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Day-to-Day

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Sobre:

July 26, 2015

Minha vida é uma longa playlist que eu tento acreditar que tá no Shuffle, mas na verdade tá no Loop. A volta demora alguns anos, mas recomeça sempre do mesmo jeito.

Day-to-Day

Cinto Muito.

July 25, 2015

Desde tempos imemoráveis minhas calças e bermudas são folgadas demais. Uso um cinto e é isso aí. Meu normal, antes de vir pra Vancouver era sempre fechar no terceiro furo. Quando fui pra Salvador tava no quinto, e ainda assim, meio folgadinho. Vocês não sabem a alegria que pra mim é vestir uma bermuda e ela NÃO cair! Tô de volta no terceiro furo, caminhando pro segundo, e dá até pra esquecer o cinto em casa uma vez ou outra.

Quando me olho no espelho, já não vejo as costelas desenhadinhas por baixo da pele.

Life is fucking good.

– percebi que escrevo muito mais quando moro sozinho. que loucura, acho que o mundo é meu amigo.

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Décima Primeira Temporada.

July 24, 2015

Tava com as fotos incríveis que Lila e eu fizemos por aqui e não queria tentar forçar elas a funcionarem com o tamanho padrão do topo do blog então, como diria Rita Lee, resolvi mudar.







11ª Temporada: I Just Wanna See You Be Brave

Como sempre, esse post serve só pra registrar a mudança. Agora vou tentar escrever um outro muito louco, envolvendo muitas músicas, estado mental, planos e por aí vai. Vamos ver se sai.

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Breathe In. Breathe Out.

July 20, 2015

Ok, agora menos euforia que o post anterior.

A vida em Vancouver durante o verão é sucesso demais. Devido a uma série de decisões sobre como encarar a vida, tenho tido bastante tempo “livre”, e coloco entre aspas porque tenho aplicado esse tempo no meu projeto pessoal de vídeos de lentes. Não tô obcecado com ele, to me divertindo bastante filmando coisas por minha conta, sem a obrigação de contar uma história narrativa, ou atender expectativas alheias. Tem horas que fico de saco cheio e vou fazer outras coisas, ou enrolo pra fazer algumas partes, e é isso aí. Tenho tocado a VFS também com muito mais calma, tenho minhas metas, e vou trabalhar durante a semana, mas não tenho planos de mexer em nenhum dos meus arquivos durante finais de semana, ou quando estiver em casa. Como essa divisão entre casa e trabalho não é a coisa mais fácil pra mim, resolvi que a divisão ia ser física e, portanto, inquestionável.

Nesse fim de semana a gente se reuniu pra jogar. Sexta, depois da Term 6 presentation, eu e o Fernão fomos pra casa do Nicko e ficamos alucinando no Left 4 Dead. Depois, no Sábado de manhã eu fiz uma tonelada de packshots pra lentes que estou filmando reviews, resgatei a 50D que chegou no correio e me matei mais umas horinhas até fazer a Foton-A encaixar direito nela (tava fazendo um ângulo de 90 graus em relação à direção certa, uma beleza! Quase desmontei a lente pra resolver, tava corajoso. De tarde o Paul veio pra cá pra casa, e o Fernão apareceu um pouco depois. Ficamos jogando até todo mundo ficar zumbi de sono. Comprei uma melancia GIGANTESCA e resolvi experimentar um jeito novo de cortar o recheio em cubinhos. Deu certo, mas preciso de uma faca bem maior pra funcionar 100%. Falando em melancia, era uma fruta que sempre achei muito sem graça, sem gosto, além da encheção de saco dos caroços. Claro, frutas canadenses são muito doidas, e melancia aqui não tem caroço. Além disso, são surrealmente doces. Acabei de devorar a desgraçada hoje no café da manhã.

Nessa semana tenho planos de testar minhas técnicas culinárias fazendo um feijão que minha mãe me ensinou. Devo fazer isso na quarta ou quinta.

Tô andando de bike que nem maluco. O plano de ir na seawall três vezes por semana foi por água abaixo e tô indo todos os dias mesmo, além do tradicional trajeto casa-escola-casa. É MUITO relaxante andar de bike ouvindo música e ligar um foda-se pra tudo, sentindo só o corpo fazer esse esforço de transporte. No fim do caminho tem uma ladeira escrotíssima, subindo a Bute St., que ainda não consegui subir inteira de bike. Ontem e anteontem eu subi 2/3 dela, hoje nem tive pique pra começar. Dia de semana eu não vou me matar andando no parque, porque não posso chegar em casa e deitar pra descansar logo em seguida!

