Day-to-Day

Los Angeles – Day Three

March 3, 2010

Post mais cedo que o usual, o terceiro dia foi exaustivo. Dormi às 19h. Que decepção, não é mesmo? Mas a gente andou durante a tarde inteira por Hollywood (só pra variar…), descemos a Cahuenga (nossa rua), atravessando Hollywood Blvd até Sunset Blvd, onde começamos a fuçar as mais diversas lojas, livrarias e tudo mais que atraísse atenção por mais de dez segundos. Essa caminhada toda tinha um objetivo original: chegar até uma loja de equipamentos fotográficos que vimos ontem, pois precisávamos de uma lente nova – de zoom poderoso -, em vista das novas condições fotográficas do Oscar.

Fomos cruzando as ruas até chegar em Highlands e descemos até Santa Monica Blvd, recriando a rota que fizemos para pegar o ônibus que nos levou para Beverly Hills, passando por ruas residenciais também e o silêncio local era digno de nota, mesmo num fervilhante centro comercial. Depois de caminhar por uns quarenta minutos, começamos a ficar na dúvida sobre a localização da loja. Eu insistia nessa esquina porque era minha única memória. O Geja confiou porque até então eu não tinha errado nenhum endereço e sou um “bom navegador” (palavras dele).

Fomos nos aproximando do destino e… ainda bem, o prédio não tinha sido levado por alienígenas. Entramos na Calumet (nome da loja) e saímos, minutos depois com uma incrível Canon 75-300mm. Até pegamos mais ânimo para caminhar tudo de volta, passando por mais e mais comércio. Já de volta em Hollywood Blvd, tínhamos duas horas de caminhada sem parar (literalmente) e tomamos rumo de uma loja de props onde o Geja procurou por brinquedos novos que não serão comentados por aqui (pedido do sujeito).

Rodamos por livrarias EXCLUSIVAS de cinema (sobrecarga de informação fez a gente passar uns dez minutos lá dentro, sem saber o que tava fazendo, olhando tudo), vimos novidades no esquema de isolamento da rua para a cerimônia – o carnaval de Salvador perde. Os caras já montaram até uma casa no meio da rua, e tudo monstruosamente cercado por grades e cercas. O oscar já está lá, embrulhado para presente, na frente de todo mundo.

Filmamos mais umas bobagenzinhas, tiramos umas fotos como essa que vocês acabaram de ver, subimos no Chinese Theater para ver melhor o letreiro de Hollywood (aquele clássico) e quando o frio estava começando a ficar forte, voltamos pra casa.

Tarde emocionante? Pulei a parte da manhã de propósito.

Acordamos cedo, 6h50, para irmos ao Studio Tour da Warner Bros. Tanto eu como o Geja meio ansiosos sobre o que veríamos, receosos de ser bobagem. Mas como um tour de duas horas e meia pode ser bobagem? Foi um dos programas mais loucos que já fiz na vida. Já estamos certos de ir em mais três estúdios, depois das coisas fantásticas que vimos ontem. Para variar, descemos no ponto errado e tivemos que caminhar trocentos metros, margeando o muro da Warner até chegar ao ponto de encontro do tour.

Um nova-iorquino chamado Andy foi nosso guia e, como o grupo era bem pequeno (sete pessoas apenas, mas normalmente são quase quinze), temos certeza que ele deixou a gente mais tempo nas coisas do que o normal, o que foi uma maravilha.

Entramos pelo backlot, onde temos cenários externos realistas até os últimos detalhes. As paredes externas são forradas de fibra de vidro, facilitando modificações, trocas, repinturas e quaisquer outras coisas que o filme precise. Nenhuma porta tem maçaneta, pois maçanetas são importantes detalhes de época, ficando a cargo da direção de arte do filme, entre outras coisas como postes, placas, toda a decoração externa. Ultrapassando as portas (nem todas abrem), você tem uma salinha de mais ou menos “three to five feet deep” (um a dois metros de profundidade), só para fazer o corte certo.

Cerca de 80% de O Último Samurai (inclusive as cenas de Tokyo) foram rodadas no backlot da Warner. Vimos também locais de filmagem de Ocean’s Eleven, You Don’t Mess With The Zohan, The Mask, Spiderman (o beco da cena do beijo), Batman and Robin (a minissérie antiga, em que uma mesma tomada foi usada em todos os 72 episódios), Terminator: Salvation (a cena da queda do helicóptero foi rodada no estacionamento dos funcionários. A título de curiosidade, o estúdio emprega 7500 pessoas, sem contar as equipes específicas de cada filme.

Andy comentou que é comum eles alugarem partes do estúdio para outros estúdios locais (Sony, Universal, Paramount, Disney, CBS). Vimos bem de perto a torre de água da Warner, que atualmente é um importante marco para a aviação em tempo ruim, indicando as redondezas do aeroporto de Burbank.





