Day-to-Day

Reminiscências I.

June 17, 2009

Acabei de acordar de um sonho muito louco e comecei a lembrar de meus tempos quando criança. Não que eu tenha deixado de ser, mas, enfim, quando era bem mais jovem do que hoje.

Se algum dia eu tiver filhos, (olha a viaaaagem que o cara começou a escrever…) tem algumas coisas que eu queria fazer… Agora, deixem-me em minha visão utópica de infância, sim?

Toda criança deveria ter avós muito legais. Não, sério! Os avós são aqueles que contrariam a vontade dos pais em muitas coisas. Na casa dos avós (e em sua companhia), se tem muito mais liberdade. Ter avós que moram em outra cidade, então, nem se fala! É um bônus fantástico. Veneninhos e comida boa por perto o tempo todo. Bolos de chocolate de N andares, onde N é uma progressão aritmética de razão 1 e A1=3.

Porra, esse post não tá tomando a forma que eu queria.

Eu não sei se quero escrever sobre infância ou família. Ou os dois. É complicado, galera! Mudei o título. Era “Infâncias”, agora é “Reminiscências I”.

Ressalva: avós legais não são aqueles que fazem tudo que os netos querem. Avós legais fazem capas de super-homem para os netos! E levam eles para conhecer um gráfica, por exemplo! Tios legais assistem um milhão de filmes com os sobrinhos, e quando já são sabe-deus-quantas horas da madrugada, vai até a cozinha com eles, para comer leite condensado com queijo e fundir a cabeça dos pequenos perguntando “não é sim e sim é não. Você quer leite condensado?”. Avós legais têm cágados no quintal. MUITOS cágados.

Na casa deles não existe tal coisa como “horário de dormir”. Esse foi um fator decisivo nas nossas idas a Itapetinga. Lá (na casa dos avós legais) também existe uma biblioteca enorme, com todo tipo de literatura. Do mais clássico ao gibi, e tapetes e sofás que há muito tempo não são ocupados com frequência. Na cidade dos avós tudo é perto e é sempre seguro sair na rua, mesmo à noite. Há silêncio. Há até mesmo um zoológico (com leão, porque zoológico sem leão não é zoológico) para ir com os avós nos finais de semana!

Lá também se tem um tio genial, que já fez tudo que você sonha em um dia fazer na vida. Ser dono de uma Lan house (sério, que viciado em computador NUNCA quis ser dono de uma lan?), fazer filmes (esse eu nem me arrisco a justificar), ganhar dinheiro em casa (além do trabalho) e ter dezenas, centenas de filmes legais para assistir quando quiser.

“Oi vó! Tudo bom por aí? Você chama o Geja pra mim?”
“Tio, quando é que você vem?”

Taí uma frase que, se eu fosse contar, marca recorde entre as que eu mais falei na vida. Foi com meu tio que eu aprendi a mexer no computador e fazer sites ( http://members.tripod.com/~titao/ – oooh, yeah! já tenho DOZE ANOS online. Isso traduz que… eu tinha oito anos ao fazer meu primeiro site!), aprendi a assistir filmes sem perguntar o que tá acontecendo, aprendi a FAZER filmes (quantos anos eu tinha? Três? “Eu sou um vampiiiiiiiiiiiro!”), fazer sites (de novo, isso mesmo! aprendi DUAS vezes, pra vocês verem como o cara é paciente), apreciar um bom brigadeiro de prato e pipoca às três horas da manhã, e mais uma infinidade de coisas.

Tio que brincava de esconde-esconde no escuro com a gente, depois que o pai e a mãe iam dormir. Essa era a melhor parte! (Ah! Lembrei porque eu comecei a escrever sobre isso! Porque no sonho eu via o apartamento no qual passei toda minha infância!). Tio que morava com TioF e TiaK (aos leigos, pronunciam-se “tiuf” e “tiaká”), num apartamento pequeno e assombrado, perto de uma lagoa que tinha jacaré, no meio da cidade! Isso era simplesmente genial na época, e hoje é ainda mais!

Aproveitando a deixa, falo sobre eles no próximo capítulo. Falo de outra frase famosa também e de histórias que ficam muito mais na imaginação do que na (minha) realidade.