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Biohazard – record 01 – part 01

September 17, 2008

John Matches sentava na frente de sua mesa de trabalho novamente. Dia após dia, durante um ano ele trabalhara na Organização de Pesquisas Avançadas sobre Biotecnologia, ou simplesmente OPAB, como era chamada por todos os funcionários.

Criada pouco antes da Segunda Guerra Mundial, por volta de 1938, tinha como objetivo desenvolver armas e proteções biológicas. No início, era apenas um pequeno laboratório na universidade de Massachussets, porém, com o passar dos anos e com o intenso desenvolvimento, a agência veio crescendo mais e mais, necessitando de mais espaço, pesquisadores e funcionários. Também aumentou o risco e importância dos experimentos. Por esses motivos a OPAB é oculta da vista da maioria da população e protegida pelo segundo maior sistema de segurança digital do mundo.

Ele fora desenvolvido ao longo dos anos 90 e vem apenas sofrendo modificações desde então. Seu criador, Doug “ColdWinter” Romanov, gênio da computação, fora contratado como “técnico vitalício” de seu sistema – uma obra prima que, infelizmente, nunca será reconhecida. A única barreira que supera a complexidade das proteções da OPAB é o próprio sistema de segurança da NSA – National Security Agency.

Com o crescimento da organização, ampliou-se também seu alcance, que agora se estende a todo e qualquer tipo de material e substância gerados organicamente. As pesquisas vão desde simples procedimentos acerca de organelas celulares até níveis de risco extremo, como o desenvolvimento de vírus e outras armas biológicas poderosas.

John obteve seu emprego na OPAB devido a um golpe de sorte enquanto estava na universidade: na data marcada para a entrega de resultados, um de seus colegas mais brilhantes adoecera, e pedira a ele para pegar seus resultados do curso; e então, lá estavam eles. Ternos pretos e óculos escuros; esperando-o sair do campus. Ao entrar no carro, fora interrogado sobre seus ideais e respondera a alguns testes simples de análise psicológica. Deixaram-no na porta de casa. Nunca comentou esse incidente com o colega.

Neste primeiro ano de trabalho na OPAB, John ganhou mais promoções do que muitos outros jamais ganhariam em toda a sua vida. Durante este ano ele realizara pesquisas acerca do desenvolvimento de bactérias parasitas tão influentes em seu hospedeiro que, após sua morte, assumiam o controle de seu corpo, exercendo as funções vitais e utilizando-o de acordo com sua vontade. O alto escalão da OPAB monitorava toda a pesquisa com um tom sombrio e duvidoso, mas nunca deixara de fornecer verbas a John.

Ultimamente ele vinha trabalhando no desenvolvimento de uma pequena colônia de formigas, que serviam de hospedeiras para suas bactérias. Ao entrar no complexo da OPAB, dirigia-se primeiro para a câmara em que a colônia ficava armazenada sob eterna quarentena, a fim de verificar quaisquer alterações de um dia para o outro e se havia algo diferindo do que fora previsto em sua pesquisa.

Depois da verificação, ele ruma para sua mesa, onde estava neste exato momento, escrevendo o relatório diário do experimento:

“21/05/2008 – Quarta-feira. Relatório – Bactéria Mattis Imortum”.

“Não ocorreram alterações perceptíveis a olho nu na colônia após dezessete dias de observação. Nas últimas vinte e quatro horas foram infectadas as sete Acromyrmex que receberam o soro protetor, permitindo que elas resistissem apenas um dia além das outras. Essas contaminações fazem com que todas as duzentas Acromyrmex agora estejam infectadas com a Mattis Imortum, sendo que o número inicial de Acromyrmex infectadas na criação de colônia era de treze. Em dez dias a bactéria já se disseminou entre todas as outras, incluindo a rainha, que contaminou todos os ovos que pôs na temporada de acasalamento, confirmando a suspeita de que a bactéria se aloja também no material genético e nos gametas dos hospedeiros”.

“Amanhã será testada a efetividade das Acromyrmex contaminadas numa disputa por um novo formigueiro contra…”.

Ao chegar neste ponto de seu relatório, a atenção de John é desviada pelo grito de um de seus colegas. Algo extremamente comum no cotidiano dos laboratórios da OPAB, uma vez que, diariamente, novas pesquisas eram concluídas com sucesso. Mas não desta vez. Ao voltar-se para seu relatório, a tela de seu computador está preta com um aviso vermelho piscando: ALERTA VERMELHO – EVACUAR ÁREA IMEDIATAMENTE.

O caos se instaura no laboratório instantaneamente. Todos corriam para as saídas de emergência, mas não John. Ele tinha que destruir as formigas contaminadas, portanto, rumava na direção contrária à de todos os seus colegas. A segurança de todo o planeta poderia estar em risco se qualquer coisa acontecesse àquelas bactérias, pois John não havia feito nenhum tipo de teoria acerca de seu funcionamento em seres humanos, exceto de que suas conseqüências pudessem ser as mesmas que nas formigas.

Se isso fosse verdade, elas se tornam extremamente perigosas, pois facilmente criariam um exército de corpos sem mente, cujo único objetivo é se alimentar do que quer que esteja em seu caminho. O cancelamento do experimento é imprescindível antes de deixar o complexo.

Continua…

  • Jupê September 17, 2008 at 4:46 pm

    ZUMBIS!!!!