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September 2013

Day-to-Day

UP08 – MagicLantern

September 28, 2013

Imagine que você esteja comprando um projetor. Você lê a lista de recursos oferecidos pelo aparelho, fuça todos os menus, configura a máquina de acordo com sua preferência e fica feliz com o resultado. Dali a duas semanas, um amigo te convida para dar uma olhada em um projetor novo que ele também comprou. Chegando lá, você percebe que o aparato está em outro nível. Imagens mais definidas, menor consumo de energia, muitas outras configurações, o diabo do aparelho consegue até projetar hologramas no ar! Espantado, você comenta com seu amigo: “Deve ter sido uma nota! Qual o modelo?”. Nessa parte, seu queixo vai até o chão: o modelo é exatamente igual ao seu. “Qual a diferença então?” Seu amigo explica que instalou um programa alternativo, que roda por cima do original da fábrica, habilitando muitas melhorias ocultas.

É mais ou menos isso o que o firmware alternativo Magic Lantern faz com muitas câmeras Canon. Um grupo de hackers e programadores começou a fuçar o código fonte das máquinas em meados de 2009 e rapidamente conquistaram algumas vantagens sobre o firmware original. De 2009 para cá, aumentou o número de desenvolvedores e de usuários, e os recursos estão bem mais trabalhados. Nas últimas semanas o Magic Lantern apareceu em inúmeros blogs e sites de tecnologia, por ter habilitado vídeo RAW em boa parte das Canon disponíveis.

Mas como funciona essa coisa? Seguindo as diretrizes legais da internet, todo o código usado no programa é original e completamente aberto para quem quiser estudar ou propor alterações. Os criadores não utilizam qualquer programação da Canon justamente por ser código proprietário – que poderia colocá-los em maus lençóis de processos por pirataria e roubo de informação. O que é utilizado, na realidade, são funções que a própria Canon colocou nas câmeras, mas não constam nos menus do aparelho.

Muitas vezes, funções são combinadas em uma única aplicação, simplificando bastante processos, como por exemplo timelapses. Graças ao Magic Lantern, a própria câmera define os intervalos entre as imagens, o tempo de exposição adequado, além do número de fotos a serem feitas – sem gastar o mecanismo do obturador – e oferece playback do resultado em vídeo. Sem o programinha, são necessários acessórios extras, muitos cálculos elaborados e algum tempo no computador para conseguir visualizar decentemente as imagens sequenciadas.

O grupo é bastante responsável e só lança versões novas depois que todos os recursos foram testados exaustivamente por voluntários e quaisquer os errinhos de programação tenham sido corrigidos. Sem esse cuidado, aumentam as chances de usuários menos experientes danificarem suas câmeras, ou mesmo as margens para publicidade negativa, justamente por conta de bugs.

O software é gratuito, e pode ser encontrado em seu site oficial (www.magiclantern.fm). Vale lembrar que mesmo sendo bastante testado, é sempre possível que algum erro aconteça, ou a câmera faça algo estranho de vez em quando, devido ao programa. A garantia da Canon não cobre máquinas danificadas pelo uso da modificação (ainda assim, não há casos de dano permanente), e já anunciou que vai ativar sua equipe de advogados caso os programadores tentem mexer nos modelos do topo da linha, a série 1D e EOS Cinema.

No site do programa é possível encontrar uma lista com os modelos compatíveis e recursos habilitados em cada câmera. Encontra-se também a versão oficial para download e instalação, versões de teste para alguns modelos e versões ainda menos estáveis, com as novidades diárias da equipe. Um dos maiores méritos da comunidade é que todos aqueles que encontram uma forma de contribuir, contribuem: sugestões, testes, boletins automáticos gerados pela câmera ou mesmo funções originais no formato de código. Tudo é lido e respondido com prontidão, por uma equipe que não ganha dinheiro com esse projeto.

