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July 2010

Day-to-Day

Abacalhando.

July 26, 2010

There we go for the second time!

Sábado, algo me ocorreu no juízo e decidi que era divertido irmos ao Mercado Municipal. Saímos de casa cedo, perto das 10h da manhã, em direção ao metrô. Foi uma jornada um pouco mais emocionante do que quando levamos May até Jabaquara e voltamos. Dessa vez, descemos na São Bento, em plena Ladeira Porto Geral, desembocando por fim na clássica Rua 25 de Março.

Donk ficou abismado com o tanto de gente. Eu fiquei abismado com o tanto de gente, e Diego, claro, ficou abismado com o tanto de gente. Eram filas e filas pra entrar nas lojas, calçadas totalmente tomadas por vendedores ambulantes, policiais espalhados por toda parte, andando em meio ao caos. E lá fomos nós, em meio àquele “fim de carnaval baiano”, abrindo caminho a passos largos e desviando de todos. Parecia MESMO a pipoca do Chiclete com Banana.

Nossa única referência para chegar ao destino era uma visão rápida das redondezas, de cima, pelo Google Maps. Quase entramos na rua errada, mas por fim chegamos ao Mercadão. Donk logo xingou pelo fato de não termos ido lá durante a semana. Ficou impressionado com a variedade e os preços baixos dos temperos. Rodamos tudo por lá umas dez vezes, olhando cada box e experimentando tudo que nos ofereciam. Por fim, encontramos uma sorveteria que vendia outros tipos de doces e decidimos dar uma parada. Eu e Diego detonamos duas bolas de sorvete, cada um, e Donk pediu o astro do dia, o “Morangão”.

O Morangão é um doce com um morango no meio, envolto por um creme igual à massa de beijinho, e por fim recoberto com uma fina camada de chocolate endurecido. Dá fome só de pensar no dito cujo. Feito na hora, esperamos por alguns minutos até a próxima “fornada” sair. Depois de aumentar nossos níveis de glicose, rodamos mais um pouco, pensamos em comer nos bares/restaurantes do segundo andar, mas tava tudo lotado. Maldito fato de ser Sábado.

Descemos de novo, compramos lembrancinhas gastronômicas e por fim pedimos os clássicos “pastel de bacalhau” e “sanduíche de mortadela” num box fuleirinho, mas que dava pro gasto. Ê comida boa. Saímos entupidos de lá, mas não antes de pegar mais uma rodada de Morangão (só Diego, na verdade, pegou essa rodada. Ele e seu apetite infinito).

Chegamos em casa depois de novas aventuras pelo metrô. Pegamos violão, gaita e bebidinhas para nossa caminhada do dia. Destino: Ibirapuera. Trajeto: Av. Nove de Julho, Av. Brasil, distância estimada: 3Km. Diego e Donk foram se batendo o caminho todo, e eu só dando risada. Por lá, deitamos na grama perto de um lago, fomos cercados por todo tipo de patos, cisnes, gansos e afins, mas nenhum deles se arriscou de fato a encostar em nós. Sorte deles.

Com a saída do Sol, resolvemos voltar, numa marcha um pouco mais intensa que a de ida. Acho que fizemos o trajeto em menos da metade do tempo. No máximo, levamos meia hora. Aí Diego resolveu que ia fazer seu bacalhau (o bicho já tava na água há dois dias, com riscos de estragar). O resultado vocês conferem logo abaixo.

Aceita um pedacinho?

Ficou um sucesso. Levemente salgado, mas as batatas e o arroz compensavam. Foi nesse meio tempo que eu já adiantei a animação do post abaixo. Depois do rango, eu terminei a animação, vimos trilhões de vídeos no Youtube (até passar mal de rir com a “Pentada Violenta”), e por fim Donk foi dormir vendo filme e Diego ficou no PC pra finalizar o som. Eu morri aqui no quarto mesmo, enquanto Diego editava.

Depois do bizarro incidente “todos acordam às 4h da manhã e voltam a dormir às 6h”, acordamos em horário de gente normal, perto das 9h, e tomamos café da manhã. Não muito depois, Donk se mandou daqui de volta pra Salvador, numa emocionante aventura em que o ônibus do aeroporto quase fez ele perder o vôo e ele teve que usar suas habilidades de convencimento para baixar o preço da corrida de táxi.. Tá pensando que essa vida de férias é fácil?

Day-to-Day

Felinos.

July 23, 2010

Eu me pergunto como convivo com seis seres do nível da foto abaixo, toda vez que vou em Salvador. A única colocação é: eles fazem falta aqui em SP, com o agradável hábito de passar se esfregando nas pernas das pessoas.