Mais coisas de ontem: depois de acordar ao meio dia, o Paul me ajudou a finalmente fazer meu currículo de VFX e, tomando vergonha na cara, tirei cinco minutinhos pra fazer meu cartão de visitas. De tarde eu gravei umas locuções para a OLD, uma versão sonora da revista para deficientes visuais, incluindo descrições detalhadas das fotografias. Nunca tinha feito isso antes, na vida. Foi divertido. Editar tudo foi menos divertido, mas não chegou a ser tedioso. Eram quatro entrevistas e intercalei cada uma delas com um episódio da segunda temporada de True Detective. Que série absurda.

Agora tô aqui, escrevendo esse post e pensando sobre uma versão turbinada do meu TCC, com muito mais de tudo, pra tentar vender em formato de PDF na net mesmo. O índice é promissor, mas vai ter muita pesquisa, e muito raciocínio escrevendo em inglês. Dai-me coragem!

E vamos nessa!

Ah, viva o Spotify, to viciado nesse treco de música. Tava precisando descobrir música nova faz tempo.

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It Feels Good to be Back.

July 16, 2015

Era pra ter escrito esse post logo que cheguei aqui, mas os dias foram passando tão cheios de atividades que acabei enrolando até hoje, quando as atividades ainda não acabaram, mas tenho que esperar uma hora (literalmente) pra renderizar o projeto aqui na VFS, para a apresentação de amanhã.

Chegamos por aqui no comecinho de Julho, viemos todos, eu, Lila, meu pai e minha mãe. Eu pra ficar, eles pra passarem pouco mais de duas semanas. Foram embora hoje, levei todo mundo no aeroporto e voltei direto pra escola pra poder começar o ritmo de trabalho que pretendo seguir daqui pra frente. Antes disso, só tava vindo pra aula quando era obrigatório mesmo, e organizando os planos. Tô terminando o último shot do meu demo reel, AFINAL. Logo mais posto ele no youtube, vimeo, instagram e o escambau!

Bom, nesses dezesseis dias de caos completo e atividades enlouquecedoras tivemos muitas invenções de receitas – com minha super dieta restrita, tenho que aprender a fazer alguma comida que preste, senão fico só com frutas e legumes. Aí me quebra. Aprendi um arroz integral muitcho louco, que pode misturar com literalmente qualquer coisa, e uma feijoada vegetariana, usando feijão enlatado e tofu defumado. Pois é, aquele queijo SEM GRAÇA, sem consistência e sem sabor, quando defumado faz maravilhas. Tem muito tempo que não como uma feijoada “legítima”, mas essa invenção de minha mãe não deixa nada a dever. Na verdade, é tão sucesso que depois não bate aquele peso/cansaço de comer muito. Tô com um tupperware cheio na geladeira, e almoçando isso por vários dias seguidos.

Nas atividades turísticas da viagem tivemos idas ao Stanley Park, Lynn Canyon, North Vancouver, Granville Island, rodar pra cima e pra baixo em downtown, comprar coisas pela internet, mudar de um hotel pro outro, se amontoar todo mundo em um quartinho – nosso apartamento microscópico alojou a família toda por quase uma semana!

Fizemos o tradicional passeio “bem vindo a Vancouver” de ida ao Walmart e posterior lanchinho do lado de fora, com o Sr. Paul H. Paulino, que colou na gente vários dias. Tive até noites em claro jogando Left 4 Dead com o Nicko, Fernão e Paul, ou Catan, com os já mencionados e incluindo Lila e a Gabi Akashi, que apareceu por aqui com a irmã pra passar um tempo.

Andei de bike. Pra caralho. Com Lila. Fizemos a seawall (15km) três dias seguidos, de manhã cedo. Tô pensando em ir de novo no fim de semana, tentar ir umas vezes de noite pra ver como é a paisagem.

Agora que comecei a falar de Lila, vou até aprofundar o assunto. A gente fez MUITA coisa em parceria. Fotos pra ela, testes de lente pra mim, vários tipos, todos os horários, qualquer tarefa. Anamórficas mil, mais outras tantas loucuras pela rua com as máscaras de raposa e vaca que Lila tinha trazido pra uns projetos dela. O jeito mais fácil de traduzir é que um compra a idéia do outro, e acrescenta mais um tanto.






Testes com o Rectilux

Pegamos uma onda de calor ABSURDA aqui. Começaram a rolar vários wildfires pelo estado e em um desses dias a cidade amanheceu ABSOLUTAMENTE coberta em fumaça. Não era neblina. Era FUMAÇA. Amarela, com cheiro de queimado. Parecia coisa de outro mundo. Tem uma pá de fotos rodando pela net. Nesse dia, eu e Lila saímos pra andar de bike e escoltamos alguns pontos de interesse no trecho casa-Stanley Park, para fotos que dona Lila tinha em mente. Torcemos pra fumaça não se dissipar completamente. No dia seguinte, de manhã cedo, carregamos câmera, lençol vermelho, figurino e tentamos, do melhor jeito possível, atingir o objetivo das fotos. As minhas versões estão aí embaixo. Lila deve publicar as dela no futuro.