Se você já dominou tudo que sua Canon tem a oferecer e quer ultrapassar esse limite, recomendo fortemente a experiência com o firmware alternativo. É saudável seguir os passos indicados durante a instalação, e depois disso, acessar o fórum para tirar dúvidas, ler a documentação de cada recurso (todos aqueles presentes nos lançamentos oficiais são bem explicadinhos) e ficar por dentro das novidades. A modificação traz grandes vantagens para ambos os modos, de foto e de vídeo!


Coluna Ultrapassagem, Publicada originalmente na Revista OLD #22, em Junho/2013

Day-to-Day

UP07 – RAW

September 21, 2013

Ultimamente tem se falado muito em RAW no âmbito do vídeo digital. “Ah, eu quero uma câmera que filme em RAW”, “Essa câmera é cara porque filma em RAW”, “Olha essa, é barata, e filma em RAW!”. Afinal, o que é RAW, como isso se relaciona com a fotografia, e por que todo mundo tanto o deseja? Essas são boas perguntas pra começar.

Um dos fatores de resistência na migração de fotógrafos profissionais, do analógico para o digital, é que as câmeras digitais não armazenavam tanta informação luminosa quanto o filme, impedindo ajustes e correções que eram feitas manualmente durante o processo de revelação da película. A maioria das câmeras digitais é projetada para simplificar a vida do usuário e automatizar todas as escolhas entre o momento do clique e a geração da imagem final, mas câmeras profissionais permitem que o fotógrafo tenha total controle sobre o seu trabalho, e isso se dá através dos arquivos RAW, trazendo de volta, digitalmente, a liberdade do laboratório de revelação.

A nível microscópico, o sensor digital é um tabuleiro de chips fotossensíveis. Cada um deles é a menor área de captura de luz da câmera e são organizados em blocos de quatro unidades sensíveis às cores primárias. Um vermelho, um azul e dois verdes – nossa visão é desequilibrada para o verde, portanto, a proporção deve ser mantida no sensor da câmera, ou teríamos um registro diferente daquele feito pelos nossos olhos. Cada um dos chips captura a intensidade luminosa daquela cor em sua minúscula parte do sensor, transformando a medida analógica em digital, na forma de intensidade elétrica.

É difícil de imaginar quão minúsculos e numerosos são esses circuitos. A base de cálculo é de um milhão deles para cada megapixel de resolução. Uma câmera com 20 megapixels tem, portanto, 20 milhões de chips fotossensíveis distribuídos em menos que 1cm², que é a área do sensor.

De forma simples, um arquivo RAW é aquele que armazena essa matriz de informação de intensidade elétrica sem qualquer processamento. Do jeito que estão, esses dados nem sequer formam uma imagem. Quando o usuário escolhe NÃO fotografar em RAW, a câmera fica responsável por todo o processo entre o clique a “revelação” da imagem. Em detalhe, toda a informação capturada pelo sensor passa por um processo onde será convertida em pixels – a menor unidade de medida da imagem. O pixel tem três valores: um para cada das três cores primárias, variando de 0 a 255. Combinados, criam cerca de 17 milhões de cores, e lado a lado, formam a foto.

O problema é quando se quer fazer alterações ou correções nas imagens depois do clique. Conforme você vai mexendo com as informações de cor nessa imagem já pré-processada, as fotos, que pareciam ótimas quando saíram da câmera, apresentam perda considerável de qualidade. O que acontece então se, logo após o clique, a captura for salva como arquivo sem passar por qualquer processamento da câmera, e as manipulações forem feitas diretamente sobre a informação crua, vinda do sensor?

Existem vários programas capazes de interpretar essa informação (crua), traduzi-la como imagem e abrir para correções. Aí você vai perceber o quanto o RAW faz diferença: cada cor – vermelho, verde e azul – tem cerca de 16 mil variações, totalizando mais de 4 trilhões de cores. É possível fazer grandes ajustes sem causar perdas de qualidade e com muito mais liberdade, além de recuperar partes perdidas, ressaltar detalhes que pareciam totalmente ocultos, e por aí vai.