Kiko

O ser carismático que abre o post é Kiko, o gato original, que a gente achou na rua pequeno, parecendo mais um morcego que um gato, em meados de 2003, e até então é o felino mais sério da casa, sempre procurando pessoas adormecidas para se aninhar entre seus braços ou pernas. É bom, é quentinho.

Mada(lena)

Essa é Madalena, filha de Batman com Plena, doada para minha mãe também em meados de 2004. Quando chegou lá em casa, era aterrorizada por Kiko. É mãe de Hakuna, Nino e Lola (ver abaixo). Acabou se tornando um tanto ranzinza, mas ama minha mãe com todas as forças e dorme em cima dela. Literalmente. Reclama na porta do quarto pra entrar e disputa atenção com o monitor do PC. Era magra e pequena, mas o fardo da maternidade e a acomodação acabaram deixando ela maior e mais gorda.

Hakuna

Esse é o primogênito de Madalena. Único sobrevivente de uma ninhada de três. Enquanto filhote, perturbou a mãe até não poder mais. Era pequeninho do tamanho de caber na palma da mão. E sobrar espaço. Depois foi crescendo, continuou perturbado, mas é o gato mais bonito da casa. Carinhoso só quando quer, e revoltado sempre que pode. Líder na produção de cicatrizes em humanos.

Nino

Nino é da segunda ninhada de dona Madalena, irmão de Lola, o gato mais assustado da casa, mas o mais manso depois que se acostuma. Corre mais rápido que seus olhos podem acompanhar e já sumiu mais de uma vez, pulando o muro num susto, e deixando todos na casa preocupados por dias. Até promessas para Nossa Senhora foram feitas.

Lola

Lola, o ser mais mole e dengado da casa. A gata do pelo mais fofo, que mais dorme e mais é carregada por nós de um lado pro outro. Só de falar da criatura, já dá vontade de apertar. Mas cuidado, se chegar ela muito perto do seu rosto, ela vai tentar te dar um tapa, ou morder. É louca, mas diverte muito. Rolam altas rixas entre Kenzo (ver abaixo) e Lolinha.

Kenzo (aka “Sem Teto”)

Última aquisição felina da família, Kenzo “se adotou”, vindo da rua e cercando a casa, atacando os outros gatos, etc, etc. Era odiado no começo, agora é amado por todos, inclusive pelos ex-inimigos. É o mais esperto de todos. Responde quando você chama, e pensa de forma mais elaborada que os outros gatos.

Escrever esse post deu muito sono. Agora vou dormir, se me permitem. Lola vai expressar minha disposição.

Day-to-Day

Paulistando.

July 23, 2010

Como alguns devem saber, e outros não, arrastei pessoas comigo para cá dessa vez. Donk e Diego vieram passar uns dias nessa nossa casa tão aconchegante e fria. As nossas peripécias iniciais podem ser subentendidas no post anterior. A onda aqui é comer bem, sair todo dia pra uma caminhada sem muito sentido e passar 80% do tempo caseiro na varanda, conversando, olhando a cidade, tocando violão/gaita e cantando.

No primeiro dia, almoçamos às 18h30, hambúrgueres preparados pelo chef Fiuza, seguindo uma receita brasiliense. Acompanhe os melhores momentos do rango logo abaixo. Destaque para o elemento, não mostrado nas fotos, que era a Itubaína de Donk, com garrafa de vidro e tudo mais. Diz ele que é bom pra caramba. Temos que acreditar.


Outro elemento comum é a cerveja. Tá, não tãããão comum quanto pode ter soado com a colocação anterior, nem tão comum pra embebedar, mas ainda assim comum, nem que seja como assunto de conversa (sim, a gente discute cerveja, e eu nem bebo!). Donk nos dá altas aulas. Em homenagem a isso, nada melhor que uma foto. E que foto! Se eu tivesse um blog com o sr. Fiuza, certamente esse seria o banner. Diego captou o momento brilhantemente.


Nós, fazendo o que sabemos de melhor.

Tô meio sonolento agora pra continuar a narrativa, mas amanhã deve acontecer algo diferente, então hei de entrar em detalhes sobre o passado também. Boas noites a todos.

Day-to-Day

Terra Arrasada.

July 21, 2010

Voltei pra casa! São Paulo, estamos de volta, e com introduções! Esse post é mais revoltado que o comum, mas não achem tudo tão absurdo. O objetivo de escrevê-lo era justamente diverti-los a partir de nossa desgraça!

Sacam a estratégia russa, durante a Segunda Guerra Mundial, usada contra a invasão nazista rumo a Moscou? “Terra Arrasada”, o nome soa familiar? Achei que fosse algo só histórico, mas a situação é real, e mais próxima do que se pensa!

