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March 2011

Audio Day-to-Day Tudo AV

Arraial Bonus Tracks.

March 7, 2011

Ainda não fiz meu post sobre o Arraial por aqui, mas é só porque esse computador não aguenta lidar com as fotos que eu quero tratar. Elas merecem ser tratadas, são muito lindas. Em todo caso, com a chegada do Zoom, fizemos muitos (dez!) Arraiáudios, o programa diário que narrava expectativas e músicas do acampamento. Para produzí-lo, a gente tinha que gravar as coisas, então, como em toda produção audiovisual, acabamos com muito mais material captado do que material publicado e, para não desperdiçar essas pérolas incríveis, eu e May organizamos uma coletânea do que conseguimos salvar, em termos de música.

São 27 faixas, nem todas completas, nem todas muito bem gravadas, mas dá pra ouvir sem reclamar muito, totalizando 45 minutos de música. Claro que a gente queria deixar mais bonitinho, com intervenções de vozes, entrevistas, uma coisa meio “CD Documentário”, mas o tempo não permite. Pra não segurar o material por muito tempo, tá aí.


Arraial 2 – Mais Alvoradas e Mais Canções

Já que estávamos liberando esse monte de músicas, resolvi abrir pra download também a coleção com os dez Arraiáudios, e aumentar a felicidade dos viciados em Arraial.


Arraiáudio Jan/2011

Day-to-Day

[JOB] FDP.

March 6, 2011

Eu nem sei se poderia de fato escrever esse post, mas… Vamos em frente, se qualquer coisa acontecer, eu tiro ele do ar.

Meu contato secreto (melhor não revelar nomes nesse post polêmico, sei lá, não quero arriscar ninguém além de mim mesmo!) me chamou para uma função mais ou menos parecida com a que ele tava desempenhando: levar cartões cheios para os loggers esvaziarem, sem atrasar as filmagens.

Mas que diabos de filmagens são essas, que precisam de dois caras pra correrem com cartões? Então… é uma parada da HBO. Uma série chamada FDP, que tá sendo produzida pela Pródigo Films. A trama gira em torno de um juiz de futebol (agora o título faz perfeito sentido, né?), mas não sei quase nada além disso. Só o que consegui caçar pela internet, como esses dois links.

Saímos de São Paulo no fim da tarde de Sexta, em direção a Campinas. A informação máxima é que íamos pra um estádio de futebol. Agora veja bem, a última vez que estive em Campinas foi em 1995, quando morávamos lá. A última vez que estive num estádio, só na minha vida passada, porque nessa, foi a primeira vez. Chegamos, perto das 20h no estádio da Ponte Preta, já entupido de gente, luzes acesas, refletores e carros. Paramos do lado do gramado. Jogadores iam fazendo um aquecimento/ensaio enquanto o povo montava as câmeras (fiquei só assistindo, intimidado por tudo aquilo).

As câmeras eram um show a parte. No gramado, eram três. Uma 1D e duas 5D, a 1D tinha uma lente bem modesta, 24-290mm. Literalmente um canhão, quase do tamanho do meu antebraço, e com uma boca maior que um pires. Nas 5D, cada uma tinha uma 800mm, uma mais fraquinha, com f/8 – com um esquema muito louco de espelhos, que torna a lente absurdamente pequena. Investiguei assim que cheguei em casa -, e a outra 800mm f/4 era legítima da Canon, grandona, pesada, quase do tamanho da 24-290mm, só que branca. Nas arquibancadas, onde eu ia ficar, eram duas HPX-500, câmeras respeitáveis. Eu era responsável pelas baterias dessas, e cartões de memória (cada câmera tinha quatro, cada cartão com 17 min de duração). E carregar tripés. Putaquepariu, quase morri carregando tripés pesados escada acima e escada abaixo…

A brincadeira começou lá pelas 21h, e pra mim só foi até 1h, depois do “jantar” da equipe, quando encerrava-se o expediente das HPX. Os dois operadores eram cariocas. Um deles trabalhou na Globo por vinte anos, só filmando futebol. Depois que saiu, decretou “Nunca mais filmo futebol!”, e lá estava ele, filmando futebol… encenado. Depois que minha parte acabou, brinquei de lego com todas as caixas – nunca vi tanto equipamento alugado em lugares diferentes – até fechar os kits das duas câmeras.

