Monthly Archives:

April 2010

Day-to-Day

[CINE] Prazer Extremo.

April 27, 2010

Como muitos aqui (não) sabem, dediquei boa parte do final de semana ao primeiro Cine do ano. Fui convidado, assim, meio despretensiosamente, semanas atrás, para ser Assistente de Elétrica (subdivisão de Fotografia) e topei sem titubear.

Quando digo que dediquei boa parte do fim de semana, é porque os horários foram bastante conturbados. Na Sexta as atividades começaram às 7h30 e terminaram às 22h, no Sábado, de 8h30 às 23h, e por fim, no Domingo, das 7h30 às 01h00 de Segunda. Isso foi tenso para todo mundo, e não tinha um que estivesse animado ao final da jornada. O ambiente principal de minhas atividades é esse quarto mal iluminado, separado do cenário por uma parede de madeira com uns dois metros e meio de altura (talvez três metros).

No primeiro dia, contei com o apoio de Lucas, esse sujeito caçando luz na foto abaixo, e que tornou as coisas bem mais tranquilas. Mas no segundo e terceiro dias, ele não pode aparecer, então eu que me virei sozinho montando trilho, armando escada, trocando luz, ligando fio, desligando fio, acendendo e apagando a luz de serviço, decorando toda a fiação dos refletores do quarto e da sala, repetindo os setups que a gente fez na quinta, principalmente para trilhos e movimentos de carrinho.

A maioria das imagens é do primeiro dia, porque foi o que mais teve tempo livre e disposição para registrar os acontecimentos. Lucas tava cobrindo a parte de elétrica, então fiquei dando cobertura pra André, que só ia aparecer durante a tarde, fazendo a continuidade dos planos gravados. Comentário especial para o cinzeiro registrado na foto. No fim do projeto, já era literalmente uma montanhazinha de cigarros e cinzas. Das vinte e cinco pessoas no set, acho que só umas cinco ou seis não fumavam incessantemente, conforme a tensão aumentava. Passei o terceiro dia todo com uma tosse de tuberculoso, muito bizarra!


No segundo dia meu nome ganhou mel e era chamado por quase todo mundo, para quase tudo, seja de elétrica, ou não. E quem sou eu pra negar um pedido? Peguei a manha e só andava com luvas num bolso, pregadores no outro, pronto pra qualquer grito de emergência. Nesse dia, pela manhã, as coisas ficaram bem tensas porque muitos refletores começaram a queimar ou parar de funcionar sem motivo aparente. Nessa brincadeira a gente perdeu muitas lâmpadas – eu e Felipe Lorca, meu chefe, mais responsável pela iluminação da coisa toda -, e para reconstituir a iluminação do dia anterior, tivemos que trocar quase todos os refletores do quarto, por outros mais potentes, diminuindo sua força através de filtros e atenuadores.

Levantar um fresnel de 2k até o teto do estúdio foi a operação mais complicada de todas, envolvendo três pessoas (eu, Lorca e Gustavo, um dos produtores), duas escadas e muito suor, sob luzes intensas enquanto o resto da equipe comia o almoço. Nesse dia ficamos sem o prato principal, estrogonofe preparado pelas meninas da produção (Mari Brecht, essa da foto abaixo, Bárbara e Mayara, todas as três são minhas coleguinhas de turma, do AV2010, ou simplesmente AVX).

Sobre o quesito “segurança no trabalho”, não acredito que tenhamos feito nada muito perigoso a ponto de colocar nossas vidas em risco. Pegamos umas lâmpadas bem quentes, que precisavam de luvas, subimos em escadas relativamente altas e toda hora estávamos perto de corrente elétrica, mas nunca fora de controle. Deu pra aprender um monte sobre essa parte que eu só tinha um leve conhecimento, de aprender na marra, por tentativa e erro. A foto ilustra um interruptor da sala onde almoçamos, na Antiga Reitoria, que costumava ser um laboratório cheio de computadores, mas agora é só uma sala com grandes mesas e muitas cadeiras.

