Day-to-Day

[SET] Missão Possível.

September 23, 2010

Aproveitando que estou com tempo de escrever, vou tirando o atraso de tudo que queria já ter postado aqui, mas ainda não tive oportunidade. Entre essas coisas, está nosso famigerado set de Domingo, para o Festival do Minuto. Vamos para o começo da história.

Não faz muito sentido falar do começo de novo, uma vez que já falei das origens do grupo no post do Rito. Somos sete. Camila Luppi, Erick Krominski, Felipe Abreu, Ludmila Naves, Mayara Guimarães, Simon Valadarez e eu. Já unidos em torno da idéia de fazer um vídeo pro Festival, com a temática “Água”. A idéia original surgiu no set mesmo. No último dia, trocamos telefones, emails e já saímos com uma reunião combinada na Terça à noite, na casa do Erick.

Nessa reunião, além de conversar um bocado, babar por equipamentos, rir e criar novos projetos, demos várias idéias a respeito de situações que poderiam “resolver” o problema apresentado no começo do vídeo, e deixamos a cargo da Lud esquematizar essas idéias num roteiro, e definimos um cronograma de produção. Precisávamos decidir nossa locação até a Quinta feira, comprar uma série de trambolhos até Sexta, decupar até Sábado e rodar tudo no Domingo.

A produção ficou por conta do Erick e da Camila, a decupagem comigo, com o Felipe e o Simon (fotógrafos + diretor). Na Quinta, acertamos que ia ser aqui em casa, porque tinha a torneira mais legal e mais “livre” das nossas opções (faxina intensa, pra deixar a desgraçada brilhando), fiz a decupagem na Sexta, só uma posição de câmera mesmo, pra enfatizar as coisas que aconteceriam em quadro, testei luzes e lentes, e mandei como sugestão para o grupo. Aprovada. Decente. Admito que no Sábado à noite, ninguém tinha re-confirmado tudo, então (pra mim) ainda existia a possibilidade de não rolar nada às 8h da manhã.

Ainda assim, acordei 7h30, deixei a May dormindo, arrumei as luzes, posicionei a câmera, tudo certinho. Às 8h02, o interfone tocou. As pessoas foram chegando muito rápido e em menos de dez minutos, a equipe toda já estava reunida aqui, e discutíamos a ordem do dia (ordem na qual serão filmados os planos, porque essa coisa de filmar na ordem cronológica é muito contraproducente) ao redor da cama de café da manhã. É, cama mesmo. A mesa da cozinha tava desmontada, meu quarto sem móveis, então o jeito foi armar a comilança em cima da cama, junto com a base de produção.

Simon trouxe a câmera dele também, com tripé e com tudo, e uma lente muito legal (aquela tal 70-200mm f/2.8, lente de macho, comentada no Arco Íris), que acabou fazendo a gente colocar um ângulo extra de imagem na jogada. Também aproveitamos pra conectar a câmera principal no macbook, e monitorar tudo com mais eficiência que no visorzinho mínimo da 7D. Acreditem, com 1.4 de abertura, o foco muda com qualquer sopro. No fim das contas, esse ângulo extra foi muitíssimo útil, e tornou o vídeo bem mais enfático.

Eram onze planos. Cada um com um objeto diferente. Fita crepe, bola de papel, chiclete, rolha, balão, secador de cabelo, sugador de dentista, mão robótica, nitrogênio, geringonça e solução final. Rodamos com tranquilidade todos eles. Para o do balão, a Lud (ela tá virando uma espécie de heroína por aqui, notaram, né?) conseguiu um molequinho – o Cauê – na sessão infantil do CineSESC, e convenceu a mãe dele a trazê-lo aqui quando o filme acabasse. Começamos a filmar a partir do momento que ele entrou no apartamento, pra não correr risco de perder nada. É um dos planos mais meigos do filme. E nosso jovem ator ainda faturou a mão robótica como lembrança de sua participação cinematográfica.

Para o plano da rolha, o Simon conseguiu trazer o Henry, pintor, para emprestar a mão pro nosso filme. Ele discutiu vários pontos da nossa produção, e gostou de muita coisa que achava que a gente nem tinha pensado. Por fim, depois de mais um pouco de filosofia, ele partiu, porque ia ver um filme na Av. Paulista. As pinturas do cara são maravilhosas. Fiquei com um folheto aqui, que ele trouxe.

Outro plano problemático foi o da geringonça, aquela mesma, feita na tarde/noite de Sexta. Fizemos mil takes, um monte de improvisão, era o plano mais “pós produtível”, mas acabou caindo na montagem, justamente por isso. O vídeo já tinha estourado o tempo, e ia dar muito trabalho pra finalizar essa tentativa. Caiu. Quem sabe no próximo? A geringonça tava tão bacana que quase tentei vender pro MASP. Vou transformar em móbile e pendurar em cima da cama!

Ok, qual o critério usado na ordem do dia? O nível de destruição/sujeira que cada plano faria. O que ficou para o final? Nitrogênio! Qual a idéia? Soltar um jato de nitrogênio pressurizado na água, e ela congelar imediatamente. Viável? De jeito nenhum. Como falsear? Idéia campeã: extintor de pó químico, vencido, combinado com silicone, aquele de vedar pias, banheiras, e tudo mais que tem água. A Lud (de novo) fez a gota congelada com o silicone, e eu providenciei o extintor vencido.

Lud guerrilheira e eu, com o extintor. “Intoxicação no lugar alimentar”.

Imagino que, se algum dia nevar na minha cozinha, não vai ser tão realista como foi esse extintor. A expectativa entre a própria equipe era imensa. O medo de estragar as câmeras era ainda maior. Ficamos na cozinha eu, a Lud, o Simon e o Felipe. Primeira tentativa: fracasso total. Segunda e terceira tentativas – quase seguidas, mais enfáticas -, fizeram uma nuvem de pó tão densa que a gente mal se via na cozinha. Tudo era branco. TUDO. Chão, janela, mesa, pia, silicone, armários, ar, teto. O take ficou perfeito. Acho que é a cena mais divertida que já fiz, e toda pautada nos efeitos especiais (diferentes dos efeitos VISUAIS, que são feitos na pós produção), feitos no set mesmo.

Não vou comentar muito sobre as duas horas que passamos pra limpar tudo e restaurar a cozinha (casinha?). Acabamos o dia bem antes do previsto, perto das 16h, com um clima de alegria (alergia?) geral e tranquilidade. Montei a parte de imagem no Domingo mesmo, e a May tá trabalhando no som e na trilha musical. Teremos algo ao estilo Mickey Mousing, onde a música acompanha diretamente o que está sendo mostrado na imagem. O prazo final é 30 de Setembro. Assim que puder, posto no Youtube também e aqui no blog, para matar a curiosidade.

Próximo projeto temático: Receitas! Mas esse a gente tem uma folga maiorzinha, até 30 de Novembro. Esse grupinho ainda vai dar o que falar!

  • May September 26, 2010 at 11:54 pm

    “Teremos algo ao estilo Mickey Mousing, onde a música acompanha diretamente o que está sendo mostrado na imagem.”

    Não mais, epic fail! :(

  • Tito Ferradans September 27, 2010 at 12:43 am

    Mas tá excelente do mesmo jeito! :D

  • Ferradans. · Festival do Minuto – Receita! December 1, 2010 at 6:53 pm

    […] em alta definição! É, eu sei, tem aquela coisa do cadastro, e tal, mas se vocês já votaram no Missão Possível, por que não votar nesse […]