O pagamento não é lá essas coisas, mas só de ficar vendo esses brinquedos de perto, e as imagens que eles fazem, já valeu a experiência. Tinham dois loggers lá, escondidos da confusão, num quarto grande. Cada um com dois macbooks e trocentos HDs externos ao redor, para copiar todo o material que chegava das câmeras. Enlouquecedor só de assistir, mas também me deu uma vontade absurda de ver o resultado da empreitada!

Óbvio que não tenho fotos, era cara de pau demais, né? O post acabou ficando curto, mas é que a experiência visual foi maior do que a narrativa.

Day-to-Day

SimLife.

March 6, 2011

Por motivos de projeto (Placa Mãe, acho que ainda não explicado por aqui), baixei todas as trilhas sonoras de The Sims. Acho que dá pra dizer que foi o jogo mais marcante da minha juventude. Tenho muita coisa associada a essas músicas, e tô vendo uma retrospectiva mental de todos os personagens que já brinquei, vivi, casei, mudei, cresci e morri de velhice. Quantas casas já construí e dei duro pra ganhar promoções no emprego. São muitas vidas para uma pessoa só. É um jogo genial, e viciante.

Day-to-Day

Reduza suas emissões de CO2.

March 6, 2011

Estava a passear pelos arquivos de post e encontrei esse aqui, iniciado em 11 Outubro de 2009, e abandonado desde então. Olhei o conteúdo e vi que precisava de alguma pesquisa. Aproveitei então a folga do carnaval pra levar ao mundo idéias tão práticas em resolver um dos nossos problemas mais graves.

O mundo está esquentando. Isso é inegável. “Efeito Estufa”, chamam os ambientalistas. Numa explicação bem rápida: o acúmulo de certos gases na atmosfera faz com que o calor vindo do Sol não seja rebatido de volta para o espaço, e fique quicando ao redor da própria Terra, aumentando sua temperatura.

Culpa do homem? Bem provável. As emissões de dióxido de carbono na atmosfera vem aumentando vertiginosamente desde a revolução industrial inglesa, na década de 1860, a qual demandou a utilização de grandes quantidades de carvão mineral e petróleo como fontes de energia. Desde então, a concentração de CO2 passou de 280 ppm (partes por milhão) no ano de 1750, para os 368 ppm atuais, representando um incremento de aproximadamente 30%. Este acréscimo na concentração de CO2 implica no aumento da capacidade da atmosfera em reter calor e da temperatura do planeta. As emissões de CO2 continuam a crescer e, provavelmente, a concentração deste gás poder alcançar 550 ppm por volta do ano 2100.

Mas, fábricas não são as únicas fontes de gás carbônico, lógico. Assim como o CO2 não é o único gás do efeito estufa. Para falar a verdade, são quatro, os principais representantes do calor. Metano, CO2, Vapor d’água (dá pra acreditar?) e Óxido Nitroso. Ok, o óxido nitroso é pouco conhecido e pesquisado como gás estufa, então, por ora, será ignorado.

Onde eu quero chegar com isso? Nós contribuímos – MUITO – com o efeito estufa, com pequenas ações. Nós produzimos tanto gás carbônico, como vapor d’água e metano, por processos naturais, colaborando assim para a intensificação dos problemas ambientais. Mas há diversas saídas. No decorrer do post, pretendo apresentar algumas delas, para cada um desses gases.

Toda a vegetação do planeta absorve, por ano, 102 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, que equivale a 14% do total desse gás na atmosfera. Mas, também anualmente, acabamos devolvendo cerca de 100 bilhões de toneladas para a atmosfera, sendo 30 bilhões vindos da respiração de todos os seres vivos, e mais 70 bilhões da decomposição de matéria vegetal morta. Uma conta mais ou menos parecida acontece em relação aos oceanos. Desequilibrando a balança, a queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), gera anualmente mais de 5,7 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera, a estas devem ser acrescidas mais 2 bilhões, provenientes da queima e derrubada de florestas. Isso resulta em um aumento líquido de 3 bilhões de toneladas de carbono por ano na atmosfera. Em outras palavras, desde 1860 os seres humanos lançaram cerca de 175 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera.

Já que ele parecer ser o mais emergencial, vamos direto ao CO2.