Mesmo assim, lidar com elétrica requer “CUIDADO!”, porque “Pode explodir!”, e “É real”. Uma das primeiras coisas que me passaram de informação sobre a função era que o objetivo principal do responsável pela parte elétrica era não deixar o set pegar fogo ou coisas explodirem. Nenhum dos dois aconteceu. Quer dizer… uma lampada explodiu no primeiro dia, mas eu não tive envolvimento nesse ocorrido! hahahaha! Foi apenas o começo da onda de azar que atravessamos no segundo dia, narrado acima…

No terceiro dia, com a tosse e o cansaço, fugi do set por umas cinco horinhas depois do almoço, e fiquei na cozinha, conversando, cantando músicas das últimas décadas (90 e 2000) e dando risada para relaxar o corpo e o juízo, uma vez que não estava prevista nenhuma mudança na configuração das luzes do estúdio. Aí embaixo, temos Mari (mais uma), Diretora de Arte, e principal responsável pelos efeitos sangrentos da produção. Tenho coisas a aprender com ela também. No fim das contas, tenho coisas a aprender com todo mundo… Fico devendo a narração da cena da micareta, assim como fotos de abadá, e mais situações ridículas do começo do terceiro dia. Amanhã acho que coloco isso por aqui.

Por fim, esses eram nossos queridos diretores. Fábio e Murilo, dentro da obra mais complexa do cenário complexo, o buraco na parede, que por muito tempo serviu como base para o equipamento de som. Saíam fios e pessoas desse buraco, além de uma voz que dizia “som foi!”. Coisa de louco!

Depois dessa participação bem sucedida, já estou escalado pra dar assistência em seis dos oito cines. Oh céus! Teremos mais posts divertidos por aqui em breve, o próximo começa amanhã e chama-se “A Raposa”.

Day-to-Day

Besouro.

April 21, 2010

Resenha de Obra Audiovisual Contemporânea.

Fiquei admirado ao assistir pela primeira vez o trailer de Besouro. Origem baiana, somada com grande apreço por filmes de ação e um pouco de esperança em relação ao cinema nacional ajudaram a construir uma grande espectativa ao redor desse filme. Ainda sobre o trailer, as tomadas aéreas – subjetivas, como veremos no longa metragem -, a fotografia impecável, a reconstituição fiel e a promessa de lutas espetaculares, coreografadas por Huen Chiu Ku (O Tigre e o Dragão, Kill Bill, entre outros) justificam tal espectativa.

Sendo bem direto, o resultado final não foi à altura do esperado. A proposta era excelente, abordava um tema novo, de uma forma diferente, sem cair no clichê ou no preconceito. O filme começa com um letreiro narrado, coisa que mais parece uma aula de ensino médio do que um ponto de partida para a vida do maior capoeirista da história desse país. Ambienta o espectador, sim, mas não é a melhor abordagem para esse tipo de filme (ação). Somos então apresentados a Mestre Alípio, ponto de partida da trama, e em seguida vemos Besouro, jogando capoeira quando deveria estar protegendo o Mestre.

O Mestre é baleado e Besouro o leva, moribundo, para a antiga senzala, onde ele profetiza a transformação de seu aprendiz, a personificação da esperança. Besouro seria a materialização de toda a luta dos escravos recém-libertos contra a elite açucareira, representada pela figura do Coronel, e reforçada por Noca de Antônia, seu braço direito.

Daqui para frente, na trama, vemos mais e mais o desenvolvimento dos personagens secundários do que a transformação e bênção de Besouro. Desenrola-se a corrupção de Quero-Quero e o fim de seu romance com Dinorá, que por sua vez se envolve com Besouro, enquanto o mesmo se esconde no antigo depósito, vemos a marginalização dos negros capoeiristas e a brutalidade dos capangas do Coronel na cena da sétima noite após a morte de Mestre Alípio, em que há uma roda de capoeira e vários lutadores, onde Noca chega, dispersa todos violentamente e quebra as pernas de Chico Canoa.

