Day-to-Day

Kingsman + Furious 7

May 5, 2015

Tirei terça feira passada, ainda no break, como um dia de cinema. Fui diminuir um pouco o atraso com os últimos lançamentos – que agora já voltou a aumentar, com Avengers, mas isso fica pra depois. Na minha lista estavam Kingsman, que já tá fazendo aniversário em cartaz (Chappie entrou e saiu e Kingsman continua), e Furious 7, graças aos trailers absurdos e toda a questão da morte de Paul Walker, num acidente de carro.

Em relação a Kingsman eu tinha boas expectativas, o trailer era divertido, só tinha medo de ser muito adolescente, apesar da temática de espionagem e ação. Se eu tivesse visto que era direção do Matthew Vaughn essa preocupação não existiria. A cabeça por trás de Kick Ass acerta de novo em termos de entretenimento com um filme fácil de absorver, recheado com sequências de ação muito bem planejadas e executadas, personagens empáticos – até o vilão é daqueles que você acha tão divertido que podia sobreviver. Pensando na trama, fico inclinado a dizer que o protagonista é o Eggsy – Taron Egerton -, mas os eventos são muito bem divididos entre o garoto e o personagem de Colin Firth (Galahad).

Galahad inclusive toma parte na sequência de ação mais absurda do filme, quando o vilão – interpretado por Samuel L. Jackson – decide testar sua arma de destruição em massa. É uma coisa tão alucinante – e violenta – que, em primeiro lugar, eu jamais esperava ver no cinema, em segundo lugar, não achei que ia acontecer do começo ao fim sem montagem paralela, ou sem um corte que deixasse o resultado no suspense. É um mata-mata desgraçado que até impressiona quando penso que a censura é 16 anos (rated R), e não 18.

No fim do filme também tem uma outra sequência com potencial incrível para sanguinolência, mas a equipe do filme conseguiu arrumar uma solução com muito estilo e personalidade pra resolver o problema. Não vou dizer o que é porque é um puta spoiler, mas não dá pra ficar na dúvida, porque é a única coisa no filme que não é representada de forma realística!

Agora, vamos à segunda parte, Furious 7.

Antes de assistir ao filme, já estava surpreso porque a avaliação dele no Rotten Tomatoes é maior do que a soma de alguns outros filmes da franquia (2 Fast 2 Furious e Tokyo Drift, por exemplo). Tem toda a questão de que algumas cenas foram feitas com um dublê digital de Paul Walker, porque foram “rodadas” depois da morte do ator – por trágica ironia, num acidente de carro – então tinha muita gente curiosa pra comparar essa versão digital com a real, ambas no mesmo filme. Além disso, não é lá muito comum blockbusters com atores falecidos, o último caso que me lembro foi o Batman, com Heath Ledger interpretando o Coringa, que também bombou de bilheteria.

Achei elegante que as duas últimas cenas do filme amarram com a saída do ator da série, e com um simbolismo até interessante – talvez eu estivesse muito emocionado depois de tanto entretenimento nas duas horas anteriores – de estradas que se separam, todo o elenco assistindo ele e a esposa (na série) brincando com o filho numa praia deserta e meio que comentando a participação dele na história, desde o começo da série, lá em 2001. Sei lá, acho que é algo meu, admirar quando um produto audiovisual mostra que é consciente de si mesmo em relação ao mundo real – o mesmo acontece no final da quinta temporada de Community, onde o Abed faz vários comentários que só fazem sentido no contexto de que a série podia estar mesmo chegando ao fim, mas podia ter esperança também.

Não tenho defeito pra botar nas sequências de ação do filme. Se as dos filmes anteriores já eram absurdas, esse tem perseguições mais longas, referências a eventos passados e muito mais adrenalina. Tem vários momentos que eu senti que tava vendo um 007 das antigas, que eram maravilhosos – em grande parte – graças às mentiras absurdas, que fazem sentido no universo da história. O filme todo funciona como um fechamento para a série, resolvendo dramas presentes desde o quarto volume, amarrando com personagens do Tokyo Drift, o vilão de Furious 6, e mais outras tantas referências. O próximo – porque não acho que a franquia esteja acabando aqui – tem liberdade pra começar algo novo, e isso é algo que pode ser tanto bom como péssimo. Torçamos, porque esses filmes de carro são muito divertidos!

Um breve comentário sobre as três ou quatro vezes que personagens caem girando/rolando e a câmera acompanha, dando a impressão de que o personagem está se movendo pouco e é o mundo que tá girando. Foi um efeito que na primeira vez que apareceu – logo nas primeiras cenas – eu achei interessante e fiquei querendo ver mais vezes, agradeço ao filme por não ter usado uma vez só.