A idéia era passar uma sensação meio de sonho, de vazio, um lugar apto a receber qualquer coisa, sem nada muito pré-definido. O ambiente beira-mar somado à fumaça criava exatamente o feeling monocromático desejado. Claro, rola um bocado de Photoshop aí pelo meio, fotógrafo que se preza não descarta a ferramenta! Tem vezes que a realidade não é suficiente!







Por fim, chegando ao evento que desencadeou essa vinda de todo mundo para terras canadenses: minha formatura na VFS. Sim, eu larguei o curso no fim, e tô cumprindo o tempo que falta, mas como meu demo reel já tava quase pronto, deu pra convencer a administração a deixarem me formar com minha turma original, com quem eu passei onze meses de aperto e aventuras, 3D111.

Depois vou escrever direito sobre a turma, mas a formatura em si foi MUITO divertido. Seis meses de trabalho pra resultar em um minuto e meio de filme. Ver o projeto no telão dá outro gás pra terminar tudo lindo e maravilhoso. Fiquei tão aturdido com os aplausos – e o Fernão me atacando na cadeira do lado! hahahaha – que no fim tive que perguntar se meus créditos passaram direito. No dia anterior à formatura, recrutei Lila pra uma missão muito especial: me ajudar a achar uma roupa chique-mas-não-tão-chique-a-ponto-de-não-ser-minha-cara. Meu pai e minha mãe não podiam perder essa e foram com a gente, dando mil pitacos no processo. No fim das contas, acho que fiquei bem apresentável!



Depois da projeção a gente foi pro café da VFS, onde tinha umas comidinhas e champagne. Depois de lá, fomos de galera lá pra casa, arrastando o Paul, Fernão e Maísa, onde ficamos conversando até a hora de ir pro bar encontrar com a galera da sala. Lá a gente ficou conversando mais mil horas e voltamos pra casa de madrugada. Deixamos Lila no hotel e o Paul dormiu lá em casa. Não jogamos L4D nessa noite, coisa rara!

Depois saí com Lila mais algumas vezes pra comprar roupinhas novas – chega de camisas de $3 do Walmart -, fui com minha mãe ao mercado – ponto turístico mais visitado durante toda a viagem, sem dúvidas – e trouxe todo mundo para conhecer a VFS por dentro, e entender como funciona a maluquice onde quase perdi o juízo.

Ainda não deu pra registar a partida do povo, devo escrever mais um tanto sobre esses últimos dias quando passar o frenesi de Presentation – amanhã o dia todo. Já temos Catan e Left 4 Dead marcados pra esse fim de semana, porque a vida não PODE ser tão séria como tava levando!

Day-to-Day

Super Heróis?

June 28, 2015

Ao longo desse último ano, além de me foder na VFS, fui chegando a uma conclusão inconsciente sobre minha opinião em relação a filmes com super poderes. Não vejo diversão em personagens que “são mais” que a realidade nos permite. Acho que a vida fica muito fácil, mesmo tendo vilões absurdos e destruição extraordinária. O primeiro super herói que eu achei incrivelmente chato foi o Superman. O sujeito pode fazer qualquer coisa, qual o desafio de viver, quando você pode voar, tem força sobrehumana, olhos de laser, visão de raio-x e só faz o bem. O que quer que ele decida fazer de vida, não há desafio, usando seus superpoderes, ele passa a ser o melhor do mundo com facilidade. A frase “ele tentou fazer TAL COISA e não conseguiu” não tem sentido para ele!

Com um pouco de criatividade – não muito – essa afirmação se aplica a todo e qualquer personagem que excede a capacidade humana natural. Thor, semi-deus, Homem de Ferro e Batman, dinheiro e tecnologia infinitos. Hulk, destruição sem precedentes. Wolverine, indestrutível, Mística, vira qualquer um, Magneto, não vou nem discutir. Todos eles sofrem desse mesmo mal.