No outro campo da história vemos o encontro de Besouro com os orixás, com uma mãe de santo (Zulmira), que o abençoa, fechando seu corpo contra balas e outros ferimentos, e sua mudança de atitude, saindo das sombras para atacar os inimigos de seu povo. Ele sabota um engenho, mata capangas do Coronel, encoraja os negros a saírem de seus esconderijos e lutarem pelos seus direitos, além de colocar medo em Noca de Antônia, que o considera “capaz de voar”.

Outro ponto incômodo é que todos os atores (à exceção de Irandhir Santos, que interpreta Noca de Antônia) têm sotaque paulistano, sendo a história ambientada no recôncavo baiano, na década de 1920. Poderia até entrar aqui a questão da compreensão do público em relação ao que os personagens estão dizendo, mas o sotaque “de fora” é muito forte, sem nem mesmo um pouquinho do sotaque local, que é acentuado no interior. Na verdade, toda a atuação do filme varia entre razoável e ruim, à exceção, novamente, de Irandhir Santos. Quando seu personagem morre, dá desespero só de pensar que ainda falta cerca de meia hora sem um ator bom sequer na tela.

Em termos de técnica e estética, não há problemas. O som não apresenta defeitos, a trilha foi muito bem selecionada, a fotografia é uma maravilha – tanto nas externas como nas internas -, e todos os planos são bem articulados, apesar de um tanto previsíveis. Temos boas representações das florestas, lagos e águas correntes do interior da Bahia, belíssimas representações dos orixás e da cultura do candomblé, além de todas as lutas serem de tirar o fôlego (Dee Dee faz seu trabalho com maestria).

Atenção especial para todas as tomadas subjetivas de Besouro ou do sapo, em que vemos uma liberdade de câmera “à lá Edgar Brasil” . O grande defeito do filme basicamente se apresenta nas atuações e no desenvolvimento da trama, ah, e nem se pode levar em consideração os efeitos digitais, como o besouro que aparece logo no começo, voando de um lado pro outro, mais falso que qualquer um dos atores. No fim, mais um letreiro narrado, que praticamente encerra a “aula” iniciada 90 minutos atrás.

Day-to-Day Tudo AV

Flipbook: Os Opostos Se Atraem

April 21, 2010

Minha primeira experiência real com animação 2D foi em meados de 2007, quando, com Donk, fizemos um workshop pautado em tal assunto. Muito divertido, promissor. Depois o assunto morreu. Lá pelo meio do ano passado, tive um surto de desenhos e estruturei uma pequena história para ser contada através de desenhos. Fiz os quadros principais, mas o cursinho não me deu tempo de desenvolver o projeto, mesmo porque faltava incentivo.

Nesse primeiro semestre, nosso querido professor João Paulo Sch(l)ittler pediu para que todos fizessem um flipbook. Como pessoa responsável que sou, deixei para a última hora (ou seja, ontem e hoje, já que a entrega é na Sexta-Feira) e me bati com esses desenhos velhos. Retomei a idéia, baseada numa aula de física e, em 88 quadros, conto a história de Os Opostos Se Atraem. Fiquei com medo de o sujeito não querer devolver meu bloquinho de desenhos e, portanto, fotografei tudo com a ajuda de Lila e animei no After Effects. Full HD tá se tornando um hábito.

Day-to-Day Tudo AV

Nascimento de Uma Ação.

April 17, 2010

Esse é o título do nosso 3-9 planos. Já mencionei as filmagens, no post que falava das últimas semanas, ficou faltando só explicar o que é exatamente o trabalho.

A proposta é contar uma história em três planos, e depois em nove planos sendo, no primeiro caso, um plano próximo, um médio e um geral. No caso da versão de nove planos, três de cada tipo, sendo que o primeiro e o último devem ser os mesmos do de três. Então, se a gente começa o de três com um geral e termina com um plano próximo, o de nove tem que começar no mesmíssimo geral, e terminar no mesmíssimo próximo.

