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September 2010

Day-to-Day

[PITCHING] Desleal.

September 29, 2010

Já expliquei o que era um pitching no post do Meu Rei, então vou direto ao assunto!

Novamente na matéria de Dramaturgia Audiovisual, tivemos que fazer uma adaptação criando uma nova trama. Dessa vez, a fonte de inspiração era personagem principal da peça Macbeth, do dramaturgo gênio, William Shakespeare.

Vejam bem: a fonte era o PERSONAGEM de Macbeth, e não a trama! Nada da trama devia ser reaproveitado, portanto, precisávamos ir fundo nas motivações e lógicas do personagem, para então criar uma história que se sustentasse com grande importância nele. O grupo era eu, a Mari Brecht (de novo!), Carol Rodrigues e Hannah Sati. Dessa combinação, nasceu Desleal.

A PROPOSTA

Desleal é uma proposta de longa metragem, mais especificamente um thriller psicológico, baseado no personagem de Marcos.

STORYLINE

Marcos acredita ser perseguido por Daniel, seu amigo de infância, para quem tramou a prisão, visando conquistar a namorada do amigo.

ENREDO

Beatriz está amarrada. Marcos aponta uma arma para ela e a tortura. Ela grita desesperada e afirma que ele está sozinho.

Flashback.

Marcos e Beatriz conversam em um colégio pequeno. Daniel chega e beija Beatriz. Marcos olha, ciumento. Os três se revelam grandes amigos. Marcos parece gostar de Beatriz.

Marcos coloca drogas na mochila de Daniel e liga para a polícia, acusando-o. Daniel é preso.

Marcos vai visitar Daniel na cadeia e acaba revelando informações que só o culpado por colocar a droga na mochila poderia saber. Daniel surta e grita enlouquecidamente acusando Marcos. Beatriz chega nesse momento e fica muito assustada. Marcos a tira da sala, acalmando-a. Eles se beijam

Algum tempo se passa.

Marcos e Beatriz estão casados, sem filhos, perderam o contato com Daniel desde aquele dia na cadeia. Marcos é atormentado pelo medo e culpa. Dorme mal à noite, em função de pesadelos com Daniel.

Numa certa noite, Beatriz faz menção de falar sobre Daniel, Marcos a interrompe, e não dorme à noite.

Marcos vai trabalhar no dia seguinte e vê Daniel entre a multidão, no metrô e foge. O vê de novo em uma cabine de orelhão perto de sua casa. Entra em casa e sua mulher fala ao telefone. Marcos passa mais uma noite sem dormir, começa a enxergar manchas de sangue em suas mãos.

Marcos chega em casa mais cedo e não encontra Beatriz. Ela fala que estava em uma entrevista de emprego e queria fazer uma surpresa. Nesta noite, antes de dormir, Beatriz relembra Daniel e Marcos bate nela, a amarra, tortura e ameaça com uma arma de fogo, acreditando que ela está mancomunada com Daniel.

A campainha toca, Daniel entra. Daniel e Marcos discutem na frente de Beatriz. Daniel acusa Marcos de tê-lo incriminado. O comportamento de Marcos deixa Beatriz desesperada. Sob o ponto de vista dela, Marcos fala sozinho e admite a culpa por ter colocado Daniel na cadeia.

Beatriz grita, é a frase do começo, mas sem interrupções. “Você tá sozinho! O Daniel ta morto, ele morreu na cadeia, e você sabe disso!”

Beatriz olha para Marcos e ele parece são. Marcos olha para Beatriz, e vê Daniel em sua frente, olha para suas mãos, estão sujas de sangue. Marcos atira em Daniel, atingindo e matando Beatriz.

PERSONAGENS

Marcos (Macbeth) – 17 anos, inseguro, acredita ser apaixonado por Beatriz, que por sugestão de seus pais, seria a nora perfeita. Beatriz no entanto, namora Daniel, amigo de Marcos. Ambicioso e inconseqüente, age da forma que lhe é mais fácil para atingir seus objetivos. Ingênuo, acredita em tudo que lhe dizem. Covarde, não tem coragem de se declarar para Beatriz, portanto incrimina Daniel, tirando-o da jogada. É funcionário público, corrupto, do DETRAN.