Numa pesquisa rápida, descobri que um galão de gasolina queimado produz em CO2 o equivalente à respiração de dez pessoas num dia. Um galão de gasolina corresponde a aproximadamente 40 quilômetros rodados. Multiplique isso pelo número de carros no mundo, e no quanto eles viajam, todos os dias. É, assustador, eu sei. Estamos nos sabotando simplesmente por pressa! Carros devem ser imediatamente abolidos, assim como o asfalto, que é derivado do petróleo, e libera toneladas de gás carbônico durante sua produção. Arranquemos a cobertura de todas as ruas e plantemos árvores na terra embaixo delas. Elas consomem de volta o gás que liberamos na atmosfera. Temos também que respirar menos, pois cada expiração é uma dose extra de gás carbônico voando para rebater raios solares. Num futuro próximo, todos teremos um fôlego de dar inveja aos melhores nadadores da atualidade.

Falando em nadadores, exercícios consomem muita energia. Energia igual a oxigênio, oxigênio vira gás carbônico. Adeus exercícios. Mas também não é só farra, logo que falam em sedentarismo, já se imagina o carinha no bar, tomando sua cerveja. Bem, adeus cerveja! Produzida por fermentação, que é o mesmo que “respiração anaeróbica”, produz metano, que, vocês vão ver adiante, é terrível. Então tá, vamos, tira a cerveja, mas bota uma Coca gelada. Ooops, adeus Coca! Bebidas gaseificadas artificialmente contém CO2, e seu corpo não o absorve, sendo rapidamente liberado num arroto. Ficam só os sucos e água. Ah, e os destilados. Já que estamos querendo que a Terra absorva o dióxido de carbono excessivo liberado nos últimos anos, temos que valorizar os vegetais. Nada mais de comer plantinhas. Quanto mais verde, mais vivo, e mais longe das nossas bocas. Agora, só comemos carne. Peixe, frango, boi, vale tudo. Esses bichos também respiram, e portanto liberam o tal gás maligno, além de terem uma relação próxima com o metano.

Quer ter filhos? Garanta que plantou árvores o suficiente para consumirem o gás gerado pela respiração do pimpolho! Cada família terá sua “taxa de carbono”, como um imposto, e todo o comércio não mais será sustentado por dinheiro, e sim por Créditos de Carbono. Igualzinho aos que temos atualmente, a nível mundial, só que num âmbito muito mais individual.

Mas, espera aí! Enquanto pesquisava pra escrever os parágrafos acima, me deparei com essa informação: “O metano é o segundo gás-estufa em importância, produzido durante a decomposição anaeróbica. As principais fontes de metano são arrozais, pântanos, animais, e o gás natural (que é o próprio metano). Sua taxa na atmosfera aumenta 1% ao ano. Algumas causas disso podem ser o aumento dos rebanhos domésticos, a expansão de cultura de arroz e principalmente os vazamentos de gás natural ou aterros. E o mais grave 1 Kg de metano, ao longo de vinte anos, produzirá 63 vezes o aquecimento global de 1 Kg de dióxido de carbono, portanto o metano e 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono.”. A situação se revela ainda mais grave!

Tá, quais são as principais fontes de metano mesmo? Decomposição, animais e arroz. Como já foi dito antes, nem todas as mudanças sugeridas aqui são “confortáveis”, mas elas se fazem necessárias se queremos continuar a viver nesse planeta, e queremos que ele continue vivo, certo? Acho que todo mundo abre mão de comer arroz… Tá, deve ser um problema na Ásia, mas aposto que eles conseguem se virar e inventar algo melhor. Os japoneses são mestres em fazer isso com tecnologia, não deve ser diferente para a agricultura. Animais, esses já foram citados, uma vez que não mais comeremos vegetais, diminuir o tamanho dos rebanhos vai ser moleza com toda essa população pra alimentar. E aproveitaremos até os últimos pedacinhos, pra que não sobre muito a se decompor.

A educação também será aprimorada, uma vez que arrotos, peidos e similares são liberações de metano, e deveram ser sumariamente controlados. Ainda na questão da decomposição, nos forçará a trabalhar melhor com o lixo, reciclagem, reaproveitamento, essas coisas ambientais, que a gente sempre soube que seriam salvações, mas até então eram anti-econômicas.

A situação não para de piorar, e vejo que o vapor d’água é o maior colaborador no efeito estufa… E o vapor d’água é cruel porque ele retroalimenta o calor. Quanto mais calor, mais vapor, quanto mais vapor, mais calor, e assim por diante. Seria meio exagerado forçar todos os rios a correr abaixo da superfície, ainda mais porque não teríamos como cobrir os oceanos e evitar que eles evaporassem com o calor, mas podemos diminuir o vapor gerado por transpiração! Quando é que suamos mais? Exercícios físicos! Hora de assumir o sedentarismo, pelo bem da espécie. Imagine o quanto de vapor será economizado, acabando com a transpiração de seis bilhões de seres humanos! Por conseqüência, menos vapor, menos calor, menos suor. Viu só? Revertemos o ciclo!