Pensamos logo em refinar o exercício, trabalhando com luzes, som em separado, e filmar tudo em estúdio. O professor não se opôs, apenas restringiu que não poderíamos usar o estúdio que tínhamos pensado originalmente. Não demorou muito e outro professor se meteu na questão, barrando nossa utilização de luzes e som. A revolta no grupo foi completa e decidimos que iríamos fazer o exercício duas vezes. Uma da forma que pensamos, a outra nas regras propostas. Justo, não? Só que muito trabalhoso. Nosso set durou quase cinco horas, pra resultar em não mais que doze minutos gravados em imagem e dois de resultado final na nossa versão.

Lembrete importante, na hora de assistir, quando apertarem o Play, os botõezinhos do menu inferior do vídeo irão mudar. Onde tem o 360p, selecionem a opção 1080p, que é para altíssima definição, carreguem o vídeo e assistam em tela cheia, para aproveitar todos os detalhes. Tá, não são tantos assim, mas fica infinitamente mais bonito.

Desde o começo, da elaboração da idéia, Mari sugeriu algo metalinguístico e a sugestão foi imediatamente acatada, uma vez que o tema era “Um dia na ECA”. Apelando para a metalinguagem, ou seja, simulando um set de filmagens, poderíamos tratar de qualquer tema, da forma que quiséssemos. A megalomania logo tomou conta e resolvemos filmar o assassinato.

Precisávamos de uma mesa velha, uma cadeira vagabunda e um cenário que lembrasse um galpão. Cadeira providenciada no prédio de Jornalismo, entramos na cara de pau e carregamos a dita cuja. Galpão arranjado no Estúdio C. Faltava a mesa. Rodamos todos os prédios da ECA e a Antiga Reitoria. No fim das contas, achamos uns pedaços pregados de madeira bem acabados que serviram perfeitamente para nossos propósitos.

Levamos algum tempo arrumando as luzes e contra-luzes em posição, testando microfone, emprestando equipamento pra outros grupos e posicionando o cenário, além de dar uma repassada no roteiro. Colocamos o tripé e conseguimos, logo no primeiro plano, uma imagem maravilhosa, num take perfeito. Algo totalmente fora do sério, mantendo o clima noir que desejávamos para a seqüência. Nada que um pouco de correções de cor para sombras azuis não pudesse aprimorar.

Como tive que devolver o equipamento de som na Reitoria algumas horas antes, apelamos para nossa câmera secundária se dedicar exclusivamente à gravação do som, em fita, para ser sincronizado depois. Grande trabalho, levou algumas horinhas aqui no PC. A montagem foi relativamente simples, e tem o efeito de tiro mais bem feito que já apliquei. O foco deixa tudo mais bonito, a qualidade da imagem em High Definition também ajuda bastante na capacidade de impressionar. Para o visual cinematográfico, contamos com uma lente Canon 50mm, com 1.4 de abertura. Todos amam profundidade de campo e coisas desfocadas.

No começo do projeto, Jota sugeriu usarmos Gymnopédie como trilha sonora principal. Eu nem sabia que diabos era isso, o povo explicou que é a trilha de Limite (1931, direção de Mário Peixoto) e que combinava com o clima. Decente, baixei as músicas e joguei na faixa de som. Encaixou com primor. Nota especial para a música dos créditos, que faz tudo parecer mais emocionante e dissimulado. Foi outro achado à parte nas bibliotecas de som desse computador.

Finalmente, a versão editada seguindo as restrições impostas por nosso querido professor. Comparem, se puderem.

Day-to-Day Tudo AV

Animação III – MacGyver.

April 16, 2010

Dispenso comentários. Trabalhar com massinha é complicado demais. Fios atravessando o set, bonecos inicialmente muito bem feitos, mas péssimos para movimentos. Nem o esqueleto de arame salvou nossas vidas. No fim, um apocalipse ao melhor estilo Chernobyl.

Day-to-Day Tudo AV

Pré-Caneca.

April 16, 2010

SEMANA 1 – 05 a 12 de Abril

Estive ausente por uns tempos, não é mesmo? Essa semana foi algo fora do sério, e faltou tempo principalmente para dormir, acreditem. Filmamos na Terça, na Quinta e na Sexta, além de entregar uns dois trabalhos e completar um terceiro.