Talvez o problema não esteja neles, e sim em mim! Eu que ando desinteressado por vidas sem desafios plausíveis e interessado até demais em vidas com desafios maiores que os personagens. Uso como exemplo qualquer cenário pós-apocalíptico, onde além de todos os desafios propostos pela narrativa em si, os personagens tem um mundo onde sua simples sobrevivência é mais complicada do que a nossa. Ou do que a minha, sei lá. É difícil achar comida ou água, o clima é hostil, o terreno é hostil, sociedades são instáveis e, mais importante que tudo isso, os personagens são meros humanos como eu e você. A única coisa “super” que eles podem vir a ter é uma super-força de vontade; é tipo viver a vida no modo ultra-hardcore, onde cada dia representa uma chance considerável de game over.

O mais engraçado é que só fui percebendo essa escolha/preferência por conta de conversas com meus colegas de escola, que amam super heróis. Primeiro percebi que todas as séries que assisto tem personagens mundanos. Pior, toda vez que tentei ver uma com super poderes, achei terrivelmente chata, porque o super-personagem parece super burro, fracassando onde o sucesso é certo. Isso e uma grande tendência pro maniqueísmo destroem a experiência pra mim. Acho tudo aquilo sem propósito. Depois, passei pros filmes. Acho que vi todos os filmes de super-heróis que saíram até agora, mas não tenho nenhum amor por qualquer um deles em particular. Por fim, nem meus livros tem super poderes! São pessoas comuns resolvendo problemas para os quais elas não estão preparadas para lidar, problemas que nenhum de nós está preparado para lidar, em nenhuma instância, e isso é incrível porque cada escolha traz grandes consequências, e muitas vezes, todas as opções são terríveis, restando apenas escolher a menos-pior. Acho que isso é muito real, onde determinadas situações não tem uma saída perfeita, e sim uma opção menos-ruim em comparação com as outras.

– Perdi a linha de raciocínio. Comecei a tomar um remédio ontem e por consequência disso, dormi dezesseis horas hoje. Pensar e escrever é um exercício extremo! Tem horas que não tem solução boa, nem garantia de caminho certo. Vamos ver no que vai dar, sem super-poderes mesmo!

Day-to-Day

Limbo.

June 28, 2015

or “An ‘Annihilation’ inspired short story”.

He blinked and saw himself in his old life. He blinked again so it would go away and he could return to whatever he was doing at the time. Let’s just say it didn’t work. He was still there, in that same old green-blueish lit supermarket he went twice or three times a week, walking pointlessly across the aisles looking for bread. Then another thought hit him: if he had just arrived, how could he possibly know he was looking for bread? While this mental conversation developed, he strolled to one of the store’s corners where, he knew, the bread would be. I guess his old memories were taking over.

It was a Saturday evening, slightly after sundown. The supermarket was almost empty, with some other customers walking up and down and grabbing their groceries. None of them bothered with him. The blue-green soft and contrastless tone of the lighting striked him as timeless, as if the world had stopped but that place kept on living a loop. He felt trapped, and not in a bad way. That was comfortable. It was familiar. He’d been there so many times – countless, really – over the years that it had a prickle of home. He stared at the several shelves filled with many types and brands of bread. Which one was the most suitable to the occasion? But then again, what occasion? I couldn’t decide between 7-Grain or Raisins and Cinnamon. He took both. His shopping cart was at the other side of the store. No, it wasn’t that big actually, but the space felt endless in that first blink, like he’d walked for hours to cover the first half of the way.

I stared down at the cart and an inner voice said to take just the 7-Grain because he already had plenty of sweet-tasting food there. Apple and Cinnamon, I mean, Raisins and Cinnamon looked so good he could almost taste it. “Well, whatever. I’m only staying for two days, it’s not like I’ll eat two packs of bread”. With a grunt, he pushed the cart about halfway to the bread shelves and left it there while he returned those supposedly delicious and soft loaves to their original place. Upon returning he noticed his cart had filled up with stuff I didn’t remember getting. Even more oddly, all of the new products fit my restrictive diet and came from several different aisles, as if there was someone else there with him.

The idea of having some company made him remember he didn’t use to come here alone. Actually, he almost never came here by himself. This filled me with a sort-of-new-sort-of-old warm and joyful feeling of not-being-alone in a distant past, almost like another life. I saw blurry shapes moving around the aisles, coming from my memory. But there was no one there with him like there used to be. It was just him and his half-filled, diet-specific, short-lived shopping cart.

Even as he walked to the checkout I felt like that experience would start over as soon as I crossed the double glass doors to the street outside. As soon as he blinked, I’d be there again, in that corridor, looking for bread and knowing the supermarket as the palm of my hands – which is a bizarre metaphor, for I don’t know the palm of my hands so well. Fortunately (?) that didn’t happen when he walked out the door. It was like tapping into a mix of memories and current time, nostalgia and reality clashing in an epic battle across a familiar supermarket’s aisles, which was over as soon as he crossed the double glass doors. I was still with my parents, walking home and preparing for another journey.