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December 2012

Day-to-Day

Troca de Olhares.

December 30, 2012

Aqui em casa tem seis gatos, além deles, nesse fim de ano estão por aqui meu pai, irmã, tio, namorada do tio, eu e meu avô. Tem dias que enche mais, mas o normal tem sido isso. O protagonista da história é Vovô Getro, figura ímpar que ainda há de ganhar uma história decente por aqui mas, por ora, digamos só que ele tem 87 anos, é pai de minha mãe, poeta, super animado, que fala bem rápido e prefere dormir na rede do que num colchão.

Ele se dá muito bem com todos os gatos, mas especialmente com Nino, que de uns tempos pra cá deixou de ser tão assustado e virou a criatura mais carente do mundo, com direito a cutucar suas costas com as garrinhas durante as refeições, pra pedir carinho – comportamento que lhe rendeu o apelido de “fura-fura”. Estávamos à mesa do café da manhã, ontem, quando se sucede a seguinte conversa, entre meu vô e minha mãe:

– Mas rapaz, toda vez que eu acordo de noite, esse gato tá na minha porta e fica me seguindo enquanto eu ando pela casa!

– E é, meu pai?

– É! Mas fico com uma pena danada quando vou voltar pra dormir, porque ele fica querendo entrar no quarto, e não pode, então eu venho aqui pra sala – faz um gesto de driblar – dou uma tapeada nele, e enquanto ele me procura, eu entro e fecho a porta!

– Mas meu pai, se você não se incomodar com o gato, pode deixar ele entrar no seu quarto. Ele não vai pra rede, que ele tem medo, então deve ficar no colchão, olhando pra sua cara até você dormir.

– Ah é? Então vai ser ele me olhando e eu olhando pra ele. Vamo ver quem güenta mais! Há!

Day-to-Day

Home. Start.

December 27, 2012

Duas esféricas, duas anamórficas 2x e duas cinemascope também anamórficas. Metade com bichinhos, metade só contemplativa, sendo as duas últimas muito flare-fetichistas. Apesar da casa cheia nos últimos dias, me faltam modelos pra essas improvisações… Todas as fotos foram feitas aqui nas redondezas, e pretendo continuar as experimentações ao longo dos próximos dias. Acho que eu devia começar a postar as fotos aqui antes de mandar pro facebook, né?




Passei os últimos dias fazendo qualquer coisa, dormindo quando dava sono e comendo quando dava fome. Isso que é vida… Agora só me falta a coragem pra continuar as pendências paulistanas e escrever mais por aqui.

Day-to-Day

HFR, O Erro.

December 27, 2012

Fui ver O Hobbit no IMAX pouco antes de vir pra Salvador, com a May, e achei o filme sensacional. Desisti de todas as minhas críticas sobre o livro curto ter sido dividido em três filmes e gostei muito do clima, do 3D, do som e da forma que a história foi contada. Minha maior ansiedade em relação a ele, porém, não foi resolvida: e os 48fps que Peter Jackson tanto alardeou, que seria uma revolução no cinema? Só quando a sessão começou, que não senti diferença, é que percebi que minha versão era de 24fps.

Na vibe Tolkien, reassisti a trilogia do Senhor dos Anéis, versões extendidas, e me diverti a valer. Foram mais horas de filme do que eu tinha de aulas por semana nesse último semestre. Pra completar a festa, anteontem fui ver o tal do Hobbit HFR (high-frame-rate).

Não vou falar do 3D, que é um dos melhores que já vi, mas esse HFR não me desce. Também não vou me alongar explicando tecnicalidades e vou me restringir a dizer que o padrão cinematográfico é de 24 quadros por segundo. Na TV são 30. Na cabeça de Peter Jackson, O Hobbit em 48fps só traz vantagens. Há mais foco, menos borrão de movimento, mais sensação de realidade e imersão no filme. Dessas quatro, três são verdadeiras, mas a última é redondamente oposta.

Durante os primeiros quarenta minutos, me senti vendo um making of onde os equipamentos estavam escondidos, e TUDO ACELERADO. As ações todas parecem acontecer estupidamente mais rápidas que na realidade, só que isso é uma mera ilusão, porque o som não sai de sincronia. Realmente, tem foco pra cacete, e detalhe até o infinito, mas isso prejudica o filme. É possível desconfiar dos objetos de cena, eles parecem falsos, e não pareciam quando a qualidade da imagem não era tão grande.

Enfim, depois desses 40 minutos, consegui convencer minha mente que aquilo não era um making of. O próximo cenário que ela escolheu pra processar aquilo foi na frente de uma loja de eletrodomésticos, com uma tela particularmente enorme. Não sei se vocês já pararam pra observar como, de relance, as imagens dessas TVs de loja parecem incrivelmente mais detalhadas e bonitas que a que você tem na memória sobre o filme, depois de sair do cinema. De fato, elas são diferentes. Esse post do Stu Maschwitz explica isso em detalhe, e também como DESFAZER esse erro crasso dos fabricantes de TVs. Basicamente, eles aumentam o contraste, pintam tudo de azul, aumentam a clareza (sharpness) e geram novos frames artificialmente, para dar mais “naturalidade” aos movimentos”.

Não sei na cabeça de quem isso dá mais naturalidade. Pra mim só fica mais artificial, e com cara de vídeo. Cara de algo que eu vejo na rua, ou numa fita VHS. Mas eu não vejo hobbits, magos, anões e orcs nas ruas. Então aquilo ali só pode ser falso, e é aí que tudo vai pro brejo, porque quando uma coisa é artificial, mas tenta se passar por real, ela fica tosca. Numa analogia estranha, quando o sujeito é feio, mas age como se fosse bonito, não dá pra não achar engraçado ou ter pena. E nessa hora que a coisa fica tosca, você, espectador, é jogado pra fora do filme mais rápido que uma flecha de Legolas (em 24fps, por favor). Incontáveis vezes eu me perdi num diálogo por estar observando os pelinhos da barba de um orc no contraluz, ou os entalhes confusos do cajado de Gandalf, ou até a reflexão estranha da luz que bate nas pedras da montanha onde a Companhia se protege, na cena da tempestade e da batalha dos gigantes de pedra.

Day-to-Day Tudo AV

François.

December 18, 2012

E eu aqui, penando, cada dia mais perto de voltar pra Salvador e com mil coisas pra terminar. Uma delas, que deu muito certo, foi o nosso doc com o André François, com a OLD. Gostei bastante do que ele fala, e foi difícil deixar coisas de fora.