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December 2009

Specials

Rotas – Capítulo Primeiro.

December 31, 2009

Mais do que qualquer outra escolha que fazemos ao longo de nossas existências, amores não-vividos têm uma capacidade – convenhamos, quase um dom – sobrenatural de ecoar nas mentes dos envolvidos por toda a eternidade.

– Será que essa era mesmo a melhor decisão?
– Como poderia ser minha vida agora?
Essas e outras dúvidas percorriam as idéias de Mariana, ocasionalmente nos tempos bons com Ricardo e, com mais freqüência, nos tempos de crise.

O maior conforto para essas questões, entretanto, era um quadro desenhado pelo rapaz – por coincidência, ou não – na mesmíssima data de sua maior decepção amorosa. A ilustração sempre a lembrava que, mesmo ruins momentaneamente, tudo poderia ter sido muito pior se ele não tivesse aparecido na hora certa, três anos, oito meses e doze dias atrás. Ele e sua arte.


“Normal” definitivamente não seria uma palavra adequada para definir aquele dia na vida de Mariana, Matias e Ricardo. Os dois primeiros já se conheciam há muito tempo. Talvez até mais do que o adequado, para aquele tipo de situação. Ambos tinham seus dezoito anos, e se conheciam há, não menos do que, doze anos. Estudaram nas mesmas escolas, moravam na mesma rua e agora cursavam a mesma faculdade, apesar de cursos diferentes. Enquanto Mariana se dedicava ao fim de seu primeiro semestre em Biologia, Matias já terminava seu segundo de Jornalismo.

Mais dedicado aos estudos, Matias começara logo na primeira turma, enquanto Mariana passara para a segunda metade do ano. “As férias mais merecidas que já tive!”, ela costumava dizer, enquanto conversavam.

HISTÓRIA ABANDONADA, POR MOTIVOS DE FALTA DE INSPIRAÇÃO. Tinha todos os desenvolvimentos, do começo ao fim, só faltava escrever, mas o pique acabou sumindo. Ainda gosto muito do banner, though.

Specials

Angels – Ansiedade.

December 30, 2009

Era um dia de sol, daqueles bem iluminados, calorentos e com um ar de ressaca. Talvez o dia mais bonito do mês (ou dos últimos meses)… Bonito pela imagem e pelo futuro conteúdo que estava prestes a transbordar! Aquele era o momento mais esperado por ela. Momento este antecedido de jejum, enjôo, dor de barriga, insônia e diversos palavrões doados para a amiga que a havia aconselhado a encontrá-lo.

“Chegar em casa, tomar banho, se arrumar, descer, andar até a praça (chegar antes dele) e ficar lá”. Esse era o roteiro pronto na cabeça dela. O grande problema é que acabava aí! O resto era uma grande interrogação e um grande “FUDEU!” rondando.

Então, ela chegou ao local combinado (e nem sinal dele, UFA), escolheu o lugar mais fresco para sentar e esperá-lo. Tirou um livro da bolsa e abriu na página 23. Cinco minutos. Dez. Quinze. Meia hora! E ele nada. Talvez ela tivesse chegado muito antes do combinado… e o problema era que o tempo parecia não passar!

Depois de muito tempo esperando, ela sente a presença luminosa e cheia de vontade, parada na sua frente. Aquela vista tão esperada e explosivamente saudosa estava ali. Ele estava ali. Ela o olhou por pequenos segundos e tentou se ocupar com algo. Fechou o livro e o guardou na bolsa (mas antes, olhou de relance em que página tinha parado, e para sua surpresa, continuava na página 23).

Ele foi o primeiro a falar:
– Oi…
– Oi – ela respondeu.

Depois desse enorme diálogo, um silêncio mais enorme ainda se instalou.

Ela não lembra ao certo quem retomou a fala, mas lembra muito bem que as palavras não faziam muito efeito… O que realmente a despertava era aquela voz, aquela forma de falar tão dele, tão doce. Escutá-lo depois de tanto tempo a fez voar, sair daquele momento e a vontade de abraçá-lo quase a tomou por completo.

“Conversa vai, conversa vem”, e o veredito:
– Você tem que se decidir. O QUE VOCÊ QUER? Quer voltar, não quer, quer tentar de novo, quer o quê, finalmente?

O que ela mais queria era que ele a tomasse nos braços, a dissesse que a amava e, o mais importante, que tudo acabasse com um enorme beijo. Mas isso não aconteceu. Ambos tiveram que se contentar com um abraço curto e com o futuro incerto. “Tudo depende dele”, ela pensou. Ele deve ter pensado o mesmo.

O resto da história, nós conhecemos bem. Decidiram tentar, estão tentando e vão continuar tentando até que a morte os separe.

Day-to-Day

Culinária Improvisada.

