Day-to-Day

Set Extension Rush.

February 11, 2015

Depois de passar mais de 8h no Domingo ajustando e modificando meu assignment de rigid bodies (leia-se: newton aplicado em 3D, com gravidade, impacto, massa, essas coisas legais todas), eu literalmente não vi o tempo passar enquando acertava câmera, render passes e morria pra processar o motion blur. Depois foram mais quatro horinhas de render e meia hora de comp pra poder chegar nesse resultado aí embaixo. Gostei um bocado, e adoro ficar vendo os tijolinhos voando loucamente quando a câmera passa no meio do caos.

Depois disso, descobri que tem um assignment de Set Extension pra semana que vem, que eu achei que tinha duas semanas pra fazer. A gente teve uma aula pra filmar coisas no estúdio, mas eu tava cheio de idéias e não consegui pensar em nada. Queria algo com portais, mindfuck, essas coisas. Depois de vários dias com o pensamento esquecido, pensando em como integrar camera projections e vídeos de forma imperceptível, transitando de um pro outro com cortes planejados, a idéia final veio nesse Domingo também. Segunda feira eu rabisquei umas questões técnicas, mas como tava sem câmera, não dava nem pra começar.

O plano era ter um app de celular que interage com o mundo, abrindo portais. Dois desafios já de cara: primeiro, tem toda uma interface gráfica e animações pro app. Resolvi fazer isso durante a tarde, na VFS, acometido de uma súbita saudade de motion graphics usando o After Effects. Nesse processo, também aprendi várias coisas sobre o sistema operacional do celular, fontes próprias, resolução, formatos de vídeo reconhecidos e tudo mais, até conseguir fazer a parada funcionar. Ficou meio pequeno, mas bonitinho.

Segundo desafio, tem que ser uma puta lente grande angular. A 24-105mm era muito fechada pro que eu queria, então resolvi testar mais processos usando a 8-15mm fisheye, que a gente usou pra fazer os HDRIs. O grande problema da fisheye é que ela tem uma distorção imensa, então não dá pra fazer Camera Projections com as imagens a menos que elas estejam “retilíneas”. Fiquei umas horinhas ontem testando com uma foto do corredor daqui de casa, e consegui fazer funcionar pra tirar a distorção e as coisas encaixarem direito no Maya. Próximo passo, descer pra todas as minhas locações de teletransporte e tirar fotos, tanto pras camera projections quanto para as imagens dentro do app.

Carreguei comigo uma trena, caderno e caneta, porque é fundamental que tudo esteja em escala real, senão na hora de colar tudo, dá uma merda fenomenal que leva uma vida pra arrumar. Mais rápido e fácil fazer certo desde o começo, ainda que leve uns minutinhos medindo coisas. Voltei pra casa, corrigi a distorção em todas as fotos, e por segurança já pulei no Maya pra camera projetar as coisas. Se não tivesse dando certo, voltava e tirava novas fotos. Fazer a última Camera Projection me levou uns três dias da última vez. Ontem eu fiz três em uma hora, e todas funcionando bem bonitinho. Tem umas coisas de textura pra pintar, mas as locações foram escolhidas pra facilitar minha vida – corredores e lugares cúbicos/quadrados. Tá rolando.




Hoje cedo rodei uns planos teste pra acertar o timing das animações dentro do app, testei usar luvas pra encostar no celular – o problema de a luva atrapalhar a sensibilidade da tela nesse caso foi uma grande vantagem, que me deixa apertar e mexer em mil coisas na tela sem os menus aparecerem por cima do meu vídeo. Bom, depois dos timings acertados, comecei a rodar as coisas, acho que tenho o que preciso, tô convertendo o material de RAW pra algo mais editável e trackeável. Ainda tem muitos passos pra dar certo.

Espero terminar no final de semana, porque a entrega é terça que vem, aí apareço aqui com as coisas. Me animei muito pra fazer porque deu pra colocar uma historinha no meio.

  • TFerradans. · Whiplash, Tove Lo, Distância e um receio dos infernos. June 23, 2015 at 7:55 pm

    […] No meu vício, fui atrás do disco completo (Queen of the Clouds) e ouvi loucamente durante aqueles cinco dias onde trabalhei feito um condenado no pOrtal, porque me dava um pique pra trabalhar surreal, que eu não conseguia entender. Quase no fim do […]