Em ordem cronológica fica mais fácil, então vamos passar aos detalhes. Não sei se já falei por aqui, mas estou participando do Caneca (O Canal da ECA), programa que será transmitido ao vivo dentro da USP no dia 15, durante a Quinta & Breja, a partir das 21h. Dentro do programa principal existe uma série de quadros, preparados separadamente, para serem exibidos durante a transmissão.

Bixos de Elite! Idéia do André, com desenvolvimento de roteiro por um grupo bem grande, amplamente aprovado na reunião do Caneca. A base era parodiar Tropa de Elite, mas para situações recorrentes na nossa querida Escola de Comunicação e Artes. Fizemos uma seleção de cenas, reescrevemos o texto e adaptamos coisas.

Devido – como quase sempre – à uma produção enrolada, as gravações foram feitas com apenas uma semana de antecedência em relação à exibição. Segunda nós pré-produzimos o show: pedimos para todo mundo trazer camisa, arrumei os equipamentos numa mala, confirmamos com os atores (quase todo mundo do AVX, com participação de Vítor Coroa como Capitão Nascimento) e reservamos o auditório das tomadas internas. O dia abriu nubladíssimo na terça e por isso começamos com as “externas-não-tão-externas-assim”, já que nenhuma era diretamente sob o céu. Eu e Mari na direção, Victor no som (são muitos Vítor/Victor, sério. Só nesse projeto eram três), uma galera no making-of, finalizando por Plínio e Vítor-Capitão na cena. Claquete, rodando.

No fim do dia, às 18h, contabilizamos mais ou menos seis horas de set, quarenta minutos gravados. Tudo isso para um resultado de mais ou menos quatro minutos. Fiquei responsável pela montagem e tratamento de imagem. Victor (o da Mari), pelo som, tanto na captação como na edição, e começamos a correr contra o tempo. Depois de capturar todo o material para o PC e fazer uma limpeza básica, dos takes que ficavam e os que saíam, comecei a fazer um trabalho sobre Griffith, renomado diretor da década de 1910. Tinha que ver dois filmes (ambos sem cor e sem som): Intolerância (180 minutos) e Broken Blossoms (87 minutos), para depois escrever sobre a estrutura e técnicas do diretor, em meio à teoria do melodrama, adaptado do teatro. Vi os filmes em velocidade 4x, escrevi tudo, fiz um milhão de pesquisas em livros, xerox, wikipédia e consegui terminar para dormir às 2h.



Na quarta, depois de entregar o trabalho da madrugada, percebo o desespero no rosto da jovem Bárbara. Oh céus. Mais um projeto do Caneca, e eu nem sou desse grupo! ECA Eye for the POLI Guy. Satirizando o programa Queer Eye for the Straight Guy, onde um grupo de gays (sem ofensas, sério) dá dicas de estilo, cultura, decoração e comportamento para um sujeito hétero, no nosso programa, um grupo de Ecanos daria vários toques para um garoto estudante da Escola Politécnica (praticamente todas as Engenharias).

As gravações já tinham dado errado uma vez, e a segunda (e última) tentativa era no dia seguinte. Missão: decupar o roteiro. Das 18h30 às 21h, na Sala de Produção. Conseguimos. Mais uma vez, procedimento de arrumar equipamento, itens de set (carreguei uma arara de roupas no ônibus, de casa para a USP e de volta). Retiramos mais uma tonelada de equipamento na Reitoria, para melhorar nossas possibilidades de resultado. Luzes, microfones, tripés, fones de ouvido e cabos. Fiquei até perto de meia noite dando uma refinada nos cortes do Bixos de Elite, afinal a exibição do programa era dia 15!

Se no Bixos de Elite as coisas correram bem, aqui foi conturbado do começo ao fim. Terminamos quando já eram mais de 22h. Elton, Renato e Stefan (os atores) foram realmente brilhantes, mas havia sérias dúvidas sobre a qualidade do resultado que sairia dali. A decupagem do roteiro não foi seguida e tudo parecia apontar para o caos. Falei para a Bá (short for Bárbara) que se ela arrumasse o material em ordem e já limasse tudo que podia ser jogado fora, a gente se reunia na semana seguinte, para editar tudo – ou boa parte do material – numa tarde.

