Day-to-Day

Cuidado: Frágil! – Background 02 – As Caixas

October 9, 2008

Retomando de onde eu havia parado! Preparem-se para muitas palavras.

A data é 13 de Julho de 2008. É um domingo, como vocês podem notar se consultarem seus calendários de bolso. Estamos em minha residência, eu e Juliana. Já debatemos um bocado sobre o filme, e concluímos que, se queremos chegar a rodar, temos que conseguir objetos muito importantes: CAIXAS. Várias caixas. Eu, menino da cidade, não faço idéia de onde conseguir caixas. Juliana, sempre com uma solução na ponta da língua, dispara: “A gente pode pedir no mercado, oras. É a coisa mais fácil do mundo!”.

A princípio, não confio muito nessa idéia, mas, resolvemos arriscar. Aí vamos nós, no começo da tarde, rumo ao Extra Paralela. Paramos o carro tranqüilamente, entramos e fomos perguntar a umas moças-‘posso-ajudá-lo?’ sobre as caixas. Elas nos encaminharam para o setor de “Prevenção de Perdas”, vulgarmente conhecido como Segurança. Falamos com o camarada, ele disse que podíamos pegar qualquer caixa que estivesse pelos corredores, que era só pedir para os funcionários mais próximos, para confirmar se podíamos levar. O “Preventor” também pediu para mantermos sigilo sobre essa dica pois, de acordo com ele, havia uma empresa que trabalhava com as caixas, num esquema de reciclagem, então, nada do que a gente queria era realmente permitido.

Adentramos a área das prateleiras e começamos a rodar. Nada de caixas. Que maldição. Depois de alguma busca, chegamos à seção de produtos de limpeza. No corredor, duas caixas grandes, com várias outras menores dentro, desmontadas. Nenhuma pessoa nos arredores.

Pegamos. TODAS. Saímos correndo, na surdina. Alegres e serelepes, passamos pelo carinha da “Prevenção”, ele verificou as caixas e liberou nossa saída. Voltamos pra casa, satisfeitos com nossa empreitada. Chegamos e logo as caixas estavam em meu quarto, formando uma pilha relativamente grande. Grande para os parâmetros que existiam até esse momento. Depois de menos de uma semana, esse “grande” seria “ridículo”, mas, acompanhemos o andar da história, sim?

Pois bem, estávamos eu e Juliana, novamente em minha residência, com 17 caixinhas pequenas, montadas, em frente à minha janela. Ao passarmos pela sala, meu pai olha engraçado para nós e as caixas. Pensamento da ocasião:

Não podemos usar essas caixas com as marcas dos produtos! Vai poluir a imagem, além de fazer propaganda indesejada gratuita! Temos que forrar essas coisas!

Juliana concorda. Qual a solução que encontramos? Cola, durex, jornal e tesoura, além de MUITA habilidade manual. Oasis tocando alto. Depois de uns quinze minutos de luta corporal intensa, conseguimos forrar a primeira caixa. Partimos para a segunda. Enquanto fazíamos isso, concluímos que o jornal estava acabando, a cola era escassa e só tínhamos uma tesoura. Para os que são ruins de pegar idéias no ar: ESTÁVAMOS SEM MATERIAL. Decidimos ouvir “Don’t Look Back In Anger” mais uma vez, e então ir às “compras”, pegar material e mais algumas poucas caixas.

Enquanto organizávamos a saída, ligamos para Renato para convocá-lo a participar de nossa empreitada. Ele topou, e prometeu um pagamento de R$5, se a gente fosse buscar ele na Itinga. Oras, o que um amigo não faz por cinco conto? Partimos rumo à Itinga. Chegando lá, encontramos não só Renato, como também Fábio e Nathi! Passamos algum tempo conversando e foi aí que o relógio apontou seus ponteiros sobre nós. Saímos de lá correndo, rumo ao Hiper Bompreço do Iguatemi. Levamos Fábio e Nathi também! Já éramos 5 no carro. E eu ainda tinha planos mirabolantes.

