Day-to-Day

No Meio do Caminho

August 5, 2008

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E alma de sonhos povoada eu tinha…

E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje segues de novo… Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.

Olavo Bilac

  • Fátima August 5, 2008 at 5:54 pm

    Essa veio direto pra mim. Olavo Bilac também escreveu “A Alvorada do Amor” (lembra?). Acho que vou preparar pra dizer esse “No Meio do Caminho”… beijo com saudade e desejo de boa sorte!

  • julô August 5, 2008 at 5:55 pm

    lindo, lindo, lindo. saudade de você. :T

  • Tito Ferradans August 5, 2008 at 6:01 pm

    Coisas da aula de literatura. Tive que anotar todo no caderno pra trazer pra cá. É, dá saudade mesmo.

  • Léti August 5, 2008 at 8:44 pm

    Uau;

  • Érica August 5, 2008 at 9:17 pm

    Que lindo esse poema! Me fez lembrar da aula de literatura de ontem, na qual Zé Carlos Bastos recebe um telefonema e diz algo do tipo: ”depois eu te ligo, viado. Tô dando aula”. Era Donk. E então ele ficou comentando comigo, no meio da aula, sobre a sua partida e de uma forma que ninguém, exceto eu, entendeu nada! Foi legal. Desconfio que ele sequer sabe meu nome, mas sabe que eu sou uma (sei lá) simpatizante da PPB. =D Vocês são famosos! ;*

  • Jumô August 5, 2008 at 10:47 pm

    oooh que lindo *.*

  • Tito Ferradans August 6, 2008 at 2:14 pm

    Hahahaahha, Zé me ligou ontem! Nada como ter elos desconhecidos pelos outros, né érica? É mais engraçado!