Day-to-Day

[TCC] O Fim do Filme.

December 12, 2010

Caí meio de paraquedas nesse projeto e não fui tão útil, então nem tenho muito o que escrever, mas como faz parte do dia-a-dia…

Quem me chamou foi o André (AV2008), meio desesperado, na Sexta, quando eu apareci aqui na USP com a May para gravar a trilha sonora do Starlight (aguardem). Ele disse que a diária começava às 11h DA NOITE e terminava às 11h DA MANHÃ. Não podia ir na Sexta, mas me comprometi a ajudá-los no Sábado. Sério, foi impossível de dizer “não” quando o Quico (Meirelles) veio aqui no laboratório perguntando se eu topava.

Continuei minha vida, tranquilo e feliz, gravamos as coisas e no Sábado, cometi o grave erro de acordar cedo. Eu tinha planejado dormir no fim da tarde até a hora de ir pro set (a locadora de vídeo 2001 Sumaré), e com esse intuito, me dediquei à leitura. O sono só veio às 22h, quando cochilei por 40 minutos. Logo estava de pé novamente e a caminho do metrô Sumaré, onde ia encontrar com o André e ganhar carona até o set. Avisei logo que poderia não aguentar a noite inteira, porque nessa hora ainda tava com bastante sono. Eram 23h15.

Chegamos na 2001, descarregamos os carros com todas as (milhares de) partes da câmera, ua Aaton, 16mm, incrivelmente silenciosa (diferente da Arri usada nos Cines). O Pedro, assistente de câmera, tava montando a dita cuja, quando foi testar o controle remoto do follow focus e a câmera apagou. Não ligava de jeito nenhum. Eles não surtaram tanto porque, na primeira diária, isso tinha acontecido DUAS vezes. Um fusível tinha queimado. A solução: ir até a JKL para trocar a câmera, ou pegar um fusível novo. Tempo necessário: 45 minutos. Embarcamos todos (Quico, Pedro, André e eu) da equipe de foto no Fox azul do Quico e partimos voando. André ia ditando os caminhos e Quico seguia as coordenadas enquanto Pedro ligava incessantemente para a JKL. Chegamos lá rapidinho. Entramos e Dadá, funcionário da locadora de equipamento, falou que a única solução era um tal de Márcio, que só chegava às 4h da manhã, porque ele – Dadá – não tinha a chave de onde ficavam guardados esses fusíveis. Saímos de lá ligando loucamente para a Produção, dizendo para eles ligarem para outras locadoras, e ver se o povo vendia ou dava o fusível. Enquanto isso, todos no carro ligavam pro celular de Márcio – incomunicável. Outra opção era procurar fusíveis no próprio carro, ou em lojas de auto-elétricas.

Chega a primeira encruzilhada: além da JKL, existem outras duas principais locadoras de equipamento em SP. A Central de Locações e a CinePro. Cada uma em uma zona da cidade. Pegando a marginal num sentido, você chega na Central, no sentido oposto, a CinePro. E a gente bem no meio das duas. O que fazer? Pra qual arriscar? Qual seria o discurso, se encontrássemos alguém em alguma das duas? “Oi, a gente é da ECA e tá rodando um TCC agora de madrugada. Alugamos uma câmera na concorrente de vocês, mas o fusível queimou. Será que você podia me ajudar?”. Não parece algo muito promissor. Na marginal, o sentido “Central” tava absurdamente engarrafado (à 1h da manhã!), então decidimos pela CinePro. Quando estacionamos na frente do portão, a Produção liga, dizendo que só tem um guardinha lá, e ele não sabe o que fazer. Lá vamos nós de volta para a JKL. E tome-lhe mais telefonemas pro Márcio. No meio do caminho, ele atende, e diz que vai passar pra Dadá as coordenadas da chave escondida que abre a porta dos equipamentos.

Lá vamos nós, VOANDO de volta. André sempre ditando os caminhos miraculosamente intrincados e vazios. Chegamos, Dadá já tava com os fusíveis na mão. Trocamos, a câmera funcionou. Levamos um de garantia pro set. Chegamos umas 2h30, e começamos a rodar quase imediatamente. A luz já tava montada pelo pessoal de elétrica da O2, de onde veio todo o (MUITO) equipamento. Até 5h da manhã fiquei fazendo video-assist, levando um trequinho gravador/reprodutor para todo lado, seguindo o Dib (diretor, AV2007), Pedro e Quico. Depois disso, tivemos um ‘almoço’ (era esse o nome, na Ordem do Dia), pela mesma equipe de catering do Final Feliz, e que acabou com minhas energias. Só fiquei para ver o próximo plano, que tinha uma grua de quatro metros, DENTRO DA LOCADORA, mais uma vez cortesia da O2.

Quando esse acabou -umas 7h30 -, acabou também minha pífia reserva de energia. Me despedi do povo e tomei o rumo de casa – a pé até o metrô -, subindo ladeiras cruéis e cheguei de volta ao lar por volta das 8h. Morri e ressuscitei às 13h40. Valeu a pena. Foi um aquecimento para o Starlight, que rodamos amanhã!

  • May December 12, 2010 at 4:33 pm

    Zentchi, que insano!

    Porém divertido… pelo menos de ler.

  • Ferradans. · [SET] Descartes. December 16, 2010 at 4:54 pm

    […] não estaria, porque estão sendo rodados os TCCs. Demos sorte, o equipamento estava lá, porque no Fim do Filme, estavam usando equipamento de luz da O2 – Quico Meirelles como fotógrafo, já […]