Day-to-Day

Coisa de Cinema.

June 3, 2014

Retomando de onde parei, no cinema!

Fomos assistir X-Men – Days of Future Past. Nada muito extraordinário. Tem umas cenas muito legais e a história toda dá um nó, como qualquer trama de viagem no tempo costuma fazer. A parte curiosa é que o cinema estava relativamente vazio, e o número de funcionários é bem reduzido. Tinham duas meninas na bilheteria, um camarada pegando ingressos para todas as salas e mais duas pessoas na bomboniere. Estávamos um pouco adiantados, e ficamos na dúvida se a sessão anterior já tinha acabado. Fomos espiar, e descobrimos que o intervalo entre as sessões é bem maior que no Brasil, e nesse meio tempo, ficam passando várias propagandas relativas a lançamentos de hollywood e do próprio cinema canadense, com trailers, curiosidades, trivia, e outras bobagenzinhas. Achei simpático.

Ah, e também não tem aquelas pessoas que entram na sala quando o filme termina, pra ficar catando o lixo dos outros. Tem uma lixeira no hall, e tinha bem pouca gente comendo pipoca ou bebendo refrigerante dentro da sala – as cadeiras nem tinham aquele suporte para bebidas. Na verdade, as cadeiras eram bem fuleiras, um tanto desconfortáveis, e rangiam toda vez que a gente arrumava a postura, uma coisa louca.

Depois do filme, já tava sabendo os horários do Sea Bus, barco que faz a transferência entre Vancouver e North Van, e precisava correr. Nos separamos, o Paul já tinha me explicado o funcionamento do transporte, e me piquei correndo. Cheguei EXATAMENTE na hora, e fui a última pessoa a entrar, com a porta fechando dez segundos atrás de mim. Tinha até um funcionário no corredor, gesticulando e dizendo “hurry up, it’s waiting just for you!”. Era o da meia noite. Se perdesse aquele, o próximo só saía dali a meia hora. Comemorei o fato de chegar a tempo, e já tava animado pra chegar logo em casa, quando a voz nas caixas de som avisou que o Sky Train estava fechado, devido a um vazamento de esgoto. Merda, agora ia ter que andar 14 quadras de madrugada, com a mochila – e a câmera – nas costas, até chegar em casa!

Foi nessa caminhada que eu concluí que a cidade é bem mais segura do que esperava. Tem pouca gente na rua, mas é tudo bem iluminado, e você consegue ver facilmente quem se aproxima. As pessoas na rua também não estão à toa, estão claramente indo de um lugar para outro. Não tem muitos adolescentes pela rua nesse horário também, o que é o extremo oposto de São Paulo. Cheguei em casa mais de uma hora da manhã, e capotei. Foi a primeira vez, desde que cheguei, que vi a cidade à noite. Nos outros dias todos, tinha ido dormir quando ainda era claro, e levantado depois do Sol! Não é uma Nova York, com mil letreiros luminosos, e coisas abertas, piscando, e trânsito incessante (como São Paulo), mas tem seu charme, cara de cidade pequena.

No Domingo o Wyll fez um jantar por aqui, e nós quatro ficamos horas e horas conversando e comendo cozido, aproveitando a culinária brasileira. Acho que foi o dia menos movimentado de todos. O Paul acabou dormindo por aqui também, porque era muito tarde pra ele conseguir voltar pra casa.

Segunda – ontem – fomos olhar preços de bicicleta, comprar comidas e coisas baratas – e volumosas – no Costco, e mais pro fim do dia, acompanhei o Paul novamente até North Van, para vermos Malévola. Pegamos o Sea Bus no último minuto de novo, correndo feito condenados. Aí a gente chegou – de novo – no cinema, e se eu tinha achado vazio antes, ontem tava abandonado. Não tinha ninguém na bilheteria, então compramos os ingressos nas maquininhas ao lado. Aí não tinha ninguém pra pegar o ingresso, e a gente entrou direto. Nem ninguém fiscalizando quem ia pra que sala. Fomos pra nossa. O filme era em 3D e não tinha ninguém distribuindo óculos. Achamos onde os óculos estavam, e pegamos os nossos. Só tinha gente (duas pessoas!) mesmo na bomboniére. Na saída, ninguém pra recolher óculos. Se quiséssemos levá-los embora, não teríamos nenhum obstáculo. Na verdade, se a gente quisesse ter entrado sem pagar, e saído roubando os óculos, a gente ia conseguir sem problemas. Essa experiência foi muito mais surreal que o filme em si – uma groselha sem fim, onde se salva apenas Angelina Jolie, que é sensacional em tudo que faz.

A campanha, os trailers e os cartazes vendiam um filme sobre uma vilã, maldades, coisas cruéis, etc. E nada disso acontece. Todo mundo é muito pateta no filme, as fadas são imbecis completas, o roteiro é fraquíssimo, a direção de arte parece Sessão da Tarde, com pessoas vestindo roupas medievais toscas, e com a cara toda limpinha, cabelos arrumados, um rei caricato (na verdade todos os personagens são caricatos), e por aí vai. Dei graças aos céus que não escolhi ESSE filme pra ver num cinema com Dolby Atmos, a quase uma hora de trem!

Quando o filme acabou, eram quase 23h, e tinha que correr pra pegar o Sea Bus de novo. Tava ficando acostumado já. Aí a maquininha que vendia o ticket emperrou com meu cartão, e me atrasou uns quize segundos. Dez dos quais eram fundamentais para que eu pegasse o barco. Quando cheguei, a porta fechou na minha cara, e tive que esperar meia hora para pegar o próximo. Quanta ironia… Quando fui a esmo, sem esperanças, o barco tava lá, quando fui seguro que ia ser tranquilo, perdi por dez segundos.

Anyway, dessa vez o Sky Train tava funcionando e tive que caminhar apenas oito quadras. Resultado, cheguei em casa quase uma hora da manhã, de novo!

E assim chegamos ao tempo presente, com um post totalmente sem fotos! Ê! Que sem graça. Só pra não ficar assim, vou colocar meu novo papel de parede, que junta duas coisas fofas: May e Kiko.