Num rápido resumo, seremos sedentários para não suar nem produzir um excesso de gás carbônico na respiração – mas teremos um super-fôlego -, não comeremos mais vegetais, apenas frutas – para que não se decomponham, gerando metano – e animais – afinal eles respiram, suam e se decompoem -, arroz tá fora da dieta, será extinto. De bebida, só sucos, água e destilados. Nada de refrigerante, cerveja, qualquer outro fermentado (respiração anaeróbica gera metano!) ou líquidos gaseificados artificialmente.

Reciclaremos o lixo, teremos poucos filhos, não andaremos de carros ou consumiremos artefatos produzidos em fábricas. Árvores são os bens mais preciosos, pois elas absorvem dióxido de carbono. Lareiras, nunca mais. Nos lugares mais frios, as pessoas vão se reunir umas em torno das outras para se aquecerem, sem uma liberação de grandes quantidades de gases estufa, e portanto se aproximarão mais umas das outras, em níveis sociais e psicológicos, algo que apenas transmite boas conseqüências para a humanidade.

Incontáveis vezes foi dito que o fogo foi a grande descoberta da humanidade. Nos tempos atuais, acho que podemos dizer que o fim do fogo vai ser nossa maior descoberta. Descobriremos uns aos outros, para sobreviver.

Faça sua parte, eu já estou fazendo a minha.

Audio Day-to-Day Tudo AV

[SET] Eternal Starlight Of A Dad’s Heart.

March 5, 2011

Pensem numa experiência conturbada. Agora piorem o quadro, e tirem energia elétrica. Pronto, é esse set. Ok, não foi tão terrível assim. Sentem-se, e aproveitem a narrativa, agora que já sabemos que o resultado saiu, e não estamos concorrendo nos finalistas. Pra você ter idéia, esse treco ficou pronto no dia 21 de Dezembro, mas só agora eu consegui criar coragem de escrever o post.

Alguns meses antes, a Lud tinha falado de um tal festival Starlight, que premiava curtas que valorizavam o céu noturno. Pensamos em diversas possibilidades de história, da comédia ao drama, passando por animação e algumas coisas totalmente inviáveis quando finalmente nos assentamos no argumento de um pai que tenta se aproximar de seu filho com as atividades tradicionais, de quando ele era pequeno, mas é constantemente ignorado pelo garoto, que se interessa mais por seus eletrônicos e tecnologias. Por fim, o pai tem uma idéia brilhante, que pode mudar a situação. Pra saber mais do que acontece, é só ver o filminho no fim do post.

Passei algumas horas a mais ontem na USP, pra renderizar em HD e postar no Vimeo. A versão do concurso era resumida a 20mb, no máximo. Falando em USP, tenho que entrar no tema da trilha sonora, gravada também na USP. Chamamos o Cauê, mais uma vez, e o Rodolfo (amigo da Lud), que fizeram umas coisas bem bonitas usando guitarra, violão e teclado. Foi engraçado, que a gente tava no estúdio, no lado dos equipamentos, eu, May, Lud e Camila, do lado da gravação, o Cauê e o Rodolfo. Deixamos eles lá um tempo, conversando, tocando, trocando figurinhas para a trilha, enquanto nós mesmos conversávamos do outro lado.

Pra ter uma idéia do que estava vindo, deixamos o microfone deles aberto, de forma que ouvíamos o que eles tocavam. Em um determinado momento da nossa conversa todos fizemos silêncio e ficamos apreciando a música da mesma forma que apreciamos o céu. Foi algo totalmente natural e só depois de alguns instantes é que reparamos que a conversa tinha sido vencida pela melodia. Já que somos muito liberais e legais, deixo aqui as músicas para vocês ouvirem e baixarem.


Abertura


Decepção


Starlight

As filmagens foram marcadas para o dia 14 de Dezembro, exatamente uma semana antes da deadline de envio do arquivo. No elenco, Renato Baragão (dos Profissão Repórter) e Léo Palhano, encontrado através de um vídeo seu no Youtube! As nossas locações eram: USP para a última cena, que seria feita logo de começo, e depois a casa da mãe da Lud, na Zona Leste, a quase (mais?) de uma hora de viagem.