Perto do fim do caminho, ligo pra Vick. Ela, como sempre, diz que não pode. Insisto, passo o telefone para a galera insistir também. Nada, nenhum progresso. Chegamos ao Bompreço, entramos. Nada de burocracia de “Prevençao de Perdas”. Nos espalhamos em equipes. Eu, sozinho, Juliana e Renato em uma e Fábio e Nathi na outra. Depois de alguns minutos caçando caixas sem muito resultado aparente, Vick me liga. Ela diz que quer ir também e pede pra buscá-la. Ligo pra Juliana, digo pra ela e Renato irem para a saída do mercado, que vamos buscar Vick. Tesouro da ocasião: Caixas do Mc Donald’s. De batatas fritas e hamburguer! Muito estranho! Falo com Fábio e Nathi também, mas eles estão dobrando caixas, então traçamos nossa rota.

Primeiro, botar as caixas no carro, resgatar Vick, voltar pra buscar Fábio e Nathi, ir ao Salvador Shopping, deixar Vick em casa e, por fim, voltar pra casa. Detalhe sórdido: eram 20h40. O Salvador Shopping fechava às 21h. Era bom dar uma acelerada nas coisas.

Primeira parte, ok. Pegamos Vick. Tinha algum tempo que não a via. Não tava muito diferente não. Hahaha. Foi prensada com Renato no banco de trás, com algumas caixas maiores que não couberam no porta malas. Pobrezinha, mal sabia que as coisas só tendiam a piorar. Retomamos a entrada do mercado, encontramos o casal Mozzi (Fábio e Nathi), dobrando as caixas. Paramos bem perto, quase no meio da pista do estacionamento. Abrimos o porta malas, socamos tudo que coube e partimos para a pior parte. Socar as pessoas no banco de trás, apertadas com as caixas. Tava tudo tão caótico, que até Juliana, no banco da frente, dividia espaço com os tais objetos de papelão grosso. Duas caixas com o nome “Corona”, bem me recordo!

O tempo urgia. Faltavam seis minutos para o shopping fechar! Não me perguntem como, mas, eu consegui chegar a tempo. Com um minuto de atraso, na verdade, e sem quebrar (muitas) leis de trânsito. Brincadeira! Chegamos e corremos para a Papel & Cia. O plano original era comprar tudo que faltava no Bompreço mesmo, mas não tinha nada lá! NADA! Nem cola em tubos grandes, nem tesoura, nem jornal! Nem durex! NADA MESMO!

Utilizando Juliana-GPS, paramos numa vaga logo embaixo da papelaria e subimos correndo. O lugar só tava meio… vazio. Vazio do nível “nós e os seguranças”. Nosso alvo ainda estava aberto. Entramos correndo, todos. Cada um foi pegar uma coisa da lista. Na saída, tínhamos três rolos grandes de durex, dois litros de cola “Magic Glue”, a marca mais vagabunda, barata e com a embalagem e logotipo mais feios que alguém podia projetar, uma tesoura com ponta e cem folhas de papel metro. Isso mesmo, CEM folhas. Sugestão de Renato. “Cada uma sai a vinte e seis centavos!”. Fechando a conta, faltou dinheiro em minha carteira. Juliana e Vick colaboraram. Quando saímos, o “portão/grade” de metal da loja já tava quase todo fechado e todo mundo teve que se abaixar pra passar. Cena, no mínimo, inusitada e divertida. Voltamos pro carro.

Próxima etapa, deixar Vick em casa. Ela resolve mudar essa parte, contanto que eu possa levá-la pra aula no dia seguinte. Tudo bem, de acordo. Alguns telefonemas depois, estamos a caminho da casa de Juliana para buscar Felisberto, vulgo Happyberto, e uma mochila de roupas para então irmos lá pra casa.

Com algum esforço, descarregamos as caixas do carro até a sala. Um jantar está à nossa espera e nós, como bons aventureiros e trabalhadores esforçados, não nos fazemos de rogados. Sentamos à mesa como uma família. Muita conversa, muita brincadeira. Esse foi o momento-lazer-relax do dia. Acho que até hoje todo mundo lembra desse jantar.

Por fim, perto de 22h30, conseguimos levantar da mesa e levar todas as caixas lá pro quarto.

– É, vai ser um trabalho do inferno – digo.

[Continua…]

  • Jupê October 9, 2008 at 1:15 am

    Lembro desse dia.. como se fosse ontem..
    Foi difude!!!
    Ninguem nunca mais tinha me chamado de GPS!
    Eh uma funcao da Juliana 2.0.. a versao anterior n vinha com GPS integrado..

  • Diego October 9, 2008 at 11:30 am

    ler durante uma aula de estatística é foda!

  • Vick October 14, 2008 at 2:31 pm

    me lembro tão bem disso!