Anamorphic Day-to-Day

[Anamórficos X] MagicLantern

October 26, 2012

Do começo: o MagicLantern é um programinha que roda simultaneamente com o firmware em muitas câmeras da Canon. De sua origem até hoje, eles já implementaram muitas coisas úteis que não são nativas da câmera, e continuam inovando, muitas vezes à frente dos próprios releases oficiais da Canon. Com o MagicLantern você tem no visor da câmera peaking de foco (aqueles pontinhos que indicam quando uma coisa tá em foco ou não), Zebras (pra saber quando algo em quadro está passando de um determinado valor de luminosidade e estourando, perdendo informação), variação de frames por segundo, ISOs alternativos, controle manual de áudio, entre outros trocentos recursos. Atualmente o ML suporta quase todas as EOS digitais (T1i, T2i, T3i, 5D MkII, 5D MkIII, 7D, 60D, 50D, e outros modelos em versões experimentais) e é instalado no cartão de memória que você coloca na câmera. Você encontra mais informações sobre esse processo no site oficial.

A primeira relação do ML com minhas anamórficas foi para a elaboração de Cropmarks. São imagens que se sobrepoem à imagem que você tá capturando, permitindo assim visualizar um formato de tela final diferente do formato de captação (por exemplo, cobrindo faixas em cima e embaixo da imagem a fim de deixa-la mais cinematográfica). Como tive que misturar as lentes mais de uma vez (usar uma 1.33x em combinação com uma 2x, ou 1.5x), sabia que iria perder imagem, ou nas laterais, ou em cima e embaixo do enquadramento. Desenhei então um grupo de cropmarks que permite essa mistura de lentes, sem perder a noção de que parte da imagem será mantida no projeto final e o que será descartado. O link pra download tá logo aqui.

Cropmarks Anamórficas para MagicLantern

Relendo o parágrafo anterior, vejo que ele está correto, mas ainda assim, confuso. Portanto, uma seqüência de imagens clareia essa questão.


Imagem normal, no visor da câmera, de tudo que está sendo captado.


Cropmark de 1.5x sobreposta à imagem, para avaliar o quadro do vídeo final.


Imagem do vídeo final, recortada na pós-produção.

Retomando as cropmarks anamórficas. São nove arquivos que permitem você misturar quaisquer tipos de lentes (de 2x a normais) e não perder o controle do que está sendo enquadrado. Os nomes são meio cifrados, compostos de duas partes, mas a explicação é essa: a primeira parte do nome é o formato final de tela que você deseja. Um stretch de 1.33x resulta numa tela de 2.4:1, 1.5x equivale a 2.66:1 e o monstro 2x corresponde a 3.56:1. A segunda parte do nome, é o tipo de lente que você tá usando. Por exemplo, se você fizer um projeto todo em 2x, mas tiver que produzir algum material com uma lente normal, não anamórfica, é só escolher a cropmark chamada “2x-norm”. O meu caso mais comum é misturar material do Panasonic (1.33x) com o Isco (1.5x), para o formato final do Isco. Então, quando estou usando o Panasonic, a cropmark ativada é 15x-133x. Deu pra entender?

Mas então, na semana passada foi lançado a segunda versão Alpha para a 5D MkIII. Essa versão ainda tem muita coisa em fase de testes e uma delas é o suporte para lentes anamórficas, distorcendo a imagem do LiveView (a telinha da câmera) para atingir a proporção correta de distorção da lente. E funciona que é uma beleza. Consome um pouco de poder de processamento, e por isso é bom desativar alguns recursos extras, mas é totalmente trabalhável. A única falta que sinto é de o squeeze ser aplicado também no Play mode, na hora que vamos visualizar os clipes.

Se não muito me engano, a GH2 (da Panasonic) também tem hacks que facilitam o trabalho com lentes anamórficas, mas nunca tive uma dessas câmeras em mãos e não sei do que ela é capaz. Tenho curiosidade, porém. Alguém aí tem uma GH2 pra emprestar por uns dias?