Beatriz – 17 anos. A menina perfeita para Marcos, no ponto de vista dele. Bonita, inteligente, divertida, companheira, inocente, cai na trama de Marcos, casando-se com ele. Tem uma certa atração por bad boys. Nunca esqueceu Daniel, mas acostumou-se com Marcos. Se tornou uma dona de casa infeliz, que agora resolve buscar emprego como atendente de locadora de vídeo.

Daniel – 18 anos, tem passagem pela policia, por delitos menores, entre eles, agressão a uma autoridade. Cheio de vida, gostava de aventuras e emoções fortes. Temperamental e violento, perdidamente apaixonado por Beatriz. Sempre foi modelo de attitude para Marcos, e confiava cegamente no amigo, até descobrir a verdade, quando Marcos o visita na cadeia. Daniel morreu na cadeia em uma briga.

Day-to-Day

Compositing.

September 28, 2010

E de repente me voltou uma vontade louca de estudar After Effects e pós produção até o limite. Devo negar isso a mim mesmo?

Depois de uma prova como a de hoje, acho que não.

Novo livro de cabeceira: The Art and Science of Digital Compositing. Pretensões Paraguaias, admito. E vou retomar minhas visitas frequentes ao Videocopilot.

Day-to-Day

São Carlos II.

September 28, 2010

Abrindo o post, a última foto da série “não-humana”. Tirada com uma 75-300mm, que toda vez que uso, juro que nunca mais usarei. Tem muita aberração cromática (essas manchas verdes e magentas que ficam nas bordas dos objetos), e dá um trabalho do inferno pra disfarçar!

Essa pessoa diminuta é Mel, nossa (minha e de Lila) prima de dois anos, filha de Tio Fê e Tia Ká, esses dois elementos da foto abaixo. Foi uma experiência muito divertida ficar fotografando essa criatura tão espontânea.







Fechando a sessão “fotos com Mel” e passando para a sessão “Família em família”!




Só pra finalizar, dona Mel, numa das fotos mais bonitas que eu acho que já tirei na vida.

Day-to-Day

São Carlos I.

September 27, 2010

Fim de semana em família no meio do mato rendeu uma porção de fotos…






… e um par de carrapatos na perna.

Se você achava que já tinha visto de tudo, isso aí é um filhote de urubu, domesticado.


Nesse post, só imagens de bichos e coisas. No próximo começam a aparecer pessoas. Agora, boa noite.

Day-to-Day Tudo AV

[VINHETA] Getro.Com.Br

September 25, 2010

Nada que uma caricatura, uma fonte em particular, uma foto de cortina em alta resolução – animada com a Puppet tool (particularmente convincente como tecido, na minha humilde opinião) – e um pouco de música não resolvam. Parceria com o Getro.Com.Br para desenvolvimento de uma vinheta de introdução para trailers legendados. Não há nada como um resultado em Full HD…

Day-to-Day

Cores de São Paulo.

September 23, 2010

Mais um daqueles que ficaram anos incubando, para finalmente serem postados. Longas ausências acabam resultando nisso. Quatro (ou mais) posts num dia só.

Outro dia, estava indo pra USP, quando comecei a reparar na paleta de cores da cidade. Em Salvador isso seria inviável, são cores demais, e o azul do céu e do mar acabam dominando tudo. São Paulo é tão peculiar, que dá pra definir bem as cores que você certamente verá, não importa para onde olhar. É perceptível nas paredes, pinturas, carros, roupas, escudos de times de futebol, bandeira do estado e até no céu, nos horários certos.

Cinza. É clichê falar que a megalópole é cinza. É clichê mas é verdade. Aqui tem muito cinza. As ruas, calçadas, fachadas, janelas, a fumaça, o carro prateado que passa do seu lado, o céu nublado, a expressão no rosto de muita gente. Só depende de você decidir se é um cinza-tédio ou cinza expressivo, um cinza 18%, que reflete e difunde a luz de forma que nenhuma outra cor consegue.

