Saudações do surfista da madrugada para todos vocês que por aqui acompanham nossa jornada! Hoje tivemos algumas cenas antológicas e mais mudanças de programação. Planos originais eram, pela manhã, ir ao Zoo, localizado no Griffith Park – não muito distante daqui, mas também não tão perto – e depois dar uma passadinha no Observatory, de onde é possível ver grande parte da cidade.
Chegamos no Zoo antes de abrirem os portões e ficamos tomando chá de fila (nossa segunda especialidade, logo depois de errar o ônibus/metrô). Vimos um verdadeiro engarrafamento de School Buses no estacionamento do local, e assim que se abriram as portas, uma enxurrada de crianças invadiu o Zoo sem preocupação. Quando eu digo ENXURRADA, eu literalmente quero dizer isso, não é metafórico. Nunca vi tanta criança junta em minha vida. Na hora que chegamos ao guichê para comprar nossos tickets descobrimos um combo com o Aquarium de Long Beach, que estava nos planos originais da viagem e depois foi abortado. Essa descoberta nos incentivou ainda mais a comprar o combo. Dito e feito. No sábado estaremos no Aquarium.
Até o dia de ontem, eu achava que essa lente de zoom nova tinha sido só uma “boa aquisição”, mas depois dessa ida ao Zoo, com olhos um pouco atualizados, a estou considerando uma “EXCELENTE aquisição”. Dou logo agora algumas justificativas, e outras espalhadas pelo post. Colaboração do Geja na última dessas quatro fotos abaixo, imitando o som de capivara para atrair a atenção do predador. E sim, eu gosto de aves de rapina, como já deve dar pra perceber.
Fomos nos orientando pelo mapinha do local, tentando ver o máximo de bichos possível. O elefante estava fora da exibição, porque estão, literalmente, construindo uma selva no meio do parque só para ele. A seção de répteis e insetos também estava em reformas, portanto vimos majoritariamente aves e mamíferos. Quase todos os mamíferos eram muito bonitinhos e davam vontade de pegar. Marsupiais, esquilos e felinos.
Passamos pela Narceja de UP, que é muito parecida com o desenho (porém menos elegante), e faz o mesmíssimo barulho. Sério, eu fiquei impressionado! Esperamos horas para ela sair da sombra e virar de cara para o público, mas isso simplesmente não aconteceu, então infelizmente não consegui nenhuma foto da dita cuja. No ambiente ao lado, como um funcionário local nos indicou, alguns cangurus estavam com filhotes nas bolsas. Nesse momento, o Geja teve que me impedir de invadir a jaula e levar o bichinho para casa.
Tinham umas quatro espécies diferentes de canguru por lá. Esse do filhote, o grande – clássico -, que é mais folgado do que vocês podem imaginar, e uns beeeem pequenos, ainda mais carismáticos. Ficamos – eu, o Geja e todo mundo mais que aparecia – babando para que os Koalas dessem o ar da graça e parassem de devorar enfaticamente folhinhas verdinhas. Tinha uma com um filhotinho nas costas que era a coisa mais linda do mundo. Perambulando nas redondezas, vi o primeiro esquilo de verdade da minha vida! Não perdi a oportunidade e o cliquei enquanto ele fugia levando a comida na boca.
Foi só falar no canguru clássico – e folgado… Sim, retomando, andando por lá, avistamos um sujeito com uma lente gigantesca. Era quase do tamanho de um braço! Fiquei horas babando e assistindo o camarada fotografar os bichos, enquanto o Geja dava risada e tentava tirar uma foto da minha cara. Foto perdida: eu e o Geja conversando no ponto de ônibus. Ops, me enganei, são os chimpanzés.
Como o dia estava muito ensolarado (estou com a cara toda queimada), a maioria dos predadores estava dormindo ou na sombra. O leão, tigre, gorila e lontras foram bastante atormentados por crianças gritadoras. A jaguatirica, também dormindo, me lembrou dos gatos de Salvador. Muito igual, só que mais amarela, ao invés de ocre. Ah, esse bicho aí embaixo é o tigre, e não a jaguatirica, ok?
Entre os seres alucinados que encontramos, uma lontra canadense (não atormentada, nem compreendida, pelas crianças) que ficou dando cambalhotas na água por muito tempo. Ficamos esperando ela cansar, pra tirar uma foto, mas isso não aconteceu. Depois de dez minutos assistindo a criatura dar cambalhotas de barriga para cima, no mesmíssimo lugar do tanque, a gente desistiu dela, que não desistiu das cambalhotas. As girafas, por sua vez, estavam bem sociáveis, fazendo até pose para as fotos.
Depois de umas três horas andando para cima e para baixo, com direito a pausa para detonar umas cenouras, resolvemos partir. Mas, antes disso, resolvemos comer uma comida decente. O que se entende a partir disso? Exatamente, pessoal! Um cheeseburger enorme, numa lanchonete de nome bastante dúbio. Zoo Grill. Preferimos não averiguar a origem da carne. Não nos levem a mal, o plano original era de comer pretzels, mas a banquinha tava muito longe.
Pegamos o ônibus que nos levaria a parte do caminho de nosso próximo destino, o Griffith Observatory. Um japonês muito doido entrou no mesmo ônibus, indo para o mesmo lugar, com o mesmo mapa que nós. Num dado momento, ele saltou do segundo ônibus em que estávamos. Qual foi nossa burrada? Não seguimos o rapaz. Acabamos descobrindo que nosso plano original era furado, e que o TERCEIRO ônibus, disponível numa estação de metrô, direto pro observatório, só rodava durante finais de semana. Maldito japonês esperto. Isso sem comentar que ficamos rodando para cima e para baixo na Vermont Avenue, até achar a estação de metrô.