O formato RAW e essa liberdade não são novidades na área da fotografia, mas em vídeo esse tópico é novo. Até recentemente, apenas câmeras de cinema profissional eram capazes de atender a essa demanda, a preços altíssimo$. As vantagens do formato para vídeo são potencializadas em relação às fotos, afinal vídeos são seqüências de muitas fotos por segundo.

É preciso lembrar que o objetivo do vídeo RAW é armazenar o máximo possível de informação no quadro, para permitir o trabalho em cima dele na pós produção. A visualização imediata é uma imagem sem graça, chapada, muitas vezes suave e totalmente sem personalidade. A partir daí, o fotógrafo pode utilizar toda a informação de cor e luz nela armazenada para estilizá-la de acordo com o produto final desejado. O RAW permite o encontro entre o potencial latente da imagem capturada e a criatividade do profissional que vai trabalhar sobre ela. E haja revelação!


Coluna Ultrapassagem, Publicada originalmente na Revista OLD #21, em Maio/2013

Anamorphic Day-to-Day

[Anamórficos XXV] Letus35 e SLR Magic.

September 14, 2013

Antes que alguém apareça por aqui pra dizer que eu não tô sabendo de nada dos novos anúncios e informações sobre anamórficas modernas, que chegam ao mercado em breve, vamos às informações sobre a Letus35 e a SLR Magic. Ambas tem algumas semelhanças, mas público-alvo diferente, acredito.

Começando pela Letus35, a empresa foi uma daquelas que fazia adaptadores de lentes SLR para câmeras mini-dv – que nem isso aqui – e depois ficou fabricando rigs, peças de alumínio e outros brinquedos menos específicos. Na quarta feira (11 de Setembro), estouraram por aí alguns posts relacionados a esse adaptador anamórfico. É curioso que ele tem muitas coisas em comum com aquele projeto de rehousing do LA7200 que postei por aqui um tempo atrás. Parece que o pessoal da Letus fez uma master pesquisa online sobre os pontos do Panasonic que poderiam ser aprimorados, de acordo com usuários diversos, e colocou todos eles em prática numa peça só. É impossível não perceber semelhanças entre os dois modelos, especialmente porque o Letus é quadrado!

Vou então passar pela lista de especificações postada por Clinton Harn, numa tradução grosseira, com alguns comentários próprios. Se você tá a fim de sacar a lista original, tá aqui o blog do sujeito com o post.

O adaptador encaixa numa faixa de preço próxima de US$1700, e promete alta qualidade combinada com simplicidade de uso. É compatível com diversas lentes, numa lista muito maior que a adaptadores vintage (também conhecidos como Panasonic e Century). Primeiramente será lançado um adaptador universal, que funciona muito bem com alguns alcances de lentes zoom – são cinco tipos diferentes, 16-24mm, 24-35mm, 35-70mm, 70-125mm, 100-200mm), e posteriormente, versões otimizadas para distâncias focais específicas, para performance aprimorada em lentes fixas.

Possui um anel de foco já com engrenagem padrão (pitch de 0.8mm), e três posições “padrão”: foco próximo, médio e distante, e que podem ser ajustadas através de pequenos movimentos no foco. Funcionamento bem semelhante ao Century WS-13, que também é focus-through, mas possui um anel de foco para ajustes. Só que o da Letus tem engrenagenzinhas. Cada versão pode ter ajustes de foco ou não, dependendo da distância focal da lente. Por exemplo, as lentes para 16-24mm, 24-35mm e 35-70mm não possuirão ajuste de foco, a 70-125mm terá duas posições de foco, e a 100-200mm terá os três ajustes mencionados a princípio. Ficou confuso? Eu também achei confuso no anúncio.

Alta resolução, capaz de 2000 linhas com a maioria das lentes (enquanto isso, o Panasonic resolve 500 no centro, e em torno de 150 nas bordas).

Elementos ópticos projetados especialmente para o adaptador – e não uma reciclagem de vidro de outras lentes.