Preto. Nos ternos dos executivos, no asfalto, nos casacos de toda e qualquer pessoa, nas camisas dos roqueiros, nos carros de luxo, nas motos, capacetes e motoqueiros. Na fuligem fina, na noite sem estrelas e no breu assustador de quando falta luz.

Vermelho. Brilhando vivo nos vestidos, nas vitrines, nos carros esportivos, nas placas de “Pare” e “Proibido Fumar”, nas luzes de freio à noite, nas sinaleiras que controlam o trânsito incessantemente. Nas sirenes das ambulâncias, bombeiros e carros de polícia. No sangue de todos e cada um de nós, e naquele que mancha as ruas.

Branco. Da luz que passa pelas nuvens, da água da chuva, da espuma nos rios, dos carros parados lá embaixo. Das camisas sociais e saias de quem chama atenção em meio às vestes negras e cinzas. Das roupas em dia de calor, dos faróis dos carros e luzes das janelas. Do cabelo dos mais velhos e do sorriso de quem recebe um “bom dia”.

Day-to-Day

[SET] Missão Possível.

September 23, 2010

Aproveitando que estou com tempo de escrever, vou tirando o atraso de tudo que queria já ter postado aqui, mas ainda não tive oportunidade. Entre essas coisas, está nosso famigerado set de Domingo, para o Festival do Minuto. Vamos para o começo da história.

Não faz muito sentido falar do começo de novo, uma vez que já falei das origens do grupo no post do Rito. Somos sete. Camila Luppi, Erick Krominski, Felipe Abreu, Ludmila Naves, Mayara Guimarães, Simon Valadarez e eu. Já unidos em torno da idéia de fazer um vídeo pro Festival, com a temática “Água”. A idéia original surgiu no set mesmo. No último dia, trocamos telefones, emails e já saímos com uma reunião combinada na Terça à noite, na casa do Erick.

Nessa reunião, além de conversar um bocado, babar por equipamentos, rir e criar novos projetos, demos várias idéias a respeito de situações que poderiam “resolver” o problema apresentado no começo do vídeo, e deixamos a cargo da Lud esquematizar essas idéias num roteiro, e definimos um cronograma de produção. Precisávamos decidir nossa locação até a Quinta feira, comprar uma série de trambolhos até Sexta, decupar até Sábado e rodar tudo no Domingo.

A produção ficou por conta do Erick e da Camila, a decupagem comigo, com o Felipe e o Simon (fotógrafos + diretor). Na Quinta, acertamos que ia ser aqui em casa, porque tinha a torneira mais legal e mais “livre” das nossas opções (faxina intensa, pra deixar a desgraçada brilhando), fiz a decupagem na Sexta, só uma posição de câmera mesmo, pra enfatizar as coisas que aconteceriam em quadro, testei luzes e lentes, e mandei como sugestão para o grupo. Aprovada. Decente. Admito que no Sábado à noite, ninguém tinha re-confirmado tudo, então (pra mim) ainda existia a possibilidade de não rolar nada às 8h da manhã.

Ainda assim, acordei 7h30, deixei a May dormindo, arrumei as luzes, posicionei a câmera, tudo certinho. Às 8h02, o interfone tocou. As pessoas foram chegando muito rápido e em menos de dez minutos, a equipe toda já estava reunida aqui, e discutíamos a ordem do dia (ordem na qual serão filmados os planos, porque essa coisa de filmar na ordem cronológica é muito contraproducente) ao redor da cama de café da manhã. É, cama mesmo. A mesa da cozinha tava desmontada, meu quarto sem móveis, então o jeito foi armar a comilança em cima da cama, junto com a base de produção.

Simon trouxe a câmera dele também, com tripé e com tudo, e uma lente muito legal (aquela tal 70-200mm f/2.8, lente de macho, comentada no Arco Íris), que acabou fazendo a gente colocar um ângulo extra de imagem na jogada. Também aproveitamos pra conectar a câmera principal no macbook, e monitorar tudo com mais eficiência que no visorzinho mínimo da 7D. Acreditem, com 1.4 de abertura, o foco muda com qualquer sopro. No fim das contas, esse ângulo extra foi muitíssimo útil, e tornou o vídeo bem mais enfático.