Sexta feira – quem disse que existe coisa tal como “descanso”? De manhã, aula de animação, com massinha. Ô coisa dos infernos. O resultado ficou bem deficiente, mas era só uma experiência mesmo. No meio da aula, correrias pra devolver equipamentos emprestados da Reitoria para as filmagens do Caneca.

Já que estávamos em fase de produção do 3-9 (trabalho de Expressão I, a ser explicado em outro post), escolhemos rodá-lo nessa data, e ficar livres de compromissos na Segunda e na Terça. Como tive que devolver o equipamento de som na Reitoria, de manhã, a saída foi gravá-lo separadamente em outra câmera, dedicada exclusivamente para essa função. Ah, claro, esse foi mais um dia de carregar toneladas de coisas no ônibus.

Mariani já tinha reservado nosso precioso Estúdio C, no prédio do CTR (Cinema, TV e Rádio), então assim que acabou a aula de Animação, corremos todos do grupo para lá, abandonamos o material e fomos almoçar no querido e delicioso bandejão. Voltamos, roubamos uma cadeira do prédio de Jornalismo, uma mesa velha da Sala de Produção, posicionamos as luzes, câmeras, foco e toda a parafernália para rodar. Debatemos mais um pouco sobre o roteiro metalinguístico e começamos a brincadeira.

Aqui temos um “porém”. Ao saber de nossos planos ambiciosos, com Luz e Som, nosso querido professor Joel proibiu a utilização desses equipamentos na realização do exercício. Nosso visual era basicamente sustentado nesses elementos, combinados com um enquadramento de suspense. O que fazer? Gravar duas versões de cada plano! A nossa, com luz, som, foco, full HD e tudo mais que dá pra sonhar, e uma versão pra ele, sem nada disso, só narrando a história.

A expectativa era de estarmos livres às 17h30. Não rolou. Terminamos às 19h, já com o CTR fechando e alarmes disparando nas nossas costas. Atenção especial para o momento Matrix-duplo, em que nossa querida lente decidiu pular do tripé, a quase dois metros do chão, e eu e Jota voamos para capturá-la. Tenso pra caralho.

Cheguei em casa correndo, com um monte de malas nas costas, joguei tudo espalhado no colchão (que a essa altura já tava abarrotado de todas as coisas que eu levei para as filmagens da semana toda), fiz backup pro PC das fotos da animação de massinha, pra não arriscar nada e abri outra mala, vazia, no chão.

Let’s go to Rio! Eu e Vick fizemos um ano e oito meses de namoro no Sábado, então nada melhor que comemorar isso juntos! Joguei um par de roupas na mochila, entupi a mala com o máximo das coisas de Vick que ficaram por aqui, e rumei para o metrô. Depois de chegar até a rodoviária, na estação Portuguesa-Tietê, comprei a passagem. Meu ônibus saiu às 22h e às 4h da manhã, estava no Rio. Viagem tranquila. Peguei um táxi, em menos de quinze minutos, já estava entrando na casa nova de Vick. Dormimos até meio dia. Tempo meio nublado, ficamos em casa e resolvemos assistir “Beatles Num Céu de Diamantes” à noite. Uma das melhores decisões do mês.

O espetáculo é lindo, todos os arranjos são bem simples (vozes, violoncelo, piano e percussão básica), mas uma verdadeira obra de arte para admiradores dos queridos besouros. Cantamos todas as músicas junto com o elenco. Lindo demais. Já falei isso, né?

Chegamos em casa cedo, mas caindo de sono. Nada que doze horas dormindo não pudessem resolver. No Domingo fomos ao Forte de Copacabana, tiramos fotos, tentamos comer docinhos, mas a fila era muito grande. Revoltados, voltamos para casa, passando antes numa sorveteria de iogurte. Bizarro? Nem um pouco. Mais uma das maravilhas da viagem. Preciso de mais Yoggi!