Lentes multi-coated para qualidade de imagem superior, mas ainda apresentando um flare elegante (também será oferecida uma opção single-coated, para flares mais intensos, apesar de a versão multi-coated ter melhor resolução).

Corpo em alumínimo, quadrado, já com mattebox – uma das maiores críticas ao Panasonic é que seu corpo é de plástico, e é preciso improvisar com a questão do mattebox.

É preso à lente base através de um anel clip, que funciona pela pressão exercida por um único parafuso. O tamanho padrão é de 114mm (ou 4.5″), para lentes de cinema como as Zeiss CP*, mas também existirão adaptadores para lentes menores, com roscas de 77, 82mm, etc.

Finalmente, squeeze de 1.33x, que produz imagens CinemaScope (2.39:1) diretamente a partir de sensores 16:9, eliminando a necessidade de cortar fora as laterais do material captado.

Achei bem curioso que só foi exibida uma única imagem do vidro do adaptador, que tem se replicado por aí – é essa foto que apareceu lá em cima -, e algumas outras dele visto por trás, anexado a uma lente. Mas não dá pra saber se é um pedaço oco de alumínio.

A – também única – imagem teste disponível é de um caminhão, coisa bem de quem precisava fazer um teste, mas não tinha nenhuma idéia, e só desceu do prédio para tirar uma foto na rua. É possível perceber bordas bem problemáticas, especialmente do lado direito, com perda de resolução intensa, mas, afirmam: não é a versão final, e isso será melhorado. Ah, essa foto supostamente foi feita com uma 200mm, numa câmera de sensor APS-C, o que é bem bacana, uma vez que é impossível conseguir o Panasonic ou Century funcionando nessa distância focal, mas também não há nenhuma comprovação dessa lente base ou modelo da câmera.

Dá pra perceber que tenho bastante desconfiança desse treco, né? No Twitter, a Letus anunciou que ele será lançado no mercado entre Outubro e Novembro (na verdade, foram dois posts diferentes, onde cada um diz um mês). Vamos aguardar e ver. Felizmente, é esperado que mais ou menos nessa mesma época esteja saindo o adaptador da SLR Magic, que será comentado logo abaixo.

Para outros comentários sobre o Letus, tem um artigo mais otimista aqui no nofilmschool.

Agora, o adaptador da SLR Magic. Como era de se esperar, Andrew Reid já fez uma série de posts sobre a lente, um só com comentários sobre um vídeo teste, outro sobre a lente, de forma geral, após tê-la nas mãos por alguns dias, e um terceiro, com o material produzido nesse período e comentários mais específicos sobre performance e até uma enquete sobre a qualidade dos flares.


Foto por Andrew Reid, EOSHD

Não dá pra eu fazer melhor que ele, que teve a lente nas mãos, então recomendo bastante a leitura dos posts do mestre. Algumas coisas importantes a saber, se você não tiver paciência pra ler, é que o adaptador também tem stretch de 1.33x, foi projetado para melhor performance com as lentes da SLR Magic – claro -, atingindo os melhores resultados com câmeras de encaixe micro 4/3, como a série GH da Panasonic, ou a Blackmagic Cinema Camera. Ainda assim, funciona bem em full-frame, livre de vinhetas a partir de 50mm graças a um elemento traseiro grande (aproximadamente 50mm de diâmetro).

A qualidade de imagem é garantida entre f/2.8 e f/4, mas aceitável em f/2 para material em baixíssima luminosidade. Um pouco soft, mas aceitável.

Em termos de foco, dispensa ajustes de 3m em diante, e para objetos mais próximos que isso, possui um anel móvel que permite foco entre 1.4 e 3m. Andrew sugere que o funcionamento desse anel seja simplificado – uma vez que ainda é um tanto lento – e que o foco mínimo venha até 1m. Esse anel de ajuste elimina a necessidade de close ups, diminuindo o volume de equipamento necessário nas filmagens. Ainda assim, a lente tem rosca para filtros de 77mm.

