Day-to-Day

Tito e a Busca pela Felicidade.

December 1, 2015

É engraçado escrever sobre felicidade nesse momento da minha história. Sempre me considerei uma pessoa feliz, mas de uns tempos pra cá, acho que ela resolveu tirar férias e a vida ficou complicada pra caramba. Foi difícil do tipo “qual o objetivo disso tudo que eu to fazendo?”, e faltava justificativa pra sair da cama. Tinha menos de um ano morando fora, longe de tudo que eu conhecia, falando uma língua diferente, estudando o que eu quero fazer todos os dias da minha vida – efeitos especiais, caso você esteja se perguntando. Parece um cenário bem positivo, mas não era. Enfim.

Esse texto não é pra ficar chorando sobre os entraves da vida, mas essas informações aí são relevantes porque pra sair desse estado eu tive que pensar e descobrir muita coisa sobre mim mesmo, especialmente “o que é que me faz feliz?”, porque é um processo muito mais interno do que externo. Pra ser feliz eu preciso estar em paz comigo mesmo, eu preciso de Sol, eu preciso estar empenhado em algo que goste, trabalhar, de preferência em mais coisas do que eu acho que dou conta, que me motive a testar idéias que nunca pensei antes. Ser feliz pra mim é descobrir que sou capaz de coisas que não achava possível. Eu sou feliz comigo mesmo, sendo minha companhia pra aventuras de bicicleta, idas ao cinema sozinho e incontáveis conversas com todo mundo que mora dentro da minha cabeça. Felicidade não é um estado permanente – o que é uma bênção, porque senão a gente provavelmente cansaria muito rápido – mas eventos pontuais que dão aquela descarga de euforia e a sensação de que meu corpo não é suficiente pra conter toda aquela energia.

Depois de todo esse drama, de perder 12kg e ganhar tudo de volta a muito custo, eu consegui definir algumas metas pra vida e são essas as coisas que me fazem levantar todo dia às 7 da manhã – inclusive aos Domingos. Como da vida a gente não leva nada, tô determinado a deixar uma marca pros que ficam ou vêm depois. Ainda não sei exatamente que marca é essa então tenho trabalhado em muitas coisas ao mesmo tempo. Meu objetivo é fazer o que eu gosto com pessoas que gosto e confio, mesmo que o retorno financeiro não seja essa maravilha.

Não faço muita questão de uma vida segura – acho que minhas mudanças de Salvador pra São Paulo pra Vancouver já dão pista disso – mas faço questão de uma vida onde cada dia tenha algo digno de lembrar e onde eu acorde pensando “Ae, hoje eu vou fazer (preencha com atividade) e vai ser muito daora!”. Pra conseguir chegar onde estou e continuar seguindo essa minha rota, tenho uma pá de gente que me apóia até nas decisões mais estúpidas – aquelas que nem eu mesmo me apoiaria! – e são essas que fazem toda a diferença no caminho. A todas elas eu sou grato, começando pelos meus pais e Lila – piegas? é só porque você não conhece o trio, e se conhece, tenho certeza que entende meu ponto! -, seguidos de perto pela Paperball Productions, que é minha segunda família e a quem eu recorro quando o assunto é daqueles que a gente não conversa com os pais.

Tito Ferradans, escritor/fotógrafo/filmmaker/vfx artist – 26 anos – 29 de Julho, 23 de Novembro.

(só pra fechar, eu TIVE que ir com esse título por causa do filme – que não é bom e não vale a pena assistir!)