Para cada um de vocês, o que é ‘amor’?
Não a definição formal, aquela coisa de sentimento, blá, blá, blá. O que é o amor, na prática? O que você ‘define’ pra dizer (nem que seja dizer para si mesmo) que ama algo ou alguém? Sim, é fato que existem vários tipos de amor, mas, acho que todos eles podem ser conectados através de um mesmo eixo.
Para mim, amar é algo que começa no campo imaterial. É uma coisa que fica em sua cabeça o tempo todo. TODO mesmo. Seja no banho ou enquanto você prepara seu prato para uma refeição, você sempre pensa em como aquela ação podia se relacionar com o ser amado (chamemos de ‘ser amado’ daqui pra frente, mesmo que não seja um ser, mesmo que seja algo como uma ação. Escrever, pintar, desenhar…), e qual seria o resultado disso.
Há pessoas que passam a vida inteira sem admitir seus amores para outras pessoas. Eu acredito que amar algo é SIM uma realidade bastante profunda. Há uma banalização do “eu te amo”. Banaliza-se o sexo, a violência, as drogas, mas, o que realmente atinge as pessoas é a banalização do “eu te amo”. Nesse ponto, eu acho que sou atrasado em algumaS geraçÕES. Sendo honesto, faz bem pouco tempo de vida que eu admito meu amor. E olha que são para poucas coisas, e menos ainda para pessoas. Os que eu amo são aqueles os quais eu não consigo me imaginar vivendo sem.
[Nesse parágrafo, opiniões completamente pessoais e, até o momento, desconhecidas por muitos de vocês leitores, que nem são tantos assim – ainda bem]
Partindo ainda para um aspecto ainda mais particular do amor, temos os relacionamentos mais intensos entre duas (convencionalmente, sim?) pessoas. Eu sou contra “ficar”. Mas não sou contra em relação às outras pessoas. É só algo que eu não quero para mim. Não acho que uma ficada valha qualquer coisa. Não vejo valor nem beleza em beijos que estão ao seu alcance da mesma forma que estão ao alcance de qualquer um. Até hoje, beijei quatro bocas. Em 20 anos. Você vai em festinhas por aí que, numa noite, um sujeito comum faz o dobro da minha marca. Mas uma coisa eu garanto: cada um dos meus beijos significou algo para mim. Algo importante. Em cada um deles eu aprendi algo, uma peça a mais se encaixou no quebra-cabeça que é a vida. Seja a lição boa, ou ruim, não deixa de ser uma lição, e não digo que me arrependo, porque não me arrependo MESMO.
Eu me lembro de cada um deles. De onde eu estava, de como estava o clima, da luz, da hora, do que aconteceu antes e do que aconteceu depois. São filmes bem guardados. Agora vai perguntar pra nosso amigo que pega oito, dez ou quinze numa noite. “Ah, ele tá curtindo!”. Beleza, cada um se diverte do jeito que quer. O meu jeito não é esse. Nem pretendo que seja.
Retomando o ponto anterior, não são muitos aqueles que eu amo. E eu garanto que pelo cada um deles já me ouviu dizer “eu te amo”. E foi um “eu te amo” sincero, por mais pesada, não-séria ou estranha que fosse a situação. O fato de eu não conseguir imaginar minha vida sem essas pessoas não significa que eu não possa viver o ‘aqui e agora’ sem saber como elas estão. Em algum lugar, dentro da minha cabeça, elas estão aqui, do meu lado, o tempo todo. Eu dou rio alto sozinho por imaginar como Donk, Diego ou Fábio reagiriam à determinado acontecimento, ou falo sozinho “eu sabia!/que coincidência!”, quando sei que minha mãe diria o mesmo se estivesse aqui comigo. Lembro e mantenho coisas em minha cabeça que certamente meu pai diria para fazê-lo, pois serão importantes em algum momento não muito distante. Vejo atrocidades no trânsito e (como não?) lembro de Juliana desesperada pelas ruas no seu possante. Aponto placas e anoto idéias que só Lila teria também ou conseguiria entender, e sorrio sozinho (há, esse é comum, MUITO comum) quando me acontece algo que eu gostaria que Vick estivesse junto. Bobagens como andar num dia ensolarado pela Paulista, dar uma passada no Trianon, uma sessão de cinema, ou ir ao mercado e experimentar uma marca diferente de lasanha.
No mundo físico, nenhuma dessas companhias está ao meu lado, mas, ao mesmo tempo (se vocês conseguiram entender tudo que eu falei até agora), todos estão, e ao mesmo tempo. O que eu mais queria é que vocês fizessem o mesmo. Me coloquem aí, dentro da cabeça de vocês, o tempo todo, apitando piadinhas sem graça e comentários nerds/inteligentes, correndo pelas ruas para não chegar atrasado num compromisso sem importância e, ainda mais comum, rindo alto de qualquer besteira sem graça, aquela risada típica da minha pessoa, que todos vocês conhecem e reconhecem à distância (não adianta negar. TODOS vocês já comentaram sobre minhas gargalhadas em algum momento, e eu guardei esses comentários para usá-los agora contra vocês!).
Com vocês, eu tenho todo o tempo do mundo. Para mim, isso é amor. E, de brinde esse também é o melhor remédio para saudade. Não funciona perfeitamente, mas dá uma boa melhorada!
É uma grande pena, e ao mesmo tempo, ainda bem, que o amor não é a mesma coisa para todo mundo. Dessa forma, cada um tem sua própria forma de amar, e vai incorporando a si mesmo diferentes formas de amar.
“‘Cause if you hadn’t found me,
I would have found you.”
Acho que esse é o post mais pessoal que esse blog já teve e terá ao longo de toda a sua existência…Pretendia falar mais de amor em relação a outras coisas (que não sejam pessoas), mas não rolou. No começo, achei que não ia gostar de escrever, mas tô terminando aqui em meio às lágrimas e sorrisos bobos. Acho que tinha algum efeito alucinógeno no filme que eu acabei de assistir com vocês aqui… “August Rush”. Ajudem minha imaginação e assistam aí também!
Nota do autor: Pela primeira vez, comecei um post bem grande com uma energia e consegui terminar do jeito que eu queria! CHUPA ESSA MANGA!
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