Day-to-Day

Cores de São Paulo.

September 23, 2010

Mais um daqueles que ficaram anos incubando, para finalmente serem postados. Longas ausências acabam resultando nisso. Quatro (ou mais) posts num dia só.

Outro dia, estava indo pra USP, quando comecei a reparar na paleta de cores da cidade. Em Salvador isso seria inviável, são cores demais, e o azul do céu e do mar acabam dominando tudo. São Paulo é tão peculiar, que dá pra definir bem as cores que você certamente verá, não importa para onde olhar. É perceptível nas paredes, pinturas, carros, roupas, escudos de times de futebol, bandeira do estado e até no céu, nos horários certos.

Cinza. É clichê falar que a megalópole é cinza. É clichê mas é verdade. Aqui tem muito cinza. As ruas, calçadas, fachadas, janelas, a fumaça, o carro prateado que passa do seu lado, o céu nublado, a expressão no rosto de muita gente. Só depende de você decidir se é um cinza-tédio ou cinza expressivo, um cinza 18%, que reflete e difunde a luz de forma que nenhuma outra cor consegue.

Preto. Nos ternos dos executivos, no asfalto, nos casacos de toda e qualquer pessoa, nas camisas dos roqueiros, nos carros de luxo, nas motos, capacetes e motoqueiros. Na fuligem fina, na noite sem estrelas e no breu assustador de quando falta luz.

Vermelho. Brilhando vivo nos vestidos, nas vitrines, nos carros esportivos, nas placas de “Pare” e “Proibido Fumar”, nas luzes de freio à noite, nas sinaleiras que controlam o trânsito incessantemente. Nas sirenes das ambulâncias, bombeiros e carros de polícia. No sangue de todos e cada um de nós, e naquele que mancha as ruas.

Branco. Da luz que passa pelas nuvens, da água da chuva, da espuma nos rios, dos carros parados lá embaixo. Das camisas sociais e saias de quem chama atenção em meio às vestes negras e cinzas. Das roupas em dia de calor, dos faróis dos carros e luzes das janelas. Do cabelo dos mais velhos e do sorriso de quem recebe um “bom dia”.