Já que tínhamos comprado um Day Pass da Metro (empresa que gerencia os transportes do condado de Los Angeles), podíamos pegar quantos ônibus e metrôs quiséssemos. Começamos a considerar que estávamos arriscando nossa ida aos estúdios Paramount. Era necessária uma reserva por telefone, e nosso aparelho, no quarto do hotel não estava funcionando pela manhã. Resolvemos voltar, porque o estúdio era mais importante que o observatório.
De volta ao hotel, descobrimos que era mais caro ligar daqui do que de um telefone público – o próprio gerente do local explicou! – então partimos novamente para fazer nossa ligação. Compramos um cartão telefonico de dois dólares e andamos metade de Hollywood Blvd até encontrarmos um telefone público, numa esquina em obras. Devido a nosso desespero (eram 16h40, o estúdio fechava às 17h e queríamos a reserva para o dia seguinte) resolvemos arriscar nessa esquina barulhenta mesmo.
Batemos “Par ou Ímpar” e eu fui o encarregado de fazer a reserva, enquanto o Geja ficou com a função de entender o funcionamento do cartão, diferente de todos os outros que já existiram no Brasil. Depois de uns cinco minutos tentando e digitando números, ele conseguiu completar a chamada. Peguei o telefone. Uma voz informatizada conversou comigo, me indicando “for information about the studio tours or reservations, press 1”. Pressionei 1, mais mensagens eletrônicas. “To make a reservation or for more information, stay on the line”. Permaneci na linha até que Jessica, do setor de tours atendeu minha ligação. Aí começou a graça.
Na hora que ela disse que ia precisar de nossos nomes e sobrenomes, eu já me preparei para soletrar tudo. É bem fácil explicar que a primeira reserva é em nome de “Tito Ferradans” e a segunda para “Getro Guimarães” SE VOCÊ ESTIVER ESCREVENDO UM E-MAIL. Agora, tente fazer isso por TELEFONE, num país que o idioma não tem nem a mesma raíz do seu! Eu engasguei várias vezes enquanto soletrava, só de ver o Geja rindo da cena.
– D as in Dog?
– No! As in Tiger!
– Ooh, “Tito”… Phew! That makes much more sense!
Aparentemente eu ainda estava inspirado pela ida ao Zoo, e usei “E as in Eagle”, na explicação do “Guimarães”.
– Sorry, we’re not very good at names here! – ela disse, rindo.
– Yep, no problem, specially if there aren’t quite EASY NAMES! – rimos mais um pouco enquanto ela completava a reserva.
Não conseguimos para amanhã (Sexta) – só tinha UMA vaga – mas estamos agendados para Segunda, a partir de 10h30 da manhã. Aproveitando que já estávamos na nossa rua favorita, fomos exterminar nossas listas de compras e presentes. Tudo muito bom e muito tranquilo, pesquisar preços não deu muitos resultados, porque é quase tudo na mesma faixa (ou exatamente o mesmo valor), independente da loja. Ao fim da tarde, resolvi adiantar as coisas e comprar um memory stick de 8gb para a nova filmadora.
Fomos na loja de um indiano, que ofereceu de cara um desconto de $20, derrubando o preço de $60 direto pra $40. Dispensamos a proposta e passamos para uma outra loja, de outro indiano, menos de dez metros adiante. Esse sim rendeu boas risadas e vai render história por muito tempo. Entre as tiradas, quando comentamos que o vendedor da loja ao lado tinha feito o mesmo produto por $40, ele desatou a falar, irritado: “He doesn’t even HAVE IT! He doesn’t even have it! I’m the only licensed Sony dealer in Hollywood Boulevard!”. Depois, para enfatizar a garantia de CINCO anos, internacionalmente, a palma da mão aberta do homem parou a alguns centímetros de meu nariz.
Ele foi baixando o preço e fazendo outras propostas, e outras, e outras, por fim, quando resolvemos ir embora, ele gritou “Ok, thirty nine, I’ll do it for you, my last customer of the day. I’ll sell you this and go home!”. Pronto, consegui o memory stick pelo preço merecido. O cara descobriu que erámos brasileiros só pelo sotaque. No fim das contas, já no caixa, o Geja resolveu desistir da compra e o sujeito contraargumentou rindo “Is I’ll pass the offer all the english words you know?”. Saímos praticamente às gargalhadas no caminho de volta para o hotel, encerrando o dia.
Vale ressaltar que, antes de hoje, a última vez que fui ao zoológico foi em São Paulo, a bem uns dez anos atrás…
Menino! as fotos estão profissa! Vocês e as câmeras estão em total sintonia. Realmente o filhotinho de canguru é uma coisica muito fofinha, e o tigre uma coisona muito fofona! Pra variar, estou aqui às gargalhadas com vocês e os indianos. Afinal, compraram ou não compraram?Achei que não, mas fiquei na dúvida. Sua foto no telefone está linda!!!!!! beijos pros dois
Obrigado! Acho que meus olhos têm conexão com a Canon.
Sim, compramos o memory stick! Depois dessa cena toda, era crime não comprar! hahahahahaha!
Sei, lindíssima, o charme em pessoa. hahahahaha! Obrigado.
Vamos tentar de novo, dah outra vez não apareceu a confirmação do envio:
“Jah vejo até o titulo do best seller: “The adventures of um Bahiano e seu Tio em Los Angeles” !
Jah dizem por aí… se vc esta viajando, em duvida e não sabe o caminho certo, siga um japones ! :oD
Abraço
Vini
Hahahahahhaa!
Isso tá mto divertido, rei!
Se vcs estivessem à beira de uma revolução (e na américa latina), dava pra fazer um “Diário de metrô errado”