro-de-sombras falharam, parti para uma mistura de imagens através do Photoshop. Fotografei vários elementos isolados de mãos – em um fundo fácil de remover – e apliquei sobre eles o tom azulado/frio, além de o azul estar presente em pequenos detalhes – a maquiagem, pulseira e unhas da garota -, deixando o resto da foto em baixa saturação – tom de pele, mais especificamente – também com uso do Photoshop.

O chão foi alterado para o padrão quadriculado, a fim de manter uma unidade de cores, sem se transformar numa única cor sólida, e a fumaça colabora com a atmosfera irreal, de sonho. O lençol branco combinado com a coberta preta já tinham sido planejados no momento da fotografia.

Na mesma sessão, e no mesmo espírito, acabaram saindo algumas outras fotos interessantes, mas não tão adequadas à proposta da primeira, como essas duas abaixo.