À noite, fizemos a bela poesia do post anterior, liberando toda a nossa (falta de) criatividade poética enquanto víamos Faustão e devorávamos pães de queijo com vinho. Alto nível. Meia noite entrei de volta no ônibus, pronto (mas não preparado) para começar a segunda semana mais louca das últimas duas.

SEMANA 2 – 13 a 16 de Abril

Logo na segunda, a Bárbara me manda um e-mail dizendo que terminou de arrumar as cenas e deletar o lixo. Marcamos nossa reunião para o final da tarde. Ela tava filmando o 3-9 dela. Devido à uma grande Reunião do Departamento, estávamos liberados de nossas aulas nos dois primeiros dias da semana.

Fui à USP pela manhã, para emprestar luzes para as pessoas rodarem seus trabalhos. Voltei cedo pra casa e comecei a montar o Bixos de Elite. Todas as quatro ceninhas foram montadas com sucesso. O Victor-Som me passou os arquivos de áudio bons para sincronizar com a imagem e facilitar nosso trabalho do dia seguinte, de finalizar o vídeo. Fiquei fazendo isso até a chegada da Bá, perto das 18h30.

Começamos o ECA Eye. Até 21h30. Quase tudo montado, umas músicas já encaixadas, tudo estruturado, idéias de finalização para o dia seguinte. Ela foi embora e eu fiquei com Lila me dando opiniões sobre como continuar a edição. Arrematei mais umas cenas e sincronizei o resto do áudio do Bixos de Elite. Nada melhor que dormir à 1h da manhã!

Na Terça de manhã: USP, de tarde: Bixos de Elite, esquemas e correções de imagem. Victor e Mari vieram pra cá, pra a gente arrumar o som, mas graças a uma deficiência de programas adequados, não conseguimos fazer nada. Comemos pizza, eles partiram e eu fiquei acertando mais coisinhas no After até mais ou menos meia noite e meia. Neste ponto concluí que tinha muitas roupas pra lavar e o quarto tava um caos completo. Uns muitos roteiros estavam acumulados sobre a mesa, em meio a outros papéis de aula, de planos e tudo mais. Dormi.

Quarta passou voando, conseguimos finalizar o som do Bixos de Elite, apresentei o ECA Eye para nossas queridas produtoras e diretoras, e o mesmo foi aprovado. Decente. Eram 2h30 quando terminei de montar as coisas todas no After, sons e transições. Deixei renderizando. Tempo estimado: 2h. Fui dormir e botei o alarme pra tocar às 4h. Tocou, acordei, arrumei ultimos detalhes, só pra garantir e salvei tudo no pendrive pra passar pro Cauê, responsável pela organização de todos os quadros do Caneca.

Quinta. Dia do Caneca. Não vou comentar nesse post, porque não vale a pena. Tô cansado e quero entrar em detalhes sobre tudo que aconteceu. Só pra satisfazer a curiosidade de vocês, aí vão os dois quadros tão mencionados nesse post! Detalhe: Bixos abriu o Caneca, como primeiro VT exibido, e ECA Eye fechou o programa.

Bixos de Elite

ECA Eye For The POLI Guy

Day-to-Day

Síntese do Mistério, Segundo T. e V.

April 11, 2010

Cheiras este livro em uma biblioteca de volumes antigos. Eu envolvo estas palavras que reverberam entre silêncios, instantes de imobilidade que armazenam a poesia sob brilho. Dançam as sensações ante qualquer acaso, causando o casamento de ações. Tu, que cheiraste do conhecimento o saber, embriagas-te paulatinamente, insaciavelmente e choras o indizível que os autores vestiram com as palavras, aromas, cores, sons que constroem a imaginação. Fluidez tamanha entre estantes, paredes que sempre estarão esperando para serem, enfim, mais. Tu, humano – onde uma mudança há de ocorrer – tu vais conhecer teus vários. Serás, afinal, e porém sempre, belo para mim.