Cheguei em casa, encontrei quase todas as luzes acesas. E um ventilador… ventilando a casa vazia! Nosso vaso sanitário tá meio defeituoso de encanamento e vaza água por baixo. Antes de viajar, coloquei um pano por lá, pra segurar a barra até a vinda do encanador. O pano ainda tava lá, só que agora mofado, e fedendo que nem a desgraça. Ninguém deve nem ter tocado nele ao longo desses dez dias de Tito e Lila em Salvador. Todas as toalhas (cinco) no banheiro estavam molhadas, sem contar a de rosto. Ops, me enganei! Fui colocar elas na máquina e encontrei uma, oculta, atrás de outras duas. Totalizando então seis toalhas molhadas num banheiro de uma casa onde estavam duas pessoas! Incluindo nessa conta as NOSSAS toalhas (minhas e de Lila), que teoricamente não deveriam ser usadas por outras pessoas além de nós mesmos, correto?

Aaaah! Abri a máquina de lavar e o filtro de armazenamento de fiapos que se soltam das roupas lavadas só faltava criar pernas e atacar o prédio vizinho. Já tinha passado de muitas fases no processo evolutivo, acho que tava no momento de “abandonar a vida aquática”. Tive que tirar a parada usando uma faca de ponta pra me defender! Deixei as toalhas lá dentro girando e fui averiguar mais coisinhas da casa.

O chão da cozinha apresenta marcas de passagem de um trator, além de toda uma flora e fauna exóticas de coisas grudadas. A poeira quase não deixa a gente respirar. Ao abrir a geladeira, me bati um pelotão de comidas vencidas, só esperando pra atacar com artilharia. Os pratos e trocentos copos (todos levemente esbranquiçados, para nosso terror), aparentemente lavados, no escorredor, na verdade estavam só aparentemente lavados mesmo, ou seja, encontrei de tudo neles, desde um pedaço de queijo segregacionista, determinado a fundar sua própria colônia de mofo, a listras de chocolate imitando um padrão de zebra. Tive que lavar tudo de novo. Fedor insuportável de água suja e velha dentro daqueles tais copos esbranquiçados.

Passada essa etapa, parti para a próxima. Botar o lixo pra fora. Diego tirou o do banheiro, que tava transbordando de tanto papel. Eu tirei um saco do da cozinha. Enchi outro só de coisas espalhadas pelo chão. Botei pra fora. Enchi mais um com uma pilha de garrafas plásticas escondidas na área de serviço. Por fim, o quarto saco lotou só com aquela tropa de comidas vencidas na geladeira. A pobre Brastemp só faltou agradecer verbalmente. Como não podia falar, agradeceu no cheiro, livre do azedume de todo aquele rango passado.

Ainda não criamos coragem pra atacar o chão da cozinha. Tá muito complexo. Temos medo de pegar alguma infecção por ali, ou algo pior. Além disso, tô caçando telefones de encanador pra resolver o problema do banheiro. Alguém se habilita?

Indo para o lado mais positivo, marquei o upgrade de internet! Teoricamente amanhã… Mas nenhuma confirmação da NET ainda. Vamos pular de 1mb de conexão mau humorada pra 10mb de pura velocidade! E a gente tá fazendo umas comidinhas beeem gostosas, com deve ilustrar um dos próximos posts. Sucesso. Conseguimos reerguer a casa da mesma forma que os russos reergueram a pátria mãe após vencer o inimigo.

Ok, aqui acaba minha revolta, e o post.

Specials

Awakening.

July 17, 2010

Dois anos depois, com uma lembrança vaga presa nos lábios e na garganta, o sonho retoma movimento.

Primeiro, a espera. Como manda a tradição, ele tenso de ansiedade, estômago revirando. Ela, calma, sabe – e dita – as regras do jogo. Nos minutos iniciais, a expectativa. Uma conversa sem muito sentido.

– Sua mão é gelada! Que nem a minha!
– Sério? Uau! – de fato, a mão dela é gelada.
– Mas meus braços são quentes. A mesma coisa com os pés.
– Quer dizer então que sua perna é quente?
– É – ela faz um meneio de cabeça.

Tensão. Ele toca na perna dela, na altura do joelho. O escuro do cinema é testemunha. Ela empurra o rosto dele para longe, brincalhona. Seus olhos são perdição. O sorriso maroto, é quase um convite. A boca reluz no escuro, mas ele ainda não faz nada. Aperta os próprios lábios, em dúvida e desejo.

“Foda-se”.

– Oi – ele chama, ela se vira em sua direção e é surpreendida por um beijo. Não exatamente “surpreendida”, afinal, havia um acordo velado que estavam ali justamente para isso. É um beijo longo, com muitas lembranças e expectativas associadas. Não decepciona, muito pelo contrário.

Ela se reclina com a cabeça sobre o peito dele e o coração do rapaz parece que sobe para a garganta. Parece que é a milésima vez que estão juntos vendo aquele filme. É estranhamente agradável.