Andrew compara a lente ao precioso Iscorama 36, em termos de performance e peso, ainda que o adaptador da SLR Magic tenha corpo de alumínio, e o Iscorama seja de plástico. Claro, como é uma lente moderna, pós-boom anamórfico, já tem sua própria rosca para ser acoplada às lentes base, dispensando clamps e improvisos. Sendo muito parcial, prefiro esse método de funcionamento do que o encaixe por pressão do Letus.

Os flares ainda estão sendo trabalhados, e a SLR Magic pede comentários da comunidade anamórfica em relação ao que desejam na versão final da lente. A grande questão gira em torno de flares alaranjados, ou azuis, do jeito que estão – absurdamente fortes, variando de acordo com a cor da fonte luminosa -, ou totalmente limpa, sem flares. Essa característica, tanto de cor como de intensidade, é determinada pelos coatings a serem aplicados sobre a óptica.

Ah, claro, o preço desse treco vai ser em torno de US$1500, e a previsão de lançamento é mais para o fim do ano, provavelmente meados de Novembro ou Dezembro.

Pronto, agora tá todo mundo atualizado!

Day-to-Day

UP06 – Infravermelho

September 14, 2013

O mundo é muito mais do que podemos ver com os olhos, e a curiosidade humana é, certamente, maior que o mundo. Queremos ver o invisível. Como o assunto é imenso, aqui vamos focar só nas ondas do espectro luminoso e num filtro que permite à câmera ver o que os olhos não conseguem.

É com a luz que nossos olhos podem ver. A luz do Sol contém todas as cores – visíveis e invisíveis – e as que vemos são aquelas refletidas pelos objetos, que não foram absorvidas. Por exemplo, tudo o que se vê como verde, na verdade, está refletindo a cor verde. Esse princípio vale para todas as cores. Algo que absorve tudo é preto, e algo que reflete tudo é branco.

O filtro R-72 é bem avermelhado, quase totalmente preto: olhando através dele é impossível ver o outro lado. Sua função é absorver todas as cores visíveis e só permitir a passagem de infravermelho. Claro, a imagem não terá variação de cor, mas veremos intensidades de exposição diferentes. Tudo que absorve esse raios terá tonalidades mais escuras, e o que reflete fica bem brilhante, criando assim cenários dignos de ficção científica.

A maior fonte de infravermelho que se tem é o Sol, então, na hora de fazer a foto com o R-72, quanto mais intenso o Sol, maior o efeito obtido na imagem. As plantas e o céu chamam atenção assim que a imagem capturada surge. A atmosfera não reflete as ondas infravermelhas, então ela se torna totalmente transparente, uma porta direta para a via láctea, breu completo salpicado com nuvens brancas. Vegetação, por sua vez, reflete boa parte desses raios, então brilha com força, num branco fantasmagórico.

Câmeras digitais vêm com uma película sobre o sensor para bloquear infravermelho. Sem essa película tudo fica com uma coloração avermelhada, porque o sensor é bastante vulnerável a essa faixa de cor. Quanto ao rolo de filme existem os comuns, e os especialmente preparados para absorção de infravermelho, acelerando a exposição e intensificando o efeito.

Como dá pra reparar, a película sobre o sensor e o filme comum caminham em direção oposta à do R-72, portanto, é preciso ter paciência ao fazer as fotos, pois o tempo de exposição é prolongado! A paciência exigida do fotógrafo é um preço barato para ver o que se revela quando se captura o invisível.


Coluna Ultrapassagem, Publicada originalmente na Revista OLD #20, em Abril/2013

Day-to-Day Tudo AV

Hadouken do Amor.

September 8, 2013

Mais um trabalhinho recente, e dos mais engraçados até agora! Esprememos tudo numa diária só, sob o comando da Lud. Na equipe de foto, eu e o Pedro, com uma microluz para algumas poucas ocasiões, e fugindo do Sol sempre que possível. Tô com sono, e não vou ficar enrolando muito no texto.