December 30, 2009

Misturar três potinhos de iogurte cremoso Nestlè (“levemente adoçado”, diz na embalagem) com duas polpas orgânicas de goiaba e bater tudo no liquidificador resulta numa bebida entre um frapê e um milkshake, de sabor característico, suave e agradável. Sério, fica bom pra caramba.

Day-to-Day

Adeus Ano Velho.

December 30, 2009

O título não vai ter nenhuma relação com o texto, mas quem se incomoda? Desconsiderem a falta de sentido desse post, é só pra me reacostumar com as palavras e narrações!

Tem quase uns dez dias que tento escrever algo por aqui, e nada consegue se materializar em palavras. Um bocado de coisa tá acontecendo, a segunda fase da Fuvest já tá batendo na porta (dias 03, 04, 05 e 08 quero todo mundo desse blog me mandando bons pensamentos!), meus pais estão por aqui, para o reveillon que, tudo indica, será passado em plena Avenida Paulista, com os gatos pingados que sobraram pela cidade.

Sobrevivi ao Natal com minha mãe, e é uma pena não termos fotos das loucuras que fizemos por aqui. Destaque para um pinheiro constituído de fita isolante, etiquetas pequenas, embrulho para presente cortado em círculos e estrelas de papel alumínio, tudo colado no pano verde da parede, representando nossa árvore de natal. Não tínhamos toalha de mesa, então pegamos vários guardanapos para forrar a superfície lisa e escrevemos mensagens diversas com hidrocor, manchando a mesa toda e deixando a cozinha um pouco mais animada. Encontrei umas lâmpadas coloridas perdidas dentro do armário e coloquei uma cor de laranja na cozinha (fica MUITO surreal, quando só tem ela ligada. Parece que é um portal pra outra dimensão), e uma azul, na banheira, que já é azul, no banheiro que também tem ladrilhos azuis, resultando num cenário bastante… azulado. Já que a época de Natal simboliza iluminação da raça humana, nada como colocar umas lâmpadas novas pela casa que andava tão sombria, não é mesmo?

Entre meus inúmeros (três) presentes, ganhei um perfume de Vodka, vindo de Vick. Quem diria que até perfume a mãe Rússia planejava com a criação de sua bebida? Pra completar, até a WalMart me deu presente, adiantando, em quase um mês, a chegada de uma estante que eu comprei há MAIS um mês. Eu comprei em meados de Novembro, ia chegar dia 20 de Janeiro. Chegou hoje. Dediquei MUITO SUOR e algumas horas à montagem e preenchimento do mesmo, esvaziando vários armários bagunçados, dando ao quarto uma cara de quarto mesmo. Convenhamos, antes parecia uma sala vazia.

Temos (eu e dona Fátima) andado bastante pelo bairro. Mentira, “bastante” é uma palavra ineficiente pra definir o QUANTO temos andado. Qualquer coisa é motivo pra ir pra rua, esticar as pernas. A casa está brilhando de tão arrumada e limpa, algo não tão comum assim… Tentamos assistir Avatar, no IMAX (aquele cinema gigante, com a tela gigante, e tudo mais gigante), mas as sessões da semana inteira estavam lotadas! Ao que tudo indica, vou apreciar essa obra cinematográfica logo na primeira semana de 2010. O truque é comprar os ingressos pela internet…

Ontem também chegou uma carta de Vick, mas não sei se ela deixa eu postar uma parte aqui… Espero que ela responda nesse post. Hahahaha

Day-to-Day

Ghettocam!

December 30, 2009

Convenhamos que são raras as situações em que imagens tremidas colaboram com o entendimento da história. Tripés são boas soluções para estabilidade, mas limitam muito sua movimentação. Como andar por aí, sem tremer excessivamente a imagem? Por mais firme que seja o pulso do cinegrafista, nossa articulação sempre permitirá movimentos em quase todas as direções, além de rotações diversas, totalmente adversas. O resultado nunca será comparável a um filmado com o equipamento adequado.

Por “equipamento”, entenda-se “Steadicam“. No lugar de “adequado”, leia-se “fora de alcance financeiro”. São poucos os casos em que temos acesso ao equipamento adequado, mas são ainda menos os casos que rebeldes de plantão não apresentara, uma solução barata e confiável. Exemplo disso é o Merrycam, ou o Poor Man’s Steadycam. Apresento a vocês o Ghettocam, extraído do DV Rebel’s Guide, uma alternativa de baixo custo aos seus problemas de tremedeira e movimentação. O resultado deve ser algo parecido com isso:

Começando pela lista de materiais. Você vai precisar de

  • Cabo de Vassoura
  • Parafuso 1/4″-20
  • Porcas 1/4″
  • Serra/serrote
  • Furadeira com broca para madeira
  • Madeira retangular com aproximadamente 3x5x40cm
  • Cola para Madeira
  • Arruela 1/2″ com furo de 1/4″
  • Lixa para Madeira
  • Tinta Preta (spray) – Bônus

1 – Caso sua madeira seja maior que o tamanho necessário, esse é o momento de serrá-la nas dimensões adequadas. Serre também o cabo de vassoura, retirando dele dois bastões com 15cm cada. O resto é descartável.