Eram onze planos. Cada um com um objeto diferente. Fita crepe, bola de papel, chiclete, rolha, balão, secador de cabelo, sugador de dentista, mão robótica, nitrogênio, geringonça e solução final. Rodamos com tranquilidade todos eles. Para o do balão, a Lud (ela tá virando uma espécie de heroína por aqui, notaram, né?) conseguiu um molequinho – o Cauê – na sessão infantil do CineSESC, e convenceu a mãe dele a trazê-lo aqui quando o filme acabasse. Começamos a filmar a partir do momento que ele entrou no apartamento, pra não correr risco de perder nada. É um dos planos mais meigos do filme. E nosso jovem ator ainda faturou a mão robótica como lembrança de sua participação cinematográfica.

Para o plano da rolha, o Simon conseguiu trazer o Henry, pintor, para emprestar a mão pro nosso filme. Ele discutiu vários pontos da nossa produção, e gostou de muita coisa que achava que a gente nem tinha pensado. Por fim, depois de mais um pouco de filosofia, ele partiu, porque ia ver um filme na Av. Paulista. As pinturas do cara são maravilhosas. Fiquei com um folheto aqui, que ele trouxe.

Outro plano problemático foi o da geringonça, aquela mesma, feita na tarde/noite de Sexta. Fizemos mil takes, um monte de improvisão, era o plano mais “pós produtível”, mas acabou caindo na montagem, justamente por isso. O vídeo já tinha estourado o tempo, e ia dar muito trabalho pra finalizar essa tentativa. Caiu. Quem sabe no próximo? A geringonça tava tão bacana que quase tentei vender pro MASP. Vou transformar em móbile e pendurar em cima da cama!

Ok, qual o critério usado na ordem do dia? O nível de destruição/sujeira que cada plano faria. O que ficou para o final? Nitrogênio! Qual a idéia? Soltar um jato de nitrogênio pressurizado na água, e ela congelar imediatamente. Viável? De jeito nenhum. Como falsear? Idéia campeã: extintor de pó químico, vencido, combinado com silicone, aquele de vedar pias, banheiras, e tudo mais que tem água. A Lud (de novo) fez a gota congelada com o silicone, e eu providenciei o extintor vencido.

Lud guerrilheira e eu, com o extintor. “Intoxicação no lugar alimentar”.

Imagino que, se algum dia nevar na minha cozinha, não vai ser tão realista como foi esse extintor. A expectativa entre a própria equipe era imensa. O medo de estragar as câmeras era ainda maior. Ficamos na cozinha eu, a Lud, o Simon e o Felipe. Primeira tentativa: fracasso total. Segunda e terceira tentativas – quase seguidas, mais enfáticas -, fizeram uma nuvem de pó tão densa que a gente mal se via na cozinha. Tudo era branco. TUDO. Chão, janela, mesa, pia, silicone, armários, ar, teto. O take ficou perfeito. Acho que é a cena mais divertida que já fiz, e toda pautada nos efeitos especiais (diferentes dos efeitos VISUAIS, que são feitos na pós produção), feitos no set mesmo.

Não vou comentar muito sobre as duas horas que passamos pra limpar tudo e restaurar a cozinha (casinha?). Acabamos o dia bem antes do previsto, perto das 16h, com um clima de alegria (alergia?) geral e tranquilidade. Montei a parte de imagem no Domingo mesmo, e a May tá trabalhando no som e na trilha musical. Teremos algo ao estilo Mickey Mousing, onde a música acompanha diretamente o que está sendo mostrado na imagem. O prazo final é 30 de Setembro. Assim que puder, posto no Youtube também e aqui no blog, para matar a curiosidade.

Próximo projeto temático: Receitas! Mas esse a gente tem uma folga maiorzinha, até 30 de Novembro. Esse grupinho ainda vai dar o que falar!