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Insight: Color Correction I

October 10, 2009

Na mais recente postagem de material relativo a Insight, apresentei quatro cenas breves, ambientadas na selva, com fortes correções de cor. Algumas pessoas pediram para que eu explicasse melhor – em detalhes – como obter o visual em questão. Aqui astou para apresentar uma solução envolvendo plugins, conceitos e uma certa quantidade de paciência para tratamentos. O vídeo que será usado como exemplo é esse aí embaixo.


Jungle Sniper Attack

Um simples “Antes/Depois” mostra a potência das correções de cor quando usadas na medida certa. Dois frames em particular do vídeo. Passe o mouse sobre as imagens para ver o resultado.

Alguns aspectos são dignos de nota. As sombras, pouco perceptíveis no original, foram acentuadas e receberam uma coloração azulada. O verde claro excessivo foi transformado num azul esverdeado, escuro e pouco saturado, quase cinza. Os pontos de luz, principalmente os personagens, tiveram foram realçados ao mesmo tempo que sua pele quase não sofreu alterações de tom. Vale atentar também para as partes mais iluminadas da grama que também ficaram amareladas, indicando highlights amarelos.

Por que é tão importante manter os tons de pele das pessoas quando fazemos correções de cor? Em primeiro lugar, é fácil distinguir um simples filtro de contraste e cor aplicado a uma imagem em relação uma elaborada e cuidadosa correção de cores. Em segundo lugar, mantendo a pele constante, você cria um destaque em relação ao cenário, contribuindo com o clima gerado pelas outras cores, além de tons agradáveis de pele se adequarem melhor a nossos olhos. Dois artigos no blog de Stu Maschwitz ressaltam esse ponto.

Hue Are You? apresenta a tese de que o tom da pele humana é mais ou menos constante ao longo do tempo, independente das pessoas em cena. Para fortalecer sua afirmação, ele faz uso de uma ferramenta chamada vectorscope, que nada mais é do que um gráfico Hue x Tempo, mostrando as cores mais presentes na imagem ou ao longo do vídeo. Para gerar o gráfico ele usa o plugin Scopo Gigio.

No segundo artigo, Save Our Skins, ele reforça a teoria apresentada acima com diversos exemplos de Hollywood que passaram por intensos processos de correção de cor. Dá pra notar que todos os gráficos têm uma parte em comum, que é, justamente, a parte mostrada no primeiro artigo, ou seja: o tom da pele. O resto do artigo glorifica um plugin (Colorista) que facilita esse processo. Tentei, sem sucesso, baixar e instalar o plugin. Se alguém achar, me avisa!

Certo, terminada a parte chata teoria, vamos à prática. Para tal, precisaremos de alguns arquivos, encontrados logo abaixo. São eles os dois frames originais mostrados acima, em resolução um pouco maior, o preset Rebel CC e o projeto de After Effects que une as duas coisas.

Frames Base
Insight – Sniper Attack
Rebel Color Corrector

Explicando o Rebel CC.

Para começo de conversa, a coisa mais certa a se fazer é aplicar o preset numa Adjustment Layer. Então, sua guia de efeitos deve ficar idêntica a essa da imagem abaixo.

Não é por enfeite que os três primeiros campos estão numerados como 1, 2 e 3. Eles devem ser preenchidos nessa ordem. No Step 1: Set Black, você define o preto. Com o conta-gotas clique na parte mais escura da sua imagem, que ficará definida como sendo preto. Algumas modificações já são visíveis. Se você escolheu certo, as sombras da imagem agora devem ter uma aparência mais neutra. No Step 2: Set White, adivinha só? Você vai dizer à ferramenta o que é branco na sua imagem. Aqui se apresentará uma grande diferença caso você passeie pela paleta de cores. Step 3: Set Gray por fim, determina o cinza. No caso de um vídeo com o White Balance desregulado é aqui que você corrige o desvio. A correção é feita de forma invertida, claro. Se você selecionar um tom mais azulado, sua imagem vai ser puxada para o amarelo, e assim por diante. Perceba que quanto mais próximo do preto, menores são as modificações, e mais pro branco, elas se intensificam, junto com as highlights. Faça suas experimentações até chegar numa imagem estáevel, bem definida.

O Rebel CC é um corretor de três níveis, modificando separadamente os tons de Highlights (partes brilhantes), Shadows (hmm… sombras mais fortes) e Midtones (tudo que não pertence aos dois casos anteriores). Você pode (e eu recomendo) definir cores para os três. Para Shadows, pegue tons bem claros, sempre muito perto do branco, pois, como você deve observar, quando você pega cores mais fortes, a imagem toda acaba indo pro espaço e ficando uma coisa distorcida. Particularmente gosto de usar azuis tanto para Shadows como para Midtones, e equilibrar ambos com Highlights amarelo-alaranjadas, mas essa parte de combinações fica pra outro post também.

Nos três passos seguintes, você tem a liberdade de aumentar/diminuir a luminosidade em cada uma das fases. Levels, dispensa explicações, por favor. Acho que todo mundo que chegou até aqui do post já entende alguma coisa sobre isso! Caso esteja enganado, deixe um comentário, que explicarei, com calma.

O pulo do gato, no vídeo-exemplo desse post é exatamente no ÚLTIMO dos efeitos contido no Rebel CC. Hue/Saturation! Admito que, até então, nunca tinha entendido como usar essa coisa direito. Meu erro: tentar sempre mexer no canal Master.

A idéia é justamente ir mexendo em cada matiz separadamente (Channel Control), ampliando ou reduzindo sua área de influência. Mais uma vez passando pelo exemplo, tirei a saturação do verde, predominante na cena, modificando tambem seu Hue para um resultado azul, destacando os atores em meio ao cenário – detalhe importante quando comparado com os frames originais, em que as pessoas simplesmente se misturam com a luz e cor do matagal.

Como modificações secundárias, são visíveis uma dessaturação (e encurtamento) da área amarela, além de escurecimento dos tons naturalmente azuis. Tudo feito separadamente. Isso tudo você pode analisar com mais detalhes no arquivo do projeto original, mas com explicação as coisas fazem mais sentido!

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p style=”text-align:justify;”>Esse artigo já tá bem longo e ainda falta falar de correções secundárias. Afinal, tudo que é bem feito, não é de primeira. Para o bem de todos – exceto dos apressados – deixarei isso para a próxima ocasião. Acreditem em mim: eu não aguento mais digitar!