Eu e o Felipe, responsáveis pela fotografia da coisa, saímos da USP no meio da tarde e fomos até a Quanta, pegar duas PLs, um fresnel, uma coleção de tripés, prolongas e coisas menores. O carro até ficou mais lento, de tanto peso. Esse dia estava um inferno. O temporal era incessante, e a certa altura, começamos a questionar a viabilidade da externa a ser feita na USP. Além disso, ainda passamos na casa do Ricardo pra pegar uma 24-70mm f/2.8 e na casa do Serpa pra pegar a 16-35mm f/2.8 e a 100mm f/2.8. Algumas horas depois, descarregamos o carro no CTR e esperamos a galera chegar.

A Lud foi imprimir roteiros, decupagens, e coisas. Ficamos na copa, conversando e comendo enquanto não estávamos prontos pra rodar. O Vitor Coroa também era parte da equipe, como microfonista. Não me lembro mais exatamente o motivo, mas lembro claramente de que estávamos passando mal de rir de alguma coisa. Se algum dos leitores lembrar, favor refrescar minha memória!

Pegamos o rumo das rotatórias, para encontrar a mais adequada/iluminada para nossa tomada. Dessa empreitada, resultaram os planos inciais do filme, e os finais. Curioso, não? A gente levou uns vinte minutos nessa brincadeira, que foram os únicos vinte minutos secos do dia. Embarcamos todos – eu, Felipe, May, Camila, Lud, Léo, Vitor e Cláudia (mãe do Léo) – nos carros e partimos rumo à ZL.

Muito tempo depois, chegamos a nosso destino. Jantamos uma comida fartíssima e deliciosa, preparada pela mãe da Lud, e fomos arrumar o quarto para filmar. Posicionamos o fresnel entrando pela janela, de forma muito grosseira, mas eficiente, e fomos movendo as coisas de lugar, colando estrelas, separando figurino, testando câmera, essas coisas. Na hora de ligar as PLs, descobrimos que estávamos com problemas. Quando saímos da Quanta, não reparamos que todo o equipamento era 220V. Para nosso azar, a casa só tinha tomadas 110V. A solução? Consideramos filmar com tudo subvoltado mesmo, a um quarto de potência, mas ao passo que essa conta era válida pro fresnel, as PLs nem ligavam. Solução encontrada: arrumar um transformador. Lá perto das onze, Lud corria de um lado pro outro da cidade procurando uma loja de equipamentos aberta. Chegou com um transformador com potência máxima de 1200w. As PLs somavam 1000w. Sucesso, vamos rodar! Já era quase uma hora da manhã.

Fresnel subvoltado. Yeah!

Com o fresnel subvoltado mesmo, rodamos a seqüência do videogame, e na hora que começou a chover, corremos atrás de uma cobertura para a lâmpada. Céus, foi tenso. Tivemos muuuitos (incontáveis) problemas com o som também. Microfone estalando, cabo estalando, confusão na hora de entender os equipamentos, tudo isso tava valendo, mas o Vitor e a May fizeram tudo funcionar, e no fim das contas o som ficou muito bom (claro, né?).

Olhem a fita crepe no microfone!

Quando estávamos chegando ao fim das filmagens, chegava também o amanhecer. A última cena que rodamos foi a que o garoto e o pai olham para o teto. Aí já tinha até luz do Sol entrando pela janela, pra a gente conseguir enxergar com tão pouca iluminação, sem criar sombras.


Atenção extra, na primeira foto, para a cobertura de chuva do fresnel (janela). Na segunda, o transformador, perto da tomada, com caixa e tudo.

Ah, até esqueci de comentar! Lá pelas quatro horas da manhã, o Erick se juntou a nós. Ele tava naquela celebração da Cool Magazine, recebendo nosso prêmio pelo Missão Possível e fazendo discurso por todos nós. Sua presença foi fundamental nos acontecimentos pós-filmagens.

Encerrada a diária, Léo, Cláudia e Renato pegaram seus rumos, e nós ficamos ali, arrumando tudo para sua formação original. Eram umas seis horas da manhã. A gente deu tanta volta pelo mundo – pegando gente num canto, deixando em outro, devolvendo equipamento, dando mais carona, se perdendo, engarramentos, cantorias – que só chegamos em casa depois das 10h. Lud, mais uma vez, mostrando sua determinação, não se deixando abater pelo cansaço enquanto dirigia. Passamos mal de rir mais algumas vezes com comentários do Erick (amém). Por fim, chegamos em casa, eu e May, e imediatamente capotamos. Só acordei quando já era de noite, e imediatamente comecei a providenciar meus meios.