Se antes estávamos no backlot, agora estamos no frontlot. Todas as cenas internas são feitas nos soundstages. São esses galpões gigantes da foto anterior. Gigantes mesmo. Entramos em um (Soundstage 16), que é o maior de toda a América, com “98 feet high” (mais ou menos uns 30 metros de altura), e ainda tem, no subsolo, um depósito de água com “30 feet deep” (mais dez metros), que pode ser destampado de acordo com a necessidade. Cenas de Poseidon, Piratas do Caribe e Indiana Jones foram feitas aqui por aqui.

Todos os soundstages são conhecidos por seus números, exceto o 24 e 11, que são conhecidos, respectivamente por Friends Soundstage e E.R. Soundstage, onde foram rodadas boa parte das temporadas dessas duas ilustres séries. Detalhe sobre a foto abaixo: a escada ao fundo leva ao banheiro do soundstage, que fica no telhado. Jack Warner (um dos irmãos fundadores) mandou instalá-lo no alto do prédio para que ele pudesse ver quem ia ao banheiro, e por quanto tempo, para que no fim do mês ele não tivesse que pagar por aquele momento de trabalho desperdiçado.

Passamos depois pelo Museu dos Transportes, com veículos de Austin Powers, Scooby Doo, Matrix, Gran Torino, Artificial Intelligence, Harry Potter, Batman Begins, Batman, Troy e outros. Nota especial para o Gran Torino usado no filme homônimo de Clint Eastwood: o carro é do cara mesmo, e ele deixa no museu da Warner em troca de um aluguel. Andy também comentou que está em processo de negociação o aluguel da moto usada por James Dean em seus filmes, que será “the cherry on top”, para finalizar essa coleção fantástica.

Passamos então ao Prop Shop, onde diretores de arte fazem a festa entre os mais de 3,5 milhões de artigos armazenados e catalogados. Por lá encontramos um set clássico, que dispensa apresentações. Tiramos fotos no sofá e com a plaqueta do Central Perk ao fundo, mas estão na câmera do Geja.

Além do Prop Shop, o estúdio conta com imensas oficinas de madeira, metal e eletricidade para, literalmente, criar tudo que precisar ao longo de suas produções. Passamos por todos esses lugares até chegarmos a um ponto em que Andy pediu para que guardássemos todas as câmeras fotográficas pois iríamos ao set the The Mentalist, série atualmente no ar, onde seriam rodadas cenas naquela mesma tarde. O lugar é absurdo. De dentro, você não diz que é um set – exceto pela grande quantidade de luzes espalhadas pelo espaço vazio que seria o teto do ambiente. Construído entre paredes de madeira – montado originalmente na oficina de carpintaria e depois transferido para o soundstage -, o cenário é um “360 degree set”, onde a câmera pode perambular por todas as partes, que não há buracos no cenário. Me faltam palavras para descrever melhor.

A experiência foi tão convincente que vou começar a assistir The Mentalist quando voltar pra casa…

Pra finalizar a visita, passamos uma meia hora no Costume Museum, onde vimos figurinos de filmes famosos, estatuetas do Oscar que o estúdio ganhou, cartas, recortes de jornal, itens usados nos filmes. Artigos de Matrix, 300, Terminator, White Dragon, Watchmen e mais uma porrada de títulos estavam lá, à mostra. O segundo andar do prédio é totalmente dedicado a Harry Potter. A Firebolt está lá, junto com outras vassoras voadoras, bolas de quadribol e tacos de batedores. Aragogue, Dobby, Dementadores, o chapéu seletor, varinhas, frascos de poções e o Cálice de Fogo, além de muitos outros itens completam a exposição. Depois, retornamos ao ponto de partida e cada um tomou seu rumo de casa. Pegamos o ônibus de volta e almoçamos no hotel, animados, as nossas compras de Beverly Hills.

Agora, acho que o sono já voltou. Boa noite pra vocês.

  • Vick March 3, 2010 at 5:23 pm

    Você roubou alguma coisa de Harry Potter pra mim, né?!
    TITO FERRADANS, ACHO BOM QUE TENHA! SE NÃO, NOSSO RELACIONAMENTO ESTARÁ ACABADO.

  • Lila March 3, 2010 at 7:51 pm

    CARACÓOOLIS, a gente se diverte muito aqui com os posts! ah, as fotos tão fenomenais! só a do tanque que não quis abir, nem carregar. espero que estejam gostando, caras! super beijo pra vocês.

  • Mila March 3, 2010 at 8:17 pm

    ” o Gran Torino usado no filme homônimo de Clint Eastwood: o carro é do cara mesmo, e ele deixa no museu da Warner em troca de um aluguel.”
    Clint espertinho! e FRIENDS *-*

    ai, quero isso tudo que você viu, quero quero quero!
    que sonho!