Divirtam-se.

Day-to-Day

UP05 – HDR

September 7, 2013

Uma das grandes vantagens da visão humana em relação ao filme ou ao sensor digital é nossa capacidade de percepção de luminosidade. É impossível superexpor ou subexpor sua visão – no máximo por alguns segundos, com uma mudança muito radical da luz ambiente, como sair de um túnel para o sol do meio dia. Nosso olho se ajusta rapidamente para sempre termos grande nível de detalhe e informação.

O filme e o sensor, infelizmente, têm seus limites. É aqui que entra um pouco daquela rixa entre digital e analógico. Defensores do filme sempre dizem que sua latitude é maior – latitude, ou alcânce dinâmico, é a variação de luz entre o ponto mais claro e escuro da imagem – e por isso, o filme retém mais informação. Os sensores sempre foram prejudicados nesse aspecto, porque suas áreas mais escuras mostram muita granulação elétrica, enquanto as altas luzes viram branco com grande facilidade.

O contra ataque dos sensores chegou em 1997, quando um pesquisador da Universidade do Sul da Califórnia apresentou ao público uma forma de aumentar a latitude de uma imagem através da mescla de diferentes exposições da mesma cena. Unindo a informação contida numa imagem com mais detalhes nas sombras, à de outra com mais detalhes nas luzes, criou-se uma nova imagem, com o melhor das duas anteriores. Surgia assim o HDR (High Dynamic Range, ou amplo alcance dinâmico).

Para não alterar as características básicas da imagem, não se pode alterar a abertura – pois ela altera a profundidade de campo – ou o ISO – que afeta a granulação. O único fator passível de alteração é a velocidade do obturador, impossibilitando a captura de imagens com movimento, pois como as fotos são feitas em seqüência, uma não bate certinho em cima da outra.

Atualmente você pode combinar não só duas imagens, mas sete, ou até mais! Para isso, é preciso que a cena permaneça imóvel, portanto, o uso do tripé é fundamental. Existem várias opções de programas para fazer a mescla das fotos e aproveitar a informação armazenada. Você vai ter não só mais informações de luz, como também de cor, detalhe e possibilidade de contraste. HDR é uma das formas mais interessantes de tornar as imagens mais próximas do que nossos olhos registram.


Coluna Ultrapassagem, Publicada originalmente na Revista OLD #19, em Março/2013

Day-to-Day

TCC, O Desenvolvimento!

September 4, 2013

Fiquei filosofando um tempo sobre como poderia desenvolver meu projeto de TCC de forma que os interessados pudessem acompanhar a escrita e dar pitacos no meio, e concluí que um documento no Google Drive era a melhor opção. Por questões estranhas de visualização, o Firefox sempre mostra as coisas fora de lugar, então recomendo usar o Chrome para sacar melhor a formatação. O Internet Explorer (!) funciona também.

Depois de alguns dias de teste, descobri que nenhum navegador no Mac funciona direito, e a formatação fica bizarra mesmo. Viva o Windows.

O link tá logo aqui embaixo, e já escrevi quase tudo que dava pra escrever antes das filmagens. Tá grandinho, com mais de 70 páginas, todas muito bem ilustradas e explicadas. Muita coisa saiu daqui do blog mesmo, mas tem toneladas de material novo, e fotos produzidas só pra explicar melhor algumas coisas.

Projeto de TCC – Lentes Anamórficas

Aceito sugestões e pitacos, na forma de comentários. Para deixar um, é só selecionar uma parte do texto e apertar Ctrl+Alt+M, que uma guiazinha vai abrir. Os comentários são públicos, e todos podem ler. Conforme eu vou alterando e acrescentando informações, vou retirando os comentários. Esse link não vai mudar, e muito conteúdo ainda vai entrar, então é só ficar acessando de tempos em tempos pra sacar o que há de novidade.

Chega de alongar o post, tá aí a maior compilação sobre anamórficas em português. Divirtam-se.