Esse móvel era marrom, foi forrado com papel contact azul.

Desde essa época meu computador já estava apagado, então precisava encontrar uma plataforma pra me salvar. Essa salvação tem nome: Gustavo Fattori. O camarada me emprestou o Mac por alguns dias, e foi um tempo mais que suficiente pra montar o filme todo e fazer a primeira passagem de correção de cor e aprimoramento de efeitos. Depois, passei a ir para a USP todos os dias, chegando cedo e saindo tarde, até conseguir fechar o alucinado céu falso, e todos os outros detalhes. Enviamos no último dia, 21 de Dezembro. Algumas horas depois, recebemos um email do festival, avisando que eles tinham prorrogado as inscrições até o começo de Janeiro…

Ah, vale lembrar que no dia seguinte a essa loucura, tínhamos o set do Descartes. Pois é. Agora, chega de papo, e se divirtam com o resultado supremo do surto da Colher. Nas aulas, sempre dizem pra a gente evitar algumas coisas nos nossos filmes: crianças, animais, noturnas e chuva… Como diria Hans Landa, “It’s a bingo!”. A gente gosta do perigo e combinou tudo numa coisa só.

Todas as fotos mostradas nesse post foram tiradas pela Cláudia, mãe do Léo, e eu sutilmente copiei, tratei um pouco, e postei. Não são da minha responsabilidade.

Day-to-Day

Estranhezas.

March 5, 2011

Ontem, cheguei em casa e tentei entrar no prédio. Minha chave aparentemente não funcionava. Depois de quase quinze minutos tentando incessantemente girar a chave na fechadura, e apertando o botão do interfone – alguém tinha que estar em casa! -, já estava prestes a desistir quando, tirando a chave, girei uma última vez. A fechadura deu um giro estranho, engasgado, mas abriu. Achei muito estranho. Entrei, fechei a porta e resolvi testar a chave pelo lado de dentro. Não rolou, não abria de jeito nenhum. “Depois eu entendo. Vou subir logo”. Subi, e me deparei com um bilhete na porta da vizinha (protagonista da segunda história estranha do post), avisando que a fechadura do portão do prédio tinha sido trocada, e que a dela estava no nosso apartamento.

Pausa dramática. Reli umas três vezes até decifrar toda a mensagem, e mais umas duas pra conseguir me convencer de que a chave tinha sido trocada de fato, e eu tinha entrado com a chave velha. Entrei em casa e lá estava a chave da vizinha! “Não creio”. Peguei a chave dela, a minha e desci de novo pro portão. Testei a dela, abriu de primeira. Testei a minha (velha), e não rolou. Fui tentando por partes até que encontrei a posição exata, em que a chave velha abre a nova fechadura. Acho que isso torna o chaveiro responsável meio questionável, não? Não tardei a ensinar o truque pra Lila, que estava de saída, desesperada pra descobrir como entraria de volta em casa.

Voltei ao aconchego do lar e retomei a leitura do dia anterior. Estava bem frio, então apelei pra minhas roupas térmicas, totalmente pretas. O livro era deveras emocionante então logo meu cabelo já estava uma bagunça (dá pra traçar um gráfico pessoal bem claro relacionando o nível de interesse num livro e o caos no couro cabeludo). Lá pras tantas, a campainha toca, e é a vizinha, procurando a chave. O detalhe: ela estava completamente de branco. Sapatos, calça, camisa de manga comprida, cachecol e até uma boina, tudo branco ou, no máximo, bege. Eu e Lila sempre soubemos que ela tinha um gato (felino mesmo), mas ontem descobri que são dois. E os dois estavam no hall. Um totalmente branco, que chega brilha, e um outro totalmente preto, que também chega brilha. E lá estava eu, abrindo a porta, todo vestido de preto – meias, calça, camisa de manga comprida e cabelo. Só saquei a coincidência das roupas e dos gatos quando já estava entregando a chave pra ela, e fui dormir intrigado com o fato. Fez minha noite de ontem ser mais curiosa.

Só uma última nota, terminei o livro ontem mesmo, tinha começado anteontem, e derrubei quatrocentas páginas no processo. Livro bom é uma coisa que alegra a gente, né?

Ocupação atual: planejando organização de cartas pras animações do Descarte. A nova seqüência faz a trapaça parecer ainda mais engenhosa.