Não podemos dizer que a ética, em escala nacional, foi comprometida recentemente. Não é pelo fato de a corrupção ser notável no momento atual, que podemos dizer que ela era inexistente num momento anterior. Desde seu descobrimento, o país é carregado pelos corruptos enquanto o povo assiste, inerte – afinal eram, ou não, corruptos, os portugueses que davam mixarias em troca das riquezas da terra? E os índios aceitavam com tranquilidade.
Esse não é o modelo ideal de ética para a nação. Na verdade, esse sequer é um modelo bom. Mas mudanças estão ocorrendo e muitas outras estão por vir. O maior sinal diso é que agora todos sabem que existe corrupção, e mais: sabem quem são os corruptos. O próximo passo em direção à ética é desenvolver uma forma de coibir esse comportamento e essas pessoas muito comuns – mas não exclusivas – na política, por exemplo.
Não é um passo brusco. Constitui-se de vários passos menores. É preciso ética no cotidiano. São as pequenas corrupções que embasam o “jeitinho brasileiro”. Não é de valor ético aquele sujeito que faz discursos radicais contra corruptos em Brasília, mas fura a fila no supermercado assim que surge uma oportunidade, ou pára seu carro onde é proibido estacionar, e uma série de outras situações que muitos de nós encaram com naturalidade ou como atitudes lógicas.
Agir em benefício próprio em detrimento do coletivo nunca pode ser uma escolha óbvia para um cidadão ético, reto. Isso, como já foi dito antes, não se incorpora rapidamente aos valores da socidade. É preciso que cada um de nós fique atento, condenando a corrupção em qualquer instância, ao mesmo tempo que valorizamos os que agem honestamente.
Redação do ENEM 2009. Nota: 950.
Tá entendido porque foi tão alta nota. Parabéns!
Beijo