Day-to-Day

UP05 – HDR

September 7, 2013

Uma das grandes vantagens da visão humana em relação ao filme ou ao sensor digital é nossa capacidade de percepção de luminosidade. É impossível superexpor ou subexpor sua visão – no máximo por alguns segundos, com uma mudança muito radical da luz ambiente, como sair de um túnel para o sol do meio dia. Nosso olho se ajusta rapidamente para sempre termos grande nível de detalhe e informação.

O filme e o sensor, infelizmente, têm seus limites. É aqui que entra um pouco daquela rixa entre digital e analógico. Defensores do filme sempre dizem que sua latitude é maior – latitude, ou alcânce dinâmico, é a variação de luz entre o ponto mais claro e escuro da imagem – e por isso, o filme retém mais informação. Os sensores sempre foram prejudicados nesse aspecto, porque suas áreas mais escuras mostram muita granulação elétrica, enquanto as altas luzes viram branco com grande facilidade.

O contra ataque dos sensores chegou em 1997, quando um pesquisador da Universidade do Sul da Califórnia apresentou ao público uma forma de aumentar a latitude de uma imagem através da mescla de diferentes exposições da mesma cena. Unindo a informação contida numa imagem com mais detalhes nas sombras, à de outra com mais detalhes nas luzes, criou-se uma nova imagem, com o melhor das duas anteriores. Surgia assim o HDR (High Dynamic Range, ou amplo alcance dinâmico).

Para não alterar as características básicas da imagem, não se pode alterar a abertura – pois ela altera a profundidade de campo – ou o ISO – que afeta a granulação. O único fator passível de alteração é a velocidade do obturador, impossibilitando a captura de imagens com movimento, pois como as fotos são feitas em seqüência, uma não bate certinho em cima da outra.

Atualmente você pode combinar não só duas imagens, mas sete, ou até mais! Para isso, é preciso que a cena permaneça imóvel, portanto, o uso do tripé é fundamental. Existem várias opções de programas para fazer a mescla das fotos e aproveitar a informação armazenada. Você vai ter não só mais informações de luz, como também de cor, detalhe e possibilidade de contraste. HDR é uma das formas mais interessantes de tornar as imagens mais próximas do que nossos olhos registram.


Coluna Ultrapassagem, Publicada originalmente na Revista OLD #19, em Março/2013