2 – A 3,5cm de cada ponta, perfure os buracos por onde passarão os bastões da vassoura. Se você tiver uma broca-serra, sua vida vai ser muito mais simples. No meu caso, fiz vários furos pequenos com a furadeira, para fragilizar a região, e tirei o miolo usando martelo e formão. Trabalho de açougueiro mesmo.

3 – Com a cola para madeira, fixe os dois bastões, um em cada ponta. Caso os furos não estejam perfeitos, use uma lixa para afinar as pontas dos bastões, facilitando sua entrada. Espere a cola secar antes de continuar.

4 – Com a broca de 1/4″, faça um furo no centro da madeira base, atravessando-a. Aqui você vai inserir o parafuso que encaixa na câmera, firmando-o com o uso da arruela 1/2″-1/4″ na parte inferior e as duas porcas 1/4″, uma em cima e a outra na parte de baixo, dessa forma.

5 – Para melhor visual, você pode pintar o aparato com tinta spray. Acabada a montagem e com a tinta já seca, seu Ghettocam deve ser algo desse tipo.

Day-to-Day

The Boondock Saints – Transcript I

December 23, 2009

(A) – Bastard. This has got to be his big break.
(B) – Yeah.
(A) – We’ve got to fuck with him, right?
(B) – Okay.
(A) – Open the door. I’m gonna grab him by the fuckin’ hair.
(B) – Sit down!
(A) – Get down! Shut up!
(C) – Don’t shoot! Don’t shoot! We’re on the same side. Please, don’t shoot.
(B) – Get on the ground!
(C) – Don’t shoot, don’t shoot. We’re on the same side. Boss must’ve sent me in as backup. I’m Rocco! I’m the funny man. That ain’t my name.
(B) – Where’s your gun? Where’s your gun?
(C) – I’m the fuckin’ funny man! It’s right here. Right here. That ain’t my real name.
(B) – What the fuck? Jeez! It’s a fuckin’ six-shooter!
(A)- There’s nine bodies, genius! What the fuck were you gonna do, laugh the last three to death, funny man?
(C) – Pappa Joe said there was only two! In and out! Boy, you guys sure did a good job. Ah, shit. You guys are good, huh? Cool masks. Where’d you get ’em?
(B) – We gotta do him right here!
(A) – Right now!
(C) – Don’t, please! I’m the funny man!
(A) – Right.
(C) – Don’t kill me! Don’t kill me, please!
(A) – Right!
(C) – I’m the funnyman!
(A) – What a fuckin’ idiot!
(C) – Fuckin’… What the fuckin’ fuck… Who the fuck… Fuck this fuckin’… How did you two fuckin’ fucks… FUCK!
(B) – Well, that certainly illustrates the diversity of the word.

Filme de ontem à tarde. Incrivelmente distorcido em termos de ética e moral, mas muito divertido e com diálogos impagáveis. Recortei três pra futuras tipografias.

Specials

Relações e Chocolates.

December 20, 2009

O casal entra numa loja de chocolates finos.

Ele, calado, quieto, observando a esposa e as prateleiras com cuidado. Ela, expansiva, vai pegando, olhando e cheirando vários bombons e tabletes dos diversos sabores enquanto conversa com as duas atendentes do estabelecimento.

– Olha, esse aqui é novidade, começou a ser produzido nesse mês. É em barra, e têm recheio de cupuaçu! – diz uma das moças, enquanto Ela observa a caixa e mentalmente saboreia aquele quitute.

Ele, ainda lacônico, pega uma barra com recheio de castanhas do pará e fica encarando a embalagem, atento aos detalhes e letras miudas, douradas. Ela vai empilhando doces e balas, caixas e mais caixas dentro de uma pequena cesta enquanto as duas garotas vão dando mais sugestões e dicas sobre os sabores e novidades.

Por fim, quando não há mais espaço na cesta nem opções diferentes na loja, Ela se dirige ao marido.

– Amor, o cartão tá com você?
– Tá aqui sim, amor.

Uma das atendentes comenta prontamente:

– Olha só, Ela escolhe tudo e ele só faz pagar!
– É, mas o cartão é dela! – Ele responde, com uma piscadela e um sorriso, para a garota enquanto se aproxima do caixa com um cartão Visa nas mãos, dando um beijo na esposa.

Era uma mentira, mas o desaparecimento da cor no rosto da moça já tinha valido o sacrifício. Depois dessa, quem disse